015 - A Swamp Fairytale: Crown Of Mud

A Swamp Fairytale

Novamente, fiquei confuso com os Barboachs não adentrarem as suas respectivas Poké Balls de vez, mas não os forcei, já que eles poderiam querer participar da exploração daquele jeito, querendo ou não eu precisaria de um guia pela lama, tê-los ao meu lado não faria mal algum e poderia me livrar de enrascadas desnecessárias.

- Oh! Sendo assim, desculpe-me pela confusão. – Sorri para a mulher, logo depois de rir do seu humor diferente. Ela com certeza se parecia com uma apresentadora, mas eu iria deixa-la desconfortável com mais perguntas, então apenas resolvi esquecer a pergunta. – Sinto muito, eu acabei de vir para cá com a ajuda dos Barboachs. – Apresentei os peixinhos à Ana Maria, antes de pensar em como poderia ajuda-la. – Eles conhecem esse lugar muito bem, talvez possam te ajudar a encontrar esse torneio. Certo, camaradinhas? – Esperei pela resposta dos aquáticos e pedi para Celerie ajuda-los, ou iniciar a busca por conta própria caso eles não tivessem ideia.

Ajeitando Silena em meu colo, a concedi mais uma sobremesa de recompensa pelo seu bom comportamento. Outro Joke Lollipop seria dado à Fairy, que o olhava animadamente, pronta para se deliciar com o sabor açucarado.

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Havia tanta coisa se passando pela minha cabeça, como o fato dos Barboachs não terem se intimidado com a presença da loira desconhecida e de ainda estarem me esperando, além da aproximação adorável de Celerie com a espécie identificada como Chatot pela Pokédex. Isso tudo me fez esquecer de prestar atenção no que estava acontecendo ao meu redor.

Tanto que quando eu abri os meus olhos novamente Ana Maria já estava retirando várias comidas da mochila, ofertando algo inusitado. Um café da manhã no pântano? Quando eu achava que nada poderia voltar a me surpreender tão cedo, uma pérola daquelas aparecia. Entretanto, tudo estava com uma cara tão boa que ficava difícil resistir.

A criaturinha da minha equipe mais curiosa e aberta à novas experiências ainda estava dentro da sua Poké Ball, então eu fiz questão de liberta-la para passar aquele momento ao meu lado. Os olhinhos da psíquica esboçavam um brilho único, de pura empolgação por estar em um lugar como aquele. Sorri para ela, a deixando livre para interagir com a mulher loira, os peixinhos e os outros Pokémon domesticados.

- Aceitarei o café, tudo parece está tão bom. – Exibi um dos meus melhores sorrisos de gratidão, antes de apresentar a Gothita. – Esta é Clementine, uma exploradora, assim como vocês.

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A inofensiva tensão amorosa entre os pequeninos estava começando a me deixar preocupado, os dois se enciumavam com muita facilidade e pareciam não perceber que estavam agindo da mesma forma. Entretanto, era melhor deixar aquilo fluir sem a minha interferência, uma vez que o Swablu já estava bem crescidinho e a Togepi logo mais amadureceria.

Na guerra e no amor valia de tudo, Silena usava dessa frase ao seu favor, mesmo sendo ligeiramente mais nova. Ela parecia estar tentando tirar a atenção que Celerie concedia ao Chatot conversando amigavelmente com os Barboachs, provavelmente por ter notado o efeito que isso surtia no Flying Type. Os dois eram realmente muito novos, ou já teriam resolvido as coisas de forma mais sensata.

Clementine era a única dali que ainda não havia entrado em um impasse amoroso, na verdade a psíquica era bem segura e independente para acabar numa situação parecida. Fora isso, ela era mais velha e experiente que a fada, além de não necessitar da atenção dos outros, já me perguntava se isso era porque a Lolita estava próxima da evolução. Fui despertado dos meus pensamentos pelas perguntas de Ana Maria e quando me dei conta, já tinha entregado aos Pokémon os alimentos escolhidos por eles, tanto que as minhas mãos estavam mais uma vez próximas da água e com pedacinhos de comida destinados aos aquáticos.

-Vim de Santalune, Kalos. – Abri um sorriso simpático, antes de responder ao restante das perguntas. – Não sou uma pessoa muito ambiciosa, mas ultimamente estou progredindo bastante como Criador e Coordenador. Infelizmente, perdi o primeiro lugar da Wallace Cup por conta de um descuido que não cometerei nas próximas competições. – Mantive o sorriso durante a fala, olhando diretamente para a mulher de cabelos amarelos, parecia que eu estava em um programa de TV. - Apesar disso, conquistei a minha terceira fita oficial e a de que eu mais tenho orgulho. Vim para essa rota me aventurar um pouco, esfriar a cabeça, treinar. O clichê de pós Contest. Só que eu também vou aproveitar esse tempo para capturar novos ajudantes para a minha fazenda e quem sabe sair daqui com novos recursos? – Ri descontraidamente no final, percebendo o quanto tinha soado como sinopse de série. “Com lama até o pescoço – a vida problemática de um adolescente”, soava como um campeão de bilheteria nos cinemas... Ou para ser mais direto, uma completa chacota.

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Após eu terminar de contar a breve história, bem resumidamente para não entrar nos infinitos outros detalhes que existiam, peguei um dos salgados para experimentar. O sabor estava tão bom que eu só fui perceber que estava sorrindo depois que terminei de comer, a essa altura eu já havia enchido, pois tomei um bom café antes de sair para a rota. Entretanto, quando é que eu teria uma oportunidade dessas de novo?

Peguei o doce que mais havia chamado a minha atenção e esperei o tempo passar, jogando conversa fora com Ana Maria e vendo os meus próprios Pokémon se empanturrarem. Clementine revelava o seu lado apaixonado por doces, o que me fez sorrir. Talvez algum dia a pequenina pudesse me ajudar a fazer algumas sobremesas, desde que recebesse algumas de recompensa depois. Também pensei em Rosalya, a única das irmãs que havia ficado na Fazenda. A Petilil era a minha melhor Grass Type, então eu tinha a total confiança de que estaria fazendo um ótimo trabalho organizando os outros monstrinhos responsáveis pela manutenção da Starry Hearth, apesar da sua timidez.  

- Clem é a minha Pokémon mais eclética, é difícil encontrar algo que ela não encontre uma forma de gostar. Porém, imagino que seja igualmente raro os seus doces não fazerem alguém sorrir. – Elogiei o talento de cozinha de Ana Maria, depois de finalmente comer a sobremesa e terminar de tomar o suco. Já conseguia sentir a energia da refeição fluir pelo meu corpo. – Claro que sim, estou curioso para ver esse lago também. – Devolvi a simpatia dela com outra, antes de pedir os peixinhos, Celerie e Clementine para mostrarem o caminho. Silena continuava em meu colo, interagindo com a psíquica vez ou outra.