Pokémon Mythology RPG
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Desventuras #02 - Rota 101 - Lá e de volta outra vez

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Logo que iniciavam o primeiro contato, um pequeno atrito era gerado deixando o garoto desconfortável momentaneamente. Dominic percebia que a dupla não gostava muito de suas brincadeiras, e como precisaria dos gêmeos para sobreviver aquilo tudo, faria o necessário para evitar tais problemas no futuro.  Talvez ate, o convívio forçado naquela situação, contribuiria para uma melhora no caráter do garoto zumbi.

- Sem problemas Killua, perdão pela brincadeira. Mas a parte de me deixar vegetando no chão não aconteceria assim, tão facilmente.. haha. Realmente precisamos de cooperação se quisermos sobreviver a isso tudo.

A caminhada lenta parecia agir como um calmante para o outro irmão que havia levado a descarga elétrica. Com a cabeça mais fria, dando uma pequena parada para um descanso, iniciavam uma conversa apresentando seus parceiros de jornada. Poderia ser um momento para se conhecerem melhor, quebrando um pouco o gelo e a desconfiança que tinham um com os outros.

- Relaxa, isso acontece, esse jogo doido vai mexer muito com nossas cabeças ainda. Que duplas! Vocês parecem bem próximos dos seus pokemons. Admiro isso, sou muito grudado à Rockie também. Tenho mais carinho e afeição por essas criaturinhas do que por humanos, para falar a verdade. Com relação ao meu passado, digamos que é bem parecido com seus hahahaha também vim de uma influente família de empresários, no qual eu tinha tudo e não tinha nada ao mesmo tempo. Também fugi a pouco tempo e desde então, sigo essa vida de treinador. Sou tão cabaço nisso quanto vocês ahhahaa.

Estreitando os laços, era visível que os jovens tinham historias ate que semelhantes. Dominic tinha suas particularidades e decidiu não contar toda a verdade de sua família, talvez assustasse e aumentasse ainda mais a desconfiança que já existira no recém criado time. Enquanto conversavam, era possível ouvir um grande estrondo, um forte trovão rasgava os céus, era o preludio de que uma tempestade estava por vir.

- Vou ser sincero, meus únicos conhecimentos de sobrevivencialismo vêm de Bear Grylls? Conhecem? Haha O cara é um mito da sobrevivênciana TV. Já estava pensando em utilizar a Rockie desde o inicio, so estava aguardando adentramos mais na mata para fazer isso. Ache uma arvore alta garota, veja a extensão da floresta e tente também ver se consegue visualizar algum abrigo, com essa chuva que esta para cair, precisamos nos abrigar. – Utilizando de suas características, a símia partiaria para arvore alta mais próxima para fazer sua observação. – Dependendo de quanto tempo ficaremos aqui, precisamos nos organizar com tudo. Primeiro temos que captar um pouco dessa agua da chuva, vocês possuem algum de cantil? Seria muito útil, nao duraríamos um dia sem beber. Em segundo, um abrigo, poderia ser uma caverna ou um local com copas de arvores grandes, que não pegasse muita chuva. Temos que ficar atentos às armadilhas também, devem estar cheias. E em terceiro lugar dividir os turnos de vigília durante nossos descansos, e é claro, procurar por alimento. São muitas coisas, teremos muito trabalho nesse jogo de cu caras..puta que pariu.
Eram muitos problemas, muitas variáveis para resolverem, tendo que se adaptar em pouco tempo. A floresta densa já é traiçoeira por si só, ainda mais com todos os obstáculos criados pelos organizadores do doentio experimento. Sem experiência alguma naquilo tudo, Dominic e os gêmeos tinham muito trabalho a fazer, a sorte era de terem seus parceiros pokemons naquela árdua missão, as criaturinhas pareciam ser feitas para facilitar tais dificuldades.

- E ai Rockie, viu alguma coisa ai de cima? – Dominic falava alto para se comunicar com sua símia, esperando uma resposta positiva naquela complicada situação.

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02 - Lá e de Volta Outra Vez

11:15| 26o


Com Dominic também se apresentando, Zoldyck parecia acreditar, mas Killua olhava desconfiado, franzindo os olhos – Essa tua história está meio mal contada... mas creio que no geral esteja falando a verdade. Por mim é suficiente e me basta para continuarmos juntos. – Diante da fala de Baresi sobre gostar mais de pokemons que de pessoas, Zoldyck se animava – Eu também curto mais pokemons. Tirando meus irmãos e algumas outras pessoas eu acho resto tão fútil! Sempre os mesmos objetivos toscos “serei o melhor e bla bla”, “vou derrotar todos pipipipopopo”. Gosto de gente realista, que faz o seu, sem devaneios de criança mimada.... tenho uma leve impressão que você é assim heheheh.
 
Enquanto Dominic pedia para Rockie ver a extensão do local, nuvens escuras preenchiam o céu, bloqueando parcialmente o sol e trazendo fortes rajadas de ar ocasionalmente. Quando o símio voltou, a notícia não era nada animadora. Pelo que os 3 humanos puderam apreender, o pokemon não conseguia ver o final da mata, o que indicava que o caminho seria longo, com Killua verbalizando um xingamento de praxe.
 
Diante de tal confirmação, o grupo teria que de fato resolver o que fazer, pois provavelmente teriam que passar a noite por ali. Dominic não parecia entender de sobrevivência, mas também não era um tapado, com informações até interessantes por vezes. Rockie, a pedido de seu treinador, também aproveitou para ver se havia algum abrigo, mas o máximo que o pokemon conseguiu achar foi uma árvore maior que as outras, com folhas e caule largos... todavia estava alguns quilômetros de distância do grupo.
 
Killua, sempre analítico, complementava Dominic – Como não temos onde nos abrigarmos, precisamos chegar até a árvore mesmo, será a melhor proteção. Talvez até improvisar uma pequena cabana com galhos e as grandes folhas. Quanto à água, não temos cantil algum... pelo visto teremos que beber os pingos que irão cair. Tomara que sejam suficientes. Quanto à vigília, não será necessário, poderemos descansar bem. Gon é muito bom de faro e consegue detectar alguma coisa há muitos metros e até quilômetros, dependendo do tempo.
 
Em meio à conversa séria da dupla, Zoldyck observava o caminho que eles iriam seguir. O rapaz de roupa de praia via um conjunto de berries no pé de uma árvore e se animava com a descoberta – Olha só pessoal! Várias berries ali, acho que demos sorte, venham ver! – a dupla acompanhava Zoldyck, mas ao contrário do rapaz animado, a dupla ia com calma. Passando correndo, sem se preocupar muito com as armadilhas, Zoldyck e Gon haviam rompido algo que fez um “clang”. De repente, de uma árvore, escondido nos galhos, uma maciça tora de madeira descia rapidamente, na direção da dupla mais lenta, visto que o 3 elemento havia passado corrido. Instantes antes de atingir o rapaz zumbi, que via a morte passando a centímetros, com a tora cheia de pontas de pedra incrustada nela, Killua pula no rapaz, derrubando – o. Dominic tinha ficado sem ar e suando frio ao ver uma lasca de pedra passar quase rasgando sua face.
 
Mas o tempo de comemorar a vida não existiu. Logo um grito, na direção de onde as berries estavam pôde ser ouvido. Era Zoldyck. A dupla, ainda no chão, pouco abaixo da tora, olhava para o rapaz praiana que começava a chorar – Pessoal... – fungando constantemente – Acho que pisei em algo, pois ouvi um barulho. Vou mexer o pé em que não pisei em nada, para ver o que acontece – Antes que seu irmão pudesse gritar algo, o rapaz era sacado, aparentemente por algo que havia se prendido em seu pé e, puxando e gritando, era levado mata a dentro.
 
Muita coisa para processarem. O que a dupla iria fazer?




(C) Ross




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Após sua apresentação, Dominic percebia certo ar de desconfiança vindo de Killua. O garoto parecia ser mais analítico e receoso do que seu irmão Zoldykck, que demonstrava mais impulsivo. Guardando as características e ações dos gêmeos, o garoto zumbi já tentava formular mentalmente como era o caráter da dupla. Durante a troca da palavras a desconfiança acaba sendo mínima, fazendo com que fosse suficiente as informações dadas para o gêmeo mais astuto, já é o gêmeo mais inconsequente parecia se identificar bastante com a característica dita pelo jovem Baresi.

- Exatamente hahaha, já possuo uma certa idade em que não consigo mais ter esses sonhos de criança.

Nesse meio tempo de conversa, a símia voltava com noticias nada esperançosas. A tempestade parece se aproximar a toda velocidade e apenas uma grande arvore fora vista por Rockie, capaz de abrigar os garotos e suas criaturinhas. Tao pouco a extensão da floresta podia ser vista, deixando os participantes daquele louco evento sem muitas opções.

Com Killua e Dominic sendo as mentes pensantes, ambos decidem que a melhor alternativa seria ir ate a grande arvore mesmo com a distancia entre os pontos, visto que a chuva iria cair com força. Mas o destino não foi tão bondoso com os garotos, Zoldyck com seu jeito impulsivo, avistava algumas berries e no caminho para adquiri-las, acaba desarmando uma armadilha. Uma tora maçica de madeira cheia de espinhos voava na direção de Dominic, que não conseguia reagir naqueles poucos segundos de pavor. Num ato heroico, Killua pulava contra o garoto e ambos caiam no chão ilesos enquanto a tora ainda seguia a inercia de seu movimento pendular sobre suas cabeças.

- Caralho! Muito obrigado, te devo uma.

Enquanto suava frio e tentava assimilar tudo que estava acontecendo naqueles poucos instantes, outra tragédia acontecia. Zoldyck sente algo em seu pé que o puxa floresta adentro. As ações não pensadas causaram todas essas situações de perigo para o time, demonstrando o qual real era aquele experimento e que todo passo deveria ser calculado. Vendo que Zoldyck fora levado abruptamente, Dominic não queria perder outro membro para um possível devaneio. Mesmo sendo também muito analítico, ver o irmão sendo levado daquele jeito talvez gerasse uma ação impensada do outro gêmeo. Processando tudo isso na situação em que estavam, o garoto zumbi agarrava o braço de Killua para que ele não disparasse em uma arriscada perseguição.

- Calma, se ta pensando em fazer isso, bota a cabeça no lugar e pense mais de uma vez! Ta cheio de armadilha por ai e olha o que um passo em falso pode nos custar! - Dominic sabia que poderia ser mal interpretado pela decisão que estava tomando, mas analisando toda a situação do grupo e do experimento, achava que esta era a melhor opção a ser seguida. Preferindo assim, correr o risco de um possível conflito com o gêmeo restante após a decisão.

- Seu irmão não esta morto, ele só foi capturado pelos criadores do experimento, tenho quase certeza disso. Poderíamos ir em disparada e seguir o rastro deixado, pois devem ter ficado resquícios como: solo com marcas, galhos retorcidos etc. Mas temos grandes chances de cair em mais uma armadilha e ainda ficarmos ainda mais perdidos e fudidos com a chuva que esta para cair. Ou podemos ir para a grande arvore, nos abrigarmos e continuamos o jogo ou procuramos por Zoldyck. Existem outras maneiras de rastreá-lo. Caso ele esteja na área do experimento, em alguma parte da mata, os drones iram pairar sobre ele. Chegando na grande arvore poderemos ter uma vista muito melhor da área, e assim dos drones que o seguem. - O garoto zumbi dava diversos motivos indicando o que ele achava ser a melhor opção. Pois apesar de se sensibilizar com captura do gêmeo, Dominic e Rockie também estavam no jogo apostando sua própria vida, não gostariam de perder ela com atitudes precipitadas.

- Pense bem, e rápido, sei que você se consegue. Vocês parecem ter uma mente semelhante a minha. Deixo a decisão com você, como somos um grupo, temos que ser democráticos. Eu opto por irmos ate a grande arvore e nos estabelecermos lá ate a tempestade passar. Mas entendo seu vinculo com o Zoldyck, a decisão é sua Killua. O que você escolhe?

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02 - Lá e de Volta Outra Vez

11:30| 26o


Diante de todo o acontecido, Killua não teve tempo nem de xingar o irmão por agir de forma impulsiva... ele havia sido sugado pela floresta. Uma expressão de raiva pairava no rosto do jovem de cabelos quase brancos, que cerrava os punhos também.
 
Dominic segura o rapaz pelo braço, conversando sobre diversas formas de resolver aquilo sem agir de forma precipitada. As ideias de Baresi eram boas e poderiam muito bem funcionar na maioria das pessoas..., mas não em Killua. O rapaz olhava seriamente para a mão de Dominic segurando seu braço e depois fitava o treinador de Rockie. Seu olhar daria medo até no maior assassino de sua família, o que fez Dominic largar o braço do jovem quase que instintivamente – Jamais me segure pelo braço outra vez. Segundo aviso que lhe dou já – ele falava sério, com um ar de raiva no tom – Eu não gosto de ser tocado por estranhos. Além do mais, sua lógica se aplica a pessoas como você... eu jogo em outro patamar. Não cometo erros, não ajo por impulsividade. Eu era assim... mas a vida de aventuras me deu uma lição que eu jamais esqueço
 
O jovem dos cabelos brancos ia até o local onde seu irmão havia sido tragado, analisando tudo. Ficava de joelhos, passava a mão pela terra e via o caminho a oeste que Zoldyck fora. Então, vira-se na direção de Dominic – Eu não abandono os meus, ainda mais meu irmão louco. Quando o inverno chega, o lobo solitário morre, mas a alcateia sobrevive. Este é nosso inverno e nós somos a alcateia. Eu vou atrás dele, se quiser ir, fique à vontade... mas seria bom você acompanhar, duas cabeças pensam melhor que uma e o Aipom pode ser bom para rastrear ele pelo alto.
 
Sem esperar a resposta do rapaz zumbi, Killua andava bem devagar pelo caminho oeste, atento a tudo, principalmente ao chão. Usava sua Mareep para ajudar também. Além de Zoldyck, deveria acha também Gon que havia corrido à procura de seu treinador.
 
Os trovões aumentavam de volume e as nuvens se tornavam cada vez mais negras e carregadas. O que faria Dominic? Seguiria o jovem Killua ou iria para a grande árvore que Aipom falara?

(C) Ross




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Com a perda de um membro do time, uma pequena rixa começava a aparecer. Um dos gêmeos restantes era dotado de uma forte personalidade que entrava em conflito com a também forte personalidade do jovem Baresi. Após ser tocado pelo garoto zumbi, Killua demonstrava um ar extremamente ameaçador. Dominic o solta e recua, inicialmente teme por aquela expressão, realmente ameaçadora para um jovem que aparentava ter a sua idade, possivelmente deveria se tratar de alguém com um trauma profundo.

O gêmeo continuava seu discurso e parecia bem irritado por toda situação, principalmente pela atitude de seu irmão, o que gerava toda essa complicação e cisma entre os restantes do time. Enquanto o rapaz saía andando, o garoto zumbi se aproximava amigavelmente e estendia o dedo indicador encostando no braço do garoto novamente, como uma cutucada.

- E ai Lobinho? Vai fazer o que? Vai vir pra cima e tomar a porra de um choque igual o animal do Zoldyck? – A expressão de Dominic mudava. Suas sobrancelhas que quase sempre seguiam relaxadas agora estavam franzidas e visivelmente o garoto estava chateado com a situação. - Pela segunda vez você me ameaça, e pela segunda vez te aviso. Quando vier, venha com disposição. Vai ficar nessa palhaçada pra sempre? Precisamos um do outro e ameaças quebram confianças. Que tipo de trauma você tem hien, caralho? Acha que é o único aqui que já perdeu alguma coisa? Mas que porra!

O garoto botava pra fora seus sentimentos, uma coisa que não era comum. Enquanto falava, parecia irritado consigo mesmo, aquilo parecia difícil, parecia doer. Dominic desde sua infância tem reprimido diversas emoções, mas sempre estava cercado de funcionários da família. Agora o garoto se via sozinho, e ate então em sua jornada, em diversas situações de perigo. Com sua vida em risco, tendo que conviver com pessoas com problemas pessoais parecidos, ou ate maiores que os dele, o faziam perder a compostura.

“ – Eu não abandono os meus,..”

Aquilo batia como um estalo na cabeça do garoto, aquela frase que havia sido dita ficava martelando na cabeça do herói. Se repetindo e se repetindo como um túnel do tempo em sua mente. Ao chegar nas camadas mais internas de sua consciência, vem a lembrança de seu pai. O senhor Baresi já havia dito a mesma coisa ao jovem em algum momento de sua infância. Refrescando e acalmando sua mente com essa memoria e mais algumas outras vinham na cabeça de Dominic também.

“ O que faz homem ser importante, poderoso, o que cria um império para si não é poder, dinheiro, influencia.. esse tipo de coisa só leva a ruina. O que faz um homem ser um rei são as pessoas que os cercam, é a porra da confiança. Ta ouvindo, garoto? “ – O jovem Baresi promulgava os dizeres como um monologo, uma fiel reprodução enquanto relembrava daquela cena. - Era isso que meu velho dizia, o tempo todo. Entao, eu posso confiar em você ou não?

O jovem Baresi chamava Rockie ao seu braço e fazia um leve carinho em sua companheira, que parecia não gostar desse tipo de afinidade. A símia saía de seu colo e ficava sobre sua cabeça. Dominic dava três tapas em seu próprio rosto. Aquela discussão, com toda essa situação presente, o fez lembrar coisas que pareciam estar bloqueadas em sua mente. Mesmo sem esperar uma resposta de Killua, o garoto zumbi ia seguindo o gêmeo restante no caminho à oeste.

- Fica atenta Rockie, qualquer armadilha ou coisas fora do normal, avise!

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02 - Lá e de Volta Outra Vez

11:55| 26o


Diante das ameaças de Killua uma vez mais, o jovem revidava, afinal, não tinha sangue de barata para aguentar tudo aquilo calado. Uma estranha rixa parecia se iniciar entre os dois, com Killua olhando seriamente para o jovem Baresi... e logo dava um pequeno risinho – Estava pensando quando você ia se impor perante minha fala... você não parece um mimadinho que recebe as coisas e apenas se defende. Eu fui criado na base da força e do medo... é assim que eu aprendi. Ameaças fazem parte, eu consigo distinguir os inúteis dos que podem ter algum futuro. Parabéns, passou no primeiro teste. Você tem coragem e parece intrépido...mas eu não recomendaria aceitar uma briga comigo. Poucas vezes eu perdi e sempre eram sangrentas – Killua restava fitando os olhos do garoto por alguns segundos e logo dava outra risadinha, seguindo adiante... seria verdade aquilo, ou somente mais um teste?
 
Enquanto ia na frente, Killua aproveitava para complementar seu raciocínio, de costas para o rapaz – Seu pai pareceu um homem esperto, se tiver aprendido com ele, vai se dar bem na vida – Tudo aquilo parecia fazer Dominic “acordar” e realmente parecer querer algo, deixando, pelo menos um pouco, de ser um jovem aparentemente sem propósito. Será que isto continuaria ou Baresi iria parar por ali? O futuro ia dizer.
 
A dupla, agora parecendo concordar mais em termos, ia caminhando, atenta, seguindo os rastros. Killua parecia ter mais facilidade de andar por ali, enquanto Dominic ainda “brigava” com os galhos no caminho. Após alguns minutos, Aipom pulava com sua terceira mão e gritava bastante, de cima de um galho. Parecia ter achado algo importante. Killua apressava o passo... Dominic tentava, mas não era tão fácil para ele.
 
Próximos do local em que Rockie parecia apontar, Killua vinha, voltando. Os olhos dele encaravam os de Baresi, estavam bem molhados, parecendo que o garoto iria chorar... mas ao mesmo tempo tentava se manter forte, não deixando as lágrimas jorrarem – Vamos voltar atrás da árvore, não tem nada para ver aqui... mas se quiser ficar traumatizado, poder ir lá – o rapaz falava e logo seguia o caminho de volta, com um dos punhos cerados e a pisada forte pelo chão: estava com muita raiva...
 
Aipom voltava para a cabeça de seu treinador, tapando os olhos com a terceira mão... parecia ter visto algo realmente chocante. O que faria Dominic? Veria o que tinha acontecido, ou apenas iria voltar com Killua?


Ao final, pequenos pingos de chuva começava a cair, atingindo Rockie e o rosto de Dominic. Um inicio de sereno que poderia significar uma grande chuva.

(C) Ross




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A pequena discussão entre a dupla parecia ser benéfica apesar de tudo. Killua se explicava, alegando novamente ter passado por maus bocados durantes sua infância, e “aprovava” o jovem Baresi em seu pequeno teste pessoal. O gêmeo restante o fitava com os mesmos olhos assassinos de sempre e batia pé firme sobre sua capacidade de combate. Dominic ouvia toda explicação, ainda ocorrera também um elogio ao seu pai, que surpreendia o garoto zumbi.

- Aprovado no teste ne, você é um sadistinha de merda KKKK – Rindo um pouco da situação, Dominic se sentia mais confortável, ate tentando fazer uma brincadeira.

Com um sentimento de gratidão por ganhado um pouco do respeito com seu parceiro, a dupla seguia sua caminhada com Don tento grandes dificuldades. Não era costume seu andar neste tipo de mata fechada, quase como uma verdadeira selva. Do outro lado, seu parceiro mantinha um ritmo acelerado sem maiores dificuldades, guiando o time na frente. Mesmo com todas as dificuldades encontradas ate agora, o garoto zumbi continuava empenhado, demonstrando uma tenacidade que não existia antes. Talvez, pela primeira vez em sua vida, ele parecia realmente querer algo.

Ao se aproximarem de uma área, Rockie gritava de maneira frenética e vinha correndo de volta ao seu treinador. Dominic tentava apertar o passo, enquanto Killua que estava mais a frente, já vinha retornando com uma expressão desoladora. Seus olhos pareciam exalar uma minúcia de choro que era travada por sua dura personalidade, como se conseguisse impedir toda emoção e seguir em frente. Suas mãos fechadas e passos firmes demonstravam que sua raiva parecia ser maior que sua tristeza. Engolindo tudo aquilo, o jovem sinalizava para procurarem pela tal arvore.

Ouvindo isso, instantaneamente, o garoto ligava todas as informações em sua mente: tristeza de Killua, Rockie assustada, voltarem para a busca da arvore. Dominic gelava, pois tinha quase certeza de que a cena traumatizante deveria ser sobre Zoldyck. Seu coração batia mais rápido e sua boca ficava seca, sua barriga parecia embrulhar em só imaginar o pior que poderia ter acontecido, ficando assim por poucos segundos enquanto processava todas aquelas sensações. O garoto já havido visto cadáveres durante sua vida, mas nem sequer conhecia-os, tornando a situaçao bem diferente pelo contato que teve com a dupla ate então.


- Não pode ser..caralho. Arghh! Toma no cu!

Dominic não acreditava no que estava imaginando, relutava e xingava diversos palavrões possíveis. Sua personalidade era forte, o garoto precisava ver para enfim acreditar que aquele drama traumático era verdade, como se no fundo soubesse, mas não quisesse acreditar naquilo tudo. O garoto zumbi vai ate o local, e após isso retornaria seguindo Killua.

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02 - Lá e de Volta Outra Vez

12:15| 23o


Ao se deparar com os anúncios de que algo “pesado” havia ocorrido, afetando bastante até sua colega pokemon, Dominic sentia em si o que provavelmente já suspeitava: Zoldyck havia morrido! Apesar da morte não ser uma companheira estranha para o rapaz que viva em uma família de mafiosos... quando acontecia algo com pessoas que ele conhecia, reagia como outro humano qualquer. Suava frio, engolia seco, com um pouco de tremedeira e borboletas no estômago. Não sabia se estava preparado para ver aquilo..., mas mesmo assim foi, tinha que saber que fim havia levado seu breve companheiro.
 
Rockie não quis acompanha-lo, permanecendo em um galho ali perto. Estava muito impactada. Assim, Dominic caminhava, não sabendo o que pensar e com uma miríade de sentimentos o envolvendo. Ao se aproximar, via uma espécie de armadilha, parecida com a que havia encontrado Killua. Um buraco escondido por vegetação em cima. Ao chegar cada vez mais perto, o cheiro de sangue era impactante e enjoativo. A morte parecia se alimentar ali, à espreita de visitantes.
 
Então olhou, já sendo cada vez mais molhado pelo sereno... apesar dos trovões corriqueiros não lhe incomodarem mais. Ao fundo do buraco, mais fundo que o anterior, havia estacas de madeira com lâminas afiadas na ponta... entre as lâminas, se encontrava Zoldyck. Seu sangue estava espalhado por todas as armas do local, além de estarem no fundo também. 2 das lâminas atravessavam o rosto do rapaz: uma em um dos olhos, a outra na testa, mais 3 atravessavam o tronco, outras nos braços e nas pernas... o jovem estava deformado, dilacerado, não parecia nem humano, apenas carne e osso jaziam pendurados pelas lanças e o sangue jorrando, em gotículas.
 
Dominic tentava se controlar para não vomitar... mas acabou cedendo e o vômito já passava da garganta quando Killua o puxava, impedindo que Baresi vomitasse em seu irmão morto. O rapaz despejava tudo no gramado, e repetiu mais uma vez. Aquilo era brutal. As pessoas por trás daquilo realmente não estavam brincando. Se haviam dúvidas pairando no ar sobre a real “verdade” de suas palavras, agora já não havia. Eles eram morte e sangue para os perdedores.
 
Killua, se controlando para manter a calma – Não vou deixar você vomitar no túmulo do meu irmão! Quando isto acabar, irei procurar Gon e dar um enterro adequado para ele... mas por enquanto, tenho... temos que sobreviver – o rapaz olhava para os drones ali, 2 haviam ido embora, sinalizando a morte de um dos membros do trio, agora dupla. Mostrava o dedo do meio e xingava bastante aquelas máquinas e ao tentar pegar uma pedra para atirar nelas, recebeu um choque e caiu no chão, gritando muito de raiva.
 
Depois de se recuperar, Killua passava a mão pelo corpo rapidamente, retirando a grama do mesmo. Respirava ofegante, mas ia se acalmando, ainda fitando os drones. Depois de alguns segundos, foi andando – Vamos, o tempo vai fechar daqui a pouco, seria melhor se estivéssemos já cobertos – Entretanto...quando começava a caminhar, pequenos movimentos podiam ser ouvidos nos arbustos pertos do local onde a dupla estava. Killua parava, restando imóvel – Droga... Dominic, chame seu pokemon, temos um problema... ou vários deles.


(C) Ross




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O que já era esperado finalmente acontecia. Uma verdadeira cena de horror. Com o corpo totalmente dilacerado, diversas perfusões e um mar de sangue banhando o chão jaziam os últimos momentos de Zoldyck. Uma cena realmente traumatizante, fazendo com que o jovem vomitasse e dispersasse pequenas gotas de choro ao ver aquilo. Mesmo sem ter tido tempo de conseguir um afeto de amizade, ver alguém que esbanjava vivacidade morto daquele jeito não era coisa fácil. Killua se irritava e arremessava uma pedra contra os drones, tomando uma carga considerável. Ainda imóvel Dominic assistia aquilo como se estivesse em transe, vomitando mais uma vez. Alguns trovões e serenos pingos já começavam a cair do céu, anunciando que a, agora, dupla deveria seguir seu rumo.

- Temos que sobreviver.. Conte comigo, iremos enterrar seu irmão da maneira que ele merecia. É o pagamento da minha divida a você. Não tenho palavras pra um momento como esse. Meus sentimentos.

O gêmeo restante se recompunha da carga recebida e novamente dita o ritmo da caminhada. Ainda abalado pela cena, Dominic se vê na obrigação de seguir e ser forte, visto que Killua ainda permanecia resoluto em sua missão sem se abalar completamente. Logo ao voltarem em marcha, pequenos movimentos dentre as vegetações pareciam fitar a dupla. O garoto cessava seu movimento e já alertava o garoto zumbi que uma batalha bem complicada estava prestes a acontecer.
- Rockie! – O garoto chamava sua parceira para o futuro confronto. – Não mergulhe dentro da vegetação, espere algum deles sair e já inicie com dois Scratch!

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02 - Lá e de Volta Outra Vez

12:40| 25o


Depois de vomitar e se sentir realmente mal, Dominic agora parecia melhor, mas ainda triste por perder um companheiro... e mais ainda pelo seu outro parceiro, que havia perdido o irmão e ainda ganhara um choque! Diante das condolências para com Killua, o rapaz de cabelos brancos agradecia sinceramente.
 
A volta do grupo até a árvore, todavia, parecia ter sido obstruída. Movimentos suspeitos aconteciam nos arbustos da mata. Killua logo restava tenso, notificando Dominic que logo se preparava. Jogando na defensiva, Rockie era instruído a esperar os “inimigos” saírem primeiro. Da mesma forma fazia Killua – Meruen, fique atento e também espere eles saírem do esconderijo. Temos que enfrentá-los em um terreno menos favorável. Eles conhecem essas matas, não podemos cair na armadilha de os perseguir, entendeu? – Electrike também parecia triste, mas sinalizava com a cabeça positivamente, tentando permanecer calmo.
 
De alguns arbustos, podia-se ver olhos negros com a íris circular verde. Eram penetrantes, sempre observando os jovens... todavia, não pareciam querer atacar, ficando no seu canto.
 
Depois de um tempo, Killua parecia desistir de se manter na defensiva, bufando, chamava Dominic de volta – Esses pokemons não parecem querer lutar, não podemos ficar aqui para sempre, temos que nos abrigar... e rápido – o jovem estendia sua mão e sentia as gotas de chuva mais fortes agora. Assim, fez um gesto com a outra mão, chamando Baresi para a acompanha-lo e logo Killua ia na frente, como sempre.
 
Durante o trajeto, a dupla não podia deixar de notar, já que eles faziam barulho ao se mexerem entre a mata, que os pokemons de antes estavam seguindo os rapazes, sem se deixar serem notados... exceto pelos olhos escuros com o breu. Do alto dos galhos, também podia-se ouvir barulhos estranhos. Diante dos perigos do local e agora pokemons selvagens os seguindo... Killua resolveu desacelerar o passo, se aproximando mais de Dominic – Parece que a nossa “companhia” está aumentando... temos que ser mais cuidadosos
 
O grupo havia andado alguns quilômetros, desviando de prováveis armadilhas e atenta aos arredores. Agora já conseguiam ver a tal árvore. Era realmente grande, com galhos e folhas largas. De repente, Rockie, que ia por cima para adiantar o caminho que o grupo iria seguir, caia no chão, machucado e soltando um grito, que assustava os presentes. Aparentemente haviam derrubado o símio da árvore. A dupla também podia ouvir cada vez mais movimento e agora já podiam ver sombras pelos galhos.
 
Enquanto iam ver o que acontecera com Rockie, 3 pokemons apareciam de algum lugar, obstruindo a passagem dos 4 integrantes... não queriam deixar eles entrarem para ver a árvore. Aparentemente era um local “sagrado”. Um parecia uma pinha, o outro um verme vermelho e por fim, o pokemon de olhos negros se mostrava, uma espécie de besouro branco. Os 3 encaravam a dupla de humanos. Não pareciam ser do tipo que "conversa".
 
O que faria Dominic?


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