[001] First Things First

first things first

Lief e seus novos amigos seguiram andando pela cidade. Conforme avançaram, a paisagem mudou. Os prédios iluminados e as ruas movimentadas deram lugar a uma atmosfera mais sombria. Todos do grupo sentiam calafrios, exceto por Misdreavus que parecia ficar cada vez mais animada.

— Parece até um filme de terror! — o garoto de Johto pensou alto.

No fundo ele também parava para analisar. Até na parte mais deserta da cidade a visão era, embora melancólica, capaz de aquecer seu coração. Ver sua parceira sentindo-se alegre, flutuando de um lado para o outro e tentando confortar os outros pokémon, o fez ficar um pouco mais tranquilo com a situação.

Enfim chegaram ao local almejado, Uma rua repleta de casas abandonadas, uma mais misteriosa do que a outra, certamente nenhuma convidativa para um grupo de jovens assustados, mas Lief sentia-se ficando mais pleno.

— Yomi é você? — olhou para o lado e viu novamente sua parceira utilizando sua habilidade para ajudá-lo a encarar o novo desafio — Você é incrível! Fique de olho e ajude caso alguém mais precise!

Derek pronunciou-se pedindo que Lief escolhesse a casa por onde começariam a exploração. Havia uma casa grande que se destacava das demais e outras menores.

— Acho que podemos começar pelas menores... — refletiu — Dizem que tamanho não é documento, não é mesmo?

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O grupo invadiu o terreno da casa escolhida. Por um momento o jovem de Johto questionou-se se o que estavam fazendo não seria errado, mas deixou para lá, as casas pareciam estar abandonadas há pelo menos alguns anos.

Adentraram a casa e se depararam com duas opções: explorar a cozinha ou o andar superior. Amélia sugeriu que se separassem, formando duplas, Ela acompanharia Lief enquanto Lexie e Derek explorariam o outro cômodo. Antes que os garotos pudessem decidir o caminho que tomariam, Misdreavus começou a subir as escadas, parecia querer escolher por eles.

— Yomi, espere! — chamou o garoto enquanto seguia sua parceira.

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Chegaram ao topo. O andar se dividia em alguns cômodos. Destacava-se um som que vinha de um dos quartos. A garota assustou-se e escondeu-se atrás do novo amigo. Embora pudessem imaginar que se tratava de algo normal, Lief sabia que não conseguiriam explorar a casa sossegados enquanto não averiguassem. Decidiu então ir na direção do tal barulho.

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Os companheiros caminharam em direção ao barulho. Encontraram a porta do quarto entreaberta. Entraram receosos e o que viram foi um quarto completamente devastado pelo tempo. Os móveis estavam envelhecidos, cobertos de pó, com a madeira corroída por cupins. Viam-se montes de palha espalhados por todo o cômodo, formando o que pareciam pequenos ninhos de pokémon voadores.

Logo conseguiram ver do que se tratava a origem do barulho: um pequeno pokémon pássaro. De penas azul escuras, ele possuia uma marcação vermelha que se estende do peito até a testa, a parte inferior de seu corpo era branca. Infelizmente, Lief não pôde contemplar a beleza do pokémon. O garoto percebeu que tratava-se de uma situação de perigo. O pássaro estava gritando de dor, sua pata estava presa em uma fresta no chão.

Com a aproximação dos humanos, o pequeno ferido desesperou-se ainda mais, agravando a sua situação. Lief parou, precisava pensar. A situação era de risco, mas ele não podia agir com pressa ou só pioraria as coisas.

— Yomi, preciso de você! — a fantasma aproximou-se do garoto enquanto ele procurava algo em sua mochila — Preciso que você use sua habilidade e acalme ele para que eu possa me aproximar, vou usar a poção que recebi de Noah para tratar seus ferimentos.

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Lief relaxou, o pequeno pássaro parecia estar se acalmando agora que ele tinha utilizado a poção. Misdreavus parecia ainda apreensiva, afinal o pokémon continuava preso ao chão. Do jeito em que se encontrava, eles não estavam conseguindo pensar em uma forma de tirá-lo dali. Amélia fala em voz alta o que todos estavam pensando. Foi a motivação que o garoto precisou para a ideia vir.

— Talvez se eu capturasse ele... — falou — Parece a melhor opção...

Yomi concordou com a cabeça. Entretanto, o jovem não parecia animado com a ideia. Ele era acostumado a estar perto dos pokémon, estava sempre brincando nas florestas perto de sua casa, mas ele nunca havia capturado um antes. Não lhe chamava atenção a ideia de prender um ser e forçá-lo a lhe acompanhar. Com Misdreavus foi diferente, ela escolhera estar com ele. Seguiu-o do cemitério até em casa e não o deixou mais.

Deixou esses pensamentos de lado, não era a hora certa. A situação exigia que algo fosse feito. Lief pegou uma pokébola em sua mochila, aproximou-se do pokémon voador e encostou a pequena esfera alvirrubra em seu corpo. Uma luz vermelha saiu de dentro e envolveu o pequeno. O pássaro foi absorvido, a pokébola repousou no chão e começou a se mexer. Ninguém conseguia desviar o olhar.