Passando o tempo antes do evento

epois de chegar ate a cidade de Forina, eu decido não ir até o teatro imediatamente, gostaria de dar um passeio pela cidade, antes de participar do tão aguardado evento. Com isso em mente, começo a andar pelas ruas da cidade, queria explorar as partes mais suburbanas, já que achava que as chances de encontrar algo interessante eram maiores por la.

A cidade estava em festa; o centro cultural de Hoenn agora era palco de um gigante evento teatral de atuação espontânea! Melhor que uma grande peça de teatro é uma grande peça de teatro que qualquer um sinta-se componente importante do evento. Igor chegara já num ritmo de correria! Treinadores para lá, coordenadores para cá, muita falação, risada e pulação. Era cedo; ainda não pegara o horário dos bares lotados, das músicas na esquina, dos bêbados jogados. Oh, quando visse aquilo, ai sim ia se perder no local; se parece movimentado agora, nem imagina como será horas mais tarde!

Era realmente confuso. O rapaz tinha total liberdade para ir aonde quiser e... bem, ao mesmo tempo, não o tinha. A terrível impressão de que todas, absolutamente todas, as possibilidades teriam gigantescas filas o assombrava. Ainda que Forina seja famosa por sua rica cultura a cidade não é lá bem estruturada como um Mountrock da vida e depois da última repercussão do teatro-vivo, era esperado que este seria um evento que beirasse a grandeza de uma Copa da vida. E quase conseguiu, viu? Talvez não alcançaram esta meta pelo motivo mais óbvio: a infraestrutura da cidade deixava a desejar e, por isso, vários treinadores e coordenadores só deram meia volta e foram embora, não conseguindo ser atendidos nem no centro pokemon. Talvez este venha a ser um possível problema para Igor, que não conseguiria ser tão pragmático assim em suas ações, já que lotaram tudo de burocracia para dificultar o acesso ao serviço mas não superlotar as instituições; Centro Pokemons estavam pré-agendados, restaurantes pediam reserva, bares eram pagos pré-consumo, comandas era postas em todos os estabelecimentos, bancos barravam entrada de clientes após as duas da tarde e lojas já não mais se contentavam em atender apenas quem está "passando para dar uma olhadinha".

É, talvez a correria não tenha caído tão bem à Forina. A cidade parecia caótica e indesejável se olhasse mais de perto. A ideia de Igor talvez não tenha sido das melhores; conhecer justamente aquele local agora que estava tão recém chegado em Hoenn? Bem, definitivamente não era o melhor dos dias, além disso, se ficasse muito tempo parado ali seria atropelado; era melhor que seguisse um fluxo para algum lugar e encontrasse um canto.

OFF: Ei Igor, bem vindo de volta ao forum <3 Talvez você não lembre de mim mas acredito que nunca nos esbarramos entre narrações no RPG, né? Talvez uma ou outra troca de posts na MR mas saiba que é muito bom te ver por aqui de novo, espero que seja divertido para os dois <3

omo esperado a cidade estava lotada, não estava acostumado a estar em um local tão movimentado, mas era uma coisa que eu teria que enfrentar já que queria muito participar do evento. Meu primeiro dia em Hoenn não ia muito bem, quase tinha sido vítima de um acidente de trânsito e não encontrava algum lugar interessante onde eu podia ficar, a unica certeza que eu tinha é que eu queria sair logo dali.

Como queria evitar toda essa multidão, resolvi seguir para áreas ainda mais suburbanas da cidade, longe de todos os treinadores e coordenadores que vieram atrás do evento, me dirigia para o final da cidade, quem sabe ali não encontrava um pouco de paz ou quem sabe um pouco de aventura. Ainda não sabia, mas seguia caminhando, provavelmente a caminho da costa, ali ao menos teria uma boa vista para contemplar.

Forina era cidade litorânea e ir ao subúrbio significava em suma migrar para o oeste. Assim Igor foi, talvez não tenha nem notado mas a única direção possível para o rapaz fugir do trânsito era em direção ao monte Pyre. Andara mais e mais até conseguir encontrar uma mínima diminuição do fluxo mas ainda não estava nem próximo da saída do núcleo da cidade e muito menos da paz e da calmaria, talvez fosse melhor pegar um ônibus; o mais vazio que tivesse. Ou não; talvez se enfiando no meio de bairrozinhos desconhecidos ache a tal calmaria que procura. Enfim, não sei, sei que ali não estaria e para piorar, não parecia estar tão próxima assim. Igor já havia andado cerca de quinto quilômetros e não achara nem sequer um espacinho para encostar e esticar as pernas em paz.

Ainda ninguém indagara o rapaz nem nada chamou atenção dos seus olhos, até porque, com tanta informação ao mesmo tempo, como diabos prender a atenção em um ou outro acontecimento? Impossível; talvez devesse apanhar um ônibus ou andar para algum lugar específico. Dizem que toda cidade à lugares inexplorados por turistas; subterrâneos, terrenos abandonados, espaços marginalizados que, ainda que não rendam boas histórias, espaço tem de sobra.

epois de muito caminhar, percebi que meu plano de chegar a costa não estava funcionando, estava em busca de algo diferente, novo, que pudesse me entreter, mas aquela não parecia ser a direção correta, sendo assim, resolvo parar em um pequeno banco e começo a refletir. Minhas primeiras horas em Hoenn não haviam sido como eu imaginava, mas ainda sim era recompensado com uma boa vista, bem ao fundo eu podia ver um monte, não sabia seu nome, mas parecia algo interessante, foi neste momento que me ocorreu, se nada encontro aqui, talvez o melhor seja conhecer este monte, mesmo que a caminhada seja longa.

Dito isso, checo minha garrafinha de água e meus suprimentos, prendo bem minha mochila e começo a minha caminhada até aquele monte, ao menos agora tinha um objetivo estabelecido, esperava encontrar alguma coisa lá, mas de qualquer forma tinha certeza que era um bom lugar para ser utilizado como mirante para ver a cidade em que eu estava.

O monte Pyre era o maior cemitério de Hoenn e Igor não chegaria lá em algumas horas; as placas indicavam o caminho mas, se olhasse melhor, estava a 36 km de distância. Ele ficava ao fim da rota 123, que desembocava em Forina também; se quisesse ir até lá precisaria sair da tal cidade, talvez ai sim se livraria da movimentação. Como não tinha percebido isso ainda acabou por seguir o desconhecido e a paisagem foi mudando. Da velocidade da cidade grande ao teor mórbido de uma comunidade suburbana extremamente religiosa. Ainda via-se bares, jovens e velocidade, mas agora, na esquina, o restaurante deu lugar à assembleia de deus, à estátua de Lutero, ao divino senhor. Hora ou outra encontrava lojas crentes e um ou outro carro de som convocando fiés. Ok, Igor conseguiu sair da tal muvuca, mas fora para um lugar esperado? Provável que não. No seu último passo chegou à uma rua sem saída e o quão metafórica ela era! Um coveiro à sua esquerda anunciava seu serviço fúnebre e informal, uma loja de caixões à direita e um pequeno cemitério à frente. Em volta? Casas de vela, floriculturas, feitores de coroa de flores e mulheres que, se quisessem, leriam sua sorte, ou falta dela.

Se quisesse estacionar lá conseguiria; agora podia encostar suas costas, esticar suas pernas, sentar num banco, até alugar um canto se quisesse; a vantagem de estar próximo de um cemitério é que sempre há um terreno abandonado de aluguel extremamente barato nos arredores.

medida que o tempo passava, percebia que o monte não ficava mais perto, aquilo começava a me incomodar, provavelmente eu estava muito mais longe dele do que havia imaginado, e ainda por cima, chegava em uma área bastante sombria da cidade, havia me livrado de toda a confusão da cidade, mas agora essa confusão era trocada pelo silêncio fúnebre do cemitério que estava bem a minha frente.

Observando ao meu redor, via que havia duas lojas perto de mim, mas não estava interessado em nada daquilo, ali o mais interessante provavelmente era o cemitério e o local abandonado, queria conhecer os 2 lugares, que sabe ali, onde eu menos esperava, encontraria algo de interessante. Segui primeiro para o cemitério, ia dar uma volta por ele para conhecer, e se nada de interessante chamasse minha atenção, seguiria direto para o terreno abandonado, pretendia investiga-lo.

Não se interessara por nada em volta, até porque, o que compraria nessas lojas? Entrou no cemitério ainda de dia e encontrou talvez o único lugar completamente vazio de Forina. Mal mal cigarras cantavam ali. Logo à frente as estruturas padrões; o portão velho de entrar, a cruz branca centralizada e o queimador de velas logo a baixo da cruz. Ali havia um lugar pra se apoiar e ajoelhar e, um pouco mais para frente, um pouco mais para frente, a capela ecumênica. Era um cemitério tradicional, público, desorganizado e completamente vazio, até então nada demais teria ali. Se continuasse à explorar acharia diversos túmulos, cada um com seus dizeres, histórias, homenagens e choro. Ao fundo uma cruz negra, padrão de cemitérios públicos. No mais era isso; o terreno era extenso e, para explorá-lo, Igor teria que optar por onde começar, decidir se daria a volta, se caminharia sob as lápides ou se só olharia o que desse.

Off: Você veio de Tohjo né??? Então, Hoenn é bem melhor formulado e tem umas facilidades maravilhosas como....... bem, um mapa, olha: https://pokemyrpg.forumeiros.com/t14552-mapa-de-hoenn

omo ainda era de dia, pude dar uma boa olhada no cemitério. A primeira vista, parecia um cemitério comum, mas não podia afirmar isto, visto que ele era imenso e não o investiguei por completo ainda. Optei por dar uma volta ampla por todo o lugar, atento a qualquer coisa que me chamasse a atenção, observava as lápides e seus arredores, itens deixados nos túmulos, flores, enfim, analisava todo o ambiente, até as áreas ainda abandonadas onde ainda não haviam túmulos, nunca se sabe o que eu poderia encontrar num lugar como este.

Para me ajudar nesta tarefa chamei charmeleon, assim mesmo se escurecer teria alguma iluminação e ele também podia ficar atento aos seus arredores.