#2 - Lucky Future

Os pokémon dos adversários foram derrotados, Kath finalmente pensava que teria um alívio, mas os deformados avançaram violentamente para cima de Anduin, esfaqueando-o, sem se sentirem ameaçados pelos pokémon a sua volta. O loiro ficara gravemente ferido e os loucos iam em direção a Kath. O breve momento de coragem e ferocidade que sentiu instantes atrás se esvaia e a garota era tomada pelo medo novamente, tremendo e olhando fixamente aqueles seres monstruosos indo em sua direção e depositava suas esperanças em Zen que para o bem dela, a protegeu, junto com os pokémon de Anduin, que queimaram os inimigos vivos. Estava aliviada por ser salva, mas ver toda aquela carnificina a deixava tonta e a beira de um desmaio.

Os dois jovens então tinham uma breve pausa de toda essa loucura, Anduin dava Potions para a garota. -Muito Obriga...- Antes que Kath pudesse agradecer o garoto, uma flecha o acertava bem na cabeça e ela então começava a chorar descontroladamente, com o corpo sem vida de Anduin em cima dela e o quase sem vida de Marg ao seu lado: -Não, não, não. Por que é assim? Por quê?- Gritava no tom mais alto que sua voz alcançava e ficava olhando para baixo fixamente, nem chegando a ver a aparência de "Mama" que havia chegado (O que é melhor para ela), mas ao ouvir uma lança e uma flecha conectando em carne, ela levantava a sua cabeça e via a continuação do massacre. -Pare com isso por favor.- Falava ainda sem manter contato visual com "Mama", com sua cabeça apoiada nos seus joelhos. -Pelo menos deixe ela viver.- Apontava para Marg e então pegava a mão dela.

Não sabendo o que fazer, Kath então tentava falar com o único aliado restante, que era Zen, mas quando levantava a cabeça para poder vê-lo, acabava vendo "Mama" de relance também e os seus pokémon, fazendo com que a jovem desse um pequeno salto de susto e então começasse a ofegar: -Zen, vou precisar que você me ajude, não sei se você consegue, mas peço para que você nos salve, ou pelo menos leve só a Marg com você.- Ela dava leves afagos na cabeça do pokémon, mas sua mão estava trêmula -Caso você não consiga, vamos lutar pelas nossas vidas, ok? Nesse caso, você ataca o Mightyena com dois Fire Punch.

Os pokémon que "Mama" estava usando eram vantajosos em relação a Zen, o que piorava ainda mais a situação de Kath. O cenário ideal seria se conseguissem fugir, mas ela já estava aceitando a sua morte. Olhava Zen, tentando esboçar um sorriso para deixá-lo seguro, mas sabia que ele como um psíquico, saberia identificar que aquele sorriso era falso, era óbvio ao ponto de nem precisar de poderes psíquicos, mas ela estava abalada demais para ponderar isso, então acaba deitando no chão, estando bem próxima de desmaiar, segurando a mão de Margaretha, procurando por sinais de vida da amiga.

Kathryne estava a ponto de se entregar para os pokémon de Mama e aceitar sua morte, não queria deixar Zen pressionado, mas na situação em que estava, o pokémon já ficava assustado ao ver sua treinadora gritando e prestes a desmaiar. Ela então ficava deitada ao lado de Marg, nas esperanças de que Zen conseguisse fazer algo. Lágrimas corriam pelo resto de Kath: -Nunca pensei que seria assim. Espero que meu pai saiba que morri.- Murmurava para si mesma, esperando o desfecho daquela situação, não queria duvidar das habilidades de seu pokémon, mas também não queria nutrir esperança sobre algo que pode dar errado.

Então ela fechava os olhos e acabava ficando inconsciente, não sendo capaz de ver o que aconteceu. Então acordava em uma floresta, confusa e desorientada: -É assim que é a vida após a morte?- Não tinha a menor de ideia de como chegou lá, realmente pensava que tinha morrido, mas ao ver Zen caindo, no que parecia ser exaustão, Kath percebeu o que aconteceu e se aproximou de seu pokémon: -Hey, você conseguiu, salvou a nossa vida.- Falava com lágrimas no rosto, mas dessa vez aliviada e dava um beijo na testa do Kadabra antes de retorná-lo para sua pokébola. Agora estava salva, mas não fazia ideia de onde estava. Claramente não era o lugar de onde entraram naquele túnel, pois não era uma floresta.

Apesar de não ter sua vida ameaçada diretamente, Kath agora se encontrava em um local desconhecido e com a amiga desmaiada. Gritar por ajuda não era uma opção, já que isso podia perturbar os pokémon na noite. Restava então analisar em qual direção seguir, tentava analisar qualquer coisa que se destacasse, até que ouviu um cry de pokémon, que parecia estar pedindo ajuda. Kath temia os possíveis perigos de ir por ali, mas é o único "sinal" que poderia seguir, mas antes de partir, tinha outro problema, não poderia deixar Marg deitada sozinha no meio da floresta, mas ao mesmo tempo precisava dar um jeito de sair dali e de jeito nenhum conseguiria carregá-la.

-Vou me arrepender disso, mas tenho que ir.- Kath falava para si mesma, não teria como levar Marg e não poderia ficar parada então avançava para a direção de onde ouvia o pokémon. Andava, olhando continuamente para trás, estava se arrependendo de ter ido sozinha, mas era o que podia fazer.

Ela então partiu em direção ao som do pokémon, tendo que deixar a amiga para trás, era a única a melhor coisa que Kath conseguiu pensar, mas isso a deixava extremamente preocupada com Marg. Ela corria rápido para não se prolongar, mas a escuridão da noite fazia com que não visse obstáculos como galhos e raízes e se machucasse neles. O pensamento de marcar o caminho não havia passado pela sua mente e quando ela notou, já estava tarde demais, não sabia mais de onde tinha vindo e voltava a ficar assustada, com medo de ficar perdida ali no meio da mata.

Chegava até um local em que a luz da lua a permitia ver com clareza e lá encontrava o objetivo dela, um pokémon preso em uma rede, se debatendo e chorand. Kath ficava triste com aquela cena e queria ajudar o pokémon, mas um pensamento veio em sua mente: seja lá quem for que colocou essa armadilha, pode aparecer aqui a qualquer momento para ver se conseguiu pegar algo, e se essa pessoa a visse tentando salvar o bichinho, Kath teria que lutar, mas o oponente poderia ser forte demais para ela. Mesmo conhecendo esses riscos, não suportava ver o pokémon daquele jeito e se sentia no dever de ajudá-lo e afinal de contas tinha vindo por causa dele.

-Hey amiguinho, vou te tirar dessa, fique calmo.- Se aproximava lentamente dele, não queria deixa-lo assustado, então passou a mão de leve em sua testa antes de começar a mexer na rede. Quando começava a fazer o trabalho de libertar o pokémon, ela começava a ficar ansiosa, olhando para os lados e mexendo na rede um tanto que bruscamente, querendo ser rápida, mas temia estar só atrapalhando e machucando o pokémon. Começava a se sentir mal e pensar que não fazia nada direito e começava a se lamentar: -Me desculpe se estou te machucando, mas estou fazendo o melhor que posso- Tentava ver se conseguia acalmar o pokémon, enquanto ela mesma não estava nada calma, com medo de ser emboscada ali.

Mesmo com a tentativa de Kath de acalmar o pokémon, ele parecia ficar mais assustado, mas depois de se debater e tentar atacá-la, ele parava. Achava isso interessante, pois se lembrava de ter lido sobre um pokémon que parava até mesmo no meio de uma batalha e achava interessante conhecer sobre coisas que apenas havia lido sobre, pessoalmente, mas aquilo não era hora de ficar impressionada, precisava de um jeito de salvar o pokémon antes de ser encontrada por seja lá quem for que colocou essa armadilha. Ficava desanimada ao falhar em libertar o pokémon e sentia que estava apenas atrapalhando.

Mas então Kathryne nota algo interessante, a armadilha estava amarrada em um galho. Pensava no que poderia fazer, não tinha nada para cortar a corda e tentava ver se a alcançava para assim tentar desamarrar, mas não achava que isso daria certo. Continuava pensando e achava que deveria pedir ajuda a Zen, mesmo querendo evitar isso pois não sabia se ele ainda estava cansado, mas era o provavelmente o jeito mais rápido de resolver essa situação. O tirava de sua pokébola para ver como estava: -Hey, você está bem? Me desculpe, mas preciso de sua ajuda de novo.

-Você consegue mover a corda ou destruí-la com seu Psybeam?- Acabava por dar as instruções instantes depois de Zen ter saído de sua pokébola. Ela queria acabar com aquilo rápido e voltava a ficar olhando os seus arredores para ver se não tinha ninguém chegando. Estava ansiosa, roendo suas unhas e andando em círculos, mas então se voltava para Zen e passava a mão de leve em sua testa, não queria deixá-lo preocupado: -Não se preocupe, acho que estou paranoica e pensando demais.

Como esperava, Zen ainda não parecia estar completamente descansado e dentro de si, demorando um pouco para entender as ordens de Kath e acabava por demorar um pouco para conseguir romper a corda. Enquanto isso Kath ficava ainda mais preocupada com Marg, tinha que voltar rápido para ela e também com si mesma, mas essa era menor, pois ela já ficou por ali tanto tempo e ninguém apareceu para ver a armadilha. Por fim, Zen conseguia romper a corda e libertar o pequeno pokémon, que voltava a ficar cheio de energia e se prendia ao Kadabra rapidamente, Kath dava um risinho ao ver essa cena.

-Hey amiguinho, quer vir comigo? Você não é um psíquico, mas posso ficar com você.- Se aproximava lentamente e começava a dar carinhos na testa do pokémon e tirava uma pokébola e a mostrava para ele. -E aí?- A garota estava se sentindo feliz naquele momento, havia salvado o pokémon e poderia acabar por dar um lugar melhor para ele, mesmo que não acabe sendo muito útil em sua jornada por não ser do tipo que Kath se especializa. Se sentia como se fizesse o bem, mesmo sendo um pequeno ato.

Enquanto Kath esperava a repsosta do pokémon, ela volta a ficar alarmada quando o ar começa a ficar envolto por fumaça e depois pode-se ouvir também o som de chamas. Não tinha ideia de onde isso vinha e também não queria checar, pois precisava ver como estava Marg e cuidar dela o mais rápido possível e também não queria entrar em outra situação perigosa, já havia passado por coisas demais no dia, coisas que deixaram traumas na garota.

Estava decidida a voltar, voltava Zen para sua pokébola e partia, mas havia um problema, Kath não marcou o caminho e não se lembrava completamente de onde viera, então não saíria correndo, andaria em um ritmo mais lento, para poder observar melhor por onde ia e também para não fazer muito barulho, pois não queria chamar a atenção de ninguém, ainda mais com o incêndio que estava acontecendo, o que indicava que poderia haver pessoas perigosas por perto. Começava a se desesperar, e se o fogo se espalhar para onde Marg está? Sua respiração começava a ficar mais pesada e ofegante e estava cada vez mais perdendo o foco de onde estava indo.