Jack of Spades!

Segundo ato!

A batalha se estendia por mais um tempo e enquanto Rocky e Chesire impediam as tropas de atrapalharem tudo que acontecia por ali, Katana se preparava para acabar com o sarcófago inimigo de uma vez por todas. Por outro lado, Tomoe e Xerneas pareciam aguardar o carateca do lado de fora do Castelo, com o lendário pairando no ar o mais alto possível para que ninguém os atacasse; assim que o Capitão e o Chapeleiro terminassem a luta, desceriam para resgatar Jack e companhia.

Chapeleiro parecia nervoso, andando de um lado para o outro e tentando beber de seu cantil que já parecia vazio. A vitória sobre Hawlucha parecia não ter animado-o muito, já que qualquer comemoração fora ofuscada pela chegada de Xerneas. Além disso, o fato do lutador e do noturno estarem destruindo suas tropas zumbis de almejarem seu objetivo também não ajudava muito.

O embate seguia, com Cofagrigus mais uma vez partindo para ofensiva: juntou suas quatro mãos fantasmagóricas e enviou a esfera negra em enorme velocidade na direção de Lucario, que imediatamente produziu sua típica barreira protetora, impedindo o ataque. Em seguida, retribuiu o mesmo ataque ao fantasma, que finalmente caía fora de combate.

O Chapeleiro parecia desacreditado, com o queixo tão caído que parecia ter quebrado parte do maxilar. Sua expressão era de mais puro ódio, sem comentar suas mãos que começavam a sangrar, uma vez que suas unhas perfuravam sua pele de tanta força que pôs em cerrar os punhos.

— FILHO DA PUTA!! — imagine uma pessoa que fora da água para o vinho; sem dúvida, Chapeleiro era completamente desequilibrado — EU VOU TE MATAR, MAS... — deu um sorriso malicioso — MAS ANTES VOU MATAR SUA NAMORADA E AINDA FAZER VOCÊ ASSISTIR O QUE EU VOU FAZER COM ELA ANTES! — Chapeleiro segurou em seu pênis por cima da calça — NÃO ADIANTA CORRER, NÓS VAMOS ACHAR VOCÊS! — abriu os braços — BEM-VINDO A DITADURA DE COPAS!

Dito isso, as tropas que Rocky e Chesire haviam derrubado começavam a se levantar, exatamente como zumbis sedentos por carne humana. Tomoe e Xerneas desciam e com mais um Moonblast, a fada conseguia afastá-los mais um pouco de perto de nossos heróis. Chapeleiro gargalhava alto, como se já tivesse perdido completamente a pouca sanidade que ainda o restava; olhou para Jack e soltou um sorriso, olhando em seguida para a loira que estava montada em cima do lendário e piscando.

— O que foi isso, Jack? Que nojo desse imbecil. — Tomoe perguntou, estendendo a mão para o carateca — Não importa! Precisamos sair daqui e procurar reforços! Vamos?

Will Allstar (50/50)

Chapeleiro Maluco (46/50)

Terceiro ato!

Dando de ombros para todo o falatório do Chapeleiro Maluco, Will decidia atacá-lo antes de evacuar do local junto com Tomoe e Chesire. Katana criava uma de suas poderosas esferas de alma e a enviava na direção do capataz de Copas, sendo imediatamente retornada para sua esfera metálica logo em seguida.

O malfeitor tentava fugir, mas a velocidade do ataque lutador era tão grande que o atingia e o arremessava para bem longe. As tropas começavam a se aproximar rapidamente de Xerneas, que com mais um poderoso Moonblast abriu caminho para saírem dessa vez diretamente pela porta do castelo. Alçaram vôo e parece que finalmente todo aquele pesadelo havia acabado.

Pelo menos, por enquanto.

O céu de Wonderland era belíssimo: suas duas luas surgiam uma ao lado da outra e as nuvens eram poucas, dando espaço para um horizonte belíssimo e estrelado, com poeiras cósmicas bem próximas, quase como se pudesse pegá-las com as mãos. O lendário começava a cantarolar uma canção de ninar que tornava a deixar tudo ainda mais tranquilo, dando finalmente um momento de descanso para nossos protagonistas.

— Obrigada por me salvar, Jack. — Tomoe olhava para trás, dando um selinho inesperado no rapaz — Precisamos saber onde pousar... O que tem em mente? — voltou a olhar para frente, acariciando Xerneas — Aliás, o que lhe trouxe de volta para cá?

Chesire estava agarrado com as garras fincadas na roupa de Will, próximo ao pescoço, com ambos os olhos arregalados:

— Loira, diz para sua amiga ir mais devagar!!! — o felino gritava, como se ninguém pudesse ouvi-lo — Explica para ela o nosso plano, Capitão!!!!

Terceiro ato!

Tomoe sinalizou para Xerneas que descesse em local chamado Oasis, ao leste do Reino de Espadas e norte de Copas. Olhou para trás sem entender um pouco quando Will comentou sobre sua perda de memória, mas sinalizou com a cabeça, escutando tudo que o rapaz tinha a dizer. Uma vez no chão, o local era completamente destruído, mas parecia já ter sido realmente um paraíso há um tempo atrás: uma enorme piscina natural refletia a luz de ambas as luas e coqueiros — alguns mortos e outros vivos — enfeitavam todo o seu entorno.

— Eu já li sobre isso uma vez, Jack... — Tomoe descia de Xerneas, que por sua vez andava aos poucos para beber um pouco da água do lago — Dizem que quando você sai de Wonderland é comum não se lembrar de nada, nem lá fora quanto quando retorna para cá. — abaixou a cabeça com uma expressão de tristeza — Quer dizer que não se lembra de nada de nós dois, né... — fitou Will e o abraçou, respirando fundo logo em seguida — Nadinha mesmo?

Chesire sentava ao lado de ambos e balançava a cabeça negativamente enquanto olhava o carateca, como quem dissesse que aquela não era a hora correta para isso. Lambeu sua patinha dianteira direita várias vezes, tentando se limpar um pouco do sangue do zumbis de Copas:

— Mudando de assunto, pombinhos. — sua expressão era preocupada — Como teremos apoio? Desculpe a franqueza, mas eles querem te matar, Tomoe, pelo que fez enquanto estava possuída. — voltou sua atenção para Will — Já você, te detestam por acharem que é um covarde. — deu uma risada — Digamos que não estamos na situação mais favorável aqui.

A loira soltava do abraço e colocava a mão direita sobre o queixo, como quem pensasse em uma solução. Andou de um lado pro outro e retornou Xerneas, não sem antes agradecer por toda sua ajuda; um lendário daquele em um lugar desses claramente chamaria atenção, algo que ninguém queria no momento.

— Podemos tentar, o máximo que farão será nos expulsar. — estalou os dedos — Ah, você quer ajudar Hawk, não é? Parece que tem algumas coisas no seu bolso de trás, poderia tentar usá-las nele. — apontou com o dedo — Tenho umas gases na minha bolsa também, posso fazer um curativo temporário nele...

O felino começava a andar para lá e para cá, subindo em alguns dos coqueiros mortos para ter uma visão melhor do local, descendo logo em seguida.

— Parece que estamos salvos aqui. — apontou com a patinha para a esquerda, na direção do mar — Conheço uma entrada por ali para o headquarters da resistência, podemos tentar ir por ali, o que acham?

Terceiro ato!

Tomoe consentia para afirmação de Jack, terminando de enfaixar o voador e se aproximando com certo receio para lhe dar o braço e seguirem caminho. A loira parecia confortável em fazê-lo, mas sua duvida estava no carateca, se ia ou não se sentir cômodo com tanta aproximação; afinal, para ele, ela era apenas uma estranha.

— Se precisar do seu espaço, eu entendo. — abriu um sorriso, dando um leve soco no braço de Will — A melhor parte disso tudo, se é que ela existe, vai ser assistir você se apaixonar por mim de novo. — fez uma careta de pura confiança, dando uma gargalhada logo em seguida e apontando para frente — Vamos logo, temos uma Rainha maluca para destronar.

De fato, nossos heróis precisavam de ajuda. Com todos aqueles guardas zumbis ensanguentados que o Império de Copas possuía, não havia outra alternativa a não ser de números para distraí-los enquanto Jack realizava o verdadeiro trabalho de derrotá-la. Chesire caminhava na frente, junto com Hawk, que agora estava em ótimo estado de saúde, de olho em tudo que acontecia aos arredores. Se aproximaram de umas ruínas, encontrando ali uma pequena porta improvisada que levava a um túnel subterrâneo que somente descia e descia e descia.

Iluminado somente por poucas lamparinas, o local não era muito confortável, dando para passar somente dois por vez. Os monstros de bolso seguiam na frente seguidos por Jack e Tomoe, de braços dados. Caminharam por alguns minutos, até que os túneis de terra eram lentamente substituídos por túneis de metal, indicando que mais a frente chegariam a uma espécie de edifício.

— Lá vamos nós... — Chesire resmungou — Não abaixem a guarda.

Foi só o felino reclamar que após poucos passos nossos heróis chegaram em uma enorme cúpula metálica subterrânea. Mas algo estava estranho... O lugar estava vazio, mas parecia ter sido esvaziado muito recentemente. Cafés ainda quentes repousavam sobre algumas das mesas, sem contar em algumas vestimentas e papéis simplesmente largados no chão. Nenhum sinal de luta ou de resistência para terem saído dali tão rápido assim. Algo estava errado.

E estava mesmo.

— Que inferno, cadê esses idiotas??? — Persian reclamou mais uma vez, dando alguns pulinhos para frente, somente para ser surpreendido por uma flecha que por muito pouco não pegou em sua pata — QUE?

Aos poucos dezenas e mais dezenas de membros da resistência saíam de lugares extremamente estratégicos, deixando somente o lugar de onde nossos heróis vieram disponível para os mesmos. Armados até os dentes, tanto com armas brancas quanto de fogo, foram se posicionando perfeitamente em um círculo, impedindo que Jack e Tomoe seguissem em frente.

— MÃOS PRO ALTO, PORRA! — um dos rapazes, encapuzado, gritava — SE TENTAR ALGUMA GRACINHA, VAMOS TODOS ATIRAR!

O silêncio tomou conta do lugar, sendo quebrado somente por um barulho de sapatos que pisava no chão metálico e ecoava por toda acústica do lugar, parecendo vir de um dos outros corredores. O eco ia ficando cada vez maior, até que era possível saber de onde estava vindo.

Um homem loiro, de porte alto, corpo malhado um pouco mais velho que Will e Tomoe aparecia. Assim que colocava o olho em ambos, fechava completamente a cara e apertava o passo na direção dos mesmos. Logo depois, deu uma leve risada de deboche, balançando a cabeça negativamente diversas vezes. Se aproximou:

— Mas você tem muita coragem mesmo de vir até aqui embaixo, Tomoe. — cerrou os punhos — Não pense que não vou te fazer pagar por tudo que fez. — voltou seu olhar para Will — E olha quem lhe acompanha... — deu uma risada — Quanto tempo, cunhadinho. Virou suas costas pro próprio reino como minha querida irmã? — balançou a cabeça negativamente e era possível ver uma tatuagem do símbolo de espadas em seu pescoço — O que o amor não faz, não é?
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Terceiro ato!

As explicações diante daquela situação não-muito-agradável começavam a serem dadas por parte de nosso herói, mas o líder da resistência não parecia muito feliz com a ideia. Além disso, era como se uma arena se formasse entre ambos familiares presentes: Tomoe encarava seu irmão e vice-versa, como se as palavras que Jack proferia não mudassem absolutamente nada; parecia que ambos tinham diferenças entre eles, bem como um passado não muito agradável.

— É, Ryota. — a loira finalmente abria a boca — Não achou que eu estava matando nosso povo porque queria, não é? — engoliu seco — Sei que temos nossas desavenças, mas só de pensar que eu poderia fazer algo assim... É repugnante. — balançou a cabeça negativamente algumas vezes — Você é meu irmão! — fitou Jack, com os olhos cheios d'água — Falei que era para você ter me matado, serei eternamente assombrada pelo que fiz quando estava possuída...

Chesire via a situação e bufava, até que parecia ter uma ideia após observar o comportamento do loiro. Olhou brevemente para Jack e deu uma piscadela, indicando que somente entrasse na onda do que o próprio malandro estava prestes a dizer:

— Rapaz, nossa inimiga é o mesma. — começou a caminhar, sem medo dos eventuais disparos que pudesse tomar — Você tem suas diferenças com a sua irmã, mas não conosco. Só queremos derrubar aquela desgraçada de uma vez por todas. — apontou para Will — Eis aqui o melhor guerreiro de Espadas! Como pode não querer tamanha grandiosidade ao seu lado? — o loiro parecia pensativo — Se não acredita, por que não demonstra pra ele em uma batalha de honra, Capitão? — falou com Will — Não de espadas, porque não parece ser muito a praia dos dois, mas de Pokémon! — o felino conseguia até arrancar algumas risadas dos rebeldes, que eram logo abafadas por uma expressão não muito feliz de Ryota. — Vamos, vamos! Não custa nada!

O loiro respirou fundo, olhando para Tomoe mais uma vez e balançando a cabeça em decepção:

— Claro. Sem problemas. — estalou os dedos — MAS! — abriu um sorriso debochado — Se eu ganhar, você vai deixar minha irmã aqui para que ela possa ser punida pelos seus crimes diante do povo. — fechou a cara novamente — Se você ganhar, deixaremos que se unam conosco. Inclusive, deixarei até participarem de uma ação que teremos contra Copas nos próximos dias.