Alice e o Cavaleiro Branco através da Quarta Parede

E tudo aquilo parecia bem próximo de acabar. Concentrei-me para não sentar no chão e ver o definhar dos pokemons com o passar dos golpes: Persian sofrera demais neste jogo e, por isso, eu já estava farta da brincadeira. Encarei Sabrina com um olhar fatídico; aquilo tinha que acabar:
- Protect e depois Hidden Power - Ordenei.

Eu poderia acabar com tudo logo mas não o fiz. Primeiro por não querer perder Persian novamente; segundo por simplesmente garantir meus pontos, que eram de direito meu.
Finalizava o placar: ainda estava na disputa.

Enfim o fim. Era eu e meus três pokemons, nenhum nocauteado, sob aquele cenário. A cortina baixou, o cenário retomou ao date simulation e as cenas passaram num veloz loop de gritarias: eu até tentei reagir mas não consegui. A velocidade de Sabrina era muito bem atuada e, por isso, não soube falar mais nada! Engoli a seco e arregalei os olhos, respondendo a velocidade com o que é mais comum no mundo: ansiedade e desconforto. Suspirei aliviada só com o fim do Skip; não só por ter acabado aquela euforia mas por (e principalmente por) ter chegado a cena final. Era eu e Nicholas. Num cantarolar bobo corri até o cogumelo mais próximo e num pulo sentei nele, convidei-o para sentar junto de mim e tirei dos bastidores um jornal. Dei-lhe e apresentei com bastante carinho:
- Essa invenção não é minha... mas o dono fez ela para distribuir mesmo. Ela é uma forma de informar - Expliquei ao jovem cavalo o que era o tal jornal - E nela diz que voltamos para cena. Deu certo cavalheiro! - Anunciei. Infelizmente não consegui atuar a animação que condiziria com a cena; o cansaço e tristeza não deixou.

Era mais um resultado frustrado: assim como alguns outros treinamentos ou aventuras, me pergunto se valeu a pena me exaurir ao máximo. Aquela peça custara muito: meus pokemons, minha saúde mental e meu tempo, além de claro, alguns itens. Fora um tempo com o Nicholas que podia ser aproveitado melhor, certo? Pois bem, poderiamos fazer um plano melhor qualquer dia desses. O chamaria para algo do tipo mas não ainda, agora eu iria pegar meus prêmios e meter o pé para o Centro Pokemon, cuidar principalmente de Loki que passara quase toda a peça sofrendo com o veneno no corpo. Skol também parecia cansado e Furfrou não havia descansado um segundo, nem mesmo após seu nocaute! Era hora de cuidar dos meus pokemons. O nariz empinado de Vili caia pelo cansado, o pescoço de Persian pendia ao chão e Loki me trazia um olhar pidão, daqueles de criança que só quer ir embora. Olhei para o ursinho e assenti com a cabeça: vamos embora, meus amores.