Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 9 - Tempestade [Tielo]

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Rota 121



As primeiras passadas eram estranhas e absolutamente incompatíveis com as expectativas do bardo para aquele tipo de aventura. Obviamente tinha sido alertado sobre as consequências daquela rota, o clima chuvoso era o plano, mas estava o prenúncio de uma grande tormenta.

Apertou totalmente seu casaco diante de seu corpo, e ofereceu um de seus cachecóis à Jynx que andava agarrada do pequeno objeto oval, à qual não parava de acariciar numa expectativa gigante de que ele chocasse imediatamente.

— Você está bem assim? Não está com frio? - A Pokémon apenas sorria, talvez pela ideia ingênua de Tielo sobre ela sofrer com temperaturas baixas. Oras. Era uma Pokémon do tipo gelo, acostumada com a baixa temperatura.

Retirou sua mochila das costas e começou a tatear os cantos à procura de um guarda chuva, e uma capa de chuva que bem dobrada mal ocuparia espaço. E assim que achou, convidou Jynx para abrigassem abaixo de uma árvore grande para que pudessem se arrumar.

— Preciso protegê-la. - Disse colocando a capa de chuva em cima da Pokémon e fazendo ajustes para que ela ficasse do tamanho ideal. Talvez tivesse uma proficiencia à ser estudada. Um design de roupas Pokémons não seria má ideia para um artista. Jynx parecia contente com sua capa de chuva apesar de transparente. - Olha achei que ficou incrível. Podemos fazer umas customizações com flores também. O que acha? Sei que você gosta de flores, pois quando te encontrei no Safari você estava fazendo arranjos florais lindos. - Jynx ficou nitidamente feliz com o elogio de sua habilidade e parecia concordar. Tielo pouco entendia sua linguagem, mas, com gestos e afins, se compreendiam... - Está pronto! - Sentou-se, segurando o ovo por poucos segundos para que Jynx pudesse descansar um pouco. - Vamos fazer uma aposta? Eu acho que aqui tem Pokémon de planta. E você? - Era o suficiente para Jynx se desembestar a falar. Com certeza, estaria fazendo suas deduções. - Nossa, não sabia que ele era tão quente... Como você conseguiu carregar isso? - Disse afastando um pouco o objeto do corpo, até notar ele ficar iluminado. Cada vez mais. Tielo colocou-o no chão pois estava praticamente impossível manter as mãos em contato com o objeto flamejante. A superfície começava a craquejar, e o brilho ficava mais intenso e começava a tomar forma. Praticamente um metro de altura, e bastante corpulento. Até o brilho cessar e mostrar o ser marrom, com mandíbulas grandes e uma dentição que parecia ser afiada. Suas patinhas dianteiras muito menores que a traseira, e uma perspectiva talvez desproporcional mas completamente charmosa.

Tielo e Jynx olhavam assustados enquanto Tyrunt respondia com o mesmo olhar. Segundos, poucos, porém desconcertantes até que Jynx começava a comemorar. Um misto de felicidade pelo Pokémon ter nascido com a certeza de ter acertado em um palpite anterior. Tyrunt ao ver a alegria da Pokémon, demonstrava o mesmo entusiasmo e alegria. Era evidentemente um Pokémon energético, porém parecia ser uma de suas inúmeras facetas. Pesado, o Pokémon se jogava em cima do treinador e da Pokémon que havia lhe carregado até agora, alternando entre ambos, e entre lambidas e pequenos arranhões desesperado por atenção.

A chuva parecia querer vir com força, e isso deixava Tielo pensar sobre manter o Pokémon um pouco mais do lado de fora, e protegê-lo dentro de sua Pokébola.

Resolveu que ficariam ali por um tempo, até após, retornou tanto Jynx quanto o novo bebê para Pokébola, e seguiu a rota dentro em direção ao famoso Mt. Pyre. Aquilo dava uma ansiedade para o bardo, afinal, não tinha muitas noções de como era esse locais que eram mais explorados pelos treinadores. O que aquela rota, e aquela tempestade trariam para o jovem?

Ao narrador: Hell-o. Rota pra participar do swarm, apenas. Aliás, estou chocando o ovo de Tyrunt nesse post...


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Ainda que a chuva não estivesse em assombrosa potência, as correntes de ar certamente estavam.

O clima gélido parecia perseguir o jovem nômade - se antes marcara sua presença em Sootopolis, agora gritava em maior esplendor logo no início da rota 121, com as nuvens carregadas tingindo o céu e obrigando o manto azulado a desaparecer de vista. Talvez valesse a pena arriscar dizer que os tempos passados haviam sido um prenúncio do que estava por vir, ainda que os problemas houvessem deslanchado e desfeito sob os braços ternos da calmaria.

Corriam por aí as notícias de uma tempestade de proporções aterrorizantes, cujo olho visava especificamente o centro do Mt. Pyre - infelizmente, independente de quão bem informadas fossem as fontes, era quase impossível dizer ao certo que tipo de situação Soul se depararia ao embrenhar as entranhas da rota, visto as altas e espessas copas das árvores que, ainda que sacudissem suas folhas com violência diante dos rugidos do vento, se posicionavam como uma densa proteção aos olhos e bloqueavam a visão não somente do horizonte, como do próprio infinito.

E, assim como as folhas das árvores, os ventos puxavam e empurravam as penas decorativas presentes no chapéu do rapaz, ameaçando carregá-lo a qualquer instante. Os tecidos de suas roupas sacudiam-se e se debatiam, como se em busca de uma fuga do corpo que as prendia, e seu rosto constantemente sofria com as chicotadas que os fios alvos induziam ao serem empurrados em direção à derme. Não surpreendente, do mesmo infortúnio sofria sua pokémon gélida, embora com mais complicações devido ao fato de que suas madeixas escorriam, lisas e soltas, até o fim de suas costas. Sua maior preocupação se mantinha, entretanto, ao ovo que carregava bem seguro num abraço: Felizmente, pelo menos o frio não era um inimigo à espécime, e as roupas de Tielo acabavam por protegê-lo parcialmente do adversário climático.

De qualquer jeito, não era bom se manter exposto à chuva, ainda que as lágrimas do céu não estivessem pesadas. A garoa fina marcava presença por toda a entrada da rota e, de maneira curiosa, malmente escorria para a cidade - em fato, era como se uma barreira invisível impedisse a tormenta de invadir a civilização.

Foi debaixo desse curioso céu que, por coincidência ou obra do destino, o albino encontrou um ponto quente de aconchego. Mais especificamente, o ovo até então carregado por Jynx, o qual finalmente tomou responsabilidade de segurar - mesmo que não por muito tempo, pois o conforto morno se transformou em insuportáveis labaredas invisíveis, obrigando o rapaz a abandoná-lo por sobre a relva. Ali, na solidão da natureza, a casca finalmente pareceu encontrar coragem para esmigalhar ou, melhor dizendo, a criatura em seu interior criou a força necessária para... Mastigá-la?

Oh, sim. Não era um nascimento comum, o ovo não simplesmente se quebrou e libertou seu filhote: O animal forçou sua própria passagem. Ainda que não fosse possível observar todos os detalhes por conta do forte brilho que escapava do formato, era clara a maneira como o ovo se arrebentou quando um focinho formou um buraco em sua casca e, então, a grande mandíbula se abrindo foi a responsável por dar fim ao seu invólucro e prisão. A única parte restante foi aquela que, quando o pokémon pisou firme na grama, foi arremessada para o lado pela minúscula cauda do fóssil - e então, o brilho que ocultava seus detalhes se dissipou.

Fato que nos leva à cena da assustada troca de olhares entre o trio - dois pela situação inesperada, um ao se dar conta da companhia desconhecida. A primeira a fragmentar aquele momento constrangedor foi a pokémon de gelo que, em seu carinho maternal, comemorou o nascimento da curiosa criatura e, em um acompanhamento infantil, o réptil se permitiu contagiar pela aparente alegria da loira, as pesadas patas esmagando a relva e o fazendo correr, desajeitado e tropeçante, para os braços dos "pais", dando pequenos pulinhos. O único fato que freou tal animação foi o toque de Jynx, num carinho talvez indevido - o contato gelado de suas mãos fez o bebê se contorcer e tremular, emitindo um rosnado e dando uma dentada reflexo em um dos dedos da pokémon, antes de se encolher contra o chão, um olhar desconfiado estampado no rosto.

...
Bem, isso é passado.

Talvez para evitar algum conflito, talvez para dar tempo ao tempo, ambos os pokémons eventualmente foram retornados, e o rapaz se preparou para seguir seu caminho de maneira solitária. Os passos eram calmos, pois não havia motivo para pressa, até onde tinha consciência, e as mãos se ocupavam ao apertar com força o casaco contra o corpo, em uma tentativa de bloquear os efeitos do clima.

Mas, oh, não é assim que se finda esse ato. Não, pois não era assim que estava escrito: E aqui se torna real algo que anteriormente se tratava apenas de uma possibilidade azarenta pois, por um único instante, as correntes de ar se tornaram pacíficas, ameaçando até mesmo parar. Um instante apenas, que aguardou pacientemente a guarda baixa de sua presa e, de repente, o vento estourou outra vez, num assobio agudo que carregou consigo o chapéu do bufão. Fazendo jus à existência de suas penas, o acessório voou pelos céus, rodopiando rota à dentro, carregado nos braços da violenta brisa.

E, se o rapaz não quisesse perdê-lo, era melhor correr!

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Rota 121



O bufão estaria em uma espécie de prova pessoal agora. Embora refletisse muito sobre a vida, e a transpusesse em versos e rimas, jamais deixaria que o exterior ofendesse o seu interior. Não se achava um ser imutável. Não, longe disso! Mas gostava de manter sua essência. Naturalmente calmo, talvez até despreocupado. Claro que vez ou outra, em situações distintas e muitas vezes extremas, deixava-se levar pelas emoções que faziam-se presente além de uma obra artística, e obrigava o jovem bardo à tomar decisões e atitudes urgentes que fugiam da curva esperada de seu comportamento.

A calmaria, então, permanecia dentro de si. E caminhava em meio à tormenta ocasionada sabe-se lá por que. Obviamente, haveria uma explicação científica e uma mística para isso tudo. Neste universo onde o misticismo e a ciência andam em constante evolução e que suas propostas apresentam fatos e comprovação absoluta de fenômenos, tudo era possível. O palpite de Tielo? Algo grande estava acontecendo, nem que fosse um cataclisma meteorológico devido à uma frente-fria gigantesca que mudasse de rota.

Segurou melhor então seu guarda-chuva, e o posicionou próximo ao seu corpo. Sua visão não seria o melhor dos sentidos agora, já que as águas caíam em um ritmo desenfreado, piorando a cada segundo. Lembrou então dos festivais que apresentava com seu povoado. E que, mesmo em dias de chuva, não deixava que a veia artística se manifestasse, em momento algum, o show sempre tem que continuar.

Não tinha plateia, e nem tinha certeza se precisava. Era uma condição de contraversão. Não sabia o que pensar, um dilema interno. Mas, viver por viver? Viver pela arte? Ou viver pelos aplausos? A última parecia um tanto quanto arrogante e pretensiosa de maneira desacerbada. Mas, estaria tão errado? Afinal, um artista não pode só sobreviver, ele tem que viver primeiramente. Mas, já que os aplausos não estariam oportunamente presente, resolveu sibilar sozinho.

— Duh rih ruh duh duh duh... - O jovem dava passos animados em meio as poças de água que por sua vez, prateadas como o céu, espirravam-se brilhando pelo campo. A cada passo, uma empolgação, rodopiada o objeto em sua mão de forma a acompanhar seu cantarolar. - I'm singing in the rain... Just singins in the rain... What glorious feeling... - A pausa se fez necessária por evento infortúnio. Despercebido em sua cantoria, havia ajustado de maneira bem precária suas vestes. E seu chapéu obviamente seria o primeiro a sofrer as consequencias. Não notou uma ventania forte que pegou-o de supetão, e debaixo para cima retirou a parte da vestimenta que rodopiou prestes a cair no chão, mas que logo voou para cima de novo com o vento.

A atitude do jovem, era um tanto quanto estática, mas observava o objeto em uma bela dança sobre o fento. Sua forma arredondada na aba, acompanhado de uma fileira de penas, rodopiava mostrando os mais belos movimentos. Como uma pipa? Sim! Como uma pipa! Embora uma pipa desgovernada, tinha autonomia para caminhar pelo céu como bem quisesse, e em qualquer sentido.

— Até que é bem poético... - A dança foi evento interessante, Tielo acompanhava-a com os olhos, mas o vento traria de uma forma egoísta, sequestrar a arte só para si. Os devaneios não continuariam por muito tempo. O jovem era apegado à sua veste. Principalmente uma que havia sido cuidadosamente construída com muito carinho por ele e seus familiares. Correu atrás na direção do objeto, mas não duraria muito com o guarda-chuva aberto, fechou-o e entregou-se a água como não havia planejado, mas como suspeitava que ocorreria.

Mas eu te trato como uma princesa mesmo quando você não me narra...


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Com muito mais potência do que faria a mera presença de um bardo, o choro do céu se embrenhava nas fissuras da rota e enlaçava-a na mais tênue e sutil atmosfera poética. O próprio Soul colaborou para que isso ocorresse, entregando-se de corpo, alma - por mais irônico que possa soar -, dança e cantoria para o volver gentil do pincel de um artista anônimo. Ao contrário de muitos, não se importava o suficiente com as gotas aquosas que eram derramadas das nuvens, e a falta de preocupação lhe concedia a liberdade de movimentos, fator que talvez houvesse sido o ponto crucial para o desenrolar de uma trama pré-estabelecida por alguma entidade maior.

Banhava-lhe, o céu. As vestes, até mesmo a própria essência - a água escapava pelas bordas do guarda-chuva, as lufadas de vento arrastavam o líquido para fora de seu trajeto, chicoteando-lhe e demarcando manchas escuras nos trajes espalhafatosos. E, num momento de distração, encharcou-lhe o chapéu, quando o acessório saiu pelo ar no baile já descrito, o atraindo mais e mais para o interior da 121 e, consequentemente, em direção ao olho invisível da tempestade. Estupefato, o bufão limitou-se em assistir a dança da pipa repentina, e a rabiola de penas sacolejava no vento, vigorosa, perdendo seu esplendor e gradualmente se transformando em uma linha fina e molhada, abandonando sua exuberância e sendo obrigada a despir-se e denunciar sua mais frágil faceta. Talvez houvesse se limitado ao cargo de espectador, se o pedaço de vestimenta não se distanciasse mais e mais de seu possessor.

Então, senão seu interior, pelo menos o exterior foi arrastado para longe da tal constante calmaria. Desistindo da ideia fracassada de tentar se manter seco e fechando o guarda chuva, o nômade enfim disparou pela relva, em uma perseguição desenfreada ao acessório que mantinha com tanto carinho - não somente por ser um belo complemento ao seu visual, mas também pela carga emocional que existia entre os contornos do objeto. Foi-se, como o vento, a chuva, correu como um elemento contrastante da paisagem que de repente se alinha com as forças da natureza até mesmo em seu sentido de direção.

Foi, e foi, até não precisar mais - ou pelo menos foi isso que o titereiro do universo desejava que o jovem ponderasse quando, após longos metros, os ventos pareceram se acalmar e, suave como uma pluma, o chapéu planou para o chão, se acomodando com delicadeza na grama espinhenta, caído de lado. Assim como a brisa, a chuva perdeu a força, e o banho de alma se transformou em uma garoa fina que mal podia ser vista sem que houvesse atenção por parte de sua plateia. Uma folga para o albino, quem sabe?

...Nah.

Não é desse jeito que uma tela é finalizada - do contrário, que tipo de beleza poderia carregar?

Não, não poderia ser tão rápido assim, e o artista pareceu concordar. Afinal, quem mais seria o responsável pela majestosa ave que, em um rasante repentino, mergulhou dos céus - estaria acompanhando o trajeto do bufão, ou meramente surgiu por obra do acaso? - na direção do chapéu, capturando-o entre suas potentes garras e, sem parar para descansar sequer um instante, alçou o voo e ganhou altitude, desta vez no enquadro limitado do campo de visão de Tielo. Silenciosa, veloz, gloriosa - as penugens tricolores certamente teriam mais destaque se o azul profundo de suas asas, capaz de capturar a atenção até mesmo do ser mais insensível, não se misturasse tão bem com as cores e o clima que a tormenta trazia. Com o acessório entre as patas, partiu, cobrindo com facilidade o dobro de distância que o vento faria no mesmo espaço de tempo.

Oh, céus. Que infortúnio, não?

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Rota 121



Obviamente Tielo não era um ser atlético. Apesar de aguentar e ter fadiga que suportasse uma arrancada e uma corrida considerável, logo estava entregando-se ao cansaço. Os pulmões buscavam desesperadamente ar que o preenchesse completamente e esvaziavam-o com urgência logo em seguida. Não que um mero exercício físico fosse mais competência do que ele pudesse aguentar, mas, estava chovendo. Suas vestes estavam molhadas, pesadas, e ainda carregava consigo uma mochila cheia de artefatos.

Parou por poucos segundos e apoiou suas mãos em seus joelhos levemente curvando, para que pudesse retomar a consciência. Para quem não tinha grandes feitos à base da força física e brutalidade, poderia compensar com a inteligência.

O chapéu ainda sobrevoava o céu. Embora não com tanta potência pois, a gravidade fazia seu serviço finalmente, auxiliando o musicista com sua tarefa de recuperar seu objeto. Respirou fundo novamente, engolindo uma boa quantidade de ar, e soltando enquanto caminhava de maneira acelerada em direção ao chapéu que pousava de maneira nada bela no chão, como literalmente uma quantidade qualquer de pano ensopada espatifava no chão.

Porém como toda desgraça nunca é pouca. Um vulto desce e sobe rapidamente empunhando o chapéu de Tielo. Ele respira fundo novamente, dessa vez não de cansaço, mas tentando conter uma raiva. Era completamente pacífico, como sempre enfatizado, mas, parecia que a rota testava seus limites. Só aí ele olhou para cima e viu a sombra, agora maior que anteriormente, passeando céu acima com sua riqueza.

— Que ultraje!! Isso é o tecido mais fino de toda Hoenn!! - Discutiu, praticamente sozinho, mas precisava desabafar. Não havia gostado de ver seu chapéu ser tão brutalmente carregado. O que aquele pássaro havia de elegância em seu voo, perdia em delicadeza com seus movimentos rudes. Pensou em tão em pedir ajuda de terceiros. Mas quem? Tielo não voava. E seus Pokémons mesmo que voassem jamais atingiria aquela velocidade, principalmente em uma chuva tão forte. Pensou em diversas possibilidades. Pedir para que Jynx jogasse neve, ou que Beautifly e Dustox usasse ventos ou esporo. Mas a altitude que aquilo havia alcançado, talvez não tivesse tanto efeito... Ainda assim, retirou a dupla de insetos. Eles teriam que ajudar, de alguma maneira que o jovem ainda não sabia, mas precisava pelo menos não perder aquele Pokémon de vista. - Preciso de meu chapéu de volta. Dustox, tente persegui-lo a ele ou a meu chapéu. Beautifly, tente chamar atenção dele usando Morning Sun, talvez algo brilhante e quente possa atraí-lo. - De todas as opções, essa parecia inicialmente a mais pacífica. Tielo não queria punir a criatura, independente de quanto cansaço ou desaforo ela pudesse trazer.



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Fatuidade era uma boa palavra para taxar o treinador: Não pelo fato do acessório ser arrastado não somente pelos ventos, como até por pokémons - mas por talvez não considerar que, ao se arremessar de cabeça em uma área de tormenta meteorológica, deveria estar preparado para ter trabalho físico e, principalmente, deveria ter evitado carregar tantos panos e cacarecos consigo. O revés de não tê-lo feito se mostrava quase imediatamente e, considerando seu despreparo físico, a rápida exaustão era mais que justificada. Também plausível era sua indignação, então, quando a desconhecida rapina (seria ela selvagem?) mergulhou do além e levou consigo o chapéu que estava quase ao alcance das mãos do bufão.

Precisou de alguns segundos para pensar e, quando o fez, a primeira ideia que teve foi rogar o auxílio de seus pokémons, ainda que incerto sobre a quem deveria clamar. Optou por seus insetos voadores, julgando talvez que possuíssem mais qualificações para se pôr "ombro a ombro" com o glorioso pássaro que, ligeiro, afastava-se. A primeira liberada, Dustox, veio com uma aparência enjoada, embora mais especificamente... Sem emoções. Quando sentiu as gotas de chuva banhar suas asas, deixou escapar um fraco e mínima suspiro tremulado e, diante das ordens do cigano, volveu ao horizonte e partiu atrás de Swellow. Já com Beautifly, a situação foi diferente: Alegre, a borboleta rodopiou ao ser liberta, e o trabalho que tinha a fazer foi o oposto da mariposa. Concentrou-se no ar, sentiu a garoa umedecer seu corpo, e um fraco brilho - talvez por conta do clima - iluminou seu corpo por um breve momento, apesar de logo desaparecer.

Infelizmente, por distância ou falta de atenção, o pássaro tricolor não olhou para trás, diminuiu o ritmo ou sequer recuou. Em fato, mantinha-se em frente, com Dustox agora a seu encalço (ainda que com uma boa distância entre ambos, inevitavelmente). A determinação no voo indicava que muito provavelmente tinha um objetivo em mente mas a grande questão era: O quê?

Enfim, agora restava ao Bardo. Continuaria sua perseguição ou confiaria que uma Dustox solitária seria capaz de alcançar e resolver a situação por si só?

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— Beautifly, volte! Dustox, tente manter a visão nesse pássaro, porém não suma da minha. - Acenou para Dustox e Beautifly, repassando as ordens pra uma e retornando o outro.

Não que achava que ele fossem incompetente para isso, mas, tinha diversos fatores contra eles. Primeiro que Swellow era uma ave com aerodinamica completamente favorável para o voo em velocidade alta, assim como seu tipo era completamente favorável para isso. Enquanto isso, Dustox e Beautifly eram insetos na chuva, e não eram conhecido por ser os mais velozes na natureza, longe disso. E ainda assim, não tinham muito treino em sua velocidade ou sua capacidade de voo em um nível tão elevado.

Tentava enxergar para onde iria aquele Pokémon desenfreado. Seu chapéu dava adeus ao mesmo tempo que um pedido de socorro. E o artista não sabia se tinha os recursos para garantir seu item de volta. Mas isso não significava que iria desistir.

Ao observar a ave, via que ela ia para uma determinada direção, bastante focada. Talvez Dustox conseguisse acompanhar mesmo que de longe. Contava que a visão de inseto pudesse concentrar-se e focar mesmo naquela distancia, e então perseguir aquela ave.



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A decisão do cigano se resumiu, enfim, em retornar o amável Beautifly e, ao mesmo tempo, permitir que Dustox fosse a ponte que traçaria o caminho de Swellow para si próprio. "Não confiar" talvez fosse uma afirmação forte demais - ao contrário do inseto, a ave de rapina possuía conhecimento do território, destino aparentemente definido e uma aerodinâmica mil vezes melhor para penetrar a chuva (mesmo que ela houvesse dado uma pequena trégua) e partir com facilidade. Não era uma das melhores situações para Soul, mas restava que tivesse confiança em sua pokémon e, com um pouco de esforço conjunto e sorte, poderiam (quem sabe) recuperar o tão querido acessório ao treinador.

Seguiram juntos, então. Ainda que com um pouco de dificuldade em seu voo, o inseto mantinha o foco à frente, entediado. Felizmente, mesmo que fosse uma diferença quase nula, Swellow também sofria com alguma penalidade em sua velocidade no ar, fato que auxiliava para que não fosse impossível que Dustox o mantivesse em seu campo de visão, ainda que incapaz de alcançar verdadeiramente o pássaro. E Tielo, relativamente recuperado de seu momento de "pôr os pulmões pra fora", acompanhou sua complicada parceira.

Em campo aberto, a cena de perseguição durou não muito mais que alguns metros - e se findou quando a ave transpassou uma pequena cerca de madeira, de não mais que um metro de altura. A tricolor seguiu viagem, o que não seria um problema para Dustox, mas com toda a certeza não seria mais tão fácil para o cigano, visto que a rapina adentrou uma área de grama altíssima que se estendia além do que o olhar poderia ver, quase tão densa quanto um milharal. Não seria um problema transpassar a cerca, mas era necessário estar ciente de que poderia apenas contar com a visão do céu (e possivelmente das direções seguidas por seu inseto) para se guiar.

Os pokémons, sem nenhum empecilho no caminho, continuaram.
Mas, e o bufão? Se permitiria entrar naquele mar verdejante?

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O sentimento de exaustão estava quase a frustrar Tielo, mas que por hora, concentrava-se apenas em correr atrás daquele Pokémon. Suas vestes ficavam cada vez mais pesadas à medida que acumulavam água... Além disso, seu cabelo molhado, branco como uma nuvem que insistia recair sobre seus olhos, parecia implicar com o mesmo.

Suspirou em meio à profundas respiradas de exaustão. Dustox parecia completamente desmotivada. Mas essa era ela, gostando ou não do serviço, ela seria assim... Na verdade, nunca gostava de nada, quando gostava, era muito secretamente, ou pelo menos tentava ser secretamente.

A jornada que parecia ser longa, embora fossem poucos minutos, terminava uma espécie de campo particular. Propriedade privada. Não era nada bom. Primeiro pela dificuldade da travessia. Segundo que não tava nem um pouco afim de tomar um tiro na cabeça por invasão de propriedade alheia.

Pensou em desistir de seu chapéu. Dustox olhava para trás se perguntando se o treinador acompanharia ou não, já que como ordenado, ela não pudia sumir da vista dele, esse seria o momento para ela parar o que fazia.

— Eu estou... - Disse enquanto de maneira completamente enrijecida, tentava pular a cerca. - Ficando completamente... - Disse ao saltar pra dentro. - Estupefato com essa situação.

Olhou para Dustox em confirmação de que iriam prosseguir, e ele respirava fundo agora. Não pelo cansaço, mas numa tentativa de barrar um ódio desacerbado dentro de si.



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Era compreensivo o cansaço que, gradualmente, se apossava do corpo do treinador: Tanto pela perseguição à ave rapina por conta da necessidade de recuperar seu querido acessório (que, ironicamente, já começava cogitar abandonar), quanto pelo peso que inevitavelmente era obrigado a carregar - afinal, que mais poderia fazer? Largar todas as suas coisas no meio da rota era uma "solução" claramente fora de questão, huh? -. Não obstante, até mesmo seus cabelos pareciam trabalhar para atrapalhá-lo, tão insistentemente se arremessando em frente ao seu campo de visão e, em consequência, o obstruindo.

Talvez a pior parte, porém, foi a aparição da área de relva alta que se impôs à sua frente, e a qual obrigatoriamente precisava atravessar se desejasse continuar a perseguição ao alado pokémon. A divisão do terreno indicava uma propriedade privada, ou ao menos era isso que vinha de imediato em mente para o jovem cigano e, durante a breve hesitação ocorrida por esse pensamento, Dustox se viu obrigada a interromper seu caminho para esperar por uma decisão do treinador. Era difícil dizer ao certo qual teria sido o detalhe de maior peso que resultou em sua ação: A confiança de que não esbarraria com mais ninguém (digo, quem estaria de guarda num clima desses?), o desejo por um bem precioso ou meramente teimosia mas, independente de qual, foi suficiente para que o albino trabalhasse em pular a cerca - antiga, por sinal - e, em pouco tempo, mergulhou na densa vegetação.

Apenas um olhar foi necessário para o inseto acima de sua cabeça, que voltou o olhar ao horizonte - possivelmente para onde Swellow ia - mas, daquela vez, foi diferente: Não partiu de imediato. Por um único instante, era como se estivesse avaliando a área ao redor e, sutil, os cantos de sua boca se franziram. Era impossível dizer ao certo o motivo, porém, não demorou muito antes que seguisse seu voo, embora parecesse... Um pouco menos determinada, por assim dizer, se é que isso era possível. Detalhe este que tinha grandes chances de passar despercebido por Soul, aliás, visto que o rapaz era obrigado a prestar atenção nas plantas à frente, além de usar as mãos para afastá-las do rosto. Se a área arranca a vantagem de visão, seu cuidado não deve ser redobrado?

Assim seguiram por metros, e sabe-se lá quanto tempo. O vento não era um inimigo dentro daquela armadura verdejante, mas infelizmente Dustox não era protegida por ela, fato que atrapalhava seu voo e a arrastava para trás de vez em quando: Mas, em contrapartida, o cigano era obrigado a lidar com alguns buracos pequenos que apareciam no caminho casualmente, terra revirada ou simplesmente com a densidade da própria grama. Pelos segundos que se estendiam cada vez mais sem nenhuma indicação de que a rapina estava por perto, vinha a questão: Será que valia realmente a pena ter continuado ao seu encalço? Talvez a mariposa ainda o detinha em seu campo de visão, mas que provas o rapaz tinha disso - seria seu voo confuso obra única dos ventos? Aliás, sabe-se lá por quanto tempo ainda seria obrigado a continuar naquele terreno maldito que parecia não ter fim?

Eram muitas as questões que permeavam aquela situação. Uma armadilha esverdeada, por assim dizer, que com tanta discrição e eficiência atraíra sua presa e sufocava-a cada vez mais em suas entranhas. Não só fisicamente: O próprio silêncio era ensurdecedor, maculado apenas pelo barulho das gramas balançando, dos casuais uivos dos ventos e a chuva, quase distante, ouvida de dentro daquele matagal de praticamente dois metros de altura. Mas, oh, mesmo labirintos sem saída daquele nível possuem espaços mais "abertos" onde se é possível "respirar" - e Dustox pareceu, por um breve momento, ter encontrado esse tipo de lugar, quando freou seu voo por um momento e, de repente, zuniu em frente, obrigando seu treinador a apressar o passo caso não quisesse perdê-la de vista.

Felizmente, não foi preciso ir muito longe. Mais especificamente, menos de vinte passos foram necessários antes que o matagal se abrisse, em uma pequena e circular área descampada com uma única árvore alta em seu centro - e era à frente dela que Dustox se mantinha, rente ao solo e com o olhar vidrado para cima, finalmente oferecendo um merecido descanso às suas asas. Não havia nenhum sinal de Swellow mas, em dois galhos mais altos, o chapéu do bufão descansava, preso, abandonado - parecia que podia cair a qualquer instante, considerando que parte de sua borda escapava de um dos galhos, mas algo o mantinha firme no lugar. Também era possível ver uma coloração amarelada abaixo do objeto, apesar de ser difícil definir o quê sem um olhar atento.

De qualquer jeito, ali estava!
Já poderia parar para respirar, huh?

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