Capítulo 9 - Tempestade [Tielo]

A ilha que guardava um cemitério em seu interior era, nada surpreendente, não lá muito hospitaleira - fato que certamente era agravado por conta do temporal que assolava a área e estressava não só os exóticos pokémons que por ali passavam, como também os próprios nativos (por motivos bem mais que óbvios, huh?). Felizmente, o bardo já estava bem acostumado com tal situação - afinal, não era o primeiro encontro que havia tido desde a longa jornada através da 121 -, e foi com bastante precaução que abordou o fantasma, libertando imediatamente a fiel e ranzinza mariposa para fora de sua cápsula.

Esse fato logo se provou extremamente útil quando, ao se dar conta da presença do agora adversário, Duskull não se manteve parado; Talvez irritado pela intromissão de uma dupla aleatória e que não pertencia àquela lugar, o cadavérico selvagem avançou, com uma aura arroxeada cintilando em sua máscara - a ofensiva, porém, foi passada para trás com um golpe rápido de esporos de mesma cor vindos do inseto, que fez o fantasma se encolher e o orbe escarlate revirar dentro de seu corpo. Dustox também aproveitou aquele instante para acalmar as asas e cintilar, suave, recuperando parte de sua vitalidade - entretanto, não sem que a umidade atrapalhasse a eficácia do golpe.

Por fim, bem, eis o fantasma novamente. O animal ergueu seus "bracinhos" e enviou uma corrente amaldiçoada na direção de Dustox, causando-lhe danos expressivos, mas não suficientes para fazer com que o combate desandasse. Já quanto à outra criatura, atormentada pelo pokémon que agora lhes enfrentava? Vai saber. Não era possível enxergar direito, em meio a tantas pedras monocromáticas ao redor da poça...

De repente, então, tudo virou circo; Libertando mais dois monstrinhos - talvez até sem necessidade -, Soul se reservou ao direito de tentar acelerar o combate para que pudesse sair dali o mais rápido possível e, bem, como culpá-lo, não é? Afinal, Erick o estava esperando e o temporal não parecia querer que ficassem ali por mais tempo, ainda que provavelmente não fosse lá muito inteligente só dar as costas e encarar o mar revolto mais uma vez sem se dar ao luxo de descansar um pouco, considerando que quase havia se perdido em meio às águas e, não fosse a interferência de Lapras, sabe-se lá onde estaria naquele momento.

Não é isso que importa, de qualquer maneira; Voltemos à batalha. O acréscimo de mais monstrinhos também fez acarretar a mudança nos turnos, então aí vamos nós - entretanto, porém, contudo e todavia, para surpresa de todos, o lentíssimo Duskull foi o primeiro a se movimentar, fazendo crescer uma sombra enorme que deu uma puxada de cabelos na Jynx e fez a coitada emitir um barulho dolorido, frustrado, pouco antes de retribuir com uma lambida pegajosa bem sobre a máscara do fantasma. A mariposa maior relaxava, brilhando na escuridão, e a larvinha brincava com seu foguinho, ambas quase inúteis por conta de toda a umidade da caverna que pareceu só piorar quando a psíquica deu uma mexidinha de mãos e fez começar a nevar (fato que arrancou um barulho irritado de Larvesta: ora bolas, será que não podia só descansar no aconchego de sua pokéball ao invés de ficar congelando do lado de fora?). Reprise na cena anterior e agora foco no ciclope falso, que moveu as mãozinhas e pareceu intimidar um pouco a grandona gélida, que recuou alguns passos e sentiu uma sensação estranha percorrer pelo corpo, como se algo a inibisse.

Falta algo?
Ah, é. O veneno.
Bendito veneno.

Não vamos enganar ninguém: Não é como se um selvagem, pobre coitado, tivesse lá muitas chances contra um bando inteiro articulado por um treinador. O bichinho até tentou um último ataque que, mais uma vez, tomou dianteira, mas foi só isso; O combo dos companheiros de Tielo caiu sobre o fantasma em violência arrebatadora e, com ela, o animal tombou ao chão, inerte. Mais um obstáculo superado e, quer queira ou quer não, o caminho se abria para seja lá o que esperasse à frente - mas o que o rapaz faria quanto ao flutuante ciclope, agora que ele não mais lhe servia de ameaça?

Hora da Experiência! escreveu:

Dustox recebeu 600 de experiência por vitória contra Duskull e ganhou 2 pontos de felicidade.

Jynx recebeu 600 de experiência por vitória contra Duskull e ganhou 2 pontos de felicidade.

Larvesta recebeu 600 de experiência por vitória contra Duskull e ganhou 4 pontos de felicidade, subindo para o nível 12.

Terminado o pequeno momento com Duskull, restava-lhe seguir em frente (ou, bem, tanto quanto podia, naquela área de proporções limitadas). A primeira coisa que fez, como todo treinador, foi arremessar uma das poucas esferas que lhe restavam na direção do corpo inerte do selvagem e, tranquilo, aguardou: Não foi necessário muito tempo antes que o objeto rodopiasse e desaparecesse em singela nuvem prateada, indicando sua captura e transferência ao seu depósito pessoal, bem distante dali.

Pokeball utilizada por @Tielo!
Tentativa de captura efetuada!
...
... ...
... ... ...
AHÁ! Captura bem sucedida - Duskull foi enviada ao Storage. Parabéns!
Itens restantes: x06

O espaço restante para ser explorado não era lá muito grande, vamos ser sinceros. Tudo o que o albino precisou foram alguns passos a mais na direção das pedras monocromáticas e um apontar de lanterna foi suficiente para revelar a imagem gorducha de um pequeno selvagem que se "escondia", encolhido, no interior de uma piscininha margeada por rochas. O branco pokémon apertou os olhos quando a luz do equipamento de Tielo acertou-lhe o rosto, e emitiu um som zangado, trêmulo - talvez houvesse a necessidade de um terceiro confronto antes que o rapaz pudesse, enfim, ir embora.

O êxtase do bardo ao se aperceber de qual espécie o aguardava além do obstáculo fantasma foi, para dizer o mínimo, explícito. Com gritos relativamente exagerados que só fizeram assustar mais a pobre foca (que se encolheu ainda mais em sua piscininha), Tielo não perdeu tempo ao chamar dois de seus pokémons para o combate, pacificamente instruindo suas ordens e, fiéis, seus monstrinhos apressaram-se para agir. Dustox foia primeira, emanando esporos arroxeados que, infelizmente, não tiveram muito sucesso em acertar o aquático, que simplesmente mergulhou e evitou a modificação de status. Beautifly, por outro lado, bateu as asas e deu um acerto doloroso de lâminas de vento na superfície da pele do pequenino, que resmungou de dor e respondeu invocando ventos gélidos que atingiu ambos os insetos - apesar de não ser lá muito dolorido para nenhum dos dois.

Com isso, a nova rodada se iniciou. A mariposa outra vez optou por arremessar seus esporos na direção de Seel que, naquela hora, foram bem sucedidos, se embrenhando nas células do pokémon e o envenenando, atitude essa seguida de perto por mais uma das lâminas de vento de Beautifly, causando mais alguns machucados no gélido oponente. Este, então, encarou o inseto rosado, apertando os olhinhos e mexendo com a psique do animal, que flutuava para lá e para cá, parecendo meio inerte de repente.

Este seria o momento que Seel sofreria com os efeitos do envenenamento - exceto que, simplesmente não aconteceu. O corpo do pequeno expeliu as toxinas para fora, inundando as águas com gotículas purpurina que eventualmente desapareceram - independente disso, porém, era óbvio que ele não seria capaz de aguentar por muito mais tempo. A borboleta havia sido um belíssimo aliado naquele combate e, bem, parecia que daria conta dele mais rápido do que se poderia prever.