Pokémon Mythology RPG
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[Mirror's Echo] – Route 121/Mt.Pyre –

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Uma Tempestade Lendária!

Natalie vivia certamente uma confusão perturbadora dentro de si, principalmente diante de situações tão caóticas quanto aquelas que estava vivendo. Entretanto, conseguiu manter a calma de certa forma, interiorizando seus pesares. Se isso era algo bom contudo, era algo muito difícil de responder. A ruiva, afetada pela situação, nem ao menos ousava responder a alguns questionamentos mais confusos e pesados do menino, mas felizmente ele não fazia muita questão de ouvir uma explicação, até porque o silêncio já era uma resposta por si só.

Além de se surpreender pela empatia paciente de Nosepass, Natalie solicitou a ajuda de Zuby para descerem o menino acidentado até o nível anterior. Com cautela, o grandalhão arroxeado recolheu o corpo franzino do menino em seus braços e iniciou uma caminhada até o andar inferior, degrau por degrau. A garota e seus demais Pokémon vinham logo atrás... — Obrigado... Obrigado também Nidoking...  — Dizia o menino para Natalie e também para Zuby, um tanto envergonhado.

Finalmente, quando todos alcançaram o andar anterior, já explorado, o rapaz oferece uma sugestão — Desculpe por tudo... Eu nem sei como agradecer pela "carona", mas... Se houver uma forma de curar nem que seja um pouquinho o meu companheiro voador com uma Poção, então eu posso ir voando até a minha casa... Tem uma saída por ali, a direita... — Comentou ele, fazendo umas caretas de dor de vez em quando, possivelmente pela perna ferida. Diante deste pedido, Natalie podia ter a chance de livrar-se do menino e ainda manter a consciência tranquila, se abrisse mão de uma de suas valiosas poções. O que a garota faria antes de continuar a exploração?

Progresso da Rota :

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Aquele em específico era um momento de muitos silêncios: Um atrás do outro, enfileiravam, confundiam e assentavam-se. Não havia diferença alguma se seu responsável era um questionamento, comentário ou, naquele instante, um agradecimento - o rosto chegou a virar com sutileza para observar de canto a imagem do menino junto ao poderoso terrestre, mas não mais que isso e apenas por um único segundo. Se permitiu ao luxo de assim prosseguir até o andar inferior, enquanto a mente submergia nas informações cedidas de maneira desconexa pela criança e, nisso, não era capaz de ignorar as dúvidas sobre o vulto que enxergara outrora, enquanto ainda subia aquele mesmo lance de escadas; O menino se provara não pertencer aos fantasmas que perseguiam-na como sombra, mas e a outra figura que simplesmente não pudera definir? O jovem clamava a existência de demônios e, por mais que confiasse nessas palavras - à medida do possível -, não tinha certeza se algum se mostraria em forma física, por mais que toda a tormenta que assolasse o Pyre já seria um ótimo indicativo se realmente tal possibilidade fosse passível de ocorrer.

...Enfim. Não pensou a respeito por muito tempo - até pelo fato de que os degraus não se estendiam tanto assim. Em fato, as reflexões foram interrompidas diante do novo pronunciamento do ferido, que agora pedia auxílio para recuperar seu voador justificando que, desse modo, poderia se dirigir para casa. Em primeiro momento, a ruiva permaneceu em silêncio; E ele se prolongou por alguns segundos até que finalmente foi rompido por uma breve e profunda respiração. Não era como se o pedido a incomodasse - de certa forma - ou sequer fosse estranho para si. Já o previa há algum tempo e, principalmente, já trabalhava na cabeça a ideia de conceder uma pequena "mãozinha" para a pálida criança: Após este pequeno intervalo silencioso, os dedos remexeram os pertences para retirar uma Poção e, então, estenderam-na na direção do garoto.

— ... ...Vá direto pra cidade. — Foi a única coisa que acrescentou e fez romper verdadeiramente a quietude até então perdurada. Tinha consciência de que aquele ato poderia custar-lhe caro eventualmente, visto que não fazia a mínima ideia do que a esperaria dali em diante, porém... Não quis pensar muito a respeito, para que não acabasse se arrependendo antes da hora - e evitou manter em mente o fato de que seus recursos se esgotavam feito água.

Talvez devesse ter comprado mais...

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Uma Tempestade Lendária!

O caminho até o destino final foi bastante rápido, mas mesmo assim, permitiu que os dois treinadores refletissem bastante sobre tudo o que havia ocorrido e o fato de terem coincidentemente esbarrado um no outro. Até mesmo depois do pedido do garoto, o clima persistiu por algum tempo, prolongando-se até o momento em que a ruiva lhe ofereceu uma de suas poções e também lhe solicitou que fosse embora diretamente para casa, como uma mãe faria ou uma irmã mais velha.

— O... Obrigado...  — Disse ele, com uma reverência, caminhando até o corredor lateral, dos túmulos-gaveta e retirando uma Poké Bola do bolso para libertar uma criaturinha bastante específica. O raio prateado foi tomando forma e ganhando tamanho, até revelar um enorme e nocauteado Charizard, que parecia encostado na parede do túnel, como se estivesse em apenas um sono qualquer. O garoto então praticamente subiu em cima dele com a Poção de Natalie em mãos e espirrou um pouco em sua cabeça, nas asas, no abdome e nas pernas, até o som de frasco vazio ser ouvido. Momento no qual ele se afastou para observar.

Aos poucos, o Pokémon de Fogo começou a despertar com um rugido engasgado, piscando os olhos ao observar os presentes, mas sem muita capacidade de reação física. Já o garoto, deixou escapar umas lágrimas e o abraçou, mais como um alívio do que um sinal de alegria. Era como se ele não tivesse a capacidade de realmente estar feliz com algo, apenas aliviado de não estar em uma situação pior — Nós vamos sair daqui para sempre... Prepare-se para voar, amigão... — Comentou o garoto, ainda abraçado ao Charizard. Em seguida, ele virou-se para Natalie, segurando sua mochila aberta e revirando-a.

— Eu nem sei como agradecer... Você é uma ótima treinadora e uma ótima pessoa. Desculpe por todo o problema que causei. Eu... Não sei como vai ser a viagem até a cidade, mas queria que ficasse com algo... — Comentou o garoto, retirando um Egg com dois tons diferentes de vermelho, entregando-o para Natalie. Neste momento, uma luz azulada envolveu a mão do garoto e também o Ovo até "estourar-se", indicando que o Pokémon que ali estava não pertencia mais ao menino.

— Além do mais... Iria me trazer tantas lembranças... Por favor, cuide dele... Deve estar bem próximo de chocar.  — Comentou por fim o menino, com uma tristeza na voz, mas também um certo amadurecimento repentino em sua expressão. O jovem deixou o Ovo nas mãos da garota e virou-se para ir mancando até a saída lateral da caverna, de volta a chuva e a tempestade, na companhia de Charizard — Aliás... Eu sou Jorel... Talvez nos encontremos por aí. Cuide-se... Cuidado com o que há por aí... — Finalizou ele, antes de subir num agachado Pokémon de Fogo, montando-o com bastante dificuldade sobre uma sela de voo.

Em segundos, Jorel voltou para a tempestade na garupa de seu companheiro, deixando Natalie para trás com seus Pokémon e um Ovo. Naquele momento, o Pokémon que ali descansava não tinha dono e nasceria como um selvagem. Caberia a garota decidir o que fazer depois de seu nascimento, que segundo o menino, não demoraria a acontecer. Além do mais, a ruiva ainda tinha muito a explorar no Mt. Pyre, começando pelo andar inferior, que pensava em espiar, se não tivesse mudado de planos é claro. O que Natalie faria em seguida então?

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Foi enquanto assistia o afastamento do menino e liberação de seu voador - o qual descobriu se tratar de um Charizard - que percebeu quão intrínseco o silêncio parecia ter se fincado em suas atitudes durante a breve estadia no cemitério do interior do Monte Pyre. Não tinha certeza se por um respeito inquieto que se balançava em sua alma a respeito daqueles que ali gozavam de seu descanso eterno, se pelo contínuo nó na garganta ou se simplesmente pelo fato de que não havia mais nada a ser dito para os fantasmas que por ali circundavam. Ao observar o desengasgo do alado enquanto "voltava à vida", pôde crer na veracidade da última alternativa - e foi com surpresa que os próximos ocorridos a atingiram, desde os elogios (que a obrigaram a segurar um riso sem graça e nem emoção na garganta) até as desculpas e, principalmente e longe de ser menos importante, o ovo que lhe foi entregue como lembrança.

O silêncio era de praxe - mas, talvez pela primeira e provavelmente última vez, sentiu-o confortável. Os orbes acinzentados pairaram pelo formato oval por algum tempo antes que arriscasse tomá-lo entre as mãos e, com hesitação, passearam pela imagem do menino, buscando sinais de que estava compreendendo alguma coisa de maneira errônea que, bem, não foram encontrados. A alma, por outro lado, sacolejou-se em seu interior quando o cérebro processou suas palavras que tão bem poderiam se afirmar como lamentos; E, em uma resposta vaga, os braços acolheram aquela pequena vida enclausurada contra o peito num abraço folgado e, ao mesmo tempo, firme.

Naquele mísero instante, sentiu a carga que era passada para si naquele gesto tão simples que, ironicamente, era tão poderoso. Cada célula de seu corpo berrou uma resposta à sensação que era tão bem conhecida pela ruiva - e essa cadeia foi resumida quando uma das mãos se libertou e apoiou sobre o ombro do menino, suave, com um aperto leve que detinha entre suas entrelinhas o mero sentido de empatia. As pupilas penetraram as alheias com intensidade inevitável, e assim se seguiu durante os pouquíssimos milésimos que perduraram aquela tão repentina interação; E foi com uma carícia gentil que os dedos escorregaram para longe do ombro da criança.

— ...Natalie. — Disse, simplesmente. Não esperava que o oposto fosse verídico, mas foi com clareza e facilidade que enxergou a cicatriz - não tão - latente que arrebentava-se no coração do treinador e, de maneira inevitável, sentiu a que carregava latejar em resposta. O peso da perda se acomodou amigavelmente em seus ombros, como um amigo íntimo de eras e, por um instante que fosse, desejou tomar para si a dor que se apoderava e espalhava como veneno por uma criança isenta da verdadeira culpa.

...Não era justo.

Não era justo, pensou, enquanto observava a partida da dupla em meio à chuva e os ventos gélidos. Não se sentia capaz de compreender qual era o gozo do universo ao trabalhar de maneira tão vil para arrebentar laços daquela maneira. Não compreendia o sadismo que parecia arranhar cada curva e esquina que ousava percorrer, e que também açoitava-lhe as maldições que se agarravam em seu próprio ser. Outro foi o instante que sentiu o temor se apoderar de seu coração enquanto os braços apertaram com sutileza o ovo avermelhado contra o peito, e foi com incômodo que sentiu sua temperatura morna e o constante - e suavíssimo - "tambor" que emitia a cada segundo.

Não era justo, ela pensou, enquanto os passos retrocediam da saída em direção aos degraus novamente. Enquanto observava a ala superior - a qual já conhecia - e questionava-se que tipos de demônios aguardariam a cada nível que ousasse subir. Enquanto o olhar se desviava com sutileza na direção do salão inferior, e questionava-se por qual raios de motivo os fantasmas sempre pareciam vir do topo, ao invés de escalar (com dificuldade, por que não?) das profundezas do inferno.

Enquanto, por fim, retornava ao trabalho de escalar na direção dos céus.
Se o Paraíso estava infestado, que o aceitasse de peito aberto.
...Estava cansada.

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Uma Tempestade Lendária!

Natalie revelou-se diante da rápida apresentação do rapaz e, por alguns segundos, os dois eram mais parecidos do que poderiam imaginar. Mais uma vez, o silêncio dominou o ambiente e os envolveu em uma situação acalentadora, sendo responsável por dizer mais do que qualquer palavra. Era um momento muito especial de empatia, que findou-se quando, em meio a tempestade, o jovem Jorel desapareceu - seja para a segurança ou para um destino desconhecido. Restava agora à ruiva seguir em frente, diante da inevitável subida em direção ao controverso céu.

A garota, acompanhada de seus Pokémon, retornou pelo fatídico caminho já percorrido, subindo o primeiro lance de escadas em direção ao Salão destruído e, por fim, subindo cautelosamente o segundo lance de escadas em direção ao andar desconhecido, mas já semi destruído. Ao alcançar o último degrau por fim, Natalie notou que havia chegado ao topo daquela construção inicial. Neste andar não haviam mais túmulos, pois se houvesse já teriam caído no piso inferior com a queda das colunas de mármore. O pouco piso que ainda mantinha-se de pé entretanto, era mais do que suficiente para alcançar a saída.

A porta que levava até o exterior, estava há alguns poucos metros à direita e ao lado desta haviam janelas que revelavam a vista daquela "torre" para o cenátio do Mt. Pyre. Pouco era possível de ser visto contudo, pois o tempo nublado e o próprio dia que se esvaia por detrás das nuvens, deixavam o local em uma escuridão digna de uma madrugada. O pouco que podia ser visto era uma ponte feita de concreto, que ligava aquele edifício a um outro na extremidade oposta do penhasco.

Dali ela poderia continuar a "escalar" a montanha em direção ao topo. E por falar no topo, era notável dali que o pico do monte era o Epicentro de toda a tempestade, apesar de os trinta últimos metros do relevo parecerem já estranhamente cobertos por uma estática, como se todo o terreno estivesse eletrificado. Mas enfim... Se Natalie observasse o estado da ponte, notaria que não era o dos melhores, com pedaços consideráveis faltando no chão e nos parapeitos laterais. Além disso, havia uma onda de destruição no edifício em que estava (que poderia ter sido causado pelo próprio Zuby e seu Terremoto), destruição esta que era compatível com as janelas do outro prédio, em sua maioria vidraças perfuradas com buracos perfeitamente circulares. Diante dessa situação, o que Natalie faria? E o mais importante como faria?

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Destruição e escuridão - isso era tudo que decorava o último andar daquela ala aparentemente esquecida pelo tempo. Era difícil dizer se o estado do local era aquele antes de sua chegada - considerando o caos que envolvia o Monte - ou se os poderosos tremores de Nidoking foram aqueles responsáveis por despedaçarem o concreto com o qual era construído o cemitério. Foi com obrigatório cuidado redobrado que os pés percorreram a parte do piso que ainda estava inteira, o que felizmente foi um trabalho feito sem obstáculos, problemas ou interrupções. Para variar, um trajeto curto e relativamente simples e, quando finalmente alcançou a saída, parou para observar.

Não via muito, na verdade. Os maiores detalhes que podia enxergar eram as faíscas eventuais que percorriam os andares superiores da estrutura do outro lado e iluminavam casualmente uma ou outra vidraça quebrada. Um receio desconfortável deslizou por sua coluna com os formatos esféricos perfeitos que se estampavam nos vitrais envelhecidos mas, naquele momento, tentou ignorar a sensação que corria dentro do peito para permitir que outro pequeno detalhe se apossasse de seus pensamentos: Lembrava de ter visto um vulto anteriormente e, até onde sabia, tinha quase certeza que não havia enlouquecido - bem, pelo menos era o que poderia considerar dada a reação de Jorel quando adentrara o salão - e, se ainda não havia esbarrado com ele, só tinha um caminho que ainda restava para explorar... ... ...

Os orbes cinzentos se desviaram, então, na direção da ponte que conectava as duas estruturas. A ruiva se permitiu uma respiração profunda enquanto observava os buracos e desfalques ao longo do concreto, e as pálpebras se apertaram por um instante; Não tinha um voador. Qualquer desastre ali, simplesmente não teria o que fazer - e estava consciente desse fato. Esse conhecimento, entretanto, não foi o suficiente para impedi-la de avançar: E foi com passos lentos que arriscou caminhar pela ponte, atravessando cuidadosamente o chão que ainda estava de pé - mas não sem antes guardar o ovo recebido do menino na mochila, pois soube que precisaria das mãos livres caso qualquer coisa acontecesse.

— ...Tomem cuidado, vocês dois. — Alertou à Zuby e Nosepass. Rotom era quem guiava e iluminava o caminho - mas não se preocupava tanto com o fantasma no que dizia respeito à desequilíbrio ou passo em falso. Ele levitava, afinal!

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Uma Tempestade Lendária!

Chegando até o exterior daquele primeiro edifício, além de receber o choque de realidade ao vislumbrar pela primeira vez os terrenos mais afetados do Mt. Pyre, Natalie também recebeu uma imensa quantidade de chuva novamente sobre sua cabeça. Felizmente, Nosepass e ela ainda mantinham suas capas de chuva e permaneciam secos, apesar do incômodo daquele clima excessivamente chuvoso. Contudo, isso não podia ser dito de Nidoking e Rotom... O primeiro parecia desanimado com a constante corrente de água sobre seu corpo, já o segundo emanava faíscas de eletricidade pela reação com a chuva, apesar de não ser afetado de qualquer forma no desempenho ou nas emoções.

De todo modo, havia um caminho árduo pela frente, apesar de não ser mais tão longo como era há algum tempo atrás. Inclusive, era possível ter uma boa noção do trajeto já percorrido se olhasse para baixo, através de alguns dos grandes buracos formados no concreto. Eles tinham uma forma tão circular quanto a das vidraças, mas aqui tão perto era possível observar uma queimadura ao redor de cada um dos furos, implicando que não era apenas força que fez o estrago, mas de alguma forma, calor.

Passo a passo, a equipe toda atravessava. Rotom foi o primeiro a chegar, pois não pretendia esperar um segundo e apenas flutuou até o outro lado, esperando ansiosamente pelos seus parceiros e sua treinadora. Em seguida, vinha Natalie, que tinha uma facilidade maior de transpor os obstáculos. E por fim, Zuby e Nosepass... O Rochoso vinha na frente, sendo escoltado pelo Nidoking... Entretanto, não parecia ser uma questão de preocupação, afinal estavam bem próximos de chegar ao destino. Isso até... Algo acontecer...

Rotom parecia ter sentido uma interferência no ar primeiro do que os demais, observando os céus completamente obscuros, mesmo que nada parecesse vir dali. Contudo, logo as coisas começaram a ficar mais claras para Natalie também... Literalmente e Figurativamente Gyaaaaaaaaa! GYAAAAA! Um novo grito emanou-se dos céus, que iluminaram-se, revelando novamente a silhueta de antes. Desta vez contudo, muito maior e mais próxima, logo acima do cume. Quando a luz apagou-se contudo, a iluminação não cesso, mas assumiu uma coloração avermelhada.

Os céus abriram-se para revelar uma infinidade de bolas de fogo vindas do espaço. Era impossível saber se tinha alguma relação com a criatura que parecia dominar os ares, mas era notável que vinham chocar-se contra tudo o que encontrassem pela frente, possivelmente pela segunda ou terceira vez, diante dos estragos que já haviam ali. Uma dessas esferas incandescentes acertaria Rotom, mas o Pokémon usou seus raios para desestabilizar ela e mandá-la para baixo, na direção do penhasco. Contudo, outras cinco vinham em seguida. Duas delas acertaram em cheio o prédio que era o destino da equipe, estilhaçando mais uma vidraça e iniciando um incêndio em seu interior.

Das três últimas, duas vinham na direção de Zuby e uma na de Nosepass. O Rochoso não sabia muito bem como reagir e até preparava-se para fazer algo, mas o Nidoking tomou a dianteira, rebatendo uma das esferas para longe. A segunda, mirando o venenoso, foi rebatida um pouco atrasada pelo mesmo, arrastando-o para trás alguns centímetros, de encontro ao parapeito já desgastado. Então sobrou a última, que mais veloz, acertou em cheio a cabeça do grandalhão, fazendo-o pender para trás e arrebentar o parapeito de concreto. Ele ainda tentou agarrar-se, mas seu corpo caiu pesadamente e o Pokémon mantinha-se dependurado pelas garras que arranhavam lentamente o chão. Enquanto isso, mais algumas esferas caiam do céu sem um alvo definido. Natalie precisava pensar rápido em como resolver a situação e sair do campo de tiro daquelas pedras espaciais. O que a ruiva faria?

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Tudo o que aconteceu foi muito rápido - talvez até demais. A travessia pela ponte por si só havia sido quase que totalmente calma (fato que sem dúvidas levantou um pouco de desconfiança dos instintos da ruiva, considerando todo o seu histórico até então) mas, como um digníssimo boss que espera até o último minuto para aparecer, sua aproximação constante do novo edifício parecia ter sido mais que suficiente para ativar uma espécie de carta armadilha e, então, choveu. Não a chuva que já estava acostumada, oh, não; Tal qual lágrimas de sangue são capazes de escorrer por um rosto sombrio, as "gotas" flamejantes foram repentinamente atiradas do céu, deslizando pelo manto negro das nuvens em impressionante velocidade, mas não sem que o berro sofrido fosse emitido pelo topo do monte por sabe-se lá que criatura.

A decisão de proteger o ovo dentro da mochila se mostrou mais certeira do que poderia sequer supor. De um segundo para o outro, o caos estava instaurado; Não para Rotom, que sabiamente atravessara a ponte e aguardava com tranquilidade do lado oposto, e tampouco para Nosepass, que fora devidamente protegido, mas para o próprio responsável por defendê-lo: O corajoso Nidoking. Infelizmente, sua bravura não encontrou recompensa - muito pelo contrário, considerando a maneria violenta que o arroxeado foi praticamente atirado para fora da ponte (fato que sem dúvida formaria uma tormenta nebulosa em seu coração se não fosse o pequeno fator de que o bípede havia se equilibrado pelas mãos).

Posta essa situação, a ruiva não pensou duas vezes. Tinha um instrumento ao alcance, e não hesitou em utilizá-lo: Retornou imediatamente tanto o Nidoking quanto Nosepass para suas respectivas esferas, sem parar para perguntar se era de sua vontade ou não - um não hesitaria e, quanto ao outro, não tinha tempo para qualquer risco de birra que ele ousasse realizar. Estava próxima do outro lado: Então, correu. Se precisasse dar uma rasteira para deslizar até a ponta que Rotom esperava, que fosse! Mesmo com o aparente incêndio instigado em algum lugar do interior da estrutura que a aguardava, certamente era algo melhor de encarar que um projeto de chuva de meteoros!

— Rotom, rebata as esferas com Thunderbolt! — Gritou, em meio à pressa; Tinha consciência da força de seu elétrico e, se ele não fosse capaz de pará-las, pelo menos um desvio certamente seria possível.

Parecia que estava certa, afinal - o Inferno transcedera ao Paraíso, e eram as labaredas que agora cumprimentavam os desavisados que ousavam encarar a tormenta que se formara no Monte Pyre. Seria possível visualizar uma guerra celestial, aqueles que alcançassem o topo sem que fossem enxotados por um motivo de força maior - uma perna esmagada, quem sabe -?

...Bem, descobriria em breve!
... ...
Ou não, né?

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Uma Tempestade Lendária!

Natalie sentia-se em uma enrascada... E não era uma mera sensação! Como se tivesse pisado em algum "botão-armadilha" de alguma tumba antiga, a ruiva e seus Pokémon pareciam ter "acionado" todo aquele evento aerolítico ao aproximar-se cada vez mais do topo do Mt. Pyre. Nidoking havia levado a pior, ficando literalmente por um fio ao agarrar-se com sua unha no concreto do chão daquela ponte. Nosepass até tentou ajudá-lo, mas tudo poderia ficar ainda pior se as novas rochas que caíam dos céus o acertassem desprevenidos.

Prevendo o pior, a ruiva rapidamente recolheu seus dois Pokémon, lançando-se velozmente dentro do próximo edifício, apesar do incêndio que o afetava. Já para Rotom, a menina ordenou que usasse seus movimentos elétricos para tentar barrar o avanço das rochas, torcendo pelo melhor. Enquanto isso, lá fora, um novo chiado forte era ouvido, novamente as Bolas de Fogo passavam pela chuva, num choque sonoro e cheio de fumaça entre a água e as chamas.

Rotom, seguindo as ordens de Natalie, começou a acertar os atacantes com seus raios, o que parecia fazer eles desistirem de acertar o prédio, tomando outro caminho. Já a própria treinadora podia notar agora com clareza o interior do local. Era como uma Capela e talvez realmente fosse... Havia uma estátua do mítico Pokémon Arceus sobre um altar cujas cortinas foram parcialmente arrancadas e jaziam no chão, consumidas por labaredas que escalavam o resto do pano ainda preso na parede. Acima da garota, o teto de vidro abobado estava completamente destruído e chuva caía sobre sua cabeça, livremente.

Assim que a ameaça parecia ter sido controlada do lado de fora, o Elétrico retornou para o interior, em busca de sua treinadora. O barulho da chuva era a única coisa a ser ouvida, até que... A cortina em chamas começou a erguer-se lentamente, como um fantasma que desperta de uma não-vida amaldiçoada. O tecido, parcialmente afetado pelo fogo ainda vivo, começou a caminhar na direção da dupla, deixando Rotom em alerta e a ponto de tomar a dianteira da situação. Entretanto, conforme o sistema se movia, o pano simplesmente foi ficando para trás e uma figura bastante exótica surgi de lá. Sua expressão não era a das mais fáceis de ler, então era difícil saber suas intenções. O que Natalie faria?

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Era com uma força e desespero inigualáveis que o músculo cardíaco retumbava dentro do peito da jovem. As pernas ainda tremulavam, a respiração pesada e as pálpebras se apertavam em consequência à repentina e necessária aceleração, mesclada ao desespero que assolou cada partícula de seu ser: O corpo pendeu para frente enquanto ouvia o estouro dos raios provocados pelo companheiro fantasmagórico, e as palmas se pressionaram contra os próprios joelhos por alguns segundos, o rosto voltado para baixo em uma tentativa quase tola de manter a tranquilidade que, por alguma sorte do destino, se mostrou realmente efetiva. De qualquer jeito, manteve a pose por alguns instantes e, quando a desfez, não prestou atenção de imediato ao local onde se encontrava - pelo contrário! Sua primeira atitude foi pescar outra vez as esferas de seus companheiros, libertando primeiro ao dinossauro arroxeado, o qual esmagou num abraço sem pensar duas vezes ao vê-lo se moldar são e salvo por meio do feixe esbranquiçado de luz. Os braços se apertaram ao redor dos fortes ombros do espécime, e a testa se encostou também por ali enquanto a respiração ia e vinha, buscando normalização.

Se manteve em silêncio, como há muito já fazia. Os dedos se pressionaram contra a couraça do dinossauro, trêmulos como o resto do corpo jazia. A calmaria não a atingiu de uma vez, mas certamente começou a se embrenhar por seus pensamentos quando sentiu os braços fortes do roedor tornearem-lhe em quietude, correspondendo com delicadeza ao gesto fraterno que lhe era oferecido. A ruiva sentiu quando o animal esfregou o rosto contra seus cabelos, e o fato arrancou-lhe um sorriso pequeno, receoso de demonstrar alívio e invocar com ele mais uma saraivada de meteoros.

"Ele está bem", sussurrou para si mesmo o seu coração, "está tudo bem".

Mesmo quando os olhos arriscaram se abrir, Chase não se separou de imediato do venenoso. Não era a primeira vez que sentia palpável na ponta de seus dedos a sensação de perdê-lo e, ainda assim, não era capaz de se acostumar com sua existência. Talvez nunca fosse - e isso não era algo que alguém poderia julgá-la a respeito. Tanto que foi sem força alguma que os braços se afastaram vagarosamente do corpo do animal e, ainda que o fizessem, os dedos de uma mão permaneceram firmes (tanto quanto eram capazes) no ombro do terrestre. Foi preciso coragem para finalmente deixá-lo em paz, por assim dizer - claro que só a tinha por tentar se convencer que não aconteceria nada tão drástico dentro do edifício - e, então, libertar também o narigudo que carregara até ali.

Vê-lo se moldar em pleno ar foi, por um momento, algo que dividiu suas emoções. Não por culpa do pokémon em si, mas pelo fato de um pequeno rancor se reacender em seu coração: Sabia que fora decisão do próprio Nidoking, mas era incapaz de evitar o pensamento de que não era a primeira vez que quase perdia o companheiro "por causa" daquela linha evolutiva. Felizmente, não foi preciso muito esforço para suprimir esse sentimento negativo - talvez por não ter tido a oportunidade de realmente assentar tal reflexão no cérebro, quem sabe -, até pelo fato de que se até Zuby tomara a dianteira para proteger a estatueta (algo que a surpreendera, aliás!), por qual raios de motivo ousaria ir contra a maré? Com isso em mente, se ajoelhou na frente do pokémon-bússola para averiguar suas condições físicas e, felizmente, ele também não parecia ter sofrido coisa algumas além do susto conjunto que assolara o pequeno grupo.

— ...Que bom que vocês estão bem... — Murmurou, os ombros finalmente caindo e abandonando a tensão com a qual foram acometidos há pouco tempo. A ruiva se inclinou para encostar de leve a testa contra a cabeça do azulado, ignorando qualquer risco de mau humor que ele pudesse repentinamente demonstrar - um gesto talvez arriscado de "carinho" (?) mas, bem, as coisas já estavam bem melhores do que quando adentraram a 121, o prenúncio de toda aquela tormenta que agora os circundava de maneira predatória.

O momento não chegou a ser suprimido, mas "interrompido", de certa forma, quando reparou no agressivo chiado estático emitido por perto que só poderia pertencer ao seu cortador de grama: O rosto se ergueu com sutileza, e os orbes passearam pelo local vagamente (ainda não explorado, aliás) confusos, antes de se dar conta da flamejante cortina flutuante que se aproximava cada vez mais não somente de si, como de seus pokémons. Levando em conta a situação que acabara de sair, não é surpreendente afirmar a maneira como ficou arisca de repente - e se ergueu de imediato diante da figura assombrosa, ainda que um ponto de interrogação se estampasse inevitável quando o pano foi abandonado ao chão e uma pequena figura estrelada se revelou, com tanta expressão quanto o próprio Rotom que tomava a dianteira da situação.

À primeira vista, parecia inofensiva: Mas não quis julgar pelas aparências. O elétrico já estava pronto; Ao menor sinal de hostilidade, não hesitaria em coordenar um Thunderbolt duplo e até mesmo os costumeiros Smack Down de Nosepass.

De qualquer jeito, esperou para ver.

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