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Ensaio sobre o Verde

Verde.

Uma cor? Bem, para muitos sim... Mas mesmo entre essas pessoas existem diferentes percepções do que seria a tal cor verde, seja em meios naturais, artificiais ou eletrônicos. Entretanto, para algumas pessoas bem mais sábias, o "Verde", maiúsculo mesmo. é muito mais do que a luz em um comprimento de onda específico. É vida, é renovação, é liberdade ou até mesmo esperança. Para Dakota, inclusive, era tudo isso e mais um pouco. Talvez seja por isso que tenha chamado seu primeiro companheiro, ma Chikorita, de Green. E o Pokémon, cujo coração batia acelerado a cada passo ao lado de seu novo treinador, provavelmente também via esse "Verde" em seu treinador, mesmo que tudo o que corresse em seu interior fosse mais vermelho do que qualquer outra cor.

De todo modo, Green e Dakota partiam de Rinshin e davam seu primeiro passo em meio a natureza selvagem de Petalburg Woods. Um lugar que não perdoava treinadores, sejam iniciantes ou experientes, oferecendo sempre uma emoção diferente a cada arbusto ou tronco de árvore ultrapassado. O rapaz em questão estava bem perto de ter alguma dessas novas sensações e até mesmo perigos, mas antes de qualquer coisa ele precisava compreender e decidir seu destino, afinal em cada escolha há um universo diferente para mergulhar.

Contudo, se apertasse seus olhos e observasse uma placa velha de madeira no final da trilha de terra batida e coberta de folhas avermelhadas, Dakota descobriria que existiam, ao menos em uma escala mais imediatista, apenas dois "universos" a serem explorados e eles eram indicados por setas talhadas na madeira das placas: "Petalburg" ou "Rustboro". Cada uma das opções, demonstradas por um pedaço de madeira levavam por caminhos diferenciados, a primeira ao sul, por uma trilha obscura e fechada e a segunda ao norte, por um caminho mais iluminado e aquecido por raios de Sol que escapavam por entre as folhas das copas das árvores. Qual dos dois caminhos então o treinador escolheria? ◄

Ensaio sobre o Verde

Dakota tinha uma decisão a tomar e, buscando uma ação mais precavida talvez, acabou decidindo pelo cenário mais iluminado e espaçoso que supostamente o levaria para a cidade de Rustboro. Contudo, não havia como saber a distância real que ainda necessitava percorrer, por isso ainda era provável esbarrar com algo interessante até alcançar seu objetivo, ainda mais nos confins de Petalburg Woods.

Green estava animado com a decisão, mas era bem provável que também se animaria com a outra, afinal era um Pokémon inicial e selvagem de outra região, ainda descobrindo os segredos e mistérios de Hoenn. Sendo assim, a criatura partiu na frente de seu treinador, lançando-se na grama alta para aproveitar do cheirinho da relva molhada pelo orvalho, esfregando-se aos rolamentos pelo lugar. Dakota poderia estar até achando aquela cena toda fofa, mas ainda assim era importante manter os dois olhos abertos para qualquer movimentação estranha ao seu redor.

Se essa vigília fosse perfeitamente realizada pelo treinador, ele notaria inclusive a presença de um arbusto movendo nas proximidades, mais próximo de Green do que do próprio rapaz. Seria uma ameaça ao Pokémon inicial? Talvez fosse uma boa ideia chamá-lo para perto ou ao menos deixá-lo preparado para o que poderia estar ali, caso resolvesse atacar. De qualquer forma, esta era uma decisão que o próprio garoto deveria tomar. E pelo agitar das folhas daquele vegetal, era possível que houvesse até mesmo mais de um Pokémon por lá, espreitando. Como Dakota reagiria a essa situação preocupante?◄

Ensaio sobre o Verde

O treinador finalmente estava tendo um verdadeiro contato com a natureza em sua forma mais selvagem, então era natural ter bastante cautela e até mesmo se desesperar quando as coisas pareciam sair do controle. De certo modo, foi o que aconteceu com Dakota ao ver Green tão próximo do perigo. Enquanto tentava atrapalhadamente pegar sua Pokédex, o menino pediu que o Chikorita usasse o movimento Growl para tentar "expulsar" o que estivesse atrás do arbusto, revelando a pessoa ou criatura. Contudo, ao menos nos primeiros segundos, o grunhido de Green não parecia ser suficiente para afugentar, nem mesmo chamar a atenção de seja-lá-o-que-estivesse-ali.

Chikorita, meio que por conta própria, para fazer ser ouvido, deu dois saltos na direção dos arbustos e repetiu o movimento anterior, parecendo mais um Zigzagoon ou Poochyena do que a sua própria espécie. Contudo, independente disso, a ação parecia ter dado resultados, pois daquele arbusto surgiram dois Pokémon insetos bailando no ar com suas longas asas. Um Dustox e um Beautifly. Contudo, elas não pareciam estar muito interessadas em socializar-se, brincavam entre si e tomavam altitude, de forma bastante serelepe e terminaram a brincadeira afastando-se. Cada uma tomou um rumo e desapareceu entre as árvores, mas não sem antes dar esse showzinho particular para o rapaz.

Green, que em um primeiro momento parecia assustado pela aparição tão inesperada de dois Pokémon tão grandes, agora parecia animado e talvez estivesse dizendo para seu treinador que queria brincar exatamente como aquelas criaturas. Ele saltava na frente de Dakota e depois ensaiava uma corrida na direção de onde os Pokémon foram. Talvez fosse interessante segui-los e tentar capturá-los? De todo modo, eles haviam deslocado-se na direção que o treinador já pretendia seguir. Ou será melhor buscar um rumo próprio e diferente? O que Dakota escolheria poderia mudar o rumo de sua jornada certamente. Qual seria então sua opção? ◄

Ensaio sobre o Verde

Era realmente um privilégio poder ver os Pokémon em seu habitat natural, interagindo entre si tão de pertinho e com total liberdade. De fato, era a melhor parte de se caminhar por um lugar tão vivo e com um ar tão puro. Por outro lado, a parte ruim era a possibilidade de se perder e acabar rodando em círculos pela floresta enquanto os perigos o rondam, apenas a espreita de um momento ideal para atacar. Não que fosse o caso de Dakota, mas havia certamente a possibilidade já que o garoto seguia a trajetória bastante randômica de Beautifly através do bosque, cada vez indo mais profundamente entre as árvores cada vez mais próximas entre si.

Green, com seu jeito agitado e impressionável, corria um pouco mais a frente do treinador dando saltinhos em círculo e sempre olhando para o ar em busca da visão da Beautifly. Já o selvagem, ciente de que estava sendo seguido e por um Pokémon tão jovem e cheio de energia, começou uma brincadeira com Chikorita, voando mais baixo e agitando suas asas para fazer uma corrente de ar forte o bastante para deixar sua curta folha esvoaçante, mas não muito para não machucá-lo. Green amava isso e emitia um agudo cry de alegria a cada avanço do Inseto. Isso se repetiu por algum tempo, até que repentinamente o Pokémon voou mais alto e afastou-se para o meio das árvores.

O Pokémon de Dakota não entendeu o que havia e apenas decepcionou um pouco pela despedida, observando os céus. Contudo, o próprio treinador conseguia ver o que havia. Beautifly havia chegado em casa e embrenhou-se na copa de uma grande árvore onde diversos Wurmples descansavam, brincavam entre si ou dependuravam-se sozinhos por fortes sedas. O Pokémon alado de antes parecia trazer alimentos para suas pré-evoluções e também cuidava dos casulos de seda clara, os Silcoon.

Contudo, Dakota também conseguia ver dali algo que os próprios insetos não podiam. Um Pokémon, pequeno e sem braços aproximava-se com suas curtas perninhas. Ele tinha uma expressão engraçada e parecia interessado em aproximar-se dos insetos par alguma coisa que poderia ser boa ou não. O treinador então tinha duas opções diante de si... Interferir de alguma forma ou esperar e observar o que aconteceria naquele cenário selvagem, deixando a natureza agir. O que o rapaz escolheria fazer? ◄

Ensaio sobre o Verde

Dakota havia notado a aproximação de um Pokémon diferente e logo pensou sobre a possibilidade da criatura estar buscando causar algum mal àquela família de insetos, por isso trato de não tirar o olho de sua movimentação. Enquanto isso, Green que ainda estava triste pelo afastamento de seu mais novo amigo, aproximou-se cabisbaixo do treinador e sentou ao seu lado, roçando seu corpo na perna do rapaz, como se pedisse colo, mas ainda sem ter tido a possibilidade de ver a mesma cena presenciada por Dakota, uma vez que o Pokémon de Grama era baixinho demais.

Diante dessa situação confusa, o treinador tratou de pegar um graveto de tamanho pequeno, o único visível nas redondezas e manteve em suas mãos, esperando para ver as intenções da criaturinha, enquanto a Pokédex lhe dava informações importantes. O Pokémon em questão tratava-se de um Shroomish e, de acordo com o aparelho eletrônico, gostava de ambientes úmidos e alimentava-se de folhas e galhos após a decomposição dos mesmos. Sendo assim, qual seria o motivo do Pokémon estar ali e de uma maneira tão sorrateira, passo a passo? Para cimentar ainda mais a situação, o rapaz ainda podia ver um dos pequenos Wurmples notando e observando a aproximação do gramíneo, sem esboçar medo ou preocupação.

Contudo, quando tudo parecia ao menos parcialmente resolvido, uma nova figura surgiu detrás de alguns arbustos e de modo ainda mais sorrateiro que o próprio Shroomish. Era um humano, mais precisamente um rapaz que devia ter quase a mesma idade de Dakota, mas talvez um pouco menos. Ele não havia notado a presença do treinador e aproximava-se cautelosamente, em busca de algo. Talvez fosse esse o motivo do Pokémon de Grama estar fugindo assim escondido, para evitar o garoto. De todo modo, apesar da proximidade, um não tinha visto o outro. Entretanto, o encontro parecia inevitável em pouco tempo. Diante disso, o que Dakota faria? ◄