Pokémon Mythology RPG
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We Need to Talk About Pyre

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Pagliacci
Victoria
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Eram mais dois treinamentos finalizados mas isso não parecia ser suficiente: trouxe a PokeNav em mãos e dei uma pesquisada no "moveset" de Gliscor. Isso pode parecer um pouco anti-narrativo mas, vejam bem; há uma regra em torneios, seu pokemon não pode usar uma infinidade de golpes. Justamente por isso eu precisava apurar alguns e deixar de lado outros! Fora passando pelas informações biológicas do pokemon que decidi alterar bastante. Peguei da bolsa a técnica que ensinei à Balder e Furfrou mais cedo e mostrei-lhe sem lá muita esperança de interesse:
- Eu sei que você não ta afim mas... você vai aprender Protect - Falei de modo incisivo, como quem sabia que precisava ser assim - Veja bem. Eu não gosto disso também; eu odeio estar aqui tendo que suplicar para você aprender um golpe defensivo. É chato e eu sei que vai ser demorado mas... veja só, você sabe melhor que eu o que é tomar um Ice Beam no meio da sua cara, né?! Se lembra da Nidoqueen da Gwen né?! Pois é. Eu tenho certeza que você se lembra bem disso. Com Protect pelo menos evitaremos golpes assim. Vamos lá, me mostre como fica ao recolher seu corpo sobre suas asas. Tente fazer um mando e concentrar a defesa sob o dorso. Me mostra também como ficam as mãos e as caudas juntas, acho que consegue proteger bem o seu corpo e rosto com eles.

Minha abordagem com o morcego precisava ser diferente. Isso me irritava por completo; parecia demandar de mim algum espectro obscuro para treiná-lo bem! Isso não era eu: era odioso ser a pessoa que aperta na ferida mas... ele parecia gostar! A cada palavra firme, engolia o choro; choro de frustração e decepção. No fim, aquela derrota para Gwen não fora só dolorosa no ego de Gliscor, mas no meu também. Deixei-o que fizesse um pouco mais, sem sair dali. Certificaria-me que aquele golpe seria ao menos começado e, só depois disso, iria à Vaporeon. Ali ficaria um pouco aproveitando a paz-de-espírito. Tomando um pouco da "fonte de graciosidade", esquecendo os maus-dizeres. Deixei que ele dançasse mais um pouco e só depois de agraciar-me com aqueles passos, disse alguma coisa:
- Agora que está indo bem. Ainda não estou vendo o resultado com clareza mas, veja bem, quando a chuva chegar, você terá conseguido. É difícil mesmo invoca-la nesse tempo tão quente mas, veja só, se conseguir aqui, ao menos vamos ter certeza que você é o responsável, e não a meteorologia - Afirmei num tom muito mais ameno que com Jormungand - Acho que você é o melhor termômetro. Quando estiver próximo de conseguir, sua pele agradecerá! Você sabe como que a chuva tem poder-de-cura com você! Já está próximo de sentir isso? - Perguntei. Não havia muito o que falar: eu sentia que Frey devia só continuar. Seja pela graciosidade do golpe, seja pela funcionalidade.

Esperei a resposta e, quando obtive, falei para continuar. Antes disso apontei à flor azul em sua testa e falei-o mais uma vez sobre hidratação. Regá-las seria ótimo, não é?! Pois bem, fui ao próximo e mais distante: Hati. A ela ofereci mais tempo:
- Você não precisa ter pressa, é um golpe de dois turnos. Leve o tempo que precisar, ok?! - Instrui ela e Tyr - Sabe, é bem parecido com a temperatura do Overheat. Você ta um pouco acostumada a alcançar altas temperaturas, né?! Acho que isso pode vir a ser útil. Mas se lembra, não é para aquecer e transformar isso em poder de fogo. É para acumular e refletir a mesma energia que coletou do ambiente. Se não fizer isso, vai acabar soltando um golpe de fogo comum.

Era uma advertência necessária que estou certa que Tyr já fez. Deixei os dois ali e fui ao último; o pokemon mais incompreendido por mim. Fafnir. Era estranho pegar-lhe olhado à Jormun sem muito pudor; o psíquico soava como um admirador à distância, principalmente enquanto esperava as próximas ordens de treinamento. Havia terminado o Psychic e não havia lá o que fazer, sendo assim, flutuou e encarou. Não estranhei o fato à princípio mas precisei chamá-lo a atenção umas duas ou três vezes para finalmente olhar para mim. Estranho mas dei de ombros; eu precisava finalizar aquilo.
- Trocaremos o Gravity por Smack Down. Acho que você consegue esse golpe sem muitas dificuldades - Disse isso, puxando o alvo que Hati nunca usara para próximo de nós dois - A execução é um pouco mais complexa. Você vai ter que levitar para o alto e jogar-se contra o alvo com força. De cima para baixo mesmo, o intuito é deixá-lo no chão. Tente manipular a gravidada enquanto faz isso, ficará mais fácil para pesá-lo. Esse golpe terá o efeito de Gravity porém em um alvo só! Ao fim saia correndo daquela atmosfera e volte para cá. Ok?! - Instrui.

De alguma forma eu me entreti. Entreti tanto que não vi Nicholas chegar.... ou ele fizera de propósito?! Não sei. Não sei mesmo. Recebi seu olá como um susto e dei um pulo para trás. Corei por completo em sua primeira fala e, ao chega na última, já não tinha mais espaço pálido em meu rosto. Aproveitei que meus cabelos se confundiam com minha pele e virei-me, como quem dava as costas num "humph" tradicional. Não emiti som mas ao menos me escondi de seu olhar. A princípio não falei nada; o que certamente soara esquisito, ainda assim precisei desse tempo para saber o que responder. Eu não devia ser impulsiva de novo, né?! As mensagens respondidas já me mostraram que agir-sem-pensar não dava lá muito certo.

Suspirei. O ato era ainda mais sem sentido para Nicholas, certamente. Ele não entende seres humanos e certamente não perceberia que eu tentava me acalmar:
- Porque Netero mandou - Menti por completo... esse fora o resultado de seu pensa, Winnie?! Uma mentira descabida?! Ainda assim fazia sentido: Nicholas havia saído do grupo da CV logo após mandar-me mensagem. Fazia sentido aquilo tudo.

TMs:
Smack Down no lugar de Gravity
Protect no lugar de Sword Dance

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Winnie demorou algum tempo para me responder. Ela estava brava? Talvez eu realmente tenha sido rude em minha pergunta. E no fim ela não foi ao Mt. Pyre exatamente por minha causa, apenas porque Netero lhe mandou. - Entendo... Você foi pelos contratos? – Minha voz saiu baixa e um pouco decepcionada, provavelmente o mesmo se refletia em meu rosto.

Mas porque eu estava decepcionado? Afinal não faria nenhum sentido ela ir ao Mt. Pyre por minha causa. Eu não estava exatamente em perigo e ela sabia disso. Mesmo que eu tenha desaparecido por alguns dias, isso é totalmente normal para treinadores. – E o que aconteceu lá? – Perguntei com um suspiro, tentando afastar os outros pensamentos.

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Se antes temia confundí-lo, fui alvo. A tonalidade baixa de Nicholas me confundia e eu simplesmente não sabia o que ele esperava; um sim não era uma opção. Talvez ele esperasse que eu falasse mais... não?! Talvez houvesse algo sobre Margo, ou ainda sobre Netero. Talvez esperasse informação que não dei mas... porque não perguntar? Bem, ele fizera isso, de certa forma. Desde quando Nico da essas voltas? A alteração do garoto me fizera voltar ao normal: meu rosto já não estava mais tão quente e eu podia continuar a interação como uma pessoa normal. Voltei-me para sua face e só então vi seu rosto nervoso; estremeci, ainda assim continuei:
- Eu não sei ao certo porque eu fui. Netero me procurou e eu fui mas, quando cheguei lá, muita coisa aconteceu - Rememorei Vicent e toquei-me do óbvio; Nicholas não o conhecia - Você conhece Margo de onde? Desculpa a pergunta mas é que não consegui conversar com ela a fundo, mas te mandou um abraço - Introduzi o que tanto importava.

Entendam, eu sei que ao falar de Pyre todos pensarão em Zapdos... mas eu ainda nem sequer sei se aquilo era uma miragem. Era difícil rememorar o feito e aquela bola-de-gude não me trazia especialidade alguma; não era o que me vinha a cabeça a princípio e muito menos o que eu tinha para falar com Nicholas. Eu lhe perguntaria o que aconteceu lá, até porque, eu me importava; eu só não o faria agora. Principalmente por achar que tinha pontos mais importantes para citar.

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- Margo? – Perguntei confuso. De onde Winnie conhecia Margo? Ah, por um segundo esqueci que Blake, Miranda e Margo foram os primeiros recrutados por Netero. Se Winnie fez o contrato a mando de Netero, talvez tenha encontrado ou entrado em contato com Margo também.

- Nó somos amigos de infância... – Fiquei pensando até que ponto deveria falar. Nesse momento me toquei que Winnie não sabia nada de minha vida e eu muito menos da dela. É claro que, além de Margo, ninguém sabia nada da minha vida. – Quando eu era criança fui mandado para um internato em Unova, Margo também estudava e morava lá. Quando voltei para Kanto, ela veio comigo. – Dei de ombros. – Faz tempo que não nos encontramos. Netero apresentou vocês? Blake me disse que ela também foi recrutada.

Um momento... Um dos contratos que Netero recebeu veio por parte dos Rockets. Isso significa que os Rocket também estavam no Mt. Pyre, apesar de eu não ter encontrado nenhum. E se... Puta merda.

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Meu peito gelou. Era óbvio; eu sabia desde o início mas não imaginava que seria assim. Margo mentiu por completo; eles se conheciam desde sempre. Era engraçado como nada daquilo fazia sentido; se eu descobri que ela era Rocket tão facilmente, certamente Netero também sabia. No fim, Circulus contratava Rockets? Existe mesmo essa possibilidade? Eu sei que pode ser inocência minha cogitar que a resposta disso seja um não; mas eu preferia acreditar que sim. Mordi o lábio inferior e levei uma das mãos no cabelo, como quem precisava achar uma ocupação para ela, caso contrário, acertaria um belo de um tapa no rosto de Nicholas.

Guardei o rancor e engoli a seco numa metáfora; não havia motivos para demonstrar ódio, o rapaz ainda não entenderia. Suspirei sofridamente, num prolongado barulho, como quem esvaziava-se por completo antes de puxar o ar e falar:
- Encontrei ela numa missão Rocket - Fui sincera. Talvez a primeira vez em tempos - Então vocês viviam juntos né. Se separaram por causa da organização? Acho que em Hoenn é difícil manter esse contato assim... - Eu não havia dito que Nicholas era Rocket mas havia afirmado que a organização fazia parte, em algum momento, de sua história.

Vejam bem, seria o único motivo para Margo mentir. Preservar Nicholas: a identidade dela já estava aberta por completo. A essa altura minha suspeita batia na minha boca do estômago já com completa certeza de que o garoto era um Rocket; eu afirmava essas pontuações já certa de que seria verdade. Daqui para frente, não acreditaria tanto em Nicholas assim.
Virei-me de novo, como quem dava as costas ao rapaz para olhar o treino de relance; ao fundo, estava muito mais refletindo e remoendo alguns receios e preocupação, sem dar a face nua ao rapaz. Quanto mais ele visse minhas costas, melhor.

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Tempestuoso Treinamento

Com todo o apoio e carinho, além da forte interação entre Frey e Winnie, não foi difícil para o Vaporeon alcançar o ápice de seu treinamento. Era belo de se ver... Movido pela música e as palavras de sua treinadora, o Vaporeon havia fechado os olhos e parecia sentir a movimentação atmosférica. Não eram passos no solo, mas sim nas nuvens... Com isso, não foi nada inesperado que essas mesmas nuvens, antes metafóricas, tornaram-se físicas e extremamente enegrecidas acima do corpo de Frey. Em pouco tempo o som do trovejar contido deu lugar a gotículas de chuva, cada vez mais pesadas. O toque da água sobre o corpo da criatura aquática era como uma benção pontual e a alegria do Pokémon era evidente, expressa em seu rosto e também em sua própria expressão corporal durante a dança sem fim. O domínio da técnica havia sido concluído!

Hati: Solarbeam:

Tyr e Hati travavam uma conversa bastante longa e proveitosa, onde a Canídea parecia absorver bastante informação de seu companheiro Meganium (Sem trocadilhos). Quando Winnie aproximou-se e deu suas últimas dicas e sugestões, quase nada era realmente novo para a Houndoom. A Pokémon de fogo inclusive, começava a ter seu corpo todo iluminado pela quantidade de luz que havia absorvido. A pelagem negra parecia adquirir tons de dourado, enquanto Tyr ao observar a cena, vibrava de alegria em um sacolejar de pescoço, comemorando o avanço promissor de sua companheira neste domínio de técnica. Hati estava bem próxima de alcançar seu objetivo.

Jormungand: Protect:

Gliscor havia dominado uma técnica há pouco tempo atrás, mesmo que fosse aos "trancos e barrancos". E apesar de parecer que seria ainda mais complicado iniciar uma nova sequência de treinamento, a verdade era outra... Jormungand tinha uma certa dificuldade para "aclimatar-se" às ordens de Winnie. Contudo, uma vez que ganhava ritmo, começava a ficar menos rabugento e birrento. É bem verdade que as palavras inevitavelmente duras de sua treinadora também contribuíram para "castrar" sua necessidade de contrariar. Um choque de realidade que deixou o Pokémon até um tanto cabisbaixo.

Como não era possível saber o que se passava nos confins de sua mente, restavam apenas as suposições. O fato é: Gliscor manteve sua melhor falta de expressão e apenas reagiu mecanicamente às sugestões e ordens de Winnie. Jormungand apoiava-se sobre sua cauda, como se fosse uma mola de Spoink e repetia movimentos de "vai-e-vem" aos saltos. Primeiro avançando e abrindo suas asas, depois recuando e as fechando para proteger o corpo, uma tentativa inicial de estimular a mentalidade do Protect que ainda demoraria a ter algum sucesso.


Fafnir: Smack Down:

Fafnir já estava caminhando para seu terceiro treinamento quase consecutivo. Sendo assim, era natural que estivesse demonstrando sinais - mesmo que sutis e inexpressivos - de cansaço. Muitos podiam dizer que não era possível notar uma exaustão em um Pokémon "frio" como Baltoy, mas a verdade é que Winnie podia notar isso, mesmo que não soubesse como explicar, uma espécie de intuição, talvez? Bem, é claro que isso não impedia o Pokémon de aprender, mesmo que um ritmo bem mais lento do que anteriormente.

O Baltoy azulado foi instruído a aprender o movimento Smack Down, um golpe do tipo Pedra que levava ao solo aqueles Pokémon que geralmente não são afetados por movimentos Terrestres. Algo muito semelhante ao Gravity, que ele esquecia naquele instante para abrir lugar em sua memória ao passo-a-passo da realização daquele novo. E por falar em aprendizado, apesar da perda de energia, Fafnir ainda mantinha-se bastante atento, apreendendo a informação dos mecanismos daquele golpe com uma facilidade incrível. Era certo que seu "limitante" seria a prática e foi para ela que o Pokémon rapidamente partiu. Primeiramente, controlar rochas... Usando seu poder psíquico a criatura tocou o solo, movimentando placas de terra por alguns segundos, mas sem o controle total para retirá-las de lá e então utilizá-las como arma. Enfim... Ainda havia muito caminho pela frente para o Pokémon...

Enquanto isso, Nicholas finalmente chegava até o ambiente em que Winnie treinava seus Pokémon. Realmente não era difícil notar que algo havia ali, principalmente pelo efeito já desgastado, mas ainda assim intrigante do Sunny Day de Tyr, contrastante com o pôr-do-Sol. Havia claramente muitos conflitos internos entre os dois. Seus pensamentos, que atropelavam palavras, tornavam o clima um tanto tenso e carregado de suspense para um observador terceiro. Até onde essa interação chegaria e o principal, como iria impactar o treinamento de Winnie?  

Treinamento TM Light Screen - Baltoy: 4/4 (Concluído!)
Treinamento TM Light Screen - Meganium: 4/ 6 4 (Concluído!)
Treinamento TM Protect - Furfrou: 4/4 (Concluído!)
Treinamento TM Protect - Poliwrath: 6/6 (Concluído!)
Treinamento TM Will-O-Wisp - Houndoom: 4/4 (Concluído!)
Treinamento TM Brick Break - Gliscor: 8/8 (Concluído!)
Treinamento TM Toxic - Meganium: 2/2 (Concluído!)
Treinamento TM Rain Dance - Vaporeon: 6/6 (Concluído!)
Treinamento TM Solarbeam - Houndoom: 6/8
Treinamento TM Psychic - Baltoy: 4/4 (Concluído!)
Treinamento TM Protect - Jormungand: 2/8
Treinamento TM Smack Down - Baltoy: 2/8


Resultado do Treinamento escreveu:


>> Frey recebeu 572 EXP e +1 ponto de felicidade!



Progresso da Rota - Winnie :


Progresso da Rota - Nicholas :

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Então foi isso. Winnie encontrou com Margo enquanto ela estava em uma missão Rocket. Mas por qual motivo elas falaram sobre mim? Droga Margo, você acabou revelando a nossa identidade. É claro que eu poderia negar que sou um Rocket e dizer que sabia que Margo é uma. Mas tenho certeza que a garota não iria acreditar nessa desculpa. Ela não disse nada, mas a forma como virou as costas para mim demonstrava suas suspeitas.

- Eu virei Rocket quando voltei para Kanto. – Comecei, ainda sem saber o que dizer. – Isso foi antes da Margo sair de Unova, ela veio depois. Com a inundação de Kanto eu perdi o contato com os Rocket, até imaginei que eles tivessem acabado. Descobri a pouco tempo que estão se organizando em Hoenn. – Eu estava sendo sincero, só não deixei claro que havia voltado. – Mas os Rocket não são cruéis ou quaisquer coisas que as pessoas dizem. Não sei como foi sua experiencia com a Margo, mas tenho certeza que não foi algo ruim.

Eu não sabia muito o que dizer. Não poderia defender tanto os Rocket, pois sei que algumas pessoas lá dentro são cruéis. Mas existe pessoas cruéis em todo lugar, elas não precisam ser Rocket para isso. – De qualquer forma mais algum tempo que não realizo alguma missão ou qualquer coisa do tipo. É por esse motivo que não tenho muito contato com a Margo ultimamente.

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Minha resposta fora seguida de uma confissão inesperada. Ok, não havia motivo algum para Nicholas mentir para mim, ainda assim não esperava franqueza sobre sua identidade. Eu não era alguém que tinha (ou teve) problema com Rockets. Nunca tive contato com essa organização e nunca me foram um empecilho; muitos treinadores falam deles como uma problemática, mas nunca me fora uma questão. A única coisa que tinha quanto à organização era, em suma, preconceito. Sei que não têm objetivos tão nobres quanto os Rangers. Sei que são baderneiros e causam problemas. Sei que há muita problemática envolvida mas... há o que fazer? Talvez a Winnie de antigamente não entendesse isso, mas hoje não consigo enxergar Nicholas como um problema.

Havia aqui uma questão a se fortalecer: uma suspeita de que não conhecia meu principal parceiro. Houve um misto de confusão e alívio quando ouvi suas últimas orações. Se por um lado senti que podia confiar nele por ter enfim revelado a verdade, cogitei o tanto que podia ter me contado e não me contou. Dei de ombros: era uma expressão de fuga, não de "não-ligo para isso"; ainda assim fora bem expressivo e não sabia o que o rapaz pensaria.
- Porque entrou para os Rockets? - Era a única pergunta que importava. Nessa hora, toquei-lhe a mão e chamei-o para vir comigo. Um beep da PokeDex anunciava o fim do treino de Frey e eu precisava verificar meus pokemons - Se importa? - Indiquei que me acompanhasse.

Felizmente não precisei ir até Vaporeon. O aquático correu à mim e pulou em meu colo animado; feliz por mais uma conclusão de treino. Acolhi seus vinte quilos no braço pelo máximo que consegui e, ao fim dos cinco segundos de força, o deixei deslizar ao chão. Voltei a tocar a mão de Nicholas; agora com a palma muito mais molhada que antes. Deixei minha mão repousar na sua por um tempo, ao menos até caminhar até Hati. Queria que falasse comigo enquanto eu fazia aquilo. O ouviria; apenas lhe pedi uma certa pausa:
- Deixe só eu fazer algumas orientações e você me conta melhor isso - A mão do rapaz era gelada assim ou era apenas uma sensação que eu tinha?

Cheguei à Hati e adiantei o processo. Eu não economizaria tempo no treino mas também não o desperdiçaria; minha conversa era, em suma, o motivo de eu estar ali. Tyr era melhor que eu naquela tarefa: deixei que continuasse seu papel sem mais intromissões. Tudo que falei, ele havia falado antes; mas é claro que sim, Winnie! Ele não só sabe efetuar bem o golpe como também é muito mais acostumado com a "linguagem pokemon". Nesta hora eu apenas acariciei-os e agradeci pelo bom trabalho; trouxe do almoxarifado um segundo alvo e posicionei-o à frente de Hati:
- Ok, vamos tentar liberar isso agora - Fora minha única instrução. Dita quando Tyr dera o sinal de que a energia estava boa.

Deixei que a canina fizesse o golpe e fiquei ali observando-a a princípio. O caminho parecia percorrido e liberar-poder-especial nunca fora um problema à Houndoom. Faltava pouco para ensinar-lhe mais um golpe e, ai fim disso, a pokemon ficaria ainda mais forte. O problema de Hati sempre fora desleixo meu; era uma pokemon fortíssima e, ao mesmo tempo, não tinha uma "lista de movimentos" muito bem trabalhada. Ficou muito tempo contente com seu Shadow Ball e Dark Pulse mas nunca fora lá muito versátil. Agradeci pela oportunidade de treiná-la e, ao vê-la melhorar, assenti com a cabeça e fui ao próximo: Gliscor.

O ato do morcego me fizera rir, e como! Tapei a boca com as mãos e deixei que a risada saísse de forma singela, sem ofender-demais. Eu sabia que até certo ponto soaria invasiva ao rir mas não pude me conter! Vejam só: o morcego birrento tentava saltar numa espécie de brincadeira infantil. Precisei parar aquilo e observar; Baltoy até fizera o mesmo (infelizmente).
- Ai Jormun, você pode não gostar de mim mas eu te amo tanto - E mantive o riso, agora destampando a boca e revelando parte dos dentes - Venha cá, não precisa avançar e recuar assim, acho que a melhor forma de continuar sobre o ar é voar alto-demais antes de tentar efetuar o golpe, que tal? Não precisa ficar pulando, vá para o alto e caia assim. Já vai ter a barreira do vento para te ajudar a expelir muitos movimentos.

Toda e qualquer fala minha fora acompanhada de um balançar de cabeças. Eu estava confirmando minha própria fala e, ao olhar ao lado, toquei-me que Fafnir bisbilhotava até demais. O pokemon parecia dar pausas entre os movimentos e isso me causara dois sentimentos imediatos: empatia e preocupação. Era o terceiro movimento seguido (quarto, se cortarmos o Pyre) que ele aprendia. Isso era, sem dúvida alguma, um abuso da minha parte. Caminhei até o a-gender e posicionei-me como quem lhe faria um carinho na cabeça. Toquei o topo do mineral e tomei um pequeno choque de  temperatura: ele era gelado. Tirei da mochila uma Chesto Berry e dei-lhe:
- Para amenizar o cansaço e mandar embora o sono - Fora aqui que me arrisquei, dando-lhe um beijinho em sua testa, sendo extremamente maternal. Como todo o bom esquisito, Fafnir não recusava simbologias maternais - Agora tente de novo. É um golpe físico então não pense demais em materializar pedras. Você já é um mineral - falei um fato. Baltoy podia não ser um pokemon-rochoso mas era um pokemon-mineral. Seu grupo-de-ovo deixava isso claro.

E voltei a face a Nicholas. Aqui toquei-me do quão estranho era beijar Baltoy ou elogiar Gliscor ao seu lado; não liguei. Grande parte disso era um processo importante para amenizar o clima daquela conversa: eu não queria que fosse pesada como deveria ser.

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Porque eu entrei para os Rocket? Essa com certeza era uma pergunta que eu nunca tinha respondido antes. Eu nunca parei para pensar exatamente nisso. - Eu não sei ao certo... O pai de Margo era cientista de uma organização similar em Unova, acho que o que ela me contou sobre eles me influenciou. – Seria apenas isso? – Além disso é uma forma diferente de conseguir dinheiro e ficar mais forte. Eles pagam muito bem pelas missões, mesmo que eu só tenha feito duas. – Ri ao dizer isso, eu não era exatamente um Rocket, certo? Só tinha feito duas missões. – Pra falar a verdade, eu já tive mais problemas com outros Rocket do que com pessoas de fora. Uma cara chamado Máxima tentou me matar em Kanto. Outro médico maluco abriu o meu abdômen e o da Margo. – Nesse momento levantei brevemente a camisa, mostrando a enorme cicatriz que percorria meu tórax.  Eu havia feito a cauterização sozinho, então não é a mais bonita das cicatrizes.

- Talvez seja por ter liberdade de poder fazer o que eu quiser e quando quiser, sem me prender a leis ou ao governo. – Dei de ombros, o fato de ser Rocket já me fazia um anarquista. Eu observava Winnie orientando seus Pokémon ao mesmo tempo em que segurava sua mão quente. Estava confuso e receoso; será que ela deixaria de ser... Eu nem ao menos sei qual é a nossa relação. Amigos? Não é apenas isso, pelo menos não para mim. Suspirei e criei coragem para emitir o que pensava. – Se você quiser se afastar de mim por isso eu vou entender.

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Nenhuma fala bastou. Aquilo realmente não era uma resposta: entrara numa máfia por pura e simplesmente curiosidade? Há bem como ficar forte e rico sem isso. Na verdade; as pessoas mais ricas e fortes do mundo, não se submetem a hierarquia. Eu tinha certeza que Nicholas sabia disso. Não é uma "startup"; não é um crescimento vertical, não há respeito. Seu diálogo era simplesmente contraditório e aqui ficou a questão: ele só não sabia o que responder ou preferia não fazer?! A naturalidade com que dissera sobre suas quase mortes me tocaram como um soco e larguei sua mão por alguns instantes.

Ele realmente acreditava naquilo que dizia? Seu discurso não fazia sentido algum. Um espírito Anarquista eu entendo; mas o desejo por poder de Nicholas era muito mais egóico que puramente "fim-do-poder". Ele não parecia ser uma pessoa que desejava o fim do poderio governamental em sua vida; parecia querer controlá-lo. Caso contrário, não pensaria nos Rockets como um empresa jovem de crescimento interno. Seria Nicholas um... anarco-capitalista? Argh. Balancei a cabeça num enjoo simples; pare de pensar demais, Winnie, ele só entrou e pronto. Na verdade, grande parte da vida de um treinador é assim: você só entra e pronto. Parece até que alguém controla nossas vontades; a gente só aceita algumas coisas. Além disso, pare de pensar em Nico como um empresário folgado; ele nem sequer tem patrimônio para isso. Dei de ombros: era essa minha única expressão válida. Toquei novamente sua mão e lhe disse com sinceridade:

- Eu já inscrevi a gente... né - Falei. Era uma confirmação de um contrato; aqui era o ponto chave do assunto. Ele também desistiria de mim? Acredito que não; dessa vez não dei-lhe motivo algum - Eu não vejo problemas com isso... vejo que você parece ter muito mais problemas que eu - Ao falar, inclinei-me para frente e soltei sua mão por definitivo, apontando para seu abdomen transfigurado - Se você acha que ganha algo estando nos Rockets, não vou me meter. Só me parece que é muito mais prejudicial do que positivo. Não tenho problemas com você ser masoquista, de verdade - Caçoei; ainda que risse dele, era uma opinião verdadeira.

A estranheza do discurso de Nicholas: ele soara como um "noob" no clã. Um treinador tão forte... acha mesmo que precisa disso?! Bem; em caso de família (acho que posso nomear Margo assim) a gente não se mete muito.

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