Pacify Her 2.0

Com o cercado feito, Seth optou por levar Minccino, deixando Rosemary ocupada com os Bunnelbys. A pokebola balançou mas logo fez seu serviço, levando a chinchila para longe da dupla, nos braços de algum cientista dono de laboratórios-depósito. Seria bem cuidada de qualquer forma. A questão engraçada fora a que viera logo em seguida: Seth seguiu viagem mas Rosemary não conseguiu, ficou presa ao meio dos coelhos que clamavam por atenção.

Talvez pelo excesso de estímulos presentes no ambiente, o rocket não percebeu, seguiu viagem com sua Arcanine e, quando deu por Rosemary, olhou para trás e a menina ali não estava mais. Uma pena; estava no pé do cais, já no fim da floresta-confusa e sua companheira ficara para trás. Voltaria?! Provável que não. A relação dos dois não fora lá muito boa nesse meio tempo de conversa; talvez seja melhor assim, não é?!

Bem, independente da sua situação, o cenário era clássico: um mundaréu de chuva à frente, uma ótima ventania, raios nada sincronizados e... bem, mar. O mar estava sem dúvidas agitado, graças a chuva mas, como se tratava de uma baía, ele não era tão perigoso e nem tão fundo assim. Ao menos, não na borda. Provavelmente passaria com seu Sharpedo sem muitos problemas... ou não.

OFF: Nova rota do @Seth

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ROUTE 121

De fato a narradora não cogitou tirar os pertences de Seth; era muito clichê para optar por tal plot. No mais, colocou sua mochila nas gostas e decidiu ir sem roupas até o Pyre. Decisão horrível; não preciso nem dizer o quão frio estava e... ah, sem ao menos uma segunda pele, o vento batia direto em seu peito desnudo; oh Seth, detesto dizer isso mas você irá gripar. Isso claro, se continuar vivo até lá.

Soltou o tubarão na água salgada e logo viu a primeira adversidade: a borda era rasa demais. Por conta disso, demorou montar no monstrinho, que demandou uma fundura agradável para mergulhar e por-se de baixo das pernas de Seth. Isso lhe fez andar até ter água na cintura e... ah, se preocupou-se em molhar a camisa, acabou inevitavelmente encharcando sua calça. Ao menos o pulmão não fica nos membros inferiores, né?! Não há como ficar gripado por estar com a panturrilha na friagem.

Minha mãe não concordaria com isso.

Apesar de tudo, ele não devia pensar nisso agora; como um bom adolescente, nosso futuro Rocket era completamente eloquente. Isso não era uma característica de Seth mas sim da idade. Existe um bloqueio que faz adolescentes não terem cérebro e raramente pensam nas problemáticas de saúde que estarão por vir. Mas também... o que ia fazer?! Arriscar procurar e não achar outra forma de seguir mar-a-dentro?! Desistir?! Claro que não. Desapontar Rockets não era uma opção.

A menos que seja Rosemary a rocket em questão... né?! Ah, logo mais Seth subirá e não será mais seu subordinado. Ela não era grande coisa. Bem; com ou sem ela, ele atravessaria. Não tardaria mais. Em sua lancha-viva, seguiu. Para onde?! Não sei. Certamente o Monte Pyre ficava "logo ali" mas, com toda aquela neblina e chuva, não conseguia ver um palmo à frente. Sua visão se tornara tão turva que o quinhetos metros de distância se tornou uma margem quilométrica que não lhe permitia ver o outro lado.

Albafica sabia como resolver?! Bem, se mesgulhasse poderia usar a visão aquática característica dos tubarões; era bem provável que assim visse o tal do monte mas... molharia seu treinador por completo... deveria?! Ah, ele disse "você dirige" né?! Acho que isso é um aval. Ao menos, Albafica pensou que sim; num momento de coragem súbita, afundou. Sem nem um aviso nem nada! Entrou num conflito mental tão grande para decidir se faria ou não o ato que até esqueceu de mencionar qualquer coisa com seu treinador. Seth ficara com água até os ombros e completamente inseguro: era bom que segurasse bem nas barbatanas, senão seria arremessado longe pela velocidade da água.

Ficou nessa posição por longuíssimos quinze segundos. Tão longos que pareciam eternos! Quando emergiu já sabia o que fazer: como imaginava, estavam indo ao lado errado e... bem, deviam seguir à nordeste e não noroeste. Alterou a rota e, para compensar o tempo perdido, adiantou o passo. Logo mais estariam no Monte Pyre; á conseguiam avistar a gigante pedra bem ao lado, a única questão era onde saltar.

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Infelizmente o narrador de Seth estava completamente enganado: não havia um pokemon sequer por ali. Nenhum empecilho, nem uma alma-viva, zero obstáculos e, melhor ainda: a chuva parecera melhorar um pouco. A única coisa "diferente" que nosso futuro rocket podia perceber estava em sua mochila. Sim! Bem guardada dentra da tal "mochila impermeável" que nosso inspetor bugiganga carrega consigo.

Ali, dentro daquela humilde mochila, tinha sua PokeDex e... bem, como esperado, uma mensagem para si no grupo de Whatzapdos da CV. A mensagem com seu nome grifado era um áudio de Netero, o líder de sua sociedade. Ali teria ao menos alguns indícios de uma de suas missões. Como os Rockets não lhe mandaram fazer muito diferente da sociedade, podia ser um áudio útil para os, né?!

Não sei mas saberíamos em breve; logo mais a PokeDex do nosso rapaz aqui esbarraria e começaria a tocar o áudio sozinha... ou fora isso ou fora os tais "fantasmas do cemitério Pyre":
- Oi oi Seth... Prazer em conhecer, eu sou Netero. Eu fiquei sabendo por Nicholas que você pegou a missão dos Rockets né, pois bem, procure uma moça chamada Margo quando chegar no Pyre, ela está estabelecida em algum acampamento na costa do morro. Como a polícia não está entrando ai, não deve ser muito difícil, ela me disse que não estaria disfarçada. É uma garota loira, é isso, obrigado!

Provável que essas seriam as últimas palavras que Netero faria em nome da sociedade; logo mais ele seria afastado e, pouco antes, Nicholas. Era melhor que o garoto agarrasse essa mensagem e a fizesse como útil. Se quisesse à procurar, veria o que disse: uma extensa planície sem obstáculos. Se quisesse logo subir, cagando para tudo, podia só ir morro à cima, numa escada bastante larga e bem sinalizada que tinha à frente.

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Talvez a planície não fosse o lugar certo mas, sem dúvidas, era o mais fácil de procurar. A escolha de Seth fora feliz ao menos nesse ponto; se estivesse errado, ao menos não gastou energia escalando uma montanha para tentar. Outra coisa que lhe fizera ser bastante esperto, era o fato de um "acampamento", ainda que rocket, precisar de bases planas. Isso era um bom indicativo né?!

Não precisou andar muito para entender que, apesar dos pesares, um grupo Rocket não estaria visível. Era bom que olhasse entre as pedras ou mais à dentro. Talvez na transição entre o início da montanha e o plano. Talvez mais perto do... mar?! Bem, se assim fizesse, veria duas pessoas próximas tentando puxar uma grande lona que fora carregada por uma onda.

Quem foi que deu a ideia de carregar algo pesado consigo à essa altura do morro?! Ora ou outra o próprio Seth via: uma onda enorme batia na costa e espirrava nele por completo. Ainda bem que já havia se molhado, não é?! E também; não é como se aquela chuva grossa fosse ficar mais grossa por causa disso.

Da cena se via o seguinte: dois homens de roupas normais, completamente encharcados, tentavam ao máximo fazer força para desagarrar um pedaço de lona que ia sendo carregado para o mar. Parte dele parecia estar preso em uma das pedras costeiras e... bem, isso não parecia um bom sinal. A pergunta que não queria calar: porque estão tentando salvar aquele pedaço de lona nessa altura do campeonato?!

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Ainda que toque incessantemente nessa tecla, Seth estava por completo errado; eu não o odeio. Muito menos estou enrolando o Plot, fato era que o desenrolar estava ali e só ele mesmo não reparou. Apressou o passo em direção ao Clímax e, quando se aproximou, reparou que estava muito mais errado do que imaginava poder estar. Ninguém ali lutaria com ele; muito menos eram pessoas que tinham condições para isso. Entretando isso só foi reparado quando se aproximou ainda mais; nos primeiros passos ele só percebia o grande-visível: a lona era na verdade um tecido grosso e borrachudo que dava peso e base a algum tipo de rede de pesca.

Ainda mais estranho que tentar salvar uma lona ao meio da tempestade era tentar pescar nela. Ok, diversos peixes e pokemons aquáticos pulam para "fora d'água" ao meio da turbilhões mas... seria mesmo o caso de arriscar? A chuva, o vento e a maré alta tentavam engolir todo o material de pesca e, diferente de um processo de pesca natural, eles não faziam procedimento algum de recolha, apenas um puxão forte e desesperado.

Ao se aproximar mais entendeu o meu dito de outrora: com roupas simples, pés descalços e zero pertences, Seth conseguia compreender agora que eram apenas pescadores; sem pokemons. Talvez a rede tenha deixado isso ainda mais óbvio para o rapaz; a semelhança entre os dois homens que se esforçavam também subtendia um parentesco. Ainda que parte do mistério estivesse sendo revelada, o ápice dos segredos estava por vir.

Adentrou ainda mais o espaço comum e teve uma maior amplitude no olhar. Ao meio do caos viu o fato inevitável; ao pé da rede, segurando com mãos, dentes e pés, um homem. Um homem desesperado, pendurado pedregulho à baixo e intermitentemente sendo atacado por ondas que quebravam em cima de si. O rapaz gritava em desespero por ajuda, mas pouco era ouvido, graças aos estrondosos e pavorosos sons das ondas e dos raios somados ao ruído incessante da chuva.

Em plano lamoso os dois homens que, entre caretas, gemidos e dores, tentavam puxar o homem de volta para "terra-firme". O desespero era generalizado: se nada fizessem, o rapaz cairia de uma altura não tão alta, porém letal. Parte da letalidade era culpa dos pedregulhos levemente ponti-agudos e da maré enfurecida ao pé. Como ele foi parar ali?! Bem, não é difícil de imaginar: provavelmente tentavam pegar algum peixe-exótico, que viera com a tempestade. Obviamente não deu certo e ele foi arrastado pelo mar antes mesmo de começar sua iniciativa. Ou não tinha nada haver com isso, não é?!

Dizem que yemanjá se desagrada com quem não lhe respeita. Ou pode ter sido apenas um acidente, não é?! O carácter daqueles homens era talvez a coisa mais desconhecida de toda a história.

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