Era inevitável; lembrei de Loki. O Close Combat em Pangoro (para mim) era o mesmo que abater meu Ursaring. Com dois nocautes imediatos, eu lembrei de Loki duas vezes mas... ah, aquele urso me lembrava muito Loki. Olhei rapidamente para o semblante de Nicholas e... pacífico demais; ele não parecera se importar muito e eu?! Bem, eu não queria que ele usasse Infernape nunca mais. Aquilo não era um pokemon, era algo parecido com uma arma de guerra! Foi assim contra Zapdos?! Foi assim contra o Golem?! Claro que não. Mas contra eu, Lysander ou qualquer outra pessoa que se meter no caminho, vai ser assim. Olhei-o meio desprotegida; uma pequena lágrima se formou no canto do meu olho direito mas não deixei-a cair. Eu ganhei mas não estava... feliz?! Pois é, eu só pensava em Loki. Caminhei campo à fora, passando direto sem dar a volta; fiz o caminho mais rápido para à saída e, principalmente, o caminho mais rápido a Lysander.
No fone?! Alguma música que, sinceramente, não prestei atenção. Não era relevante; abafava o som da torcida e, acima de tudo, me desterritorializava. Eu podia estar ali mas, parte de mim, acreditava estar em outro lugar.
Ainda caminhando pelo meio-de-campo, cheguei em Vili e, passando a mão pelo seu pelo muito-bem-penteado, chamei-a para andar comigo. Continuamos até o ponto final, quando enfim cheguei no garoto. Nessa hora consegui esquecer; já não pensava se tinha muita gente olhando ou se alguém além dele poderia me ouvir. Apenas repeti o gesto que - outrora - fiz com Nicholas. Fechei o punho e lhe dei um soquinho no ombro, leve porém significativo. Como quem dizia um "vamos lá" melancólico; um pequeno empurrão.
- Você aguenta mais que isso. Seus pokemons aguentam mais que isso - Falei de forma solta, sem dar contexto algum e achando que a batalha por si só bastava para contextualizar.
Vejam bem, eu não estava ali para parabenizar e muito menos humilhar nosso adversário. Era inútil qualquer uma das duas coisas. Não era isso que ele queria ouvir e, ainda que quisesse, eu não estava lá para falar o agradável. Eu estava lá para me desculpar sem pedir desculpas. Ele colocou seus pokemons nessa situação e... bem, poderia ser eu. Sei bem a culpa que sente ao perder e, pior de tudo, a culpa que se sente ao perder tão feio. São nossos amores apanhando por nós. É literalmente: nossos erros surgindo na pele de quem a gente ama. É o auge do machucar o próximo e, além disso, amar o próximo. Eu precisava passar essa mensagem; eu precisava dizer-lhe que isso não marcaria (ao menos não para sempre) a relação daqueles três. Eu precisava lembrá-lo que derrotas são derrotas e, apesar de horríveis, são superáveis.
Assim como tudo no mundo.
E disso a gente sempre esquece.
Agora enfim eu abria um sorriso, tocava-o no ombro e o chamava para ir comigo até o corredor de saída. Eu sei que abandonei Nicholas ali por um motivo um tanto quanto aleatório mas... ah, ele não ligaria; raramente ele liga para algo. Minha última fala a Lysander fora um convite e, após isso, eu caminharia para a saída daquele evento, com ou sem ele:
- A gente vai ta na parte de treino do centro pokemon. Se quiser encontrar com a gente por lá.
Entendam bem; eu até alienei e abstraí o ambiente atual mas não duraria muito. A realidade vem à tona mais cedo ou mais tarde e não queria surta com plateia mais uma vez. Por isso, e apenas por isso, fui embora sem falar mais coisas; com ou sem Lysander & Nicholas, eu iria corredor à dentro e, após isso, torre à fora. Ao menos Vili continuava ao meu lado e, no momento, era isso que importava. Coloquei nela um porto seguro e, reparando isso, veio em minha perna se esfregar; pedindo (e fazendo) carinho. Cedi... mas não sem parar de andar.
No fone?! Alguma música que, sinceramente, não prestei atenção. Não era relevante; abafava o som da torcida e, acima de tudo, me desterritorializava. Eu podia estar ali mas, parte de mim, acreditava estar em outro lugar.
Ainda caminhando pelo meio-de-campo, cheguei em Vili e, passando a mão pelo seu pelo muito-bem-penteado, chamei-a para andar comigo. Continuamos até o ponto final, quando enfim cheguei no garoto. Nessa hora consegui esquecer; já não pensava se tinha muita gente olhando ou se alguém além dele poderia me ouvir. Apenas repeti o gesto que - outrora - fiz com Nicholas. Fechei o punho e lhe dei um soquinho no ombro, leve porém significativo. Como quem dizia um "vamos lá" melancólico; um pequeno empurrão.
- Você aguenta mais que isso. Seus pokemons aguentam mais que isso - Falei de forma solta, sem dar contexto algum e achando que a batalha por si só bastava para contextualizar.
Vejam bem, eu não estava ali para parabenizar e muito menos humilhar nosso adversário. Era inútil qualquer uma das duas coisas. Não era isso que ele queria ouvir e, ainda que quisesse, eu não estava lá para falar o agradável. Eu estava lá para me desculpar sem pedir desculpas. Ele colocou seus pokemons nessa situação e... bem, poderia ser eu. Sei bem a culpa que sente ao perder e, pior de tudo, a culpa que se sente ao perder tão feio. São nossos amores apanhando por nós. É literalmente: nossos erros surgindo na pele de quem a gente ama. É o auge do machucar o próximo e, além disso, amar o próximo. Eu precisava passar essa mensagem; eu precisava dizer-lhe que isso não marcaria (ao menos não para sempre) a relação daqueles três. Eu precisava lembrá-lo que derrotas são derrotas e, apesar de horríveis, são superáveis.
Assim como tudo no mundo.
E disso a gente sempre esquece.
Agora enfim eu abria um sorriso, tocava-o no ombro e o chamava para ir comigo até o corredor de saída. Eu sei que abandonei Nicholas ali por um motivo um tanto quanto aleatório mas... ah, ele não ligaria; raramente ele liga para algo. Minha última fala a Lysander fora um convite e, após isso, eu caminharia para a saída daquele evento, com ou sem ele:
- A gente vai ta na parte de treino do centro pokemon. Se quiser encontrar com a gente por lá.
Entendam bem; eu até alienei e abstraí o ambiente atual mas não duraria muito. A realidade vem à tona mais cedo ou mais tarde e não queria surta com plateia mais uma vez. Por isso, e apenas por isso, fui embora sem falar mais coisas; com ou sem Lysander & Nicholas, eu iria corredor à dentro e, após isso, torre à fora. Ao menos Vili continuava ao meu lado e, no momento, era isso que importava. Coloquei nela um porto seguro e, reparando isso, veio em minha perna se esfregar; pedindo (e fazendo) carinho. Cedi... mas não sem parar de andar.
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O Mahiro é o melhor do mundo <3