[Battle Tower] Segunda Fase Profissional: Luta A1

Duas vitórias se encontram. Apenas uma sai.

Com a Battle Tower sendo o palco de dezesseis batalhas praticamente semilutâneas, é de se esperar que os espectadores dividiriam-se entre seus favoritos na hora de escolher assistir ao vivo um combate, deixando para o replay aquelas batalhas menos importantes aos olhos do público. Nesse quesito, a Liga Amadora acabava ficando "prejudicada", pois a maioria esmagadora preferia vidrar-se na frente dos telões para acompanhar as batalhas mais complexas e com movimentos surpreendentes da Liga Profissional. Entretanto, até mesmo dentro desta Liga haviam preferências e a Batalha A1 era uma dessas "queridinhas" do povo, que amontoavam-se em espaços públicos, bares ou simplesmente no conforto de casa para assistir tudo em tempo real.

Apesar da luta em si só iniciar às 16 horas, os comentaristas e o próprio narrador entravam no ar alguns minutos antes para discutir um pouco mais sobre os desafiantes, trazer repórteres ao vivo entrevistando populares e também analisando a arena, que ainda não havia sido revelada. Nesse sentido, a Chave A1 era contemplada com a narração de Sylveon Louis e o comentário de Joey, um especialista em Rattatas — Booooa Tarde meus queridos! Aqui quem vos fala é Sylveon Louis e estaremos a partir de agora trazendo batalhas de qualidade para todos vocês! Aqui ao meu lado, o magnífico, o genial, o único, Nathanael "Youngster" Joey! Muito boa tarde Joey! — Iniciou a transmissão de forma irreverente como sempre o narrador, passando a palavra para o convidado do dia, que também era o comentarista.

— Não é pra tanto, não é pra tanto, mas obrigado Louis... Agradeço a oportunidade e quero dizer que estou muito empolgado para o combate. Valentain, um conhecido Coordenador em Hoenn, depois de ter vencido a última batalha de maneira difícil contra um Blissey, agora vai ter de enfrentar a temida dupla Winnie e Nicholas, que simplesmente massacraram o primeiro adversário! — Comentou Joey, apoiando-se no balcão e inclinando-se para frente um pouco — Exatamente Joey! A Bolota Rosa quase azedou a maionese de Valentain, enquanto a combinação de Infernape e Furfrou fizeram até um Pangoro socar a própria cara. Briiiincadeira, meus amigos! Nunca vi isso! — Disse Sylveon, em um tom jocoso e com a sua voz rouca.

— Mas não vamos perder tempo só falando asneira aqui. Liga a gente com o nosso Repórter Ao Vivo, diretamente de Rustboro! — Emendou o narrador, apontando para a tela e esperando alguns segundos, até que separaram a transmissão em duas, na mesma tela. De um lado o estúdio e do outro, um Repórter numa espécie de Parque bastante arborizado e com uma multidão de espectadores diante de um telão. O barulho lá era intenso e o correspondente precisava apertar os fones de ouvido contra a própria cabeça para abafar o som e ouvir o retorno. Sacudindo a cabeça várias vezes, até ouvir tudo o que já foi dito pelo apresentador, respondendo finalmente — Isso! Isso Sylveon! Eu to aqui no Square Garden de Rustboro, ele foi fechado para colocarem o Telão e para ficarem só os torcedores, sem aquelas trilhas e ciclovias comuns no cenário. A gente pode ver que está tudo coberto de gente, mostra por favor câmera! — Comentou o repórter, fazendo imediatamente o câmera mostrar uma grande multidão igual formigueiro, onde uma faixa grande se destacava "A MACACADA NÃO PODE PARAR!".

— E Sylveon, além da comoção enorme, a gente encontra histórias únicas também, não é mesmo? Esse é o caso aqui do Marcelino, esse senhor de setenta e dois anos de idade, que chegou aqui. ACREDITEM. Às sete horas da manhã e trouxe uma infinidade de Bonecos do Infernape, que ele disse já ter vendido tudo. Não é mesmo Seu Marcelino? Conta mais pra gente... — Anunciou o Repórter, ao mesmo tempo que a câmera fazia o trabalho de abrir a visão e focar no entrevistado idoso que já começava a falar — Meu querido... Eu vim de Sinnoh muito jovem... Cheguei aqui com uns tostados no bolso e um Chimchar no ombro... Que Arceus o tenha... Não sabe a alegria que é ver um Infernape entrar em campo, tão poderoso. Ainda mais aqui, onde a gente só vê Blaziken, Blaziken e Blaziken em todo lugar. Hoje meu coração é desse Robb sim senhor... Quando ele entrar em campo, não vai ter para ninguém... — Declarou Marcelino, de forma bastante pausada pela dificuldade da fala, mas também com bastante humildade e um sorriso sincero no rosto cansado.

— É isso aí Sylveon! E o que mais tem aqui são "Marcelinos". Se dependerem dele, essaa disputa já tá decidida! É com vocês aí do estúdio! — Finalizou o homem, sumindo de cena e deixando a tela apenas para Sylveon e Joey. — É isso! Estamos nos aproximando do início da batalha... História linda do Seu Marcelino, mas com o perdão da palavra, o que me chamou atenção aqui foi o... A MACACADA NÃO PODE ACABAR! Hahahaha! Na sua época tinha muita Macacada, Joey? Como era colocar em campo seu Rattata e o adversário surgir com um Quilava. Dava aquele frio na espinha? Mantinha a cabeça no lugar? — Comentou e questionou o narrador e apresentador, deixando a resposta por conta do convidado — Olha Louis, não vou mentir não, dava aquele frio na espinha, sabe? Mas eu tinha meus truques. Afinal, meu Rattata era um Top Percentage. Tenho certeza que Valentain, como Coordenador, vai ter também seus truques nas mangas e pode ser bem "chato" para os favoritos... — Finalizou Joey.

— Pois é Joey, sempre uma surpresa essas batalhas. E ainda temos aquela jovem, Winnie. Ela age com bastante estratégia, usando bem seus itens e diversifica bastante seu time e seus movimentos, não é aquela mesmice de Charizard, Charizard, Charizard. Mesmo não tendo Pokémon tão experientes como um Infernape daqueles, é uma força considerável. E independente do que aconteça, vamos ser abrilhantados com uma batalha sensacional... Batalha esta, que está prestes a começar! Cadê as imagens produção? — Encerrou Sylveon, pedindo que as imagens da Arena fossem liberadas. Como em todas as lutas, primeiramente havia apenas escuridão e o timing das câmeras era perfeito para ainda pegar essas trevas totais em suas lentes, no momento exato que os holofotes se acendiam. Assim como muitas outras batalhas, esse combate se desenrolaria em um ambiente fechado, mas um salão grandioso, de teto alto e que devia ter o tamanho de um andar completo de um prédio comercial daquele porte.

Dentro do ambiente, uma curiosidade... Música? Bem, muito mais do que isso. Além do som eletrônico, haviam globos prateados presos ao teto e um sistema de iluminação com lasers multicoloridos. O ambiente em si era dominado pela penumbra, ou seja, uma baixa iluminação como a encontrada em qualquer Boate de uma cidade grande. Castellia - em Unova - por exemplo, era recheada destas Baladas que ocorriam em prédios altos e não em edifícios próprios e térreos. Isso deixava claro que a Arena simularia um andar inteiro de Festa! No chão, o campo em si, feito de Saibro na cor Rosa-Escuro e delimitado por linhas compostas de cal, na cor branca. Como esperado, tinha as dimensões de uma arena padrão, como qualquer outra da Liga Pokémon. Já no centro do campo, um juiz aguardava a chegada dos competidores, que não demorariam.

Dos dois elevadores que existiam no lugar, saíram três competidores. De um deles, a dupla, do outro o solitário coordenador. Ambos vieram de posições distintas e reuniram-se ao juiz, no centro da arena, aguardando as instruções finais para começar — Boa tarde aos três! Informação rápida... Batalha limpa, certo? Lembrando que em caso de haver a queda de todos os Pokémon em campo por conta de algum movimento específico, é considerado um empate, independente de quem tenha caído primeiro ou quem tenha lançado o movimento. Dito isso... — Explicou o árbitro, retirando uma moeda com o nome dos competidores de cada lado. A dupla era a "cara" e Valentain, a "coroa". Ele jogou o objeto para cima e o pegou em suas mãos, tampando-o rapidamente, mas revelando-o lentamente. — Winnie e Nicholas. Vocês darão a iniciativa de combate e escolhem o lado do campo que preferirem. Já você, Valentain, poderá dar suas ordens apenas depois da iniciativa da dupla. Agora, para suas posições. — Finalizou o homem, afastando-se para a lateral do campo, enquanto os treinadores iam para suas respectivas posições.

Como esperado, assim que estavam na posição correta, todos liberaram seus Pokémon, deixando quatro luzes amorfas tomarem a Arena e aos poucos se revelarem como quatro criaturas. Restava apenas à dupla dar as ordens para que o combate começasse de verdade. Já no Estúdio, o apresentador também iniciava a narração, aquecendo-se para o que viria. — ACERTA O SEU AÍ QUE EU ARREDONDO O MEU AQUI! Foi liberada a partida mais preciosa do dia e todos estão vidraaaados no que virá adiante. Winnie e Nicholas contra Valentain. Valentain contra Winnie e Nicholas. Segura coração! — Finalizou Sylveon, dando início ao combate. O que a dupla reservaria para esse início e o que o oponente faria para reagir? ◄


Campo: Réplica de uma Boate, com luzes multicoloridas, globos prateados, iluminação amena e um som ambiente que não atrapalhava a tomada de decisões ou a compreensão das ordens dos treinadores. O campo era feito de saibro na cor rosa-escuro, com as linhas de delimitação na cor branca, feitas de cal. As dimensões são as padrões, oficiais, da Liga Pokémon.

OFF: AAAAAAAAAAH obrigada pela narração, Luch <3 Gente só explicando que eu fui meio que "chutada" da rota que eu tava então to terminando a narrativa dela e o caminho até o Battle Tower aqui nesse post, ta?! Desculpa ter ficado grandinho mas eu precisava dar contexto Q eu tava num bar bebendo e é isso. Eu até ia me aprofundar mais na narração do Luch mas ai eu me toquei que já tava uma bíblia e deixei pra "me tocar disso" no próximo post.

Devia ser a primeira vez em anos que eu simplesmente deixava rolar. Grande parte das batalhas do Battle Tower se (re)iniciavam e eu simplesmente não fui; claro, eu não daria continuidade ao meu procrastinar... mas ainda assim, permiti-me ficar mais um pouco naquele bar. Infelizmente só eu me dei esse aval; Nicholas logo mais saíra e fora atrás do seu "moveset". Mas para que, Nico?! Precisa disso tudo?! Sente ai e tome mais um drink comigo... ah, quer saber? Deixa... eu entendo a euforia dele. Em seu lugar, eu nunca conseguiria sentar aqui e "deixar acontecer".

Deixei que fosse: depois da primeira batalha e do primeiro copo de álcool, eu já não ligava muito mais. Agora era eu e... mais ninguém?! Olhei ao bar morto e entendi que ninguém estaria ali numa hora dessas. Um restaurante não-temático em pleno Battle Tower?! Está pedindo para não ter clientes. O mais provável era que o dono, sabendo do caos que a cidade estaria, optou por não relacionar sua marca ao evento.

Certo ele, né?! Sei bem como é a experiência de gerenciar um restaurante à beira do caos urbano. Ok, talvez não tão bem; Violet nunca passara de um subúrbio.

Enfim sozinha, pedi à moça para que trouxesse outro daquele copo; deliciar-me-ia enquanto via as tais batalhas amadoras. Aquelas mais longas e que, justamente por isso, começariam primeiro. A única TV do estabelecimento era pequena, muda e ao fundo; isso me fizera mudar de mesa. Vi Karinna, Shion e Ren juntos e isso retomara a mim o estúpido (óbvio); o quão pequeno era aquele mundo de treinadores. "Isso já é de Karinna" pensei sem interpretar demais; qualquer um dos três eram meus favoritos. Tão favoritos que eu simplesmente não ligava para quem ia ganhar.

Ou isso ou... bem, eu só não ligava de qualquer forma. Quando dei por mim, a TV fora desligada e eu nem me toquei! O novo copo estava no fim e o devaneio que me tomou por completo era inédito: irei batalhar nesse estado?! Sim, irei. Ou melhor, batalharei pior! Enfim levantei-me e, esbarrando de cadeira em cadeira, cheguei ao balcão. Ali paguei minha conta (e a de Nicholas também) e de quebra pedi mais uma longneck: "Uma Cacildes por favor", a cerveja que só pelo nome expressava o que eu não podia falar.

Ok Nicholas voaria bêbada mas eu?! Eu andaria pela cidade tumultuada, entraria naquele elevador, erraria os andares, trocaria os corredores e enfim escolheria um pokemon completamente bêbada. Vejam só meus amores: eu tenho cinquenta quilos e, junto disso, me falta o hábito de beber. Dois copos de "drink do Rin" e uma cerveja eram o suficiente para deixar minha visão turva.

Sabe mais para que isso servia?! Para me fazer abstrair por completo da minha situação. Pela primeira vez enfrentei os bastidores sem ansiedade; pela segunda vez caminhei por aqueles hall's movimentados e pela terceira vez me peguei esperando por Nicholas pré-evento. Bebi, bebi de novo e bebi mais uma vez e... ele não chegara?! Oh deus, certamente caiu do seu Skarmory enquanto dirigia... Pera, isso nem sequer faz sentido! Quem está bêbado é o motorista e não o carro. Se você pensar que carros sóbrios não batem em ninguém, ta tudo bem.

E estava mesmo: Nicholas logo mais chegou. Ele parecia muito melhor que eu mas nem tentei disfarçar; ao vê-lo abri um sorriso amarelo e ergui minha cerveja idiota para cima:
- Cacildes!!! - Afirmei, numa expressão completamente idiota porém sincera. Eu estava impressionada em vê-lo ali - Já tava achando que tinha caído de Skarmory - Gargalhei - Ainda bem que não aconteceu né não, imagina perder de W.O porque caiu de um Skarmory - E eu não parava; eu simplesmente não ligava muito para os filtros - Imagina contar isso para nossos filhos - E parei. Aqui o filtro funcionara retrogradamente - Seus filhos - Corrigi e me calei.

Calei-me com mais um gole. O líquido chegava ao fim e uma antítese tomava a forma de Winnie; o paradoxo da felistreza encaixavam cada mm² de mim. Há aqui um alívio de saber que pior do que ta num fica mas... ah, como eu queria mais goles/m (por-minutos) para simplesmente não me importar. Eu só queria não me importar! Tomei distância de Nicholas quando reparei que três copos de álcool eram suficientes para me fazer enfrentar um mundaréu de gente sem a mínima vergonha... mas não eram suficientes para me fazer não ligar para sua opinião.

Oh como isso dói; é nessas horas que a gente assume estar fudido, né?! Entende porque eu queria outra "cacildes" agora?! Ainda que a cerveja seja uma merda, não há porque me expressar com outra coisa. Até jogá-la na cabeça de Nicholas seria bastante significativo.
Tão significativo que precisei me segurar para não por a ideia em prática. Mas ah como eu queria acertá-lo com força só pelo simples fato de fazer eu me sentir assim.

Segui em frente e, ainda distante, fingi não estar bêbada demais. Falhei por completo; troquei um pé pelo outro e andei na diagonal. Vejam bem; se meu intuito fosse andar reto, eu estava perfeitamente no meu ideal, até porque, diagonais são retas, né?! Pois é; o problema é que do elevador ao campo eu simplesmente não lembro que caminho fiz. De uma forma ou de outra cheguei no juiz mas, antes disso, só sei que nada sei.

Num Flashback eu lembro de uma tela ao topo; uma galera gritando também. O narrador as vezes me fazia rir mas eu não lembrava muito bem porque. Oh deus; além de bêbada passei a ter amnésia anterógrada. Deus me livre. Nem quando perdi Gin para a Dama do lago foi assim! De devaneio em devaneio, vejo a moeda pousar e dar-me a difícil tarefa de escolher o lado:
- Oi Valentain, se não se importar, ficaremos com o lado esquerdo - Eu posso não ser nada mas a Vitória além de canhota é comunista então não havia muito como contestar essa escolha - Desculpa por isso Nicholas mas seremos esquerdistas hoje - E andei até o tablado me posicionando. Eu já havia esquecido por completo o "ato-falho" anterior.

Ali eu liberei... Loki?! Pois bem, felizmente eu só podia entrar com uma esfera em campo, caso contrário eu certamente erraria meu pokemon. Olhei-o com bastante felicidade: era bom vê-lo ali. Certamente correria ao campo e o abraçaria se não houvesse dois problemas nessa atitude. O primeiro (e menos importante) é que estava todo mundo olhando e aquilo seria bem contra as regras... o segundo - e bastante relevante à mim nesse estado famigerado - era que aquele campo me lembrava o Holi Park. Terra batida, música eletrônica, luz abafada e lasers?! Ah não, só podia ser o Holi Park! Pela primeira vez era esse meu incômodo num evento gigantesco: não era plateia, não era insegurança, não era barulho. Era a lembrança do Holi Fucking Park.

Como eu odiei aquela festa. Iria de novo?! Com certeza, mas isso não tira em nada a legitimidade do meu ódio. Eu acho.

Encarei o campo pela segunda vez e agora?! Agora com bastante raiva: iria cumprimentar Robb e Loki e já ordenaria ofensivas, sem pensar demais:
- Ei Loki e Robb - Fiz como disse, obedecendo o script escrito por Vitória - Vamos usar Ices Punchs furiosos no Swellow, ta bom?! - E bastei. Agora encarei Nicholas, extremamente ansiosa com o que falaria. Ainda que combinada, recombinada, ensaiada e repensada, aquela luta se tornara episódio novo para mim. Não importava o quanto calculei antes; de agora em diante, qualquer coisa dita por qualquer personagem seria novidade para mim. Ainda que não fosse, seria.

Duas vitórias se encontram. Apenas uma sai.

Como combinado, Winnie e Nicholas iniciariam o combate dando a iniciativa e puxando as ordens de Valentain também. A dupla de treinadores tinham dois Pokémon casca-grossa e deixavam bem claro que não facilitariam o trabalho do oponente. Por outro lado, a sutileza dos companheiros do Coordenador traziam um contraste curioso para o campo de batalha, principalmente quando as duas duplas começaram a ganhar terreno pela arena, misturando-se em um combate pesado. O primeiro de fato a agir foi Parasect, que não precisou se mover para responder às ordens do treinador. O Pokémon manteve sua posição retrógrada e criou uma barreira protetora sobre si, mas claro, sem sombra de dúvidas, o mais rápido de verdade e que despontava na frente de todos era o Swellow. O Pokémon Voador parecia um jato atravessando o ar da sala em que se encontravam, voando bem próximo dos globos prateados de festa e dos Drones, desviando deles apenas para contornar todo o ambiente e voltar, dessa vez pelas costas de Robb para acertá-lo em cheio, com um poderoso golpe que foi sentido por ambos os oponentes (-59  CRÍTICO! | -20 de Recoil).

— PEEEEEELAS BARBAS DO MEOWTH DE GALAR! QUE QUE FOI ISSO! Robb não teve tempo de reagir... Será que são más notícias? Acho que isso pode ser um sinal de zebra, hein? — Comentou Sylveon Louis, puxando Joey para a conversa também. Obviamente, o comentarista além de rir também tratou de dar sua opinião — Mas olha, vou te dizer Sylveon. Essa batalha já prometia altos danos desde o início, viu? E vem mais por aí... Só queria salientar que o item que o Swellow segurava ajudou bastante com esse impacto, consegue ver ali no bico, aquele acessório afiado? Problema é que o Brave Bird é uma faca de dois gumes e a energia perdida vai ser importante depois... — Criticou o Youngster, apontando alguns detalhes que achou interessante nesse movimento inicial da batalha. Contudo, nem o primeiro turnod da batalha havia se encerrado ainda. Robb e Piper afastavam-se, ainda desorientados pelo golpe e rebote sofridos. Contudo, o Infernape ainda tinha uma missão e aos saltos, aproximou-se de Garden, tentando acertá-lo com um movimento poderoso, que praticamente foi inútil. Ele não havia visto a proteção... Já Ursaring, mantinha-se na retaguarda e aproveitou que o Swellow afastou-se ainda meio capenga da proximidade do Infernape para acertar-lhe com um forte Soco de Gelo (-31).

Robb resolveu deixar Parasect para trás por enquanto e erguia sua cabeça para todos os lados em busca de seu adversário, para tentar uma esquiva ou uma defesa. Contudo, mais uma vez a velocidade de Piper falou mais alto e a Voadora o surpreendeu, vindo de cima, descendo quase na vertical com o mesmo movimento de antes, em uma versão mais atenuada (-39 || -13 de Recoil). Já o Pokémon de Fogo, que mesmo ferido, parecia já estar adaptando-se aos golpes pesados sobre si, fintou os dois oponentes para tomar distância e depois retornou com tudo em uma espécie de dash sobre Parasect que não podia significar outra coisa além de um nocaute (-73 | -24 de Recoil). Nesse instante, uma chuva de esporos foi lançado no ar conforme o Pokémon Inseto despencava de cabeça para baixo e com as patas retorcidas. Entretanto, Robb teve a sorte ou talvez a presença de espírito de evitar os resquícios fúngicos e só precisou ficar observando o que viria a seguir. Mais uma vez Loki, o Ursaring, deu um salto para acertar o Swellow, que não parava quieto no ar. Apesar da dificuldade em golpear um alvo rápido, ele foi certeiro em socar as asas do Pokémon, que com as penas levemente cobertas de gelo, não resistiu aos ferimentos sofridos e auto-infligidos e simplesmente tombou no campo (-31), decretando seu nocaute e a derrota do Coordenador.

— MINHA NOSSA DIANCIE! E NÃO É QUE O JOEY AVISOU? MISERICÓRDIA! Parasect virou espetinho! Swellow cavou a própria cova com o bico e o resultado é esse. Uma das batalhas mais rápidas da Liga Profissional. Mostra aí, Mostra í produção! COmo tá a festa lá em Rustboro? — Questionou o narrador, recebendo uma imagem do Square Garden da cidade. Vários espectadores pulando na frente da câmera e falando frases emboladas, enquanto o som principal era de tambor ao fundo "TUM TUM TUMTUMTUMTUM! TUM TUM TUM TUM TUMTUMTUMTUMTUMTUM!". Era clima de final, onde a torcida de Winnie e Nicholas parecia engolir as demais vozes — É isso aí Louis, mas qualquer treinador que se preze já passou por isso. Já vi Critical inesperado, já levei um golpe só e caí. Faz parte! — Tratou de mandar um eufemismo o comentarista, para evitar ânimos exaltados. Enquanto isso, no campo, o juiz encerrava a partida e chamava os competidores ao centro do campo para cumprimentarem-se e encerrar de vez a ocasião. ◄


Campo: Réplica de uma Boate, com luzes multicoloridas, globos prateados, iluminação amena e um som ambiente que não atrapalhava a tomada de decisões ou a compreensão das ordens dos treinadores. O campo era feito de saibro na cor rosa-escuro, com as linhas de delimitação na cor branca, feitas de cal. As dimensões são as padrões, oficiais, da Liga Pokémon.

- ... Cacildes?! - E fora a única coisa que pronunciei até então.
Valentain parecia sair entristecido e mudo e eu?! Eu simplesmente não entendia em nada a situação! Num piscar de olhos Loki havia derrubado Sweellow e o juiz anunciava fim-de-jogo. Mas como?! Ursaring está tão forte assim?! Bradei seu nome animada e estava crente que ele fizera tudo sozinho: "Meu Loki. Meu pequeno-grande Loki. Derrubara o maior pokemon so-zi-nho!" eu falava, sem nem reparar que meu pensamento escapolia pela minha boca.

Ah, mas é muito poderoso mesmo esse garoto. Nem parece que tomou um Close Combat de Infernape e caiu longe esses dias... pera, eu botei Loki para batalhar ao lado de Infernape mesmo?! E ele simplesmente não se importou?! Oh deus; onde eu estava com a cabeça em fazer isso?!

Num momento de desespero alcóolico, retomei a "racionalidade". Ok, não há nada de racional nisso. Tratar como um trauma algo que Ursaring já superou era bastante tempestade em copo d'água mas ainda assim, fiz: meu ânimo fora "para as cucuias". Retornei Loki silênciosa, ignorando toda a algazarra que fiz anteriormente e fechei o semblente. Dei-lhe um beijo no topo de sua esfera e disse:
- Me desculpa bebê ele nunca mais vai te machucar eu juro juradinho - E mostrei o mindinho ao ar, encenando uma promessa de dedinhos com o urso que nem sequer estava ouvindo.

Agora era hora de encarar Nicholas com o olhar fechado; o famoso "olhar penetrante" que é confundido, o tempo todo, com fome. No caso ele expressava raiva; raiva por um problema que criei em minha cabeça e não lhe contaria em hipótese alguma. Apenas lhe encararia com os olhos semi-abertos, repletos de ódio. Ficaria ali, deixando-o passar na frente; continuaria logo atrás, ainda lhe olhando feio.

Ah mas esse Infernape ainda me paga. O se vai! A essa altura eu nem havia me tocado: era Joey que narrava minha batalha. O mesmo Joey que Gabriel Paiva um dia meteu no meu caminho em Johto. É claro que eu não lembraria; além de bêbada estava completamente ocupada em estragar o dia de Nicholas. Ele estragou o meu! Nada mais justo. Soltei um "humph" bastante sincero e segui em frente; ainda encarando meu rival-namorado.

Agora nem eu mais sabia se era ódio ou fome o que eu estava sentindo, na dúvida, sugeri:
- Aaaah vamos passar no PokeDonalds de novo, eu quero outro MilkShake!

Duas vitórias se encontram. Apenas uma sai.

Com o encerramento da batalha e as devidas interações entre o juiz e os participantes e dos participantes entre si, o conflito encerrava-se. A pontuação dos dois lados era contabilizada e os treinadores eram enfim liberados para fazerem o que bem entendesse de suas vidas no intervalo entre Segunda e Tercera Fase.

FIM. ◄

Resultado da Batalha escreveu:

>> Robb recebeu 7611 EXP!
>> Loki recebeu 8072 EXP, +3 pontos de felicidade e subiu para o Nível 33!

>> Garden recebeu 5625 EXP, +2 pontos de felicidade e subiu para o Nível 30!
>> Piper recebeu 5625 EXP!