Ren tinha boas ideias para incrementar tudo ali, primeiramente pela parte de fora, pensando mais em um arco-íris. Pintar os brinquedos também era uma excelente ideia que poderiam por em prática. Quando falou sobre as tintas, Lily prontamente respondia que estas já tinham sido doadas pela... Lisia, em sua última passagem pelo local. Uma coisa a menos para se preocupar.
O treinador de fadinhas já estava pronto para botar a mão na massa quando Lily, rindo de leve, o parava – Calma, garoto! Não é assim ainda! Eu já lhe falei que não podemos sair pintando assim, primeiro tem que passar pela Madre Superiora e o Conselho. Além disso, você apenas comentou sobre o exterior da mansão... ainda tem a parte interna! Não se esqueça de anotar suas observações no caderno que lhe dei! – puxando novamente a mão do rapaz, adentravam o recinto!
O local era grande, com dois longos andares, pelo visto. Uma grande escada em espiral, toda feita de madeira, como boa parte do casarão, levava para o outro andar. Tudo ali era meio sem cor, contendo apenas o marrom da madeira e alguns “preto e branco”. Algumas inscrições nas paredes identificavam o nome da Creche... Kindergarten's Rainbow. Apesar das cores desbotadas, podia-se ver, se olhasse bem, um arco-íris por lá, com listas passando pelas letras... apenas faltava a cor!
De pontos positivos, podia-se falar dos Vitrais, representando pessoas, normalmente de preto e branco...mas com diversas cores também, lembrando um arco-íris. Os Vitrais eram bastante para um local em crise! O maior de todos ficava no teto, com quase 5 metros de altura e representando várias crianças. Lily logo comentava com Ren – Esses vitrais são lindos não? Me apaixonei à primeira visto... foi o que me fez ficar trabalhando aqui e tentar melhorar este lugar! Eles também são o motivo do nome da Creche, “Arco-íris”... em determinadas horas do dia, as cores mudam e durante a Lua cheia fica lindo também!
O local também era embelezado pelo mármore límpido no chão (apenas nas alas principais do casarão)... havendo alguns desenhos que realçavam sua beleza, como crianças, flores, dentre outros – Foi o Gogh que pintou isso no mármore – fazendo um leve carinho na cabeça do pokemon – Foi preciso uma tinta especial e muito treino por parte desse velho, mas muito competente, Smeargle! O Conselho só não tirou isso... bem, porque ia sair muito caro! Poucas gostam, mas elas têm que aceitar! Um pouco de vida nesse local que se tornou tão... fechado!
Em seguida, Lily ia levando Ren pelos quartos e salas, passando pelas diversas mulheres vestidas como ela, de preto e branco, além dos trabalhadores... algumas das mulheres, mais velhas, usavam becas requintadas e andavam sempre de nariz empinado, olhando estranho para o rapaz de cabelos rosas e parecendo um mendigo... certamente já o teriam expulsado de lá se não fosse Lily afirmando e atestando que ele era um enviado de Lisia!
Falando nas salas e quartos, eram também um tanto quanto... “vazios”, com apenas uma cor, geralmente branco, e em muitos locais já estava suja e desbotada, além dos rabiscos das crianças. As carteiras eram de madeira e sem cor, parecendo um tanto quanto antigas e de conforto duvidoso. As lousas pelo menos pareciam novas e bonitas, no entanto, não se podia falar o mesmo dos livros, surrados!
Os quartos, por sua vez, eram na madeira mesmo, com beliches de 3 andares e pouco espaço, sem nenhuma decoração atual... somente as desbotadas e desgastadas pelo tempo! Alguns armários antigos para colocar roupas, pelo visto, e um pequeno espaço de recreação para as crianças brincarem (apenas em alguns), não cabendo mais do que 4 crianças pequenas.
Então, Lily chamava Ren para o final do corredor do 1 andar, fazendo questão de falar que o segundo andar era a mesma coisa... mas voltado para adolescentes, ou seja, mais bagunçado! O final de tudo era marcado com uma enorme porta de ouro e Lily respirava fundo ao ficar defronte – Aqui é nosso enorme salão de eventos... o único local que a Madre não tocou, permanecendo lindo como Gogh o deixou... ele mesmo cortou sua orelha bem aqui onde estamos, para mostrar que elas somente iriam mexer neste local por cima do cadáver dele!
O pokemon pintor tateava a porta, como se a estivesse sentindo, respirava calmamente e fechava os olhos, relembrando, pelo visto, os bons momentos ali. Seus olhos ficavam molhados, como se estivesse perto de chorar... mas apenas mostrou seu semblante de completa alegria, enxugando seus olhos com o dorso da mão. Lily, compadecida, se abaixava para abraçar o pokemon por alguns instantes – Não se preocupa, Gogh... seu sacrifício foi enorme! Este local é um baluarte de esperança para a arte!
Voltando-se para Ren – Esse é nosso último trajeto! Anotou direitinho as suas dicas para os locais que já visitamos? Quer rever algum? A hora é agora! Depois daqui, vamos para as madres... apenas quero que vejo o que este lugar foi um dia! - Lily parecia bem contente e até... emocionada de estar ali!