Pokémon Mythology RPG 13
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Mensagem por Shianny Sex maio 08 2020, 02:09

...Era... Muita informação, para digerir de uma vez só.

Repentinamente, após um encontro tão singelo à beira de um lago, apareciam no "limiar" em um simples estalar de dedos (e, ainda que não tivesse certeza se poderia confiar em quaisquer palavras mencionadas por tal estranha criatura, não podia deixar de pensar: Se não havia sido ele o responsável por arrastá-las até ali, então, quem o era?), aprisionadas em dimensão distante que não parecia querer permitir que retornassem para casa ou, pelo menos, não sem que sofressem um pouco antes de fazê-lo. Além disso, era esquisito que a criatura clamasse que não tinha nada a ver com tal situação, considerando que fora justamente ela quem as havia "cumprimentado", pouco antes de acordarem...

Foi nesse momento, aliás, que se questionou se não haviam sido, de fato, tragadas para o fundo do lago.

Não teve muito tempo para pensar a respeito, de qualquer modo: Não quando uma caixinha havia flutuado em sua direção e, ainda que incerta, tomou a chave revelada entre os dedos - e muito menos quando a atenção do espectro se voltou para si e, de maneira sádica, a figura e as palavras de Luch inundaram seu consciente, como um tsunami que não parecia capaz de escapar. Entretanto, porém, contudo e todavia: Não se pode esperar utilizar um mesmo artifício o tempo todo e, ainda assim, arrancar uma reação (ou falta de) de seu alvo temporário, não é?

Por isso, ao invés do caos, veio a ira. Um ódio puro que mesclava-se com rancor indignado: Exatamente por isso que sua única expressão se resumiu em desgosto ácido quando os sentidos tentaram convencer-lhe, hospitaleiros, da sensação de lar que emanava daquele projeto maldito de holograma que, por algum motivo, resolvera tentar dominar-lhe os pensamentos; Ora, veja bem, se até o momento haviam encontrado uma criatura capaz de ler tranquilamente as lembranças, por que raios não seria possível que surgisse outra que pudesse clonar não só aparência, como experiências e personalidade?

...Irritou-se. Ao observar a aproximação de "Luch", sua reação foi um afastamento imediato, um asco rodopiando pelo estômago ao pensar no quão patéticos eram os seres que habitavam aquela dimensão. Os punhos cerraram-se, o rosto se virou com violência para o outro lado, as unhas se apertaram contra a palma, frustradas, até que sentisse a derme começar a arder em resposta e súplicas de piedade - e, bem, é compreensível que não tenha necessariamente prestado atenção nas instruções que vieram a seguir, considerando a maneira como insistentemente e somente fechou-se numa concha áspera, ignorando (ou tentando fazê-lo) aquele que, em sua visão, nada mais era que uma tentativa sórdida de torturas mentais por parte das existências daquele plano.

Quando se convenceu a reabrir os olhos (de verdade) e prestar atenção ao seu entorno, a figura pálida não estava mais lá - e, em seu lugar, restou apenas uma Karinna falando sobre como sabia que não queria falar com ela e, então, oferecendo-lhe instruções antes de começar a mexer em um cadeado no armário. O cenho inevitavelmente se franziu; Não pelas "ordens", mas por conta do comentário que veio tão repentinamente, sem motivo algum aparente.

Então, se aproximou.
O dorso dos dedos se apoiou, discreto, no queixo da loira, e conduziu-a para que volvesse o rosto um pouco em sua direção. Suaves, as articulações deram dois toques delicados no local; Com suavidade, a cabeça se balançou em negativa, e um sorriso frouxo despontou do canto dos lábios. Questionou-se, por um instante singular, se a insegurança da loira tinha alguma coisa a ver com toda a situação que rolava - ou se havia se tornado, meramente, uma característica após tantos problemas que poderia ter passado.

Não soube responder.

— ...Que papo é esse, Bley? — Riu, suave, e os dedos roçaram pelo maxilar da outra em carícia gentil, antes de dar um pequeno empurrãozinho com as pontas dos dígitos. — Por que eu não ia querer falar com você, do nada? — Os ombros balançaram, discretos. — Por Rocket? Eu já disse, não me importo. — Reafirmou, simples, num suspiro inquieto - e esfregou o rosto com uma das mãos, suave. — ...Não é a primeira vez, de qualquer forma. — Comentou, e voltou a atenção para os armários à frente.

Tinha consciência que teria de tentar um de cada vez, para ver qual deles abriria - isso se Karinna estivesse correta sobre o número da pokédex, é claro. Felizmente, o seu era simples: E sequer precisou consultar antes de tentar o 001 de Bulbasaur - e, bem, se não funcionasse, acabaria optando pelas evoluções, 002 e 003, respectivamente. Se não desse certo, bem, aí teriam que pensar em outra coisa, mas por enquanto se limitaria às instruções da loira... Mas, afinal, por qual motivo estavam tentando abrir os armários, mesmo? Não tinha ideia - não tinha ouvido. Fazer o quê.

— Mas, te falar... — Começou, os orbes se desviando lateralmente na direção da monotreinadora. — ...Limiar entre a vida e a morte? Acho que você me socou forte demais, né não? — Riu, balançando os ombros. — Não achei que fosse deixar de sentir o corpo todo com aquele murro, mas acho que eu tava enganada, né? — Acrescentou, zombeteira. — ...Mas, e aí... — Respirou, fundo. — ...Você acha que a gente vai conseguir sair daqui?

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Mensagem por Rayssa.bolt Sex maio 08 2020, 05:00

Brother... My brother...
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Natalie chega estava quieta... era uma enxurrada se informações, sensações, emoções. mas uma coisa estava clara... escava com ódio e cansada de ter a imagem de seu amado usada. Talvez como ela mesma apontou, havia muita informação, e talvez por isso teve que repetir mais uma vez o fato de que não se importava com o fato de que Karinna era uma Rocket, e , claro o fato de que a loira se importava muito com a opinião da ruiva não ajudava... Arrisco dizer que não seria a última vez que ouviria essa pergunta.

Estavam novamente a sós, e a jovem ruiva não via problema algum em acompanhar a amiga naquela empreitada para abrir aqueles armários... que com a dica fornecida não ficava difícil de abrir, logo nos primeiros números que experimentavam usar o cadeado ja se abria, dentro de cada armário havia um ovo de pokemon. Sushi retornava de sua investigação, apontando para dois vestidos de aparência cara pendurados dentre os cabides, que pareciam ser as peças de roupas mais caras dentre as tantas outras espalhadas, apontava também uma outra caixa de joias, que caso fosse aberta, continha um conjunto de brincos e colar, aparentemente em prata.


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Mensagem por Karinna Sex maio 08 2020, 22:40


remember.


E então, para minha surpresa, Natalie saiu do que pareceu ser um perverso e duradouro transe.

Observei a ruiva pelos últimos minutos e só há uma forma de definir o que os olhos assistiam em cautela: seu consciente parecia lutar contra si mesmo, muito provavelmente em uma disputa de força entre a mente e o coração, onde independente do vencedor Chase sairia ferida. Não entendia muito bem o porquê de dar ouvido aos monstros, mas faz sentido ter sua percepção um pouco prejudicada com todas aquelas tentativas absurdas da silhueta e do espelho de tentar mexer com seu psicológico; aliás, isso é algo que sustenta ainda mais a teoria de que havia passado por maus bocados... Caso contrário, a ruiva teria cedido à toda pressão feita pelos seres de outro mundo e, bom, agora estaria com seu psicológico destruído. Posso estar errada, mas tendo em conta a feição atual, a própria lidaria com seus demônios em um outro momento... Quem sou eu para julgar, né?

— Sei lá. Você também não parece ser boa da cabeça. — os pulmões encheram de ar, dando sequência a um suspiro mais aliviante que qualquer outra coisa; em fim sabia que Natalie não se importava de verdade — Ao menos agora sabe que tem que tomar cuidado para eu não te roubar. — retribuí o pequeno empurrão com o ombro direito, abrindo um sorriso de orelha a orelha e voltando a atenção brevemente para o armário — Parece que deu certo.

O cadeado abriu em uma das tentativas; não saberia dizer qual e nem me importava saber, mas o que havia dentro do armário fora o que mais me surpreendeu... Um ovo, sério? Talvez fosse a última coisa que esperava encontrar dentre toda essa loucura. Peguei-o no colo, somente para perceber que Sushi havia retornado com informações sobre o que havia pedido.

— Tadinho. Imagina chocar aqui no meio dessa loucura toda.
— as mãos pegaram o pequenino e guardaram-o dentro da bolsa — Espero que não quebre. — uma risada involuntária acendeu após o comentário de Chase — Já pedi desculpas, Cara de Wooper. Não é como se você não merecesse uma dúzia de socos, né? Pobrezinha. — os pés moveram-se na direção da preguiça psíquica e, enquanto passava pela ruiva, parei e deitei a cabeça rapidamente sobre a dela — Sabe que não sei? Tudo aqui é muito... esquisito. Difícil saber se já não estamos mortas. — não imaginava o peso que aquela frase teria e o quanto ficaria ecoando no fundo da mente dali em diante — ... Mas! — ergui a cabeça em impulso, apontando na direção de Alakazam, que por sua vez indicava tudo aquilo valioso que havia encontrado — Se sairmos, não será de mãos vazias. — um sorriso travesso de orelha a orelha se formou enquanto dava alegre pulinhos até a caixa de jóias, abrindo-a e jogando tudo que ali havia dentro da bolsa — Sem julgamentos, hein? — tornei a olhar para Natalie ainda sorrindo — Oras, é o mínimo que essas aberrações podem fazer depois de tanto perturbar nosso juízo. — as mãos arrancavam sem qualquer delicadeza os dois vestidos dos cabides, jogando-os sobre a ruiva — Guarda na sua bolsa pra mim, deve valer alguma coisa nas boutiques de Lilycove.

Apesar da arteira energia que emanava do corpo para qualquer um ver, a frase que havia dito anteriormente agora voltava para me atormentar: de fato parecia que estávamos em algum tipo de triagem maligna para o inferno, onde o único objetivo é nos torturar tentando quebrar nosso psicológico aos poucos. Disse a silhueta assim que chegamos que teríamos que trabalhar juntas caso quiséssemos sair daqui, mas até onde acreditaria em um ser que matou outro em nossa frente e diz que não podemos fazer nada além de seguir nesse maldito labirinto onde nada faz sentido? Que garantia existe de que não estamos ambas mortas e que esse é nosso castigo por toda eternidade? O processo de aceitação de que muito provavelmente teríamos que lutar — e muito — para sair dessa situação ficava cada vez mais claro... Isto é, se pudermos fazê-lo, é claro.

— ... — observei a chave em uma das mãos de Chase — Ugh! — reclamei em alto e bom som — Se vamos olhar em outro lugar, é bom recuperarmos nossos dois monstrinhos. Sabe-se lá o que nos aguarda. — busquei a esfera de Manju, liberando-a rapidamente para lhe passar dois dos Potion que havia comprado — Toma, filha. Mamãe se meteu em mais uma maluquice, prepare-se para lutar algumas vezes. Não temos paz, né? — a raposa balançou sua cabeça negativamente algumas vezes enquanto sua silhueta já se desfazia em vermelho, retornando para sua respectiva Pokéball — ... Toma. — estiquei a mão direita com dois dos medicamentos para Natalie — Não sei se você tem, mas tenho muitos sobrando... Não é como se planejasse manter um estoque comigo. — engoli seco, lembrando o porquê de ter gasto tanto assim com besteiras - no final das contas sequer planejava usá-los, somente enterrá-los junto comigo no deserto — E agora, para onde vamos? — os olhos reviraram-se pela vigésima vez no dia; o corpo se arrastava em deboche para fora da sala de Mirror, seguindo para o centro do hall com a coluna curvada para frente e os braços soltos rente os ombros — Que gastura. — ajeitei a postura, aproveitando para soltar as presas madeixas no processo — Vai, vou deixar você escolher, Chase. — o indicador direito cutucou o ombro esquerdo da ruiva — Se tiver algo de ruim vai ser sua culpa. — gargalhei, apoiando agora a mão inteira sobre o ombro de Natalie — Onde você for irei junto, já vimos que nos separar não serviu de muita coisa, né?


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Mensagem por Shianny Sáb maio 09 2020, 23:04

...Um ovo.

Encarar aquele pequeno formato oval de casca frágil foi, no mínimo, inquietante; Não somente pelo fato de que não tinha a menor ideia do qual diabos seria a pretensão da figura sem rosto ao oferecê-las, repentinamente, dois filhotes que sequer haviam nascido - mas pela lembrança de que aquela não era a primeira vez que um pequenino, aprisionado em sua cápsula ovoide, lhe era entregue em meio à um "temporal", por assim dizer (apesar de que a última vez havia sido bem mais literal do que esta de agora, huh). Questionou-se se o animal que dali viria também teria um histórico familiar tão trágico quanto a raposa de fogo que havia recebido mas, hah, não era como se tivesse lá muitas chances de descobrir a respeito, principalmente considerando que ele poderia estar naquele armário há sabe-se lá quanto tempo.

...O que não fazia sentido, visto que pareciam ter sido presentes pensados categoricamente para se encaixar por trás do segredo de seus respectivos iniciais.

— Você, me roubar? — Debochou, num riso relaxado. — Acho que ia precisar chegar muito, muito antes. Eu tô mais dura que Sudowoodo seco, velho. — Balançou a cabeça, num suspiro inquieto. — E se você tentar pegar meus pokémons, vai sair é mais maluca do que já é, do jeito que eles são. — Então, baixinho, ouviu um baixo cry frustrado, protestante, emitido pela pequena gelatina esverdeada flutuante e, diante disso, um novo riso despontou da garganta. — ...Sem ofensa, Kal! — Sorriu, afagando com delicadeza a superfície do invólucro ao redor do núcleo do pokémon celular.

— ...O que você acha que são? Ou... Por que estão aqui? — Perguntou, sem ao certo esperar uma resposta - pois tinha consciência de que não exatamente teria como tê-las. — Você acha que sequer vão nascer? Não sei se tenho certeza, considerando o lugar... ...E, ei, tudo o que eu mereço é um bocado de carinho, fique a senhorita sabendo, viu? — Então, incertas, as mãos recuperaram o ovo em mãos e, com relativa delicadeza, guardou-o na mochila, após mais alguns segundos de hesitação... E isso, pouco antes de ser afogada com dois vestidos aleatórios sendo arremessados em sua digníssima pessoa. — Ei! — Exclamou, franzindo o cenho e se agarrando, desajeitada, às peças de roupa. — Espero que me pague depois, por me usar de burro de carga... E que não seja com um outro murro. — Reclamou, fazendo careta - entretanto, optou por utilizar os tecidos para envolver e proteger o ovo dentro da mochila, em um projeto de "ninho" de roupas que, bem, não teria motivo para não.

...

— O que tinha na porta que você abriu? — Perguntou, enfim, o olhar se desviando na direção da loira, poucos segundos após ela sugerir que decidisse por onde deveriam ir. — Considerando que você saiu tranquila, acho que sim, eu quem tenho o dedo podre pras portas! — Gargalhou, balançando a cabeça. — Tem certeza que quer me deixar escolhendo? — Provocou, revirando a chave nas mãos... E foi com grata surpresa que observou as poções que lhe eram estendidas - acabou pegando apenas uma, porém, pois não achou necessário utilizar ambas naquele momento. Tranquilamente, então, espirrou o líquido curativo na superfície dos ferimentos de Kaleo e, então, começou a se dirigir para fora do closet.

— ...Acho que essa chave deve ser da porta que tentei abrir. — Comentou, coçando o braço, mais relaxada. — Pelo menos, me parece. Não sei o que a gente pode acabar encontrando, mas prefiro ver o que tem no primeiro andar antes de tentar subir as escadas. — Disse, enfim. A próxima tentativa seria de utilizar a chave na porta dupla que havia tentado ir anteriormente, mas só saberia se daria certo... Bem, depois de usá-la, né?

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Mensagem por Rayssa.bolt Dom maio 10 2020, 00:22

Brother... My brother...
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Karinna parecia empenhada em levar dali algo que valesse a pena todo aquela insanidade que estava passando, e recolhia sem nenhum pudor os poucos itens que pareciam ter valor por ali, entregando os vestidos para Natalie carregar e levando consigo as jóias, brincando com o fato de que a ruiva provavelmente deveria se preocupar com ela tomando aquela atitude com a amiga. a resposta veio rápida, em tom até debochado, com Natalie assegurando que ja estava calejada, e alegava que, ao contrário do que a outra havia dito, o que merecia era afagos, e não uns tapas, exigindo uma compensação por ser feita de "burro de carga". embora tudo tivesse sido dito em um tom tão descontraído quanto o momento permitia, provavelmente havia uma base sólida de verdade em cada palavra.

Pertences, itens e ovos recolhidos, monstrinhos recuperados. A mono treinadora psíquica insistia que sua amiga escolhesse o próximo passo, fato que foi questionado pela própria amiga ao apontar um certo "dedo podre" em escolhas ao julgar que Karrina não havia tido qualquer problema em ir em seu auxílio, e não parecia preocupada.... mas no fim, pegou a chave ofertada e insistiu em tentar mais uma vez a porta com trancas. era de fato condizente com o tipo de tranca, mas girou em apenas uma delas, situação bem similar á das celas, excelto que, ainda não haviam conseguido a outra chave


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Mensagem por Karinna Dom maio 10 2020, 19:43


remember.


Mas é claro que não seria fácil assim, né?

A desconfiança já deveria ter vindo quando a chave fora entregue de mão beijada; por algum motivo nenhuma das duas parou para pensar que em um lugar como esse nada viria fácil, mas o que esperar? Ambas mentes já estão tão perturbadas — seja pela situação ou pelas memórias que nos foram impostas — que o discernimento sequer existe mais.

— Argh. — a frustração veio em forma física, quando novamente a machucada mão direita se fechou e acertou a porta com um soco — Parece que não sairemos nunca daqui. — a mão direita apoiou-se sobre o ombro de Natalie, apertando-o levemente duas vezes seguidas — Vamos, vamos subir. — apontei na direção da porta onde a cozinheira estava enquanto subia as escadas, aproveitando para responder a pergunta da ruiva — Lá só tem uma mulher doida que está cozinhando algumas comidas. É impaciente e mau humorada, mas não parece ameaçadora. — voltei a atenção para a bolsa, aproximando-a do corpo — Seja lá o que for esses Pokémon, ao menos sairão dessa maluquice aqui com a gente. — uma risada ecoou agora pela parte superior do hall da mansão; em cima, mais uma porta dupla nos aguardava — Vai, mal posso esperar para você colocar essa chave na fechadura só para perceber que falta outra para abrir a porta. — gargalhei, debochando uma segunda vez da má sorte da ruiva; não que não me identificasse com essa maré de azar, mas o objetivo era puramente brincar com ela — Ah! — cerrei os olhos — E nada de recompensas por me ajudar a roubar esse manicômio. — a mão direita repousou sobre o peito — Sua recompensa é a minha amizade de volta.


E, honestamente, talvez de fato fosse. Somente um evento como esses seria capaz de fazer com que toda raiva acumulada que sentia de Natalie desaparecesse no ar; se as circunstâncias fossem outras e não tivesse sido obrigada a agir em conjunto com a ruiva desde o começo, provavelmente simplesmente teria dado as costas e ido embora. É... Pelo menos para alguma coisa essa loucura toda havia servido.

— Eu não tenho um centavo, você acha que é fácil criar essa criatura?
— apontei com a cabeça para Sushi, que vigiava nossa retaguarda — Ele é magro de ruim, come por uns três Snorlax... — o psíquico virava a cara, irritado com o comentário, como todo adolescente faz quando a mãe fala da cria para suas amigas — Só espero que não tenha passado muito tempo lá fora... — a lembrança do que havia vindo inicialmente fazer na rota cento e onze voltava a mente — Dizem que deserto de noite é amedrontador.


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Mensagem por Shianny Qua maio 13 2020, 02:57

Não foi com nada além de uma frustrante sensação de desgosto que a ruiva encarou a fechadura ao se dar conta de que não, não poderia abri-la com uma única chave - e considerando que a primeira estava protegida por um demônio dos espelhos, não tinha certeza do que encontrariam nas outras áreas daquele projeto de mansão/masmorra. Em realidade, o que mais a surpreendeu naquilo tudo foi o murro repentino com o qual a loira acertou a passagem, os pés recuando em reação automático e os orbes desviando para analisar a expressão da outra.

— ...Acho que, pra porta cair, você precisa bater com mais força. — Gracejou, um sorriso pequeno diante da explosão de raiva que a situação havia arrancado de sua conhecida de longa data. Era compreensível, para dizer o mínimo - afinal, ela própria não estava lá de muito bom humor diante aquela maldita prisão para o qual haviam sido arrastadas, sem mais e nem menos. Entretanto, naquele ínfimo instante, questionou-se o quão comum era aquele descontrole por parte da loira...

...Particularmente, não quis saber a resposta.

— ...O salão de jantar deve ser aquele, então. — Murmurou, encarando a porta dupla oposta àquela em que estavam; Suspirou, e assentiu com a cabeça quando Karinna incentivou para que subissem, limitando-se em seguir seus passos pelos degraus acima. — Ah, então só "ganho de volta" se saquear o lugar contigo, é? — Gargalhou, e empurrou com suavidade o ombro da outra, balançando a cabeça. — Tem certeza que quer levar as coisas? Vai que vai com uma maldição junto, hein... — Provocou, um sorriso despontando de ponta de boca.

Não que duvidasse das próprias palavras.
Mas, àquela altura, já era tão atormentada, que a ideia de uma assombração por espíritos raivosos nem era mais uma possibilidade que se preocupava em contemplar.

— ...Você nem me fala. Da última vez, um dos meus me comeu uma pokéball. — Comentou, deixando escapar um suspiro discreto - e divagou na lembrança distante dos treinos realizados logo antes o evento teatral de Forina. Naquela época, havia se estressado com tantas coisas para se fazer - ah, se soubesse quão ladeira abaixo as coisas iriam logo a seguir, teria se dado ao luxo de aproveitar um pouco mais.

Talvez aquela fosse sua sina, afinal.

— ...Deserto? — Perguntou, a atenção se desviando na direção da loira, pouco antes de voltar na para as seis portas que se apresentaram logo à sua frente. — E o que você ia fazer lá? — Continuou, estalando os dedos e movimentando o pescoço, cansada. — Sinceramente, eu não tenho a menor ideia nem de onde a gente tava. Era perto do deserto? — Murmurou, esfregando o rosto e suspirando mais uma vez. — ...Esse lugar é enorme. A gente vai ter que procurar por todo esse andar pra conseguir encontrar outra chave? — Reclamou, olhando ao redor. — Bom, dizem que direita é sucesso, né? Sei lá.

Pretendia ver o lugar um pouco melhor mas, huh, a ideia inicial ia acabar sendo abrir todas as portas: Então, bem... Começar pela primeira porta à direita parecia uma sugestão - entretanto, porém, contudo e todavia; Será que estaria trancada, também?

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Mensagem por Rayssa.bolt Qua maio 13 2020, 14:31

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Apesar da situação nada convidativa, Karrina e Natalie continuavam a encontrar forças uma na outra para manter a coragem de seguir procurando uma saída. Enquanto conversavam buscando romper tanto quanto possível a tensão da situação em que se encontravam, veio a tona algumas constatações... muito provavelmente (e isso só uma realidade alternativa para responder) não teriam concordado em conversar e colaborar uma com a outra sob outras circunstâncias mais leves, a mono treinadora até confirma... afirmando que sequer teria escutado sua amiga se houvesse opção mais cedo. Outra é a de que, quem quer que tenha metido as duas naquele lugar, ainda não estava satisfeito, e ainda não estava disposto a deixá-las ir embora daquele lugar, e como tinham sido informadas do que havia atrás da única porta que não abriram, e tendo em vista que o ser que as informou aparentemente havia sido sincero, embora nada bondoso, fazia sentido subir as escada até o andar seguinte

Outra constatação, essa menos relevante para a resolução da situação, mas ainda assim uma curiosidade interessante... ambas sabiam o que era ter um monstrinho com um apetite voraz! um deles inclusive ainda era um bebe.. (espera até a criaturinha chegar na adolescência....) entretanto, questões como quem as levou, se sairiam daquele lugar, onde, em qual momento do dia.... eram dúvidas que ainda persistiam e provavelmente iriam perdurar por mais um tempo...

Iam ambas conversando enquanto subiam os degraus de mármore, corrimão em madeira trabalhada, o centro dos degraus cobertos por um tapete vermelho... bem... naquela área, tudo gritava "luxo". Ao subirem, estavam em um corredor igualmente bem decorado, bem largo, com seis portas bem distintas. bem ao fundo, havia uma janela, que mostrava uma bela lua cheia e um céu estrelado.
Quanto as portas... uma delas branca, adornado com um unicórnio de crista colorida, a segunda em metal semelhante a de um cofre, a terceira em madeira simples tratada havia nessa um brasão em formato de Aegislash em madeira pendurado, a quarta era preta, e tinha uma máscara funerária egípsia pintada. a quinta ostentava inúmeras manchas de tinta aleatórias e coloridas. mas a última... Karinna reconhecia.... era a porta da casa nas palafitas, onde outrora tinha morado com sua família.... Natalie, sem conhecer o lugar, inocentemente sugere a porta reconhecida pela amiga....

mapa, caso tenham dificuldades em entender a descrição:


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Mensagem por Karinna Qua maio 13 2020, 18:43


remember.


Não sei se estava pronta para ter essa conversa.

O frio subia à espinha como em uma criança desesperada pelo pavor de ser descoberta ao ter feito algo errado. Os dedos, ainda calejados, agarravam-se à barra da saia como se aquilo pudesse salvá-los e impedir os lábios de dizer o que Natalie queria saber. A verdade é que, novamente, o temor à reação da ruiva ao descobrir uma das minhas atitudes era o que envergonhava de dizê-la de uma vez por todas. Uma das muitas desvantagens de amar somente uma pessoa na vida é exatamente essa: o que ela pensa de você é quase que tomado como verdade, já que a opinião dos demais não interessa. Por mais que tenha acabado de reencontrá-la, não é bem como se algum dia tivesse deixado de se importar com o que acha; oras, quando imaginava que Chase estava morta, fingir que conseguia ouvi-la me julgar diretamente do céu era um dos meus hobbies favoritos. Céus, como explicar que essa é a única saída que tenho e que não aguento mais viver nesse mundo?

— Acho que estar aqui já é maldição suficiente. — resmunguei, fitando a parte além do corrimão - tinha que ter certeza de que não estávamos sendo seguidas — Você acha mesmo que essas criaturas vão dar falta das coisas? Provavelmente estão todos mortos. — aproveitei para soltar os cabelos — Você quer saber mesmo? — abaixei a cabeça, observando somente os pés da ruiva caminharem até além do campo de visão — ... — os olhos se cerraram; respirei fundo e falhei ao tentar buscar a força que precisava para dizer a verdade — Estava indo passear. — involuntariamente a cabeça balançou em negação; até mesmo o corpo tem vergonha da covarde que lhe é recipiente — Só.

E, então, o pé direito encontrou o último degrau e os olhos ergueram-se para frente. O que demorou segundos, na mente aconteceu em minutos: apesar de conseguir observar bem as diversas portas que introduziam o segundo andar, a única que de fato chamou atenção fora a que Natalie escolhera abrir. O estômago revirou-se em um mix de raiva e tristeza... Já deveria esperar que algo me aguardava, mas não dessa maneira. Não um golpe baixo desses. As pernas que antes subiam as escadas com determinação já mal respondiam e, caso Sushi não estivesse atrás, faltaria reflexo para segurar no corrimão e não despencar por todos degraus abaixo. As janelas cerúleas uma vez mais lutavam contra as lágrimas que surgiam rapidamente por trás delas, tentando com toda força manter suas trancas fechadas. Não podia dar esse prazer a essas criaturas...

Não assim.

As pernas decidiam acordar e, com uma injeção de adrenalina, deram passos que mais pareciam uma corrida. A mão direita, já disposta à frente, segurou a de Natalie que acabava de segurar a maçaneta. Os olhos, antes envergonhados e agora entristecidos, fitavam o chão; a cabeça, baixa, era coberta pelas loiras madeixas que tentavam esconder da ruiva sua verdadeira expressão.

E, sem dizer uma única palavra, permaneci.

— ... — segundos e mais segundos se passaram sem uma única palavra dita — ... — ambos braços erguiam-se em um demorado abraço; o rosto, ainda coberto pelos cabelos, deitava sobre o ombro direito de Natalie — N-Não. — a voz quebrava — Não abre. — os olhos perdiam a luta que travavam e as lágrimas começavam a escorrer pelo rosto e molhar as vestes da ruiva — É pra mim.

E tinha certeza que isso era tudo que precisava ser dito para Chase entender do que se tratava. Mas não tinha jeito, tinha? Se dependesse de mim seria enterrada ali mesmo; a força que havia acabado de reencontrar já se esgotava e estava pronta para fazer daquela mansão meu verdadeiro túmulo. Mas não poderia fazer isso com ela. Natalie não merece ficar presa eternamente nesse pesadelo.

— ... — os punhos cerraram-se novamente — Não posso deixar que entrem na minha cabeça. — apesar de tudo, tentava me convencer de meu próprio conselho — Não posso... — soltava do abraço, respirando fundo enquanto virava aos poucos na direção da porta e erguia a cabeça — ... Posso? — a mão direita apoiava-se sobre a maçaneta e, apesar da pergunta direcionada à Natalie, fitava fixamente a porta — Por favor.

Já sabia o que aguardava do outro lado da porta...

Mas precisava ver para acreditar.


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Mensagem por Shianny Qui maio 14 2020, 07:48

Certamente, em algum momento da vida de uma pessoa, existe aquela situação em que ela para e pensa que existe algo, alguma coisa de errado, ainda que não saiba dizer ao certo o o quê. Para Natalie, o breve instante de hesitação nas palavras de Karinna era atestado mais que suficiente para que incompreensão e incerteza emergissem de seu coração, balançando-se em garoa serena, suave, daquelas que antecedem o grotesco temporal que doma e sacode a mais sã e controlada das existências. Mais uma vez, era lhe arremessado nos braços um receio que não era seu e que não tinha ideia da origem; Ainda assim, naquele ínfimo momento que parecia eternidade, não pronunciou-se a respeito de desconfiança que talvez fosse óbvia - não queria forçar para fora um problema entalado que, ali, poderia trazer-lhes mais desgraças atoladas que alívio.

Não que não se importasse com a outra, longe disso!
E era exatamente por isso que não desejava que seus rancores e temores fossem sussurrados aos ouvidos dos demônios.

— ...Bem, sei lá. — Comentou, depois de alguns segundos, num balançar de cabeça discreto. — A gente tá, né? Ou, pelo menos, eu acho que sim. — Acrescentou, num olhar rápido na direção de Bley. — ...Sei. Sempre bom tirar um momento pra esfriar a cabeça, hm? — "Questionou", num sorriso simples que escondia turbilhões confusos - como há muito sua expressão já havia se acostumado à fazer (ou, huh, talvez não o fizesse tão bem assim) -, enquanto se aproximava da passagem de palafita, indiferente aos significados que simples estrutura poderia ter.

O próximo passo para a tempestade, então, se iniciou com um singelo repousar de mão sobre a própria, impedindo o avanço tensionado; A ruiva piscou uma, duas vezes, e as pupilas bailaram até a imagem da outra, pálpebras se estreitando com discrição diante de sua postura que, de repente, parecia derrotada. Arrepio inquieto foi o que percorreu por sua espinha quando a cabeça de Bley tombou em seu ombro e, mais especificamente, diante de suas palavras engasgadas - confusas, até -; Foi por conta delas que os dedos recuaram da maçaneta, e uma respiração profunda foi tudo o que lhe restou quando sentiu as lágrimas escorrendo das janelas d'alma da jovem de cabelos dourados.

Não respondeu, pois não acreditou que seria necessário - palavras, por deus, só pareciam piorar a precária situação em que estavam. Observou enquanto a monotreinadora se adiantou em seu lugar e, não realmente serena, repousou a mão onde a própria estava há pouco: Outra respiração profunda, e as pálpebras caíram por alguns centímetros - sem que se cerrassem de fato - e, então, os dedos encontraram coragem para repousar sobre os de sua tola Cabeça de Shuckle, os dígitos entrosando-se junto aos opostos e os orbes acinzentados mergulhando nos marinhos que tão bem conhecia.

...

Com ela e por ela, abriu a porta; Quis, acima de tudo, pontuar que estava ali.
Agora estava, pelo menos.

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