Capitulo 15 - Onde Está Phillipe Swirller? - "Um Mar de Justiça / Parte 2"

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Depois de minha rápida viagem até a região de Galar, lá estava eu de volta à Hoenn. Apesar de não ter encontrado algo que me chamou muita atenção, acabei passando por uma ótima experiência. A batalha contra um pokémon gigante, acabou sendo bastante divertida, e me deixou empolgado para descobrir coisas novas.

Ao chegar novamente em Sootopolis, voltei imediatamente ao Centro Pokémon, onde havia marcado de me encontrar com Nagisa e Glace. Quando entrei no estabelecimento, encontrei apenas Nagisa sentado em um dos sofás da sala de espera. Ele parecia bastante sério, ao contrário de sua costumeira expressão sorridente.

- Nagisa! Que saudade de vocês! – Eu disse saltando contra ele com os braços abertos. - Onde está Glace? – Perguntei em meio ao abraço.

- Allan! Também senti sua falta. E muita. – Ele dizia ao abrir novamente seu sorriso caloroso. - Glace não gosta muito de falar... Então tive que ficar mais na minha. Mas agora que você voltou, vai ficar tudo bem. – Ele se explicava mesmo sem eu ter perguntado. Como esperado. - Ela ficou lá no porto. Não é uma tarefa fácil procurar um barco para realizar uma missão. O lado bom é que o pessoal da cidade ficou bastante amigável quando dissemos que estávamos ajudando a capturar o renegado. Mas ainda assim fica difícil conseguir que alguém se envolva.

- Mas então vamos direto pra lá. Tenho que contar a vocês como foi essa última semana.

Assim, fomos andando em direção ao porto.

- Enquanto estava voltando para Hoenn, fiz algumas pesquisas e descobri que na Rota Marítima Gamma, tem muitas cavernas submersas. Além de muitas ilhas desabitadas. Acho que podemos começar a busca por ali. – Eu contava minhas descobertas enquanto andávamos em direção ao porto.

- Sim, sim. Acho que a melhor alternativa é começar pela Gamma e depois passar para a Beta se não encontrarmos nada. Mas mesmo assim deve demorar bastante só com nós três.

- Mas acho que podemos dividir um pouco para procurar melhor. Eu posso ficar a maior parte do tempo em busca de cavernas submersas, enquanto você intercala entre o fundo e a superfície, já que seus pokémon não aguentam muito tempo no fundo do mar. E Glace fica na superfície com o barco. Só temos que ter cuidado para não sermos surpreendidos por alguma coisa ruim. Temos que ficar bem atentos.

Nagisa concordava com o plano e indicava o caminho para o cais onde Glace nos esperava. - Espero que também possamos aproveitar a estada para capturar algum pokémon bem forte e legal. – Ele até brilhava os olhinhos imaginando todos os pokémon aquáticos que encontraria.

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Enquanto eu e Nagisa andávamos em direção ao porto de Sootopolis, para finalmente nos encontrarmos com Glace e ver se já estava resolvida a situação da embarcação, acabamos sendo chamados por uma voz desconhecida. Era uma voz grossa e rouca, comum daqueles bandidos de desenho animado. E ao procurar, a voz indicou um beco próximo.

- Allan, ali! – Disse Nagisa encontrando o tal beco e apontando na direção. Não dava para ver que estava ali, mas era bastante suspeito.

- Ei, você! Apareça! – Eu dizia com um pé atrás. Mesmo tendo a simpatia do povo da cidade, ainda poderia haver capangas do renegado pela cidade, e isso não nos deixaria confiar em alguém sem ter uma indicação de uma pessoa confiável. - Queremos ver quem é você antes de irmos até aí! Você entende, não é?

- Espero que não seja uma armadilha. – Nagisa falava baixo enquanto aguardávamos a pessoa se revelar. - Nós tentamos ser o mais discretos possível enquanto estava fora. Então não chamamos muita atenção.

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Depois que pedi ao homem para se revelar, fomos surpreendidos por um ser bastante estranho. Será que era um morador de rua? A pergunta vagou pela minha mente enquanto o homem botava a cabeça para fora da caçamba de lixo. Ele era careca, pequeno e de modos nada bonitos. Mas no fundo não parecia uma má pessoa. Nagisa como sempre, sorria para ele e acenava calorosamente, rindo ao ver que o comportamento dos dois era bastante parecido, apesar das aparências serem totalmente opostas.

- Doce? – Nagisa perguntou de forma retorica ao ouvir o homem dizer que procurava por um. - Acho que tenho um aqui! – Ele dizia animado, e começava a procurar em seus pertences. Ele não demorava a encontrar a barrinha doce, e a oferecia ao homem. - Aqui, tome. Pode comer.

Deixando Nagisa e sua animação de lado, eu esperava que o homem dissesse logo o que queria, mas antes disso, ele acabou fazendo mais uma demonstração de sua eximia educação, soltando um alto arroto. Nagisa ria, já que costumava fazer o mesmo sem querer.

Quando a figura finalmente saia de dentro da caçamba, ele conseguia me deixar ainda mais perplexo. Ele era pouco mais da metade do tamanho que aparentava, e olha que já era baixo. Além disso, seu corpo parecia todo desproporcional, além de o cheiro dele ser péssimo. Mas eu não me importava muito com aquilo, a única coisa que queria saber, era o motivo por ter nos chamado, e ele logo dizia.

- Que maravilha! – Nagisa dizia empolgado antes de qualquer coisa, e ainda estendendo o doce para o desconhecido. - Prazer em conhece-lo senhor Falange! Eu sou Nagisa.

- E eu sou Allan, prazer. – Eu também respondia retribuindo o cumprimento de mãos. - Não vou recusar sua oferta, mas uma amiga nossa veio antes para procurar. Então se ela já tiver encontrado, acho que não vamos precisar. – Era obvio que ele provavelmente estaria precisando de um trabalho, e por isso estava no oferecendo seu barco. Mas se Glace já tivesse encontrado outro, talvez não fosse prudente aceitar a oferta sem saber. - Mas podemos fazer o seguinte. Vamos ver o seu navio, e eu mando uma mensagem para nossa amiga para ver o que ela conseguiu.

- Senhor Falange, quanto o senhor cobraria para nos ajudar com a viagem? – Nagisa perguntava enquanto eu começava a digitar a mensagem para Glace.

Mensagem: Eu e Nagisa acabamos de encontrar um homem que diz que tem um navio e pode nos levar. Onde você está? Encontrou algo? Depois de digitar, eu enviava a mensagem e aguardava a resposta do estranho homem.

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O estranho homem até brilhou seus olhos quando perguntou se era verdade que Nagisa o estava oferecendo o doce. - É claro que sim! – Ele disse com um sorriso e estendendo o doce mais uma vez. O baixinho logo o arrancou de sua mão, fazendo Nagisa arregalar os olhos ao comer o doce sem mesmo retirar do pacote. E olha que era bem difícil deixar Nagisa espantado, mas ele conseguia sem muito esforço. Depois que terminou de comer, o homem olhou para Nagisa e agradeceu. - Entendido Capitão Falange! Mas eu sou um garoto mesmo. – Ele disse corando. - É um nome comumente usado para garotas, mas meus pais me batizaram assim. E tenho muito orgulho do meu nome!

Mas antes que o homem pudesse se desculpar com Nagisa pelas palavras indelicadas, ele logo veio me responder sobre o que eu tinha acabado de comentar. Ele parecia estar certo, seria bem difícil encontrar alguém disposto a navegar com um bandido à solta, e ainda mais em uma chuva forte. Mas será que tudo o que ele estava dizendo seria mesmo verdade? Era o que eu me perguntava, mas Nagisa não parecia preocupado com isso.

- Sério mesmo!? E como era o Onix? Ele brilhava? Eu nem sabia que existiam tantos mares por aí! – Era como se ele nem se lembrasse de ter sido confundido com uma garota.

- Calma... Não temos tempo para isso Nagisa. E não existem tantos mares assim, é só uma força de expressão, não é Capitão Falange? – Eu dizia meio incrédulo sobre metade do que ele tinha dito. Depois disso começamos a andar na direção do cais onde estava o navio do capitão baixinho.

Mas assim que começamos a andar, Glace respondia a mensagem. Para meu desgosto, ela confirmava metade das baboseiras ditas pelo Falange, mas era justamente a parte que eu achava que seria verdade. E para completar, o homem ainda não respondia a pergunta sobre o valor da “corrida”, e ainda vinha com outra pergunta.

- Só os idio... – Eu fazia sinal para Nagisa parar de falar.

- Nós precisamos vasculhar o máximo de ilhas, para poder encontrar alguma pista do paradeiro do Phillipe. – Eu dizia pensando que poderia me arrepender em dizer a verdade para nossa única opção. Mas tinha que confiar nele, e que ele não nos cobraria uma fortuna. Nagisa tinha até dado um doce para ele. - E Glace respondeu minha mensagem dizendo que não temos outra opção. De qualquer forma, só o sen... Capitão parece interessado. E me parece que é um grande capitão, e que conhece muito bem essas águas. – Talvez um pouco de bajulação também ajudasse. - Então, como vai ser o pagamento?

Depois que terminei de falar, mandei outra mensagem para Glace: Estamos na entrada do porto, indo para o cais. Pode nos encontrar aqui.

Talvez nem fosse tão necessário bajular o homem daquela forma, do jeito que ele contava os causos, ele mesmo já se bajulava o bastante. Enquanto ele falava, eu revirava os olhos a cada vez que a quantidade de mares existentes aumentava. Mas ao contrário de mim, Nagisa se empolgava ainda mais. Mas uma coisa ficava obvia com aquelas histórias. Ele só se preocupava com doces. Esperava que ele realmente tivesse um jeito de nos levar pelo mar, independente de sua capacidade como capitão.

- Você é incrível! Pena que não ficou com nenhum desses pokémon que capturou. – Nagisa parecia uma criança, acreditava em tudo.

- Uma pena mesmo, não é!? Ou muito conveniente. – Eu dizia com ironia, coisa que talvez nenhum dos dois entendesse de verdade. - Mas estamos combinados então, um saco de doces pela viagem.

Já estávamos chegando ao local onde ficavam as embarcações. E com isso, avistávamos Glace, que estava sentada no meio fio perto da entrada. Ela se levantava e acenava para chamar nossa atenção, e como de costume carregava Snorunt em seus braços, para deixar o ambiente mais fresco.

- Finalmente nos encontramos de novo! – Eu dizia indo em sua direção. - Olá Snorunt. – Eu dizia fazendo um rápido carinho na cabeça da pokémon. - Ficaram bem?

- Ficamos sim. – Ela dizia tranquilamente. - Quem é aquele ser minúsculo? – Ela perguntava em seguida, sem se preocupar em abaixar a voz para ele não ouvir.

- Esse é o Capitão Falange. Mas não ligue para o que ele diz. – A última parte eu dizia mais baixo. Já era esperado que Glace diria alguma coisa ao ver a reação de Nagisa às coisas que o homem dizia.

- Capitão Falange? Acho que gostei dele. – Ao ouvir isso, Nagisa arregalou os olhos pela segunda vez naquele dia.

- Nossa! Isso é incrível! O Capitão Falange é tão incrível, que até a Glace gostou dele. E olha que ela não costuma gostar de ninguém. – Essa última parte Nagisa dizia em tom de desafio. Ou seja, eles ainda não tinham conseguido se aproximar o bastante, o que explicava ele estar sozinho lá no Centro Pokémon quando cheguei.

- Certo! Vocês dois, não comecem. Vamos focar na missão. Este homem, vai nos levar pelo mar para que encontremos a base do Phillipe, ou alma pista de onde ela se encontra. Então vamos obedece-lo, já que ele é quem tem mais experiência no mar. – Eu tentava fazer meus amigos se focarem, ou aquilo poderia acabar saindo do controle. - Quando chegarmos no navio, vamos definir como será o plano. Então vamos logo, que aquele bandido nos espera. Se bem que eu espero que ele não esteja nos esperando, não depois do tempo que deixamos passar.

- Certo! Vamos lá então!

- Ok

Depois da resposta de Nagisa e Glace, voltamos a andar em direção onde estava o navio do Capitão Falange. Era a última surpresa que nos restava. Enquanto Nagisa esperava algo como o Titanic, o que foi descartado por não ter sido apontado de longe, eu não sabia o que esperar. Seja o que fosse, esperava que aguentasse nos levar.