002 - QUAERERE

Depois dos salgados, foi a hora de seguirmos pela rua em direção à sorveteria com sabores inovadores. Como antes, o trajeto que percorremos havia sido bem tranquilo e sem preocupações, Togepi dormia em meu colo enquanto Eevee permanecia acordado em meu ombro abrindo um sorriso a cada vez que eu olhava para aqueles dois. Logo a praça foi visível, era só continuar andando que chegaríamos lá, certo? Errado! Por algum motivo uma multidão se formou barrando a passagem até nosso desisto.

-Perfeito, perfeito. Era tudo o que precisávamos.


Reclamei impaciente. Não entendi o motivo da baderna e nem o que estava rolando com os criadores, mas esperava que fossem nerfados por atrapalharem meu objetivo. Karen me perguntou o que era um criador e mais uma vez tentei respondê-la conforme o que eu sabia levando em conta aqueles com quem eu tinha contato.

-Criadores? Posso dizer que eles cuidam de fazendase são responsáveis por plantações e fabricações de vitaminas, sucos e outras coisas relacionadas a... Cultivo? Acho que é isso. Eles também podem ajudar os pokémons a terem bebês. Eles são iguais a Ranger e... A outra não é tão importante assim. Parei para respirar -Antes que pergunte... Rangers são responsáveis pela segurança das regiões. Além disso, somos responsáveis por ajudar a população com pedidos que não poderiam ser feitos normalmente por outras pessoas - então percebi que usei o pronome nós Sim, nós... Eu faço parte deles...


Agora, como passar daquele lugar? Não havia espaço e talvez dar a volta seria perda de tempo, já que eles poderiam simplesmente se movimentar para lá e prender nossa passagem de novo. Pedir licença, como a garota sugeriu, não seria possível -Pedir licença nessas horas não adianta muito, eles tão mais preocupados em gritar do que abrir passagem. Arthur teve uma reação quanto a isso, começou a batucar seu coco em algum ritmo que eu não conhecia -Será que isso deve ajudar? Se ele criar um ritmo... Esquece, não faço ideia do que eu tô falando.


Segurei Cupid com uma só mão e coloquei a outra no queixo buscando por uma solução. Juntar um pokémon para batucar com Arthur e tentar chamar a atenção deles? Eu tinha um pokémon assim, mas... Ele ainda er aum ovo, um pequeno ovo bem longe de chocar. Decidi colocar minha fé no símio da garota -Vamos deixar Arthur continuar, se dermos sorte, isso vai ter algum resultado... Você tem sorte, né?

Bem, esperar não adiantou de nada e a batida de Passimian só ajudou a reunir mais gente para a manifestação, além da imprensa que agora vinha fazer uma entrevista com o símio que ficara famoso se tornando mascote da revolução. Além disso, era possível ver um cara conhecido por comandar uma grande corporação que disse à imprensa "Eu vim ver o macaco". Karen se revoltava com a situação e dizia que precisávamos dar a volta, mas antes a garota me questionava sobre o que eu havia explicado a ela.

-Sim, eu tenho um uniforme, mas não uso no dia a dia, e é mais ou menos isso, só que nosso foco está dar prioridade a pokémons em grande parte das vezes.

Tirei um tempo rápido e peguei minha Pokénav. Um monte de gente aleatória estava nos atrapalhando, então... -Só um momento, vou mandar uma mensagem aqui - entrei em uma rede social e comecei a campanha #criadorénoamor por motivos óbvios. Quando terminei, estava pronto para continuar. Arthur tentou brincar com Karen mais uma vez, mas ela disse que não havia tempo para isso e contava com minha intuição para chegarmos ao outro lado.

-Minha intuição, é? Eu acho que... Eu acho que posso - suspirei e pensei um pouco e cheguei à conclusão óbvia -se nós seguirmos seguirmos seguindo os mesmos prédios dando a volta na quadra, então a gente chega do outro lado sem problema, só precisamos torcer pra eles não irem pro outro lado.

Quando ela estivesse pronta, seguiríamos.