#01 The First Steps

Around the Neighborhood

Mauville Streets

A primeira captura também era um momento cujo esquecimento seria improvável, no mínimo. Serph estava tão feliz consigo mesmo que nem hesitou, logo tirou Taillow de sua Poké Ball, dando-lhe um nome. O único problema era que o passarinho estava desmaiado, ainda, senão, muito fraco. Provavelmente precisaria ser curado, tal como Hope, para voltar à ativa.

Ainda assim, acredito que a Venonat, com aqueles imensos e violáceos olhos, dava conta de ficar atenta por ela e por Damien de uma só vez, enquanto o emo não era capaz de reagir. Não conseguiram dar uma olhada no ambiente tão bem quanto gostariam antes, uma vez que o calor da batalha fizera-lhes perderem-se em seus pensamentos.

Entretanto, haviam pontos a serem notados, e agora que analisavam mais ceticamente, estou certo de que conseguiriam ver. Algumas pegadas de terra podiam ser vistas na grama seca do parque, pareciam vir da entrada e ir até a moita em que o Taillow surgira. Como não haviam reparado naquilo antes?! Não sei. As pegadas pareciam ir para outro lugar também, em outra direção. O que fariam primeiro?

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Por detrás da moita, então. O que será que encontrariam ali? Bem, teriam que esperar, tal como todos nós, para saber. Após recolher Taillow, Serph e Hope seguiram as pegadas, tentando descobrir algo que os ajudassem. Precisariam enfiar-se por dentro do arbusto, que tinha um porte relativamente grande, e vários galhos. Não foi lá muito confortável.

Mas bem, haviam encontrado um outro lado. Ali, as árvores faziam-se notar a presença, apesar de também manterem o aspecto doentio que todas as plantas do lugar apresentavam. Apenas existiam em quantidade maior, naquele lugar, como se fosse o bosque do parque, sendo que antes estavam apenas na "entrada". Era denso e apertado.

Ainda assim, haviam encontrado uma área que não era coberta pelas árvores. Quase como uma clareira em meio ao bosque, podiam notar traços de ocupação humana. Parecia que alguém costumava ficar um bom tempo por ali. Roupas, bolsas, até mesmo uma pequena fogueira eram vistos largados sobre a grama, um refúgio para aqueles que procurassem. Bem, Serph procurara e encontrara.

Mas o que ele faria agora? Tinha várias opções, até. Como eu disse, haviam bolsas, ele podia checar alguma delas. Entretanto, o lugar parecia ser ocupado com frequência. Alguém poderia aparecer a qualquer instante. E aí?

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Realmente, indícios de ocupação humana nem sempre eram tão positivos assim. Poderia ser uma armadilha, alguém poderia estar vigiando, não sei... Assim sendo, o treinador resolveu tentar uma aproximação ousada, de reconhecimento. Bem, se sua presença passara desapercebida até então, agora qualquer um saberia que Serph estava ali. Mas haveria, de fato. alguém para ouvi-lo?

O pessoal da região, até onde notara-se, não era muito aberto para conversar. Mas isso não impedia o albino de tentar. Quem não arrisca não petisca, dizem.  Talvez, mater o otimismo fosse, de fato, algo interessante a se fazer. Serph continua a surpreender com sua incrível resiliência e capacidade de manter-se altivo perante situações delicadas.

De qualquer forma, seu chamado fora ouvido. Talvez não pelos canais auditivos desejados, mas fora. Uma cabecinha listrada surgira do nada, altamente veloz, enfiara sua cabeça dentro de uma das bolsas, olhou para o garoto, exibindo sua grande língua e olhar estrelado. Segurava uma amuleto, uma espécie de colar, e tinha uma cara de travesso.

Então, continuou a correr, indo em direção à saída do parque, no caso, o mesmo lugar pelo qual Serph e Hope entraram. Eles seguiriam o monstrinho?

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A aparição de Zigzagoon certamente fora inesperada. Ainda assim, parecia ser o sinal pelo qual o garoto esperava. Após divagar sobre o amuleto que o pokémon agarrara, por alguns instantes, Serph decidiu ir atrás do monstrinho junto de Hope, curioso. Estava sendo confuso, iam de um lado ao outro atrás de algumas missões. Tomara que todo esse trabalho desse algum fruto, posteriormente. Bem, ele já teria a gratidão de algumas pessoas, não? Normalmente, elas tornar-se generosas quando gratas...

O monstrinho era extremamente veloz, mas isso não impediu a dupla de seguir em frente. Passando pelas cercas do parque, logo saíram dos limites deste, distanciando-se para a área residencial. Viram o pequenino enfiar-se sorrateiramente para dentro de um prédio, por meio de um buraco na base da estrutura. Ele parecia ser bastante astuto, e diria que até gostou da corrida. Tão travessos, estes pokémon.

Bem, Serph e Hope não poderiam segui-lo por ali. Até por que o vigia na entrada do prédio — apesar de não ter percebido Zigzagoon — certamente notaria a aproximação de ambos. O rapaz parecia ter um corpo ligeiramente trabalhado, não muito, como demonstrava sua regata preta colada ao corpo. O cabelo tingido de verde-limão parecia não ver um pente há muito tempo, e uma bandana cobria o seu rosto. Não parecia lá muito amigável, mas vai saber.

O jovem treinador estava encontrando bastantes pessoas. Fazia sentido, até, estando em uma cidade grande. Mas por que todo mundo ali tinha uma enorme carranca? Algo não cheirava muito bem... Será que havia algo de errado acontecendo da região? LaRousse, conhecida por ser lar de uma base Rocket, não era muito distante de Mauville. Será que a organização estava tramando algo por ali?