[Blackthorne] A Grande Cidade dos Dragões ft. Lysander Estranho

Aos poucos, da sua própria maneira, sentia-se mais confortável com a presença de Dawn. De fato, jamais se sentiria tão confortável com alguém de tal personalidade, mas ao menos ao menos poderia se adaptar para que aquela combinação de personalidades não se tornasse um desastre. Bem... Desde que ele desse o espaço necessário para Lysander, o jovem estaria bem. - Digamos que você também é "Gente boa". - Respondia o jovem ao comentário de Dawn sobre sua personalidade, apesar de manter uma de suas sobrancelhas arqueadas em um tom de dúvida sobre a questão de ser ou não gótico. De qualquer forma, poderia não parecer, mas vindo de Lysander, aquele era um belo elogio; uma forma velada e discreta de dizer que ele não é tão ruim quanto imaginara que seria. De fato, suas reais intenções para com a vinda à Tohjo pareciam um tanto interessantes a Lysander, que ajeitando suas vestes, parecia refletir sobre. - Hum... Vejo que você não tem muito interesse em ajudar a região, não é? - Constatava ele ao fim, ao retirar seu casaco e jogar sobre as costas de Pangoro, que sequer o notara.

- Um tanto egoísta, não? - Finalizara ele, a larguear ainda mais seu sorriso enquanto se escorava nas costas de Pangoro. - Mas tudo bem... Tudo bem ser um pouco egoísta, e se me permite dizer, não sou melhor. - Finalizava ele acerca do assunto, ainda com o sorriso; pois, o fato de conhecer um pouco mais a personalidade não muito altruísta de Dawn, o fizera se sentir bem, pois não seria o único lixo de pessoa naquele lugar. Um pouco rígido consigo mesmo, mas era como se sentia na maior parte do tempo - Pois bem. Eu o ajudarei. Até por que... Ainda não sei bem o que me trouxe de volta a estas bandas mesmo. Sou das Orange Islands, um complexo de ilhas não muito distante daqui, que curiosamente continuam submersas e ninguém se preocupa. - Resmungava ele, a brincar com o Lucky Egg que lhe fora devolvido.

- Alias... Não me considero um Especialista... Não ainda. Mas, algo próximo disso, quem sabe. Estou sobre as instruções de Christina, a Gym Leader de Dark Types de Hoenn, já a algum tempo. Não é como se tivéssemos tido muitas interações, mas... Ela é uma boa mestra. - Seus olhos mantinham-se voltados ao item em suas mãos, mas era claro que ainda mantinha o diálogo com Dawn. - Alias. Não deve ser tão difícil chegar a Blackthorne... Mas, tem tantas pessoas por aqui, que fica difícil de ver alguma coisa... - Disparara ele, a dar um tapinha nas costas de Pangoro, que imediatamente se levantava. Sem desviar o olhar de suas batatinhas, e com uma única mão, pegara o rapaz pela cintura e o colocara sentado em seus ombros. - Vamos, Pangoro. Já perdemos muito tempo nesta Sienna. - Apontara ele para a direção onde dali de cima poderia ver a área de atendimento, para então após todos os trâmites legais, chegar à cidade de Blackthorne!

- Sério? O destino? - Dizia Lysander em um tom razoavelmente alto, talvez justamente para que Dawn o ouvisse. - Interessante hipótese... - A este ponto era possível notar o elevado nível de sarcasmo em sua voz, porém a razão disto, Dawn jamais saberia. Isto, pois, em partes nem mesmo Lysander sabia o que mais o incomodara na afirmação do jovem Mono-Dragão. A primeira coisa que o perturbava era o fato de que culpar o destino por todo e qualquer evento, seja bom ou ruim, era algo tão medíocre e infantil que não poderia ser perdoado... Não que Dawn tenha o feito deliberadamente, mas há pessoas que de modo geral o fazem frequentemente. A segunda era a de que, se porventura estivesse de fato destinado a alguma coisa, não via hipótese alguma em que sua aventura ao lado de Dawn, ou mesmo o seu próprio destino de modo geral, pudesse resultar em algo positivo. Talvez culpar o destino fosse a melhor escolha se isto fizesse com que sentisse melhor consigo meso, não é? Talvez fosse isto o que estava subentendido no interior de cada frase "É o destino que quis assim", aliviar suas culpas ou de modo geral, mascarar uma verdade trágica, mas aceitar isto estaria contra a primeira coisa que o perturbara naquilo tudo para início de conversa. Pois é... Lysander não era uma pessoa muito fácil de se compreender... Ou como um verdadeiro balão de hélio, a se perder em meio a seus pensamentos e se desconectar temporariamente do solo. - Desculpe, mas não acredito em destino... - Finalizara ele, com a intenção de se desculpar por seu tom, bem como a por um fim em seus próprios pensamentos, chegando a conclusão de que ainda não estava tão desesperado ao ponto de botar suas culpas no destino.

Eis que, assim que terminara sua frase, a figura de um homem se aproximara de Dawn, ignorando Pangoro e seu treinador por completo. De fato, aquilo não o preocupava nem um pouco. Não estava ali para chamar atenção, ou qualquer outra coisa do tipo, então não se preocupava com isso, mas sim com o fato da leve perturbação sofrida por Bacchus diante dos reflexos de luz que eram direcionados a sua visão pela careca do homem. - Sh... Sh... - Silvava ele na tentativa de acalmá-lo ao mesmo tempo que tocava sua face para voltá-la a uma posição em que a luz não mais o perturbasse. No mais, não fora como se estivesse tão interessante na conversa dos outros, mas apesar de ter sido ignorado tão bruscamente, ainda assim estava tão perto que era praticamente impossível não ouvi-los, então da mesma forma que Dawn, estava agora ciente de um que transporte estava saindo dali para Blackthorne nos próximos instantes. Assim que Dawn virara para si, Lysander já estava a escorregar pelas costas de Pangoro e então ressurgir, a seu lado. - Me parece uma oportunidade que não podemos perder. - Dissera ele, apesar de desviar um rápido olhar a todas aquelas pessoas e a instalação como um todo. - Mas, confesso... É também um tanto estranho que não tenhamos que enfrentar toda uma burocracia para isto... Eu até gosto de burocracias... Bem. Tanto faz. O quanto antes chegarmos lá, melhor. - Continuara ele, a deslizar o Lucky Egg que estava em suas mãos para o interior de sua pasta, bem como retirar dali a esfera de Pangoro para retorná-lo. - Descanse um pouco amigo. - E com um lampejo avermelhado, o monstrinho fora sugado ao interior do objeto, derrubando o saquinho de batatinhas agora vazio ao chão. Lys o pegara e enfiara na bolsa também, para quando encontrasse algum lixo (Talvez Dawn?), e também para já retirar dali a esfera de Marte, seu Honchkrow.

A ave liberara um curioso e imediato olhar para Lysander, pois soubera imediatamente que estava em um lugar diferente de Hoenn... Talvez fosse algo no ar? Bem... Estava em sua terra natal, o que poderia ser motivo de alegria à rabugenta ave que também não demorara a identificar a razão de sua presença. O corvo fora preso a sua jaqueta e dali levantavam voo rumo a direção de tal veículo. De fato, era a forma mais rápida e fácil de alcançar o objetivo, pois ao menos não teriam de se esgueirar entre todas aquelas pessoas, ou mesmo andar. Bom... Ao menos Dawn tivera uma boa ideia... Talvez estivesse disposto a ignorar os espinhos do cactos para desfrutar de sua flor... Ora... Talvez, toda aquela personalidade expansiva, fosse de fato como os espinhos de um cacto, a proteger a si mesmo e disfarçar sua beleza interior - Ou quem sabe seu lado mais feminino.

Que vergonha... Uma desculpa destas parecia ainda mais esfarrapada que culpar o destino por aquele encontro. A realidade? Se Katakuri fosse como um cacto, ele não teria nada além de espinhos.