[Ecruteak] Legally Angels

Não conseguindo resistir ao charme de Verity, Rosemary deixava seus Pokémon trabalharem no restante da destruição das casas sob a mesma ordem de antes, junto com os Pokémon da treinadora misteriosa. Loira e morena agora reservavam um tempo para ser conhecerem melhor. Bem melhor! Verity não tinha pudores e Rosemary tão pouco era tímida em seus dizeres. O interesse recíproco era explícito. A morena sorria confiante enquanto era acompanhada pela coordenadora até chegar numa casa com um portal de pedra lindo que dava para um jardim abandonado e bem deteriorado por conta das chuvas, mas reparando bem aquela bagunça tinha sua beleza. Um pequeno lago lamacento no centro do jardim tinha ajudado a grama a crescer mais que devia, cobrindo parte da trilha de pedras que Verity convidava Rose a caminhar sobre. Algumas árvores se curvaram, formando um caminho e cipós escondiam o que tinha por detrás do terreno.

Ao abrir passagem, Verity esperava que Rosemary entrasse primeiro na propriedade abandonada. A degradação do terreno e da construção transformavam tudo num cenário apocalíptico invadido pelas plantas do jardim, mas da forma como a luz da tarde invadia o lugar, era até bem romântico. A mulher sorria para Rosemary, enquanto via sua reação e a puxava para um beijo encostando num tronco que estavam bem ao lado.


Depois do momento de diversão, elas tiveram que voltar. Já estava ficando tarde, mas ao menos conseguiram chegar a tempo de conseguir auxiliar os parceiros nas últimas casas antes de receberem um comunicado do ranger responsável. Havia um acampamento para que os voluntários passassem a noite, bem como jantar por conta da Sienna Co. e vestiários para tomarem banho e outros. Rose poderia encontrar com seus amigos, mas Verity parecia ter vindo sozinha e demonstrou interesse em colar na loira.

Enquanto isso, Ren entrava no palco improvisado e recebia muitos aplausos só em apresentar as fadinhas que antes tinham interagido com os pequenos. Com uma apresentação simples, mas divertida, ele cativara os pequenos que estavam doidos para pegar os Pokémon da cadelinha da Lisia, digo, do mono treinador, quer dizer, do aspirante a coordenador, que na euforia, alguns começavam a bocejar e criar uma corrente de cansaço.

Realmente já estava escurecendo. A tarde tinha passado com tamanha leveza que ninguém nem tinha percebido. Algumas das crianças, as que tinham lanchado demais foram colocadas para dormir enquanto outras se preparavam para jantar. Os voluntários só teriam mais essa função e depois estariam livres para se juntar aos outros voluntários da cidade para jantar, conversar e descansar para o dia seguinte.

Já Haruki e sua equipe limpavam com zelo a fachada da torre do sino enquanto conversava com o kimono boy que parecia ter gostado da resposta do criador, pois esboçava um sorriso envergonhado. E ao se apresentar ele dava-se conta de que não tinha um nome, quer dizer, não tinha dito ainda. Depois de se tocar, ele respondia:

— Yuri! E esse é o Eevee.

O pequeno gostou de ser apresentado e fazia uma reverência ao rapaz antes de voltar ao trabalho.

A limpeza da sacada ao redor da entrada da torre tinha de ser feita com mais cuidado utilizando esponjas macias e panos. Esfregando bem e tratando a entrada do templo como se fosse sagrado - para alguns realmente era - eles conseguiam deixar o espaço brilhando de novo. Por fora, a torre tinha aspecto de renovada! Contudo, o pôr do sol se aproximava, inclusive era lindo de se ver do jardim, mas com ele Morty também surgia e dava a notícia de que o serviço no interior das torres só poderia iniciar na manhã seguinte, liberando os voluntários, mas exigindo que eles estivessem de volta às 8 a.m. do dia seguinte, sem atrasos! Ele foi firme quanto a isso, depois dispensou os voluntários para que pudesse se juntar aos outros num acampamento montado exclusivamente para eles na entrada da cidade. Yuri já perguntava se poderia colar com Haru no acampamento, demonstrando que estava sozinho na cidade.

Por hora restava reencontrar os amigos, apresentar os novos e descansar para o dia seguinte.

OFF: Podem fazer 2 posts de interação cada. Depois virei com as tarefas do dia 2.

O próprio arco-íris se formava pela pluralidade na personalidade dos personagens que interagiam durante a refeição. Verity era mais na dela, apesar da confiança e de ser sociável quando estabelecia uma conversa, mas não deixou de dar atenção à loira com toques sutis longe da visão dos amigos. Já Yuri era bem reservado, quase sempre baixando a cabeça com vergonha de dizer algo e ser repreendido, porém, a medida que os amigos conversavam livremente com carinho e sem tabus, o rapaz sentia-se mais aceito e por consequência, confortável.

Um novo dia surgia, mas antes dos companheiros, Yuri e Haruki tiveram que se aprontar para estar nos jardins dos templos antes da 8 a.m. como requisitava, rigorosamente, o representante da cidade. O par conseguia acompanhar o nascer do sol durante a caminhada até as escadarias para acessar as torres e quando alcançaram os portões, a luz da manhã trazia calor e conforto para a cidade, que com os voluntários renascia das cinzas com esperança de novos inícios.

Os dois chegavam bem na hora e Morty já iniciava os trabalhos... um pouco diferente.

— Nico, por favor. - Ele pediu para um dos treinadores se aproximar, aquele que usava um casaco de aviador e possuía Pokémon do tipo Fantasma. Pela forma como era tratado por Morty, parecia que era uma espécie de aprendiz ou algo do gênero. O jovem pálido recolhia um cesto das mãos do líder e entregava para os outros colegas uma faixa negra. - Antes das atividades do dia, gostaria que vocês realizassem comigo um ritual de purificação. Aqueles que não se sentirem confortáveis a fazer, não poderão entrar nas torres. Mas os que desejarem fazer, que seja uma entrega de espírito, porque os templos são sagrados e sabem quando uma alma está corrompida.

Aparentemente todos aceitavam o desafio, inclusive Yuri. Foi o gesto de maior certeza que Haru viu o menino do quimono assumir para si. A tarefa que Morty passava era sensorial. Eles teriam que esquecer o sentido predominante, a visão, e acreditar que a alma deles poderia se conectar de alguma forma com o exterior e sentir o lugar. Primeiro a natureza: o vento, as folhas, a terra no chão do jardim, os primeiros raios de sol e até a presença de alguma água que em algum momento surgiria. Depois, os Pokémon selvagem: seus sons, a distância, suas aflições com a região em "restauração" pela ação humana. Por fim, o plano espiritual. Este era o principal objetivo do líder responsável pelo ginásio da cidade. Preparar o âmago e a sensibilidade dos voluntários para enfrentarem possíveis presenças nas torres de forma respeitosa a sentir as almas sem julgamentos oculares a priori. Passando pelas duas primeiras fases, a última seria se conectar com os Fantasmas que Nico e Morty liberaram ao redor do grupo, ao final de todos os exercícios, sem que eles soubessem do feito.

Horas depois, Rosemary, Ren e Verity despertavam com o cheiro de um poderoso café da manhã, junto de um sino para que todos levantassem juntos, afim de apressarem as atividades em Ecruteak. Um verdadeiro banquete - na medida do possível - estava ao dispor dos voluntários. Muitos sucos naturais, sanduíches, bolos, cereais com leite das fazendas de Olivine e frutas frescas.

Depois que tinham se alimentado e cuidado da higiene pessoal nos banheiros públicos construídos para eles, o servidor da Sienna Co. responsável pela ajuda humanitária com as crianças reunia seu grupo para mais um dia. Hoje eles fariam uma excursão para os campos de trigo da cidade. Sim, eles colocariam as mãos infantis para trabalhar, enquanto ensinavam sobre biologia - botânica! E os voluntários cuidaria de grupos de 15 crianças, cada, bem como orientar o grupo por cada parte do processo. Já o Ranger que estava responsável pelo trabalho pesado informava que todas as árvores tinham sido removidas e que os edifícios condenados destruídos, precisando de ajuda para auxiliar o engenheiro civil na reconstrução das moradias e outros prédios públicos dos quais a prefeitura era responsável.

Caso eles quisessem outra atividade, ainda poderiam ajudar a cuidar dos idosos. Aparentemente não era todo mundo que tinha saco para escutar histórias de velhos que nunca se sabe o que é verdade e o que é drama inventado! Sem contar na parte de trocar fraudas geriátricas, ajudar a limpar dentaduras e controlar a hora dos remédios...