Capitulo 16 - Agora te Pegamos, Phillipe Swirller! - "Um Mar de Justiça / Parte 3"

Will seguiu Allan até o sujeito que lhes passariam a “missão” que serviria de moeda de troca. Quando o alcançaram, Allan foi direto ao ponto. Frank, por outro lado, enrolou tanto que Will não conseguiu camuflar a tempo o seu bocejo, estava bem entediado até ouvir quais eram as pendencias que Chloe queria que eles cobrassem. Pronto, teriam que bancar os capangas se quisessem a informação que buscavam.

Mil coisas passaram pela mente do Carateca, tantas que o fazia querer terminar a missão ali mesmo. No entanto, sem nenhuma outra pista sobre o paradeiro de Philipe, o artista marcial entregou seu pokénav ao segurança. – Espero que esse cara mereça essa surra – Falou em tom acusador.

Depois de ter pego o nome dos alvos e os locais onde poderiam rastreá-los, Will chamou por Allan, precisavam voltar à mesa para discutir o assunto. – Parece que o trabalho triplicou. Ao invés de um, vamos ter que “caçar” três...

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Quando retornaram a mesa, a dupla deixou os outros dois a par da situação. Blade, pelo menos, terminava sua refeição. – Vamos acelerar isso. Somos quatro e temos dois alvos... Eu e Will vamos atrás dessa gangue. Não tenho problema em surrar um meliante – Will fechou a cara e balançou a cabeça, essa seria a missão mais difíceis que faria. – Vocês dois vão atrás de cobrar a grana do gatuno. A dupla que terminar primeiro, entra em contato com a outra para dar apoio se necessário.

Will descruzou o braço e suspirou - Vamos torcer para que a senhorita Chloe não esteja nos enrolando. Melhor essa informação valer a pena... e que ela não deixe essa “namorada” do Philipe escapulir ou ele vai saber que tem gente atrás dele. – O jovem terminou sua soda e se recostou.

Assim que Nagisa terminasse sua refeição, Blade pediria a conta. Pagaria tudo no cartão de crédito para que os outros acertassem com ele depois.

- Vamos indo também, Blade! – Will se levantou logo depois de Allan e Nagisa saírem. Se iriam atacar uma gangue, melhor que aproveitassem a companhia da noite. Danniel olhou sua pulseira e viu que ela confirmava o pagamento. Sem mais ter o que fazer ali, ele se levantou e seguiu para a saída. – Vamos dar um pulo no Centro Pokémon, coisa rápida. Testemunhar suas lutas hoje me fez perceber que o seu time está bem precário. Vou te emprestar um Pokémon...

Blade franziu a testa, incomodado por seu sobrinho ter notado sua situação, mas era verdade: infelizmente, se dedicar tanto na construção de sua massa muscular o fez negligenciar sua equipe.

Os dois voaram rápido para o primeiro destino.
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- Aquiles, vou precisar que você ajude meu tio. Empreste sua força a ele... Tome conta daquele teimoso – Will caminhou com o seu Pokémon de volta para onde Blade esperava ansioso por começar a missão - tenho certeza que ele vai te deixar muito mais forte do que eu seria capaz. Pense nisso como um período de treinamento!

- Aqui, tio! Eu gostaria que você treinasse o meu Heracross... Sinto que vocês tem muito em comum – Aquiles e Blade já haviam se visto antes e os dois pareciam terem se sintonizado muito melhor do que o Carateca e o Pokémon. Se fossem enfrentar uma gangue, era importante Danniel ter uma força extra em um time claramente mal equilibrado.

- Tem certeza? – Perguntou sem acreditar, estendendo a mão para a Pokébola oferecida pelo sobrinho. Will acenou com a cabeça e Blade se virou para o Heracross. – Ele é magnífico! Será uma honra tê-lo comigo. – A criatura avaliou o homem a sua frente e o jovem teve certeza de que o respeito dela por Blade era muito maior do que aquele que ela nutria por ele.

Will sorriu maravilhado com a sinceridade que testemunhara no rosto do negro. Não era sempre que você via um sorriso honesto no rosto de Danniel, imagine só ver seus olhos brilhando. – Infelizmente eu não tenho dado a devida atenção a ele... Aquiles merece destaque e você vai precisar de um Pokémon forte como ele dependendo do nível da gangue que vamos encarar.

Blade concordou e depois recolheu o Heracross para a esfera. – Nossos inimigos tremerão ao vê-lo! – Disse para a criatura enquanto ela se desfazia.

Os dois foram ao PC, Will para recuperar o seu time original e Blade para adicionar o lutador em sua equipe. Depois eles foram para fora do Centro Pokémon e levantaram voo em direção a localização da gangue dada por Frank. Will com o seu Charizard e Blade logo atrás com o Swellow, uma sombra na noite.

Por um momento os dois se perguntaram se a tal gangue vivia no mato, mas com uma visão aérea eles identificaram uma pequena comunidade a frente. Pousaram em meio a trilha que levava ao local, conscientes de que já podiam terem sido avistados.

- Típico local dominado pela criminalidade – murmurou Will ao ver a aparência das casas e o quanto isolado era a vila da cidade pulmão da ilha. O governo local pouco ou nada estendia sua influência sobre o lugar e isso facilitava o crescimento da marginalização.

- Uma verdadeira favela, você quer dizer – Completou Blade sem o mínimo de tato, enquanto avaliava o local dentro do limite de sua visão. – Precisamos identificar os membros da gangue para rastrear esse Damon.

- Em um lugar como esse? Vai ser fácil. Provavelmente virão até a gente assim que nos aproximarmos... Vamos lá. Não adiemos mais isso. – Os dois caminharam calmamente para a vila, direto para a área da fogueira. Ali, tentariam uma abordagem educada com os moradores locais. – Boa noite, boa gente! Vocês conhecem Damon Merrick? Eu e meio amigo aqui temos um assunto a tratar com ele... – Sempre sorrindo, sempre simpático, Will sondava a reação das pessoas. Se Damon fosse o chefe da gangue como o Carateca imaginava, seria famoso no lugar e fácil de achar. Caso contrário... Blade por outro lado continuava atento a tudo ao seu arredor como um segurança de uma celebridade faria. Mal encarado? Talvez aos olhos da maioria.

A falta de criatividade daquela gente de Moosdeep que só sabia chamá-lo de pirralho já não afetava Will, que mesmo sendo jovem, sabia ser mais adulto que muitos. – Relaxa aí amigo, nós viemos em paz! – O Carateca levantou o seu Pokenav como se quisesse conferir o GPS. – Não tem engano algum, o gps nos trouxe aqui.

Blade percebendo que seu sobrinho estava prestes a soltar uma piada, pousou a mão em seu ombro e o conteve, assumindo a palavra. – Nós viemos como representantes do Arcadia Bay, imagino que vocês o conheçam?

Will olhou assustado para o seu tio, sem saber o que ele queria com aquilo, pois dizer a quem eles representavam poderia frustrar a tentativa de entrar. Danniel piscou e meneou a cabeça de forma quase imperceptível, o que levou o mais jovem a respirar fundo e entrar na onda.

- Pense na gente como emissários – se é que eles sabem o que isso significa – estamos aqui para evitar uma guerra. Trazemos uma proposta ao senhor Damon para encerrar as hostilidades antes que ela comece. – Blade levantou a camisa para mostrar a sua linha de cintura e Will repetiu o gesto, ambos mostravam não estarem armados. – Fomos contratados para fazer essa negociação, já que a dona do lugar não queria arriscar seus preciosos funcionários. – O negro mostrou seus dentes brancos em um sorriso forçado, ele parecia entusiasmado com a própria mentira, pois dizem que a melhor mentira é a que traz pitadas de verdade.

O Carateca, por outro lado, ficou tenso. Seu tio era louco? Será que eles engoliriam aquilo? Pensou no que faria se os homens sacassem suas pistolas. Seu Chesnaught poderia lhes dar cobertura, mas seria rápido o bastante?