Helping and Chilling Out

Ao que parecia, a Cutiefly procurava seu refúgio visual na companheira florida. Ela focava a visão em Ísis e procurava se concentrar para praticar o Fairy Wind na potência controlada e logo vinha uma brisa magicamente leve, trazendo bem estar e brilho, sem ferir ou cegar! Muito importante essa última parte, porque glitter nos olhos não era bom, né? A verdade era que a mentoria da Floette realmente tinha influenciado positivamente no desempenho da colega. O problema da pequenina não era nervosismo, até porque nem tinha plateia ou pressão, era apenas uma dificuldade em controlar o poder, mas depois de ver como Ísis fazia, foi questão de praticar mesmo.

Agora o trio, já que Impidimp era incumbido de varrer o palco, precisava prestar atenção na orientação de Ren. O coordenador não sentia grandes avanços no canto do coro e achava que era por conta do Dark-type, então agora sem ele era a hora de descobrir se o andamento do coral viria.

Então, Ren, pausadamente, contou até o número três e todos os três começaram a produzir sons particulares. Apesar de estarem usando o mesmo movimento, cada qual tinha uma distinta forma de cantar. Ao menos eles conseguiam manter uma constância no ritmo - perdendo o fôlego ora ou outra por esquecer de respirar - apesar de não estar nem perto de ser algo apreciável. Algo a ver com notas e tons, saber quem era a voz grave e aguda. Essas coisas pra encaixar todos no mesmo bloco pro baile acontecer!

UMA PAUSA! Os bebês se acabaram! Coitadinha de Ísis, a única mais velha tendo que tomar conta pra ninguém cair do palco e quebrar uma perna. Alguém explica pra essas crias que era uma expressão e não devia ser levada a sério? Aff, amadores.

Enfim. Hughes estava completamente perdido. Coordenar envolvia muito mais preparação que chegar lá e fazer qualquer coisa pra ser bonito. Envolvia um processo chato de identificar talentos e lapidar as características mais brilhantes de cada monstrinho e extrair o máximo ao lado deles numa excelente performance. No entanto, até conseguir coordenar com perfeição, o rapaz teria de passar por essas experiências para inclusive se descobrir! Afinal, não eram apenas os Pokémon que ficavam nos holofotes. A proposta dos concursos é mostrar como a relação treinador-pokémon pode ser saudável, pensando no entretenimento, claro. Artistas também precisam comer e pagar contas.

Buscando entender melhor o que poderia fazer para de fato melhorar enquanto coordenador e extrair o máximo das habilidades dos monstrinhos, Ren pedia ajuda da pessoa mais musical daquele salão. O deejay. Ele, no entanto, se aproximou com um olhar meio desconfiado, mas resolvia ajudar como podia.

— Cara, você tem que entender o que quer fazer primeiro. Quer um padrão? Pode começar com exercícios tipo "a-a-a-a-aaa". Ou se estiver planejando algo mais aleatório, pode tentar alternar entre os Pokémon um tipo de som pra fazer um beat, por exemplo. Um canta um "lá-lá-lá" enquanto o outro fica fazendo "e-ou, e-eee-ou". Tipo isso. Foi mal, eu mexo com som, não com canto, espero ter ajudado.

Se Ren não precisasse mais dele, o rapaz voltaria ao seu posto, deixando o coordenador confortável para continuar o ensaio. Afinal, era para isso que ensaios existiam. Se preparar! Tal qual treinos pré batalhas. A diferença era em como aquelas habilidades seriam utilizadas.

O pequeno diabo rosa terminava de varrer - do jeito doido dele, que talvez não fosse o padrão limpeza de um ser humano - e recebia um novo ensinamento. Ele instantaneamente aprendia a manipular uma massa de energia sombria e praticava com aqueles pulsos obscuros.

Enquanto Oni se distraia, o trio ternura voltava a se alinhar como babies angry birds muito fofos e atentamente ouviam ao grande mestre. A proposta ele parecia bem sensata. Cada uma teria de usar seu Growl quando ele comandasse. Kyaan começou a cantar quando ele pediu. Ao contar até três, Laylah iniciou e Kyaan se calou. Na nova contagem, Laylah finalizava seu agudo e Kheiloe tinha sua vez, encerrando o plano do coordenador. Isto é, se a proposta fossem pequenos solos, pois era como eles entendiam.

Já as outras duas que manipulavam o elemento invisível, tentavam dar cor a ele no Fairy Win, tentando realizar algumas curvas enquanto se moviam. Mais uma vez, foi mais fácil para Ísis que para a pequenina. Desta vez, o Fairy Wind tinha sido tão fraco que quase não foi possível notá-lo. Ela tentava de novo até que conseguia fazer uma leve curva com o vento mágico enquanto voava. Ela só não conseguia entender como e onde aquilo seria preciso, já que o coordenador não contou o plano de apresentação, só estava organizando poderes. Talvez se explicasse o que pretendia, elas poderiam ter maior liberdade no processo.

Um ensaio. Era isso que Ren estava realmente fazendo naquele espaço? Praticando alguma coisa que seria usada com algum objetivo num futuro próximo? Ou simplesmente repetindo movimentos já conhecidos pelos monstrinhos? Alguma coisa de coordenação se misturava com treinamento e causava uma certa confusão naqueles mais interessados em entender o rapaz, principalmente o narrador.

O que acontecia era que explicar durante um processo de preparação não era um spoiler pois não tinha ninguém assistindo, apenas a staff do restaurante e os participantes da performance. E era bom que eles soubessem o que fazer para conseguirem chegar no resultado que o comandante esperava, portanto, assim que a luz para aquela encruzilhada iluminou as mentes dos filhotes, eles agiam.

O Impidimp realmente tinha problemas em usar sua contação de segredos de forma "não desagradável às orelhas", mas fazia da melhor forma possível - que ainda não era o melhor possível - enquanto a Floette e a Cutiefly se concentravam e, juntas, invocavam as forças dos ventos mágicos, levando as palavras do diabinho para visitar novos lugares no salão. O som não ficava mais alto ou mais baixo. Ele apenas viajava pelo espaço conforme a ventania fazia suas curvas.

Logo que os ventos cessavam, Ren coordenava o trio na cantoria em seguida ao combo anterior. O som do coral parecia mais encaixado no tempo. Os Pokémon estavam se familiarizando com a proposta e o novo jeito de usar seu Growl. Elas iniciavam na contagem do rapaz e terminavam na pausa para a entrada da próxima até que a última conseguisse cantar.

Finalmente algum progresso!

Após tirar suas próprias conclusões da prática anterior e se queixar aleatoriamente, Ren prosseguia com uma proposta parecida, porém mais específica.

Impidimp pensava antes de começar. Ele cruzava os bracinhos de macarrão e batia um dedo no queixo até encontrar a frase perfeita! "Impi impi di-di pimp. Didi pidi dimp imp!" E outras coisas mais. Esse diabinho era uma figura! Floette dava uma risadinha, mas não esquecia de direcionar seus ventos para as paredes, arrastando o som consigo. Como a Cutiefly lançava uma ventania pro lado oposto, o som se dividia em 2, logo eram 3, pois Oni continuava, mas as palavras perdiam a potência a medida que viajavam pelo espaço...

Os bebês continuaram sua canção, melhorando a marcação e o tempo de cada um. Se fosse só aquilo, logo eles estariam nos trinques!