Helping and Chilling Out

Senkyo Cabaret

Tudo bem, as coisas iam dando certo, tudo chuchu beleza. Todo mundo usou seus golpes bonitinho, de maneira diferente, e depois de tanto esforço conseguiram um resultado razoável, pelo menos. Ren parabenizou todos os monstrinhos, sorrindo bastante. Parecia que não tinha muitos outros apontamentos a fazer. De resto, precisaria de sorte sobre o palco, na hora do vale-tudo.

— Okay pessoal, obrigado pelo ensaio! É óbvio que ficaram alguns pontos ou outros a serem corrigidos, alguns fios a serem puxados e tudo mais, mas acho que nos daremos bem com essa base do treinamento! — exclamou ele, aproveitando para afagar seus monstrinhos. Será que eles tinham de fato adquirido algo com esse ensaio? Se com isso tirasse alguns sorrisos extras dos monstrinhos, já valeria mais que a pena.

— Por enquanto, acho que basta. Pelo menos já temos certeza de que não faremos feio na hora! Obrigado mais uma vez. —  e com isso, deixava os pequeninos brincando enquanto olhava ao redor, verificando se não tinha nada mais a fazer por enquanto.

Senkyo Cabaret

— Ah, Lilith! Acabei de fazer um pequeno ensaio com meus pokémon. Estava mesmo te procurando — disse o rapaz enquanto acompanhava a gerente. O camarim era bastante confortável, e a moça havia separado algumas roupas que o especialista em feéricos poderia utilizar.

Ele olhou um pouco os looks, um pouco hesitante, até se dar por decidido. — Gosto deste último que você me mostrou — apontou para a peça de host. — Tem um toque informal sem perder a classe, e também tem um quê de diferente e marcante.

É, talvez ele usasse aquela roupa em sua apresentação mesmo. Tendo terminado de ver, e provavelmente de vestir, tudo, Ren procuraria Lilith mais uma vez, para saber quais passos seguir.

Senkyo Cabaret

Sem mais problemas com as roupas, pelo menos de acordo com a minuciosa avaliação estética de Lilith. Onde tinham achado essa mulher? Céus, ela fazia de tudo, e ainda por cima com qualidade. Aparentemente, Ren estava pronto para sua sessão de entrevistas, com a primeira já prestes a ocorrer. Ele estava ligeiramente nervoso, mas esperava que o sentimento passasse logo.

A gerente do restaurante guiou o coordenador até o ambiente no qual faria a entrevista, onde a equipe da revista já esperava. Alguns indivíduos experimentavam os comes e bebes enquanto esperavam por ele, outros pareciam simplesmente segurar equipamentos, prontos para começar. Uma figura em específico chamou a atenção do especialista em feéricos.

Ao que tudo indicava, aquela figura era quem o entrevistaria. Cabelos esverdeados, com belos olhos heterocromáticos. Suas vestes casavam tons de verde com o cáqui, rosa e azul, combinação não muito usual, mas que de alguma forma cabia-lhe perfeitamente. Tinha um caimento andrógeno, que deixava o rapaz ligeiramente confuso, mas nada demais. Não sei se os pronomes "ela" referem-se ao termo "pessoa" ou se de fato temos uma presença feminina aqui, mas tentarei manter a neutralidade nesta tão execrável língua.

Ren sentou-se, ainda acostumando-se em ter todos os olhares sobre si. Não era exatamente a primeira vez, mas sentia que neste momento, era em prol de um bom motivo, então manteve o otimismo. A entrevista enfim começou. — Boa tarde, Alex! É um prazer, tê-los aqui. — respondeu o jovem, preferindo tomar medidas mais seguras até então. Um cumprimento gentil, um sorriso.

— Ren Hughes, pois não? — perguntou ele, ressaltando a pergunta automaticamente, procurando pensar melhor nela. — Ren é um garoto sonhador. — afirmou ele então, com bastante segurança. — Ele não tem medo de sentir, mostrar, imaginar. Ele não teme o ser. Apenas é. Digamos que os dias de brincar de esconder já passaram.

As respostas não eram diretas, e poderiam inclusive confundir minimamente aqueles que não prestassem muita atenção. Mas bem, que graça teria se fosse diferente? — Os Contests eram uma ambição. Ainda são. Não digo que é um sonho de longa data, muito pelo contrário. Apenas surgiu a sensação de que era o certo a se fazer. E bem, não era como se houvessem muitas outras coisas no topo da lista de "o que fazer".

Senkyo Cabaret

Ren supunha que a entrevista ia bem. Quer dizer, ao menos sentia que não estava indo mal. Dava respostas subjetivas e reflexivas, nada direto, apenas vagueando e vendo onde chegaria desta forma.

Também estava ciente de que deveria ser ligeiramente cuidadoso com suas respostas. Alex abordava assuntos um tanto quanto polêmicos e conflituosos. Não seria legal cometer alguns deslizes agora.

— Ah, Lisia com certeza é dona de um nome impactante e possui vários contatos, mas ela não chegou a influenciar diretamente em minha apresentação — começou a dizer, tentando esclarecer alguns pontos específicos. Mas a próxima sequência de perguntas fez Ren sorrir, talvez um pouco acanhado.

— Para ser sincero, ainda não falei com ela desde então. Estava esperando para fazer isso pessoalmente, aguardando por um momento ideal — indicou ele, confessando que ainda não tinha entrado em contato com a mentora. — Além disso, gosto de pensar que, além de mentora e aprendiz, somos também amigos. Claro, não somos melhores amigos, mas há um pequeno laço de simpatia.

Senkyo Cabaret

Não.

Esta era a resposta para a pergunta indireta feita por Alex. Ignorando o primeiro parágrafo inteiro por motivos de preguiça, Ren deparava-se com uma pergunta deveras intrigante.

A vitória...

Não, ele ainda nao tinha saboreado aquele sabor por completo. Sabia que ela havia ocorrido, mas ainda não tinha caído a ficha. Na correria, ele não teve tanto tempo assim para maturar a ideia.

— Surreal — uma palavra pequena, de apenas três sílabas, mas que definitivamente caracterizava muito bem a maneira com a qual o jovem sentia-se. — Sinceramente, ainda é difícil de acreditar. Parece um pouco um sonho, e estou à espera de alguém para me beliscar.

— Veja bem, não entrei no concurso esperando ganhar. Apenas queria me divertir, conhecer esse novo mundo, dar meu melhor — prosseguiu ele, continuando a informar Fierro. Estava com sede. Talvez um copo de agua fosse bom. — Pensar que eu levei a melhor assim é impressionante. Inacreditável.