Pokémon Mythology RPG
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Capítulo 28 - Vinte e três primaveras

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Assim que Blake chegou na casa de Miranda, o criador não precisou nem bater na porta. Miranda antecipou sua chegada e abriu a porta primeiro, indo direto ao encontro de seu namorado e abraçando-o firmemente. Após o forte e intenso gesto de amor, os dois trocaram um beijo apaixonado, intenso e carinhoso. Ficaram alguns segundos em silêncio, apenas desfrutando da companhia um do outro e sentindo seus batimentos cardíacos acelerados devido a uma injeção de serotonina. No meio daquela situação, Sheldon ficava um pouco sem graça e recuava alguns passos, fingindo que estava distraído com alguma coisa no horizonte para que o casal tivesse um pouco de privacidade.

- Arranjem um quarto, seus sem vergonha! - Protestou um homem que passava na rua, interrompendo o momento do casal, que ao menos levou a situação na esportiva e riu da situação.

Agora que estavam "desgrudados", Sheldon sentiu-se confortável para ficar perto da dupla novamente. Miranda até havia cogitado chamar Blake para entrar, mas ela também precisava de um ar fresco. O anúncio que ela fez para sua mãe oficializava o início do encontro espontâneo.


- Mãe, eu vou dar uma volta com o Blake! Volto daqui a uma hora! - Avisou a loira, fechando a porta de entrada de sua casa em seguida. - Fico honrada que temos uma companhia para nosso encontro. É bom ver você, Sheldon! Mas eu acho que é injusto você assumir o papel de "vela", não é mesmo?

A treinadora pegou uma pokébola em sua bolsa e a abriu, revelando seu pokémon inicial, um Swampert brutamonte chamado Marshall. Ele e Sheldon se cumprimentaram com uma high five um pouco atrapalhado e recuaram alguns passos. Conversavam entre si de forma animada e descontraída. Blake não entendia ao certo o que os dois diziam, mas o criador sentia que estavam fazendo fofocas sobre os pokémons de seus respectivos treinadores. Será que Parfait ficaria sabendo que Zappy andou flertando com Puka?

O casal então ficou de braços entrelaçados enquanto caminhavam pela rua, ainda sem rumo. Por mais que Miranda demonstrasse afeto, ela não era do tipo grudenta, então ela abominava coisas como andar de mãos dadas. Como um bom cavalheiro, Blake respeitava os limites impostos por sua amada.


- Que bom que você tirou alguns dias para ficar aqui em Slateport. Eu sei que a fazenda precisa de cuidados constantes, mas você precisa tirar um tempo para descansar também.

Ao ouvir aquela frase de Miranda, Blake ficou um pouco nervoso. Ele ainda não havia contado para ela que havia trocado a sua propriedade em Hoenn por uma em Johto com uma estrutura maior e com equipamentos superiores. Decidiu desconversar sobre o assunto, pois sua intenção era fazer surpresa sobre a mudança.

- Eu vou ficar aqui em Slateport até a véspera do Contest de Lilycove. Ano passado passei meu aniversário sozinho e sei que todo mundo ficou chateado comigo por isso. Amanhã quero passar o dia em família e queria que você fosse jantar lá em casa com a gente!

Quando Blake falou sobre o Contest, Miranda revirou seus olhos discretamente o suficiente para Blake não perceber. Mais uma palhaçada que seu namorado inventava em sua jornada. O rapaz praticamente atirava para tudo quanto é lado! Mas decidiu não dar bola para aquilo e preferiu comentar sobre o convite que recebeu.

- Mas é claro que eu vou! O que que eu posso levar amanhã? Uma salada? Uma sobremesa? Uma garrada de vinho? - Miranda começou a rir de sua própria cara ao perceber o que estava falando. - Nossos pais se conhecem, eu já fui na sua casa diversas vezes, mas acho que é a primeira vez que vou oficialmente como sua namorada. Por que eu tô tão nervosa?

- Acho é normal ficar nervoso. Eu já te conheço faz tempo e hoje em dia fico com o coração acelerado toda vez que vou te ver. Vai dar tudo certo, minha família já te conhece! Só seja você mesma!

Assim que Blake terminou sua fala, o casal se deu conta que ao caminharem sem rumo, acabaram parando em uma rua sem saída. Deveriam dar a volta. Provavelmente era o melhor momento para definirem para onde iriam.

- Hoje está um pouco frio pra ir pra praia, mas o que você acha da gente ir pro pier?

- Acho uma boa ideia! Sheldon e Marshall vão gostar de sentir a brisa do mar.

Com seu destino definido, o casal então recomeçou sua caminhada. Dessa vez, com um rumo.

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Ah, o amor! Ah, a paixão! Quando bate forte, é capaz até de nos dar aquela sensaçãozinha de conexão sobrenatural, do tipo que os amantes têm a empatia tão aflorada que podem prever o que o outro vai fazer, dizer, esconder... E que os faz esquecerem do mundo ao redor quando estão juntos, vendo graça até num velho fanfarrão mal amado que passa pela rua e não tolera o romance, o carinho.

É certo que poderíamos levar esta narrativa para dentro da casa de Miranda, subindo até o quarto dela e nos trancando ali dentro, só nós três, mas não apressaremos a arte de Blake. Ele não é um Criador renomado à toa, afinal, fez sua fama com um trabalho paciente, minucioso, passível de imprevisibilidades. Uma destas que, inclusive, o fazia temer revelar à namorada planos que estavam muito próximos de se concretizar. Então, sim, vamos deixar que as coisas fluam com a naturalidade e a paciência que merecem! Como com uma árvore de frutífera ou um casal no criadouro.

Um beijo intenso, braços dados e risos levaram o casal a uma caminhada sem rumo, apenas desfrutando da companhia um do outro. E o mesmo vale para Sheldon e Mashall, que fofocavam feito amigos de infância e nem perceberam que estavam sendo conduzidos para um beco sem saída, literalmente. Mas, pronto, aquele pequeno evento de percurso seria o suficiente para dar aos enamorados e amigos um rumo, que os levaria até o píer.

Era um espaço muito bonito. Sem dúvida um cenário digno de romance, com o mar se perdendo no horizonte, várias embarcações indo e vindo, habitantes e turistas aos risos curtindo a paisagem, além das aves que cruzavam o céu aos montes. Mesmo morando ali Miranda se dava ao luxo de suspirar com o que via, como se o ar lhe trouxesse boas vibrações.

– Isso me traz tantas coisa... – olhou para um navio que se afastava mar adentro, depois virou para encarar os olhos verdes de McBride – Lembro da nossa despedida, na Base Sienna, depois de Goldenrod. – fora tocada pela lembrança de terem partido cada um para um lado, numa área portuária quase como aquela, depois de estarem juntos na Força Voluntária em Tohjo. Musgraves suspirou mais uma vez e trouxe um sorriso terno ao rosto, à altura da memória, que depois foi se transformando em outro mais "maroto" ao lembrar que eles não estiveram a sós lá – Aliás, tem tido notícias do Mavis? – perguntou, dando um gancho para que não impregnassem a lembrança de melancolia.

Não distante dos apaixonados, Sheldon e Marshall seguiam sua conversa animada, definitivamente muito mais satisfeitos por estarem tão próximos do mar, um ambiente naturalmente familiar para ambos. Será que permitiram um mergulho à dupla de aquáticos?


Artie - Slateport City - Manhã, tempo ameno e brisa litorânea

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Hiro ♡

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O passeio ao pier foi uma ideia excelente. A suave brisa marinha, o som das aves voando alegremente e o belíssimo encontro da imensidão azul do oceano com o azul do céu eram mais do que uma belo cenário: era praticamente um estado de espírito! Aqueles que se permitissem sentir a energia do local com certeza eram capazes de transceder!

Aquele local romântico permitia que Blake e Miranda ficassem perdidos em seus pensamentos e conversassem um pouco. O assunto que a loira trouxe inicialmente era delicado: a forma como os dois seguiam caminhos distintos era um pouco triste, mas já era algo natural e cíclico da relação.


- Foi nesse pier que nós nos despedimos pela primeira vez, quando você saiu em jornada e Marshall era só um pequeno Mudkip. Não era uma lembrança feliz, mas sei lá... Cada vez que a gente se reencontra, eu sinto como se a gente estivesse mais maduro pra lidar com as coisas, sabe?

Após sua réplica, Blake deu a mão para Miranda. Ela acabou mudando de assunto de forma sutil, falando sobre Mavis. Fazia certo tempo que não se viam. Na última vez que haviam se falado, Blake mandou uma mensagem perguntando ao garoto porque ele não foi ao Contest de Mu Island e recebeu a resposta de que ele estava em busca de um Ralts.

- Acho que ele está bem. Faz um tempo que não trocamos mensagens, mas da última vez ele falou que o ovo de Scyther que eu dei pra ele ainda não havia chocado.

A conversa foi interrompida pela sensação de que o casal estava sendo observado. Na verdade, era apenas Sheldon os encarando com a mesma cara de um Lillipup que havia caído do caminhão de mudança.

- Você quer dar um mergulho, não é? Dez minutos, contados no relógio! Fique por perto do pier e evite as pedras, ok?

Diante da autorização de Blake, Miranda teve que seder e dar um passe livre para Marshall mergulhar também. Os dois estavam a sós agora e podiam conversar mais a vontade. Já que Miranda havia comentado sobre as ações na Força Voluntária, Blake foi obrigado a fazer uma pergunta um pouco mais séria. A missão teve um final feliz, mas os dois haviam passado por um impasse.

- Sabe... Naquele dia em Goldenrod... Eu tive a impressão de que você estava chateada comigo. Eu fiz algo de errado naquele dia?

Blake desconfiava que talvez o que Miranda sentisse fossem ciumes, já que uma garota chamada Melina havia dado em cima dele de forma descarada. Mas a loira sabia que a verdade não era essa. Ela falaria a verdade ou evitaria tocar no assunto?

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A personalidade objetiva de Miranda lhe traía quando resolveu tocar no assunto da viagem para Goldenrod, já que o tema a levou para onde ela nem tinha imaginado ir. Começou com um comentário melancólico, que ela imediatamente direcionou para o assunto "Mavis" na esperança de que Blake se desviasse também, mas suas intenções falharam. Logo, seu namorado preparava o terreno para se aprofundar mais um pouco no que passaram juntos durante aquele trabalho voluntário.

Ao lado de Blake, Miranda era inevitavelmente mais transparente. Não necessariamente sincera, mas transparente nas expressões, ações e reações. Por isso, incomodada com o questionamento, soltou a mão do namorado com sutileza e carinho, mas baixou os olhos e se afastou. Caminhou até a grade do píer e se debruçou, fingindo ver Marshall nadar, mas seu olhar distante denunciava que seus pensamentos não estavam ali. Afinal, agora que McBride mencionou o dia em que a viu partir na própria jornada, olhar Marshall, seu inicial, inevitavelmente a fazia relembrar aquela cena inúmeras vezes, cutucando feridas recentes.

– Não, você não fez... – respondia com a voz gradativamente mais baixa – Você nunca faz... As coisas não dão errado pra você. – a última frase saiu num sussurro, abafado pelo som do vento uivante e das ondas quebrando.

A loira manteve a cabeça inclinada para baixo, com o cabelo lhe cobrindo a face pelos lados. Seria difícil ver se seus olhos enchiam de lágrimas ou não, e se expressavam raiva ou tristeza. De fato, ela podia seguir mascarando os próprios sentimentos com o ciúme, uma desculpa muito sólida. Mas, também poderia confessar ao namorador o que confessou à Mavis naquele dia, em Goldenrod... Assim, eu devolvo a pergunta: Ela falaria a verdade ou evitaria tocar no assunto?

Resposta, clique aqui :



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Hiro ♡

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A conversa entre Blake e Miranda seguia um rumo um tanto quanto inesperado para a loira. De repente, o clima de amor e paixão foi substituído por tensão. Por mais que o amor fosse algo maravilhoso, todo casal também precisa saber como lidar com os momentos ruins.

Blake estava ciente disso. Sem sombra de dúvidas o mais racional da relação, percebia que havia algo de estranho acontecendo e resolveu que aquela era a oportunidade perfeita para dialogarem.


- Miranda, nós já nos conhecemos faz tempo. Eu sei que tem algo de errado acontecendo. Por favor, conversa comigo.

Miranda e Blake trocavam um olhares e a loira sorria. O rapaz era realmente especial. Só mesmo em um fórum de RPG para existir um homem disposto a a discutir relação com tanta maturidade! A loira suspirou e então começou a falar...

- Não sei nem como explicar, é um pouco vergonhoso na verdade...

Miranda estava realmente disposta a falar a verdade para Blake... apenas por alguns segundos. De repente, sua mente se tornou sua pior inimiga. Afinal, o verdadeiro motivo da garota sentir tanto rancor era mesquinho, egoísta.

A razão que Miranda ficava frustrada com seu namorado era o fato dele ter se tornado treinador mais do que um ano depois dela e, mesmo assim, tornou-se mais bem sucedido do que ela.

Blake era pro-ativo e se dava bem em todos os meios que se arriscava. Na Copa União, campeonato que Miranda também participou, ele conseguiu uma qualificação superior. Mesmo sem ser seu foco, ele já havia conquistado três insignias em ginásios. Como criador, sua carreira era um tremendo sucesso. Seu repertório de pokémons era vasto, muito superior ao dela!

Miranda não sentia raiva pelo sucesso de Blake. Na verdade, sentia muito orgulho. O problema é que diante de um exemplo de tanto sucesso, a loira sentia-se ofuscada. Qual foi o maior feito de sua jornada? Ao olhar o currículo de Blake, Miranda pensava que sua jornada era insignificante.

A sensação de culpa e o seu orgulho ferido fizeram Miranda mudar de ideia no último segundo. Era vergonhoso demais admitir que a razão de sua tristeza era a sua inferioridade.


- Fico com vergonha de admitir, mas eu fiquei com ciumes da Melina. Quando ela começou a conversar com você, parecia que ela estava dando em cima e isso me deixou muito irritada.

Uma mentira ridícula, pois se havia algo na relação da dupla era confiança. Mas Blake pareceu acreditar, pois sua expressão foi a de preocupação.

- Ela estava dando em cima de mim? Nossa, e eu fiquei de conversinha com ela sem nem perceber! Desculpa, Miranda! Eu juro que eu não estava dando em cima dela!

Ao ver a reação de Blake, Miranda ficou aliviada por conseguir desconversar aquele assunto tão constrangedor. Na verdade, ela até chegou a pensar em "que trouxa, ele acreditou".

- Tá tudo bem... Eu sei que você não fez por mal. Na verdade, eu é que tenho que aprender a lidar com isso. - Miranda prosseguiu com sua mentira embora, dessa vez pelo menos, havia um fundo de verdade em suas palavras.

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Miranda era um poço conflituoso de sentimentos que nem ela própria conseguia entender. Suas frustrações pessoais inevitavelmente atingiam o namorado, mas mesmo que ela soubesse disso, não encontrava em si uma forma correta de resolver aquilo.

A garota também não estava pronta para expor tudo que sentia, não ainda, não enquanto não soubesse exatamente como fazê-lo. Uma palavra dita de maneira errada poderia fazer Blake achar que ela condenava seu sucesso, quando na verdade ela estava frustrada consigo. E foi para adiar mais uma vez esta conversa delicada, para evitar explodir um conflito, que Miranda engoliu em seco e encobertou seus motivos com a mentira mais sólida que tinha para dar: o ciúmes.

McBride aceitou a explicação depositando toda sua confiança nas palavras da amada. Justamente por isso ela cavava mais fundo no problema, já que não estava sendo plenamente verdadeira. Mas, enfim, aquilo tinha funcionado, por hora, então a loira sentia a necessidade de desviar do assunto, antes que suas emoções tornassem a lhe trair.

Eu vou ficar bem... – sussurrou, mais para si do que para ele.

Aproveitou a aproximação de Blake para abraçá-lo e beijá-lo mais um pouquinho, até lembrar do que estiveram conversando logo que se encontraram, minutos atrás. Aí, usou aquilo para conduzir o assunto para um campo menos dramático - ou assim ela acreditava.

– Ah! Agora que caiu a ficha de você dizer que vai ao Contest em Lilycove. Que história é essa? Empolgou mesmo com Contest, ãh? Não cansa? Ha ha ha! – sorria de maneira descontraída, enquanto seu corpo involuntariamente lembrou do que fez antes, então revirou os olhos mais uma vez diante da ideia do namorado investindo em mais uma área diferente, só que sem tanta discrição agora – Depois você volta pra cá? Não, 'pera, deixa eu adivinhar: vai pra fazenda?! – encarava-o com um olhar divertido e desafiador, esperando que ele simplesmente confirmasse aquela suposição... Será?

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Após um momento de tensão, o casal acabava passando por mais um impasse. Dessa vez, Miranda puxava conversa sobre a fazenda de Blake. Será que o sexto sentido dela percebia os planos dele? O jovem ficou sem graça, pois não queria estragar a surpresa. Acabou criando um certo suspense com uma mentirinha.

- Eu não pretendo ir pra fazenda tão cedo... Entrei em contato com a imobiliária e vou fazer uma reforma.

Após responder a pergunta, Blake chegou a conclusão de que aquele era o momento perfeito para que a dupla ficasse em silêncio e trocassem mais alguns beijos. Enquanto isso, Blastoise e Swampert continuavam se divertindo no mar e os dez minutos que o criador havia estipulado inicialmente já haviam passado. Claramente eles não se importavam com o esquecimento do rapaz e deixavam que os dois pombinhos aproveitassem o máximo que podiam.

Quando Miranda e Blake voltaram a si, Blake fez uma sugestão do próximo destino da dupla. Talvez estragaria um pouco o clima romântico do encontro, mas se McBride não fizesse essa parada, provavelmente seria criticado por sua família mais tarde.


- Estava pensando em dar uma passada na feira para dar um oi pro meu pai! Podemos aproveitar para pegar alguns doces pra gente, que tal?

Miranda concordou com a cabeça e em seguida assobiou, chamando a atenção de Marshall. O Swampert prontamente saiu da água e foi até a sua treinadora. Sheldon retornou um pouco contrariado e decepcionado. Se pudesse, ele ficaria o dia inteiro nadando. Estavam todos prontos! Qual seria a reação de Johny McBride ao se encontrar com seu filho e sua namorada?

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Uma troca sutil de omissões e mentirinhas pôs o casal em pés de igualdade, pois Blake também não estava pronto para contar sobre sua mudança de região e, mais ainda, dar o próximo passo em seu relacionamento.

Com isso, os minutos seguintes dos namorados se resumiu em uma "conversa" física, e nisso eles deixaram o tempo passar em total despreocupação, que também era muito bem vinda para seus filhotões que se divertiam no mar. O romance seguia embalado pela brisa e o som das ondas, além da completa ausência de pessoas mal amadas para xingá-los.

Depois daquela troca intensa, enfim poderiam seguir com seu passeio, até porque ambos tinham prometido às suas mães que não se demorariam. A sugestão de Blake era que caminhassem até a área mais comercial de Slateport, para a feira onde seu pai deveria estar vendendo doces. Miranda aceitou, é claro, afinal ela não era do tipo que se intimidaria por um encontro com o sogro.

Quando prontos, seguiram pela extensa área da orla na direção da feira. O fluxo de pessoas por ali era bastante intenso por se tratar de um espaço muito procurado tanto por habitantes quanto turistas. Por sorte as aglomerações também favoreciam para que Miranda ficasse juntinho de McBride, para não se perderem. Marshall e Sheldon não teriam problemas em abrir caminho com seu porte natural.

A feira em si era montada numa área bastante ampla com calçamento de concreto. Uma diversidade de aromas e sons acertavam em cheio a todos que passavam, vindos de uma grande diversidade de produtos, alimentícios ou não. A beleza visual ficava por conta do colorido dos toldos que cobriam as barracas, além, claro, de obras artesanais vindas de várias regiões distintas.

Apesar de toda a agitação, certamente Blake não encontraria dificuldade em localizar seu próprio pai, nem que fosse atraído pelo aroma ou pela fama - captada nos comentários das pessoas - dos doces de sua mãe.


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Assim que Blake e Miranda chegaram na feira, não houve dificuldade em encontrar a barraca de doces da família McBride. Johny e Jolene vendiam doces no mesmo local fazia mais de quinze anos e, assim como um bom vinho, seu trabalho só melhorava com o tempo. Os dotes culinários de Jolene apenas melhoravam e o carisma de Johny para vendas apenas crescia. Além do cheiro característico de caramelho, baunilha e frutas, Blake reconhecia de longe a voz de seu pai conversando com clientes antigos e chamando a atenção de turistas.

Assim que chegaram na barraca, Johny ficou feliz em ver seu filho e lhe deu um abraço apertado. Não era algo tão intenso e emotivo como o de sua mãe. Na verdade, era algo um pouco mais brusco. Miranda inclusive teve a impressão de ouvir alguns dos ossos de seu namorando estalando durante o gesto de afeto.


- Filhão! Que bom ver você por aqui! - Disse Johny, enquanto abraçava seu filho. Em seguida, sussurrou para que apenas Blake escutasse. - Tô vendo que trouxe sua namorada também! A Miranda é muito bonita, tem que aproveitar mesmo!

Diante do comentário de seu pai, o rosto de Blake ficou mais vermelho que um pimentão e ele nem soube o que dizer. Diferente de Jolene, que era uma mulher charmosa e cheia de classe, Johny era um homem bruto e, como já era de se esperar de um homem vindo do interior, um pouco machista. Era visível que Blake era fisicamente mais parecido com seu pai, mas tinha parte da personalidade de sua mãe. Jake, por sua vez, era o completo oposto. Se Jolene não sabia daonde surgia o lado mulherengo de seu filho caçula, Blake sabia dizer a resposta: claramente uma influência de Johny. Jolene apenas não se dava conta disso porque seu marido já estava casado com ela faziam 25 anos e ele havia "se aposentado" dessa vida.

- Bom dia, senhor McBride! - Disse Miranda, tentando usar o tom de voz mais simpático que conseguia, o que não era muito, mas o suficiente para ser considerado educado. - Eu e Blake estávamos fazendo um passeio e resolvemos passar aqui para ver se estava tudo bem. Precisa de ajuda?

- Oi, Miranda! Podem ficar tranquilos! O movimento tá calmo hoje, mas obrigado mesmo assim! - Respondeu Johny. Mas o homem ficou um pouco pensativo e logo mudou de ideia. - Pensando bem... Preciso de ajuda em algo sim!

O patriarca da família McBride foi até o balcão de sua tenda e observou os doces calmamente. Após alguns segundos de reflexão, retornou com quatro tabletes, entregando-os para Miranda, Blake, Sheldon e Marshall.

- Nada como um fondant da Senhora Jolene para alegrar o dia de vocês! Açúcar, Moo Moo Milk de excelente qualidade e o tempero secreto da família! Tudo natural, orgânico, seguro para humanos e pokémons! - Johny falava num tom de voz um pouco mais alto, chamando a atenção das pessoas ao redor. De certa forma, usou seu filho e a namorada dele para fazer propaganda dos seus produtos.

Blake abria o seu doce e desembalava o de Blastoise também, pois o aquático ficou nervoso e ansioso para devorar a guloseima. Enquanto Blake comia o seu calmamente, Sheldon engoliu o fondant inteiro numa mordida só. A dinâmica de Miranda e Marshall não foi muito diferente.


- Cheguei em Slateport hoje cedo e resolvi dar uma passada aqui pra te ver. Estava com saudades, queria te ver antes da feira fechar. - Disse Blake. Após morder o doce mais uma vez, fez questão de elogiar aumentando o seu tom de voz para chamar a atenção de possíveis clientes. - Que doce delicioso!

Após a declaração sincera do filho, o pai respondeu apenas com um sorriso e a conversa meio que morreu por ali. Blake sabia que seu progenitor gostava dele, mas as vezes era frustrante a forma como Johny evitava falar sobre sentimentos. Ele nunca havia falado sequer um "eu te amo" para seu filho. Fazia parte de sua essência machista, onde demonstrar sentimentos era, de certa forma, um sinal de fraqueza.

Percebendo o silêncio constrangedor entre pai e filho, Miranda decidiu intervir. Puxou seu namorado para perto de si e então sugeriu de continuarem o passeio.


- Blake, eu tenho que ir para casa daqui a pouco. Minha mãe pediu para que eu ajudasse a fazer o almoço. Vamos?

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O encontro entre Johny McBride, Blake e Miranda foi bem mais tranquilo do que o esperado, para todas as partes. A loira se saía muito bem em sua demonstração de simpatia, enquanto o pai conseguia manter a discrição dos seus murmúrios machistas, mesmo que o filho ficasse envergonhado com o comentário, disfarçando para que a namorada não percebesse.

O Sr. McBride ainda era muito generoso, apesar das segundas intenções, agradando todos com aqueles maravilhosos docinhos artesanais, para a felicidade, principalmente, de Blake e Sheldon que poderiam matar saudade de um sabor tão familiar e caseiro. A propósito, o criador ainda aproveitava a oportunidade para relembrar velhos hábitos de quando ajudava naquela barraca: a propaganda!

No fim, parecia que o encontro com Johny esfriava, já que a conversa morria e um silêncio pairava naquela tenda, destoando das conversas e barulhos das demais ao redor. Miranda foi a mais perspicaz em perceber a situação e elaborar uma saída, convidando o namorado para que se retirassem. Bem, ela tinha uma boa desculpa, realmente, por ter dado uma previsão de retorno em casa.

Assim, restava saber se Blake aceitaria. Se sim, a loira aguardaria até que ele se despedisse apropriadamente do pai, para que ela própria desse um simpático "até mais!", antes de voltarem a caminhar pela feira. Se iriam seguir no passeio ou realmente voltar para suas casas, não sei dizer, mas antes de decidirem Miranda ofertaria:

– Por falar em almoço, quer ir almoçar lá em casa? – estaria sendo ousada no convite? Seus pais aceitariam o convidado? Ficam aqui as perguntas...


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