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Meu sorriso aumentou quando vi a esfera negra ser criada na palma da mão de Manigold, sabia que aquele seria o fim de Xatu, e num piscar de olhos eu estava certo; a esfera mal fez curva, foi numa direta e reta direção, colidindo com o corpo do pássaro e explodindo num show de luz arroxeadas. Quando a fumaça baixou, o adversário estava no chão, completamente incapaz de continuar, e meu Pokémon permanecia flutuando, intacto. Era incrível a capacidade de Mani, não cansava de repetir e presenciar isso, ele dizimava qualquer um ao qual tivesse vantagem sem nem pensar duas vezes.

Talvez nunca tivesse como pagar Nico de volta por ter me dado um monstrinho tão forte como esse; e sinceramente, não achava que precisasse. Ele tinha muitos outros Pokémon, e provavelmente nem deveria sentir falta desse; mas quem era eu pra julgar os laços entre os dois, né? Pois bem, agora só me restava um inimigo, um único e pequeno roedor, que seria facilmente obliterado por meu venenoso, mas para a felicidade de Emi, e do "público" que nos assistia, eu não usaria ele contra o pobre Pachirisu. - Fico feliz que tenha gostado de meu trunfo... Manigold é meu Pokémon mais forte, e eu pensei que deveria enfrentar esse Xatu com algo a altura. - Sorri, sendo sincero e simpático como sempre. Retornei o fantasma, trazendo a rosa de volta a campo. - Vamos com Toxic e Giga Drain, não se segure Amor!

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Amor estava indo muito bem, e a luta dessa vez era mais equilibrada do que o extermínio que rolou nos dois últimos embates; Pachirisu tinha menos força que os outros dois, então eu não precisava apelar e poderia confiar que a gramínea faria um bom trabalho, mesmo que não ganhasse. Agora era meu momento de experimentar, testar estratégias com ela e entender como funcionava seus ataques e movimentos debilitantes; Toxic era de longe a melhor arma da pequena, junto a Giga Drain. A combinação desequilibrava totalmente a batalha, já que o oponente perdia mais HP pelo veneno, e ela se curava com parte do dano causado da drenagem; sem dúvidas, seria assim que eu ganharia do roedor.

- Continue com dois Giga Drain! - Foi o que ordenei, com calma e mais paciência que antes; não precisava realmente me exacerbar com essa luta, poderia levar numa boa e logo terminar. Ainda tinha de caçar a Ekans e treina-la, o que significava muito mais batalhas para mim; felizmente, tinha me equipado o suficiente para garantir que não teria adversidades no meio, e que a serpente estivesse sempre num bom estado para o treino. De qualquer forma, mais uma ou duas batalhas com treinadores aleatórios deveria me ajudar a estar pronto para a caça, e ai poderia adentrar a floresta, sem peso na consciência.

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Mais um sorriso brotava em meus lábios depois do último turno, Amor havia realmente dado seu melhor e ganhara do pequeno Pachirisu sem muito esforço, apenas se aproveitando do seu roubo de vida e dano passivo; isso realmente abria um leque de possibilidades em minha cabeça para batalhas mais lentas e que poderia encaixar a gramínea. Com certeza cogitaria usar ela muito mais vezes a partir de agora, e até a treinaria mais para garantir que sua força amplificasse; com essa batalha ela já ganharia bastante experiência, mas precisaria de mais se quisesse chegar perto do nível de Manigold.

- Que isso, você lutou super bem! Tenho certeza que logo vamos nos encontrar de novo no ginásio de Fuchsia, depois de você derrotar a Janine. - Acabei soltando uma risada sincera, sem deboche algum de minha parte. Os Pokémon de Emi estavam longe de serem fracos, ela só precisava trabalhar mais em suas fraquezas e elaborar melhores estratégias para extrair o melhor de seus monstrinhos; era algo que eu vinha tentando fazer nos últimos dias, e estava dando certo até então. - Finalize com mais uma sequência de Giga Drain! - Agora a batalha deveria terminar, e eu finalmente estaria livre para caçar outros desafios...

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OFF:

Meu sorriso permaneceu nos lábios quando a batalha se encerrou, e finalmente Amor derrotara Patixa; era uma vitória e tanto para nós, só validava ainda mais tudo que eu havia feito até aqui para treinar meus Pokémon. Consegui transformar aquela pequena Budew numa poderosa Roselia que derrotava inimigos sozinha; ficava a imaginar no entanto, se ela ainda teria medo de cobras, como antes. Provavelmente descobriria logo, afinal, iria atrás de uma Ekans, e queria usar a gramínea como parte do embate e no futuro para treina-la, era hora de tentar desatar esse nó de medo que a dominava, para que ela pudesse realmente crescer e desabrochar.

Por enquanto a única coisa que eu fazia era pega-la no colo, liberando Wimbie e Mani também, para comemorar com meus três monstrinhos e abraçar a gramínea. - Vocês foram muito bem... Estou mais do que orgulhoso, principalmente de vocês dois. - Disse para a rosa e o morcego. Eu sentia algo de diferente em Golbat, quase como se alguma energia estranha estivesse dentro dele, mas ainda não era nada físico; dei de ombros, a tempo de colocar a pequena no chão novamente e observar Emi se aproximar. - Foi uma ótima luta! - Concordei com ela. - E obrigado, espero que ela também pense assim. - Uma risada tomou conta de meus lábios, mas logo se cessou, quando comecei a reparar no que estava ao redor.

Era... bastante gente até, umas seis pessoas mais ou menos, mas não era problema para mim; nunca fui impedido de nada, sempre muito soltinho, e as batalhas mais recentes em Fortree reviveram isso, com aquele monte de gente assistindo minhas batalhas no meio do show. Por fim, a garota se despediu, eu aceitei sua mão, cumprimentando-a com alegria. - Muito obrigado de novo. Temos que fazer de novo quando trombarmos por aí. - Finalizei assim meu contato com ela, observando enquanto ela se afastava. Agora eu tinha algumas opções sobre qual passo tomar, e precisava refletir sobre ela antes que a multidão se dissipe.

Poderia desafiar um deles, talvez o garoto nerd que também parecia bastante esperto para batalhas, ou a garota estranha com Ponyta lá atrás, que sem dúvidas era uma treinadora; no final das contas, meu alvo seria qualquer um que quisesse. - Alguém mais quer batalhar? - Questionei num tom alto, sem vergonha alguma. Não estava me gabando nem nada do tipo, apenas me "divulgando", por assim dizer; tinha de aproveitar ao máximo esse pequeno círculo de treinadores, e seria exatamente desse jeito. Ninguém teve tempo de responder, contudo, já que assim que olhei para meu morcego, ele estava brilhando em branco; meus olhos se encheram de lágrimas no mesmo momento. Segundos depois, estava lá, meu poderoso Crobat. Eu abracei-o, dando uma risada boba. e sem dizer mais nenhuma palavra, até me recompor e esperar alguém me desafiar.

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Aquele momento me deu tanta... felicidade. Zubat foi o primeiro Pokémon que capturei com minhas próprias mãos, o primeiro que treinei desde pequenino até chegar nesse estado atual; a emoção era tanta que eu sequer pensava em conter algumas lágrimas que caíam tamanha a felicidade e satisfação que não cabiam em mim. Eu abracei Wimber por alguns segundos mais, antes de soltar de verdade e ficar encarando o bicho, quase me esquecendo de que haviam mais pessoas perto de mim; sequer liguei para elas, apenas estendi minha mão e afaguei a testa do morcego, sorrindo ainda bobo.

Todo aquele sentimento com Amor, e com Manigold quando ele também evoluiu, estava presente aqui, com Wimber, mas amplificado depois de tantas viagens e reviravoltas na minha vida; cada momento em Kanto era importante, todo momento em Kanto era sinônimo de evolução e mais importante: estes eram apenas os primeiros. Eu não passei mais do que uma semana nesse continente e tanta coisa já acontecera. Era minha sorte sorrindo para mim e me dando validação para continuar nesse caminho; eu seria Aprendiz de Janine, e nada me impediria. Não depois de todos esses sinais e mensagens do universo que eu estava no lugar certo, na hora certa. Respirei fundo quando finalmente deixei meu transe para trás; ainda tinha uma batalha para fazer, com quer que fosse.

A voz do garoto me chamou a atenção, era um tom rouco e agudo ao mesmo tempo, um falsete comum para quem estava mudando de tom na puberdade, e os trejeitos dele demonstraram ainda mais isso; um típico trombadinha. Já encontrei com muitos na minha vida, desde os tempos de fundamental, até os mais recentes na faculdade e no ensino médio; sempre eram a mesma coisa, cheios de si e no fundo completamente infantis e frustrados com a própria vida. Não queria prejulgar ele, mas já havia feito; meu lema de "você é o que você veste" sempre vinha antes que eu pudesse pensar em para-lo, e não fora diferente dessa vez. Permiti que meu olhar analisasse ele de cima a baixo, sem pudor, até obter uma resposta concreta para sua pergunta. - Três contra três, single. - Disse, simples, esperando que ele liberasse sua escolha.