Não haiva como prever a reação de Ellie ao receber ou ler a carta, ainda mais se tratando de uma pessoa com histórico de vida tão reservado, por assim dizer. As reações dela enquanto falava não eram positivas ou convidativas, mas o nome do Sr. Carl lhe trouxe boas lembranças. Enquanto ela recolhia a carta e a lia, a porta permanecia fechada. Fiquei imóvel, gélido, encarando meu time com nítida dúvida no rosto. Era aquilo? Era o fim? O som do envelope abrindo seguido de soluços vindo de trás da porta somavam aos meus batimentos cardíacos na sinfonia da ansiedade! Inspirei fundo e tentei controlar o fluxo de ar. “Acalme-se, ainda tem muita coisa pra ser contada aqui…”, pensava comigo mesmo.
Quando a porta abriu-se novamente, desta vez em sua amplitude total, o rosto de Sra. Ellie já estava coberto por lágrimas, suas bochechas avermelhadas. Não sabia que sentimento era aquele, não conseguia ler de forma alguma. Sem dizer nada, ela gesticulava para que entrássemos. Sinalizei para todos limpassem os pés e patas na mesma hora. - Pessoal, comportem-se! - falei baixinho para minha equipe, sei que eles podem ficar agitados de uma forma não muito comportada rapidamente, porém parece que eles entendiam bem o que era aquela situação e compreendiam, até mesmo Logan, o mais frio e indiferente, estava com uma expressão mais aberta!
Sentei-me no sofá após o convite da senhora, e ela logo sentou-se o meu lado, segurando minhas mãos. Aquele momento foi me deixando mais emocionado, a confirmação das suspeitas de todas as pessoas que encontrei e que me ajudaram a chegar até aqui. Kinney tinha sentidos sensoriais incríveis, mas parece que sua empatia também era, já que se aproximou de forma cuidadosa e carinhosa. Olhei de relance para meu time, Rolf e Logan estavam sentados, em prontidão com o semblante mais sério, como dois animais de guarda altamente treinados. Lucy sentou-se ao lado de Cassidy que, bem… digamos que o tapete era bem fofo, logo se tornava um ótimo lugar para “meditar”. Respirei fundo novamente, hora de contar a história toda.
- Sra. Ellie, eu sou muito jovem ainda, não sei nada sobre a vida. Mas sei como as coisas podem mudar de uma hora pra outra… - comecei a falar, ainda de cabeça baixa. Retomei a conexão de olhares com a senhora e engoli em seco. - Deixe-me contar como esta carta chegou em minhas mãos. Como disse, me chamo Galvanis. Sou recruta do Corpo de Resgate de lavaridge, e recentemente foi admitido na sociedade dos The Wolves. Auria, a pessoa que me recrutou, é amiga de Bela, que é amiga de sua neta. Já Bela é neta de Agatha, uma vizinha de seu antigo endereço, e ambas me ajudaram muito a chegar até aqui. - tentei trazer uma maior quantidade de detalhes acerca de todos os envolvidos em minha busca para que Ellie entendesse da melhor forma possível, mas ainda restava a parte mais difícil - Encontrei-me com Sr. Carl nas ruas de Mauville, havia recém chegado na cidade. Por um infortúnio do destino, ele foi acometido por um mal súbito do coração e veio a sofrer uma parada cardíaca no meio da rua. Corri a seu encontro e consegui reanimá-lo a tempo para que os paramédicos o levassem com vida para o hospital St. Germany. A última notícia que obtive dele foi ontem a noite, ele ainda estava em estado grave, sob observação… - havia um protocolo dentro da corporação para relatar esses acontecimentos, e tentei seguí-los à risca, da melhor forma possível. Porém um nós foi se formando em minha garganta e as palavras se tornavam difíceis de serem ditas.
- Sra. Ellie, eu não sou daqui… - fechei os olhos, parecia que uma tempestade se formava em meu peito - Sou de Olivine, em Tohjo. Meus pais eram resgastistas marítimos, e eu passei a infância vendo eles salvarem inúmeras vidas, humanas e de Pokémons… - levei uma das mãos até o pingente em meu peito - Depois de um grave acidente, minha mãe nos deixou. Meu pai ficou desolado, não sabia o que fazer. Eu era muito pequeno. Meu pai amava o mar, mas o som das ondas e o cheiro do oceano trazia lembranças dolorosas. Ele decidiu se mudar, para Lavaridge, trocou o mar pelas montanhas, e me criou da melhor forma possível… - senti um aperto forte no peito, o rosto aquecido, lágrimas querendo escapar - Meu pai só conseguiu porque tínhamos um ao outro! Pode parecer que não, mais ainda há tempo! Talvez… não! Certeza que o que Sr. Carls precisa para se recuperar é ter a senhora ao seu lado! - olhei no fundo dos olhos dela, algumas lágrimas percorriam meu rosto - Não sei nada da vida, como disse… mas sei que todos podemos salvar vidas! - disse com toda a convicção do meu ser. Senti meu corpo se aquecendo de uma forma diferente. Cassidy estava em meu ombro, sorrindo. Lucy saltou em meu colo, Rolf esfregava seu rosto em meu braço e Logan sentou-se próximo ao meu pé esquerdo, sorrindo. Aquela era a nossa convicção como time, afinal: salvar vidas!
Quando a porta abriu-se novamente, desta vez em sua amplitude total, o rosto de Sra. Ellie já estava coberto por lágrimas, suas bochechas avermelhadas. Não sabia que sentimento era aquele, não conseguia ler de forma alguma. Sem dizer nada, ela gesticulava para que entrássemos. Sinalizei para todos limpassem os pés e patas na mesma hora. - Pessoal, comportem-se! - falei baixinho para minha equipe, sei que eles podem ficar agitados de uma forma não muito comportada rapidamente, porém parece que eles entendiam bem o que era aquela situação e compreendiam, até mesmo Logan, o mais frio e indiferente, estava com uma expressão mais aberta!
Sentei-me no sofá após o convite da senhora, e ela logo sentou-se o meu lado, segurando minhas mãos. Aquele momento foi me deixando mais emocionado, a confirmação das suspeitas de todas as pessoas que encontrei e que me ajudaram a chegar até aqui. Kinney tinha sentidos sensoriais incríveis, mas parece que sua empatia também era, já que se aproximou de forma cuidadosa e carinhosa. Olhei de relance para meu time, Rolf e Logan estavam sentados, em prontidão com o semblante mais sério, como dois animais de guarda altamente treinados. Lucy sentou-se ao lado de Cassidy que, bem… digamos que o tapete era bem fofo, logo se tornava um ótimo lugar para “meditar”. Respirei fundo novamente, hora de contar a história toda.
- Sra. Ellie, eu sou muito jovem ainda, não sei nada sobre a vida. Mas sei como as coisas podem mudar de uma hora pra outra… - comecei a falar, ainda de cabeça baixa. Retomei a conexão de olhares com a senhora e engoli em seco. - Deixe-me contar como esta carta chegou em minhas mãos. Como disse, me chamo Galvanis. Sou recruta do Corpo de Resgate de lavaridge, e recentemente foi admitido na sociedade dos The Wolves. Auria, a pessoa que me recrutou, é amiga de Bela, que é amiga de sua neta. Já Bela é neta de Agatha, uma vizinha de seu antigo endereço, e ambas me ajudaram muito a chegar até aqui. - tentei trazer uma maior quantidade de detalhes acerca de todos os envolvidos em minha busca para que Ellie entendesse da melhor forma possível, mas ainda restava a parte mais difícil - Encontrei-me com Sr. Carl nas ruas de Mauville, havia recém chegado na cidade. Por um infortúnio do destino, ele foi acometido por um mal súbito do coração e veio a sofrer uma parada cardíaca no meio da rua. Corri a seu encontro e consegui reanimá-lo a tempo para que os paramédicos o levassem com vida para o hospital St. Germany. A última notícia que obtive dele foi ontem a noite, ele ainda estava em estado grave, sob observação… - havia um protocolo dentro da corporação para relatar esses acontecimentos, e tentei seguí-los à risca, da melhor forma possível. Porém um nós foi se formando em minha garganta e as palavras se tornavam difíceis de serem ditas.
- Sra. Ellie, eu não sou daqui… - fechei os olhos, parecia que uma tempestade se formava em meu peito - Sou de Olivine, em Tohjo. Meus pais eram resgastistas marítimos, e eu passei a infância vendo eles salvarem inúmeras vidas, humanas e de Pokémons… - levei uma das mãos até o pingente em meu peito - Depois de um grave acidente, minha mãe nos deixou. Meu pai ficou desolado, não sabia o que fazer. Eu era muito pequeno. Meu pai amava o mar, mas o som das ondas e o cheiro do oceano trazia lembranças dolorosas. Ele decidiu se mudar, para Lavaridge, trocou o mar pelas montanhas, e me criou da melhor forma possível… - senti um aperto forte no peito, o rosto aquecido, lágrimas querendo escapar - Meu pai só conseguiu porque tínhamos um ao outro! Pode parecer que não, mais ainda há tempo! Talvez… não! Certeza que o que Sr. Carls precisa para se recuperar é ter a senhora ao seu lado! - olhei no fundo dos olhos dela, algumas lágrimas percorriam meu rosto - Não sei nada da vida, como disse… mas sei que todos podemos salvar vidas! - disse com toda a convicção do meu ser. Senti meu corpo se aquecendo de uma forma diferente. Cassidy estava em meu ombro, sorrindo. Lucy saltou em meu colo, Rolf esfregava seu rosto em meu braço e Logan sentou-se próximo ao meu pé esquerdo, sorrindo. Aquela era a nossa convicção como time, afinal: salvar vidas!