Pokémon Mythology RPG
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Off escreveu:
Olá, querido narrador!

Rota em dupla do evento com o @Cunha.

Espero que se divirta tanto quanto a gente x)


A mente se afogava em ansiedade desde que recebi aquela mensagem. Os olhos, há pouco mais de três dias, cerravam em nervosismo cada vez que o consciente se distraía e devaneava afogado na memória de quando li aquelas poucas palavras. Talvez pelo sentimento bom que senti aquecer momentaneamente o peito, talvez pelo medo de me permitir senti-lo. Entenda, a realidade é que o emocional já não sabe mais sequer reagir a algo que considero bom pra mim. As borboletas no estômago que perduraram por algumas horas logo foram dizimadas a pó pelo Flamethrower sentimental do pavor crescente que seria deixar outra pessoa me conhecer de verdade... Seja por amizade ou qualquer outra coisa. Todas relações na minha vida, exceto pela irmandade com Natalie, são rasas, risórias, resumindo-se em poucas mensagens e frases trocadas em um curto período de tempo. Não é preciso teorizar para algo que já me é tão terno e factual: não importa quem seja, se aproximar de mim é assinar um atestado para se machucar.

Tudo bem, admito, estava nervosa. Irritada, na realidade. Quem foi o idiota que inventou que zíper de vestido tem que ir de baixo para cima? Nessas horas que fazia falta ter as duas mãos funcionais: uma para ajeitar a roupa e outra para socar alguma coisa e me desestressar. Manju me observava preocupada deitada sobre a pia do banheiro da estação do National Park, estranhamente carinhosa e até mesmo pegando as coisas para mim com seu Psychic. Até entendo, faziam poucos minutos que eu havia tirado o curativo da mão esquerda e sequer olhado para ela diretamente. Acho que a psíquica estava esperando o momento que eu explodiria. Não me entenda mal, mas tudo que menos precisava agora é surtar ao observar o dorso da mão e ver o estrago que a maldita zumbi havia feito alguns dias atrás. Não poder fechá-la ou mexer os dedos já era castigo demais para mim. Sei que me arrependeria dessa decisão mais para frente, mas, fazer o quê...

É assim que minha cabeça funciona.

Inclusive, tento também entender há três dias o porquê do íntimo ter ficado tão abalado com uma coisa tão simples quanto um convite. Quer dizer... Não tem motivo. Eu acho. Dentre brigas e mais brigas e diversas implicâncias, era para no máximo esse, hm, encontro com Daisuke ser uma oportunidade de dar todos os socos que lhe foram prometidos no Pokézap. Mas cá estou eu, há quase 40 minutos me arrumando no banheiro mais distante e vazio da estação de trem do festival. Após reclamar bastante, cedi e deixei que a psíquica me ajudasse com o zíper, terminando de me arrumar. Antes de ajeitar minha bolsa e a case do violino nas costas, dei uma última olhada no espelho: não sabia muito bem se usava meu cabelo solto ou em um coque, ou se o vestido branco estava passado o suficiente, ou se eu não desmarcava tudo e sumia. Já estava atrasada, era só inventar que estava doente e pronto.

Não demorou muito e Manju praticamente me obrigou a sair do banheiro; ha, esqueci que psíquicos conseguem ler um pouco nossas mentes, então, acredito que a eterna caçula do meu time se sentiu na obrigação de ser o empurrãozinho que eu precisava. Para ser bem sincera, não sabia muito bem onde encontrar Fernandez... Simplesmente marcamos e pronto. Caminhei em passos lentos, porém nervosos, na direção do portão... muita, muita gente. Para quem se acostumou com um deserto vazio onde minha única companhia era Natalie, me sentia quase que sufocada com essa gigantesca quantidade de pessoas. Aproximei-me das grades, encostando as costas em uma das belíssimas árvores que enfeitavam o entorno do parque; com a mão direita livre, sinalizei para que Manju permanecesse sentada ao meu lado e busquei o celular. À essa altura já havia me acostumado a digitar com uma única mão, mas a quantidade exorbitante de pessoas passando começou a me incomodar: o medo de deixar o celular cair e nunca mais conseguir pegá-lo sem fazer um escandâlo irritadiço fez com que eu o guardasse de volta na bolsa.

— Tente achar ele por aí, Manju. — disse, me colocando na ponta dos pés para observar acima da multidão; posicionei uma das mãos sobre os olhos, tentando esconder os raios solares que abruptamente incomodavam minhas cerúleas íris — Será que ele se atrasou também?  


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- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
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- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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OFF: Ei, futuro narrador! Espero que tenhamos uma rota divertida!

Aquele dia estava... esquisito. Depois da Monitoria com Chaz e Shane, eu rumava até o Centro Pokémon de Lilycove e me deparava com o horário: ainda eram 9h. E eu tinha compromisso mais tarde. Não podia me dar o luxo de atrasar fazendo um rápido treinamento com meus Pokémon, mas podia ao menos treinar a mim. Colocava uma roupa mais leve e fazia toda a bendita rotina de treinos que eu havia perdido quando fiquei na academia. Corria, fazia flexões e tudo o mais. Tornava a tomar um banho pra tirar um suor e...

Ainda eram 10h. INFERNO! Que que eu tinha pra fazer naquela bendita cidade? Vejamos... Eu havia marcado com Karinna no National Park em Johto as 15h. O voo de Lilycove até Goldenrod durava exatamente 2h30min, e o ônibus demorava 30 min de Goldenrod até o National Park, o que significa que eu deveria pegar o avião as 12h, certo? Certo. Então estava em cima da hora. Almocei por ali mesmo, e de lá fui para o quarto me arrumar, o que começava a me ocorrer que eu precisava comprar algumas roupas melhorzinhas para carregar para lá e para cá.

...quer dizer, eu estava saindo com uma garota, né? Eu precisava estar mais apresentável, mas dessa vez, eu esperava não ser odiado por chegar de allstar, jeans e uma simples blusa preta. Vida de treinador é foda, mal tem espaço na mochila pra carregar as coisas, quem dirá pra carregar uma muda de roupa a mais.

...

Mas que inferno! Não é possível que eu não tenha nada além disso nessa mochila. Num surto momentâneo, eu virava a mochila em cima da cama, procurando nem que fosse um acessório sequer. Quer dizer, eu tinha meu cordão, mas eu não tinha porque diabos deixar exposto né? Se a Karinna resolvesse ver a foto, eu ia ficar no mínimo melancólico tendo que falar do meu irmão morto, do Elfman desaparecido e da Mirajane doida. Ninguém mais me aguentava falar disso, e eu não quero que esse assunto retorne. Eu escondia o cordão por baixo da camisa e bem quando eu estava perto de desistir... achei um boné. Eu quase nunca usava boné por acha-los muito clichês, especialmente sob minha condição de treinador. É tipo "Ah, olha. Usa boné e uma camisa de Pokéball, que original"... não. Definitivamente não sou o tipo clichê de pessoa mas dessa vez... era diferente. Não é?

Não sei se parecia mais arrumado, mas coloquei o boné mesmo assim. O arrumei para frente, terminei de me aprontar e fui para o aeroporto de Lilycove, onde saía um avião para Goldenrod um pouco mais cedo do que eu achava: 11h30. Tudo bem, tudo bem. Não faz mal chegar mais cedo. Comprei uma garrafa d'água e me limitei a ler algumas das xérox que eu tinha sobre a anatomia de alguns dos meus Pokémon, mas ultimamente eu andava mais interessado na anatomia do Torchic. Eu lia tudo que podia sobre o Pokémon e estava muito ansioso para ele nascer então as 2h30min foram relativamente tranquilas.

Assim que desci em Goldenrod, consegui pegar um ônibus, mas ainda estava meia hora adiantado. Sem muito o que fazer, mandava uma mensagem para a loira, dizendo que havia chegado, enquanto ela dizia que iria atrasar. Ótimo, sério, sem problemas... eu podia continuar lendo, e o fiz por um tempo, até que a vi chegando no meio de uma multidão, ou melhor, pensei ter visto, porque assim que eu levantava e pegava minhas coisas para adentrar junto daquele monte de gente, eu a perdia de vista.

- Você só pode ta zoando. - Reclamava, quase que instantaneamente. Suspirei e então retornei para o gradeado que cercava o National Park. - Eu não acredito. Será que ela me ignorou? - Pensava, um tanto quanto aflito enquanto sentava no chão de costas para a grade. - Sei lá, eu sou meio idiota, mas eu realmente mereço ser ignorado? - Me perguntava num tom de voz padrão, enquanto ficava de cabeça baixa. Talvez por reflexo, ou por curiosidade, eu olhei a minha volta, para ver se de fato eu estava sozinho, mas para minha sorte (ou não), eu encontrava Karinna quase que do meu lado. A cerca de uns 15 metros de distância. Infelizmente, era inevitável que o rubor tomasse minha face então eu levantava e caminhava até ela, torcendo para que a garota não tivesse escutado nada, enquanto lentamente a cor do meu rosto voltava ao normal. - É... E ai? Foi bem de viagem?

Puta que pariu, Daisuke. Essa não foi a primeira coisa que você disse pra ela, né?

Feebas Egg - 34/40


Aventura no parque ft. Karinna

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De certa forma era até aliviante saber que ele chegaria atrasado também. Quer dizer, estamos longe de nossas primeiras impressões um do outro, já que quando conheci Daisuke ele sentiu medo de mim — e isso é algo que jamais deixaria ele esquecer, claro — mas essa era a primeira vez que nos víamos desde que, bom, começamos a nos falar com frequência no Pokézap. Falar, implicar, discutir, talvez... Flertar, sei lá. Deixar a brincadeira de Natalie, Tyrant e Lisanna entrar na minha cabeça não era muito do meu feitio, mas sei lá. Sei lá....... SEI LÁ.

Ainda não conseguia entender o nervosismo que fazia minha respiração acelerar absurdamente, mas ao menos me sentia um pouco tranquila, talvez pronta para me divertir um tiquinho, algo que não fazia há muito tempo: dentre as grades observei as diversas atrações, com algumas tendas chamando atenção à distância. Queria dar uma passada por lá mais tarde.

Não é preciso dizer que toda tranquilidade foi por água abaixo quando, ao voltar meu olhar para o lado, observei Fernandez se aproximar em meio à multidão. De fato, ele estava diferente, não de uma maneira ruim mas, talvez, mais maduro? Difícil julgar alguém à distância, mas sequer parecia o garoto que conheci na época da Battle Tower. A respiração, que já não era das mais tranquilas, agora era acompanhada pelo rosto corado que aumentava de intensidade a cada passo que o garoto dava na minha direção. Respirei fundo, abaixando a cabeça em vergonha e fitando Manju, que me olhava de volta deitada na grama com um sorriso quase que maldoso estampado em seu rostinho.

— Para, Manj- — interrompi a mim mesma ao perceber que o ruivo agora estava na minha frente; sem graça, respirei fundo uma vez mais, erguendo o rosto, mesmo que corado, logo em seguida — O-oi. Tent-

As cordas vocais se recusavam a deixar as palavras saírem da minha bOCA COMO UMA PESSOA NORMAL, algo que começou a me agoniar internamente; sem pensar duas vezes, tudo que consegui fazer foi ameaçar dar um soco com a mão direita no braço de Daisuke — de brincadeira, claro rs — o qual logo foi interrompido pela própria mão do ruivo, que segurou meu pulso. Surpresa, abri um sorriso, finalmente me libertando da vergonha estúpida que meu próprio consciente havia me colocado.

— É... Parece que toda aquela história de ser bom de reflexo não era mentira. — brinquei, trazendo minha mão de volta, agora sem jeito, mas ainda assim dando um único passo na direção do ruivo para dar um abraço de cumprimento — Er... — sorri, soltando do abraço logo em seguida, mas não sem antes reparar que Daisuke era mais alto do que me lembrava; por algum motivo senti meu rosto corar brevemente por conta disso também, que raiva! — Minha viagem foi boa... E a sua? Eu até cheguei na hora, mas demorei me arrumando. — ajeitei as soltas madeixas loiras e dei alguns mínimos passinhos para trás — Não me arrumei muito, mas... — quando percebi, Espeon estava esfregando seu corpo na perna direita do rapaz, tentando chamar sua atenção para que ele lhe dissesse oi também — Essa é a Manju, mas ela vai descansar porque já passeou demais por hoje, né, filha? — involuntariamente tentei buscar a Pokéball da psíquica com a mão esquerda, mas ao sentir a dor imediata quando tentei mexer os dedos para pegá-la, bufei e rapidamente a escondi atrás das costas, torcendo para que Daisuke não tivesse percebido; com a direita livre, retornei a pequena — Hm... Vamos? Não sei onde deveríamos ir primeiro.

Que jeito idiota de tentar disfarçar algo, Karinna.

Sua imbecil.


bronzor: 17/40
pichu: 02/30



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A medida que eu me aproximava de Karinna, meu rosto clareava - melhor dizendo, eu torcia para clarear - mas parece que o de Karinna ficava mais e mais vermelho, e quando eu a cumprimentei? Bom, pelo menos eu me sentia mais confortável com a ideia de que não era só eu que estava ficando nervoso. Mas sabe o que foi estranho real? A KARINNA TENTOU ME BATER! TIPO, DO NADA, MEU IRMÃO! Eu via de relance ela levantando o braço num ângulo esquisito, não era uma saudação! Ela até girou o quadril de leve e fechou o punho, tudo isso passou em câmera lenta na minha cabeça antes de eu segurar seu pulso no ar.

Dei uma chance para ela se explicar, mas não é que ela tava só me testando? Eu ri diante a fala da garota. - Ei! Eu não sou mentiroso, qual é! - Falava entre os risos, e depois disso, Karinna dava um passo na minha frente, fiquei curioso a princípio, mas era só um abraço. O correspondi mas não tardei muito... Lisanna sempre disse que não é o ideal ser muito grudento, então fazer o que, né? Em seguida, ela me respondia sobre a última pergunta que havia direcionado a ela. - Ah, foi tranquilo. Eu vim lendo então a viagem acabou sendo bem rápida. - Falava esfregando a nuca com a mão esquerda, mas não tardava em comentar sua última afirmação. - Ah, bem... a espera valeu a pena. Você ta linda. - Dizia enquanto tentava fazer o elogio de forma discreta antes de sentir algo se esfregando na minha perna. Uma Espeon! Então essa era a tal da Manju! - - Ah, oi, Manju. - Agachava para falar com ela e fazia um afago de leve no corpo da psíquica.

- É um prazer enorme. Sou o Daisuke. - Dizia com um sorriso bem de leve desenhado na face.

Apesar de parecer distraído, eu via Karinna tentar esconder a mão esquerda antes de retornar sua Pokémon. Deixei que o fizesse e até a respondia antes de procurar saber mais sobre como estava. - Ah, na verdade, deve ter algum lugar por aqui falando das atrações, não é? - Dizia me levantando. - Por que a gente não procura? - Falava e a chamava para caminhar rumo parque adentro andando a direita da garota enquanto buscava algo que pudesse nos orientar dentro da área do National Park, e antes que pudesse se estabelecer um gelo, eu tratava de buscar saber como ela estava. - E então... suas mãos estão melhores? - Falava como quem não quisesse nada. - Da última vez que perguntei, você ainda tava jogando álcool nelas em um chalé... - Dizia, recordando das conversas no Pokézap.

Feebas Egg - 35/40


Aventura no parque ft. Karinna

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Apesar de envergonhada e agora com uma leve ardência assolando a mão machucada, se existe uma coisa que sou, é perceptiva. Mesmo não parecendo já que sofri pelo menos três tentativas de assassinato, consigo muito bem ler a linguagem corporal das pessoas e, bom, Daisuke havia sim percebido que eu escondi a mão para que ele não a olhasse, por mais que tentasse disfarçar. Essa inclusive é uma das qualidades/maldições tão requisitadas para fazer parte da Organização... Não que o ruivo algum dia saiba sobre ela, claro que não, escondo muito bem e duvido se algum dia contaria isso a ele de boa vontade. Não me leve a mal, se nem eu mesma consegui olhar para saber o estado real da mão-esquerda-quase-devorada-pela-arqueóloga-zumbi, não queria que isso o distraísse, ainda mais no lugar divertido onde nós estávamos. Não é como se eu quisesse estragar mais uma experiência com minhas histórias mórbid-

Ha.

... Mas é claro que ele tinha que perguntar sobre, não é?

— Hm. — engoli seco, caminhando agora ao lado do ruivo tentando encontrar um cantinho entre a multidão para que pudéssemos andar com tranquilidade; por sorte, não demoramos a passar pelos portões, o que fez com que a multidão dispersasse enquanto eu nos guiava para uma parte um pouco mais vazia por ali  — ... Estão bem. — não sei porque decidi mentir, mas, oras, como disse antes, não queria estragar tudo, né? — Eu acho que deve ter alguma recepção ou cartaz... POR ALI! — INFELIZMENTE sou estúpida e estar perto do Daisuke me deixou extremamente abestalhada e distraída, o que fez com que mais uma vez eu tentasse movimentar a mão esquerda, agora involuntariamente tentando apontar na direção norte: bastou erguer o braço e fazer força nos dedos para que eu sentisse a dor aguda quase que paralisar o meu corpo instantaneamente — MERDA! — exclamei, mordendo o lábio inferior para não continuar gritando de dor; trouxe a mão próxima à barriga, pressionando-a contra o esterno e erguendo a cabeça com os olhos agora cerrados em agonia — Daisuke... Eu vou te matar. Mas antes, mi-minha mão tá doendo muito.

É, não tinha jeito. Claro que a culpa não era do ruivo, mas mesmo sentindo dor precisava deixar ele desesperado, não é? Eu não me chamaria Karinna Bley se não o fizesse. Aos poucos abri os olhos, buscando também coragem dentro de mim mesma para finalmente ver o estrago causado sobre a mão. Afastei-a lentamente do corpo, pausando-a no ar na altura da barriga; as janelas cerúleas, amedrontadas, desciam junto com a cabeça, a qual permaneceu imóvel assim que os olhos conseguiram visualizar bem o ferimento.

... Droga.

Os pontos eram mal feitos, mas ainda assim suficientes, claramente obra da porca má vontade do médico Rocket que cuidou de mim e de Natalie ainda em Mauville. Próximo ao pulso ainda haviam marcas do esparadrapo que prendia a gaze, mas o grande problema ali, sem sombra de dúvidas, era o tamanho da futura e bem provável cicatriz. Em flashes, a memória das ruínas ressurgiam para me assombrar, como um estresse pós-traumático engatilhado pelo ferimento. Balancei a cabeça negativamente algumas vezes, voltando meu olhar, agora um pouco marejado, para Daisuke.

— Tá... Tudo bem. — abri um sorriso forçado para o ruivo, sentindo a dor aguda se transformar em uma incômoda dormência aos poucos — Tô brincando, não foi sua culpa... Eu só tô, sei lá, distraída. É a vontade enorme de te bater, sabe?— empurrei um dos ombros do Ranger com a cabeça, me aproximando um pouco do mesmo — Só preciso que você pegue um analgésico para a dor na minha bolsa. — virei de lado para que ele pudesse acessar a bolsa sem muitas dificuldades — Poxa, acho que agora você vai ter que me carregar o festival todo... Que situação complicada que você causou, implicantezinho. — brinquei, dando uma risada espontânea enquanto pegava o remédio com a mão direita e engolia-o direto — ... — ergui a mão uma vez mais — Isso aqui foi uma mordida, acredite se quiser. — bufei — Um dia te conto a história direito... Não quero estragar nosso encon- — interrompi a mim mesma, corando no processo; NÃO É POSSÍVEL que eu não esteja conseguindo me expressar direito sem... Sem falar besteira! — Nosso parque de diversões!

Sei lá, minha última frase nem fazia sentido, mas pelo menos poderia culpar a dor que senti poucos segundos atrás! Mesmo com o rubor tomando conta do meu rosto, tornava a olhar para o rosto de Daisuke, assim permanecendo por alguns segundos antes do meu cérebro idiota processar o porquê de estar fazendo isso; disfarçando, busquei o boné do ruivo com a mão saudável, virando-o e colocando a aba da vestimenta para trás em sua cabeça.

— A-Acho... — abaixei a cabeça, voltando minha atenção para o parque de fato — Que agora podemos procurar as informações, né?



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Enquanto andávamos eu prestava atenção em todo e qualquer sinal que Karinna pudesse tentar passar, de início, fiquei bem tranquilo. Quer dizer, se ela não estava reclamando significava três coisas: ou ela estava melhor mesmo, ou ela estava com vergonha de me dizer a verdade, ou só não queria se expor. Eu apostava na terceira. Bley sempre era muito bruta e fechada, dá patadas a torto e a direito e as vezes começa a brigar com a gente sem nem entender do porquê estar brigando conosco. É meio... diferente.

Infelizmente, eu estava certo sobre ela mentir. Assim que a garota resolvia apontar para um cartaz, ela gritava em dor. - Ei, calma. O que foi? - Perguntava para ela, mas assim que encolheu a mão para perto do peito, eu entendia. - Que merda. Deixa eu ver? Por favor. Posso tentar ajudar. - Falava, antes de receber a súbita ameaça de morte que me deixava com um belo interrogação desenhado na testa. O que eu tinha a ver com ela estar sentindo dor? Mas enfim. Eu parava para olhar a ferida assim que me recuperava da súbita ameaça, meio com cara fechada, mas não deixava de me preocupar.

Assim que via o ferimento, eu entendia que aquilo não havia sido feito num hospital. Os pontos tinham sido feitos quase como se estivessem tentando evitar o gasto de material, apesar de suficiente. Mas eu me preocupava com outras coisas. Não sabia se ela havia limpado o ferimento e tinha mais! Num parque de diversões, você constantemente ta entrando em contato com superfícies que não estão limpas, ela precisava tampar aquilo ou provavelmente ia infeccionar. Supondo que já não estivesse infeccionado. - Não parece tudo bem. - Pegava o pulso esquerdo dela e apoiava sua mão esquerda sob minha mão esquerda, cuidadosamente. - Você limpou isso aqui hoje? Tem que limpar, se não pode infeccionar. Eu acho que tenho gaze, esparadrapo e algodão para tampar a ferida também. Não quero que saia daqui doente... - Dizia, a preocupação nítida nos olhos enquanto virava a cabeça de um lado para o outro, buscando ver a ferida de diversos ângulos.

Sobre a brincadeira, um sorriso tomou minha face. - Nossa, cuidado. Assim vai me assustar e vai me deixar igual na Battle Tower. - Dizia antes de gargalhar. Honestamente, aquilo foi ridículo. Eu não tinha porquê ter tratado Karinna daquele jeito e já havia me desculpado, mas eu merecia até a própria auto-zoação pelo feito. Em seguida, eu levemente soltava o braço de Bley e via ela ficando mais próxima, me deixando com um olhar certamente curioso. - Hm? - Era o único som que eu conseguia emitir, e pegava o remédio na bolsa dela, desviando o olhar para a bolsa antes de entregá-la o remédio. - Aqui. - E assim que ouvia a brincadeira sobre carregá-la, eu entrava na onda. - Não da ideia, vai que eu te coloco nos ombros e carrego por aí. Acho que você fica mais vermelha do que meu cabelo na metade do trajeto. - E gargalhava mais uma vez.

Quando ouvia sobre a mordida, eu apenas ficava quieto. E que mordida, ein! Não queria parecer impressionável, então o silêncio foi minha escolha, mas em seguida, quando ela falou sobre encontro, eu me virava rapidamente para a garota com um sorriso. Então, aparentemente ela estava com as mesmas intenções que as minhas? Hmm... eu acho que precisaria me empenhar um pouco mais para descobrir isso a fundo. E o momento perfeito foi quando ela parou alguns segundos só pra... mexer no meu boné? Okay. Eu apenas relevei e balancei a cabeça em afirmativa antes de continuar prosseguindo em busca das afirmações e lançar uma "provocação" para a loira, que aparentemente ainda estava próxima. - Olha, se eu não te conhecesse, ia achar que você tava jogando um verde. - Falava enquanto andava e direcionava o olhar periodicamente para a especialista em psíquicos, buscando ver como ela iria reagir diante da minha última frase.

Feebas Egg - 36/40


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Há uma dualidade interessantíssima no caos.

Oh, mas você não sabia? Ora, mesmo a mais angustiante das situações é capaz de conter dois lados de uma mesma moeda - então, é claro que um pandemônio tão simplório causado pelos demônios que rastejavam pelas entranhas da mente perturbada de Karinna Bley não seria a exceção à tão intrínseca regra. A maior prova disso é revelada justamente pelas atitudes controversas da dama dos fios dourados, divididas entre espantar o companheiro atordoado e tentar aquecer-se em sua presença que, por si só, também trazia consigo o contraste da preocupação e zombaria.

E veja bem, sequer entramos ainda no mérito irônico e clichê do envolvimento conturbado de um agente da lei com uma criminosa, ou mesmo na questão de que um se mantinha mergulhado nas trevas, enquanto a outra era agraciada com a luminosidade quente de saber por onde arriscava os passos tortos de rebeldia; Os dois, na simplicidade da existência, formavam um belíssimo e complexo Yin-Yang que, embora tivesse lá suas deformidades e dificuldades de conexão, era capaz de se assentar em um universo próprio, momentaneamente indiferentes às tantas preocupações que espreitavam na esquina mais próxima.

Ou não?

...De qualquer jeito, tenho certeza que não é para essa análise que estão aqui; Deixemos isto para depois. Acredito que a verdadeira importância desta singela narrativa é mencionar o ambiente no qual estes jovens protagonistas desenham sua relação de vielas tímidas e incoerentes, cujo únicos detalhes fixados se tratam das inúmeras pessoas que se aglomeravam para o evento e, principalmente, das várias tendas e brinquedos ao longe - afinal, do contrário, que tipo de parque de diversões seria este, não é verdade?

Atento-me, então, aos detalhes; De início, ao cartaz tão avidamente (e coincidentemente!) apontado por Bley que, infelizmente, nada mais era que uma propaganda do Ateliê das responsáveis pela organização do Doll Fanfest, cujo endereço fazia parte das históricas ruas de Ecruteak (um ambiente que certamente poderia querer ser evitado por uma sobrevivente que havia recém-escapado das ruínas amaldiçoadas de Oirar't mas, oh, quem sou eu para mencioná-las?). Quer dizer, não era exatamente útil para qualquer um que fosse passear pelo local mas, huh, fazia até que sentido, considerando que as meninas tinham lá suas ânsias de acrescentar mais bonecas às suas coleções. Nada mais justo, principalmente após todo o trabalho de criar e colocar em funcionamento o parque de diversões no coração do National, certo?

Então, sigamos à parte mais importante: Caminhos. Existiam muitos, entre tendas, brinquedos ou simplesmente entre si - entretanto, apenas três eram os principais. O mais à esquerda, aglomerado com uma quantia invejável de treinadores (ou não), indicava maior preferência e possivelmente interesse dos demais por sabe-se lá o que esperava ali mas, bem, também explicitava que teriam de se afogar naquele mar de gente caso quisessem atravessar, e garanto que não seria algo muito agradável de se fazer quando tudo o que se quer é respirar um pouco de ar puro e aproveitar unicamente a companhia não só de seus pokémons, como também um do outro.

O segundo, do meio, não chegava a aparecer, ou pelo menos não de uma vista centralizada/frontal. Digo isto pois ele se escondia pro detrás de uma belíssima tenda montada logo no início do parque, de um hipnotizante tom azul-marinho, coberta por um tecido de tule de malha arroxeado que carregava brilhos prateados e escuros por toda a sua extensão, trazendo um aspecto sufocante de céu noturno naquele agitado meio de tarde. Um jovem rapaz guardava a entrada do lugar, trajado unicamente em uma calça preta de tecido e uma camisa branca de laço na gola - e, no topo da tenda, uma placa branca lia-se em uma fonte púrpura, curvilínea: "Madame Tshilaba".

Resta, então, o último caminho: Aquele da direita, que malmente chamava a atenção. Poucas pessoas passeavam por ali, e era difícil saber se por ser uma segunda opção ou por simplesmente não trazer interesse algum das benditas criaturas que se aventuravam no parque mas, em suma, era isso; Nenhuma placa de informações, aparentemente ninguém a quem pudessem perguntar - restava decidir na sorte, e torcer para que o instinto trouxesse bons agouros à dois pombinhos enamorados.

...Digo, dois colegas dependurados.
Isso. Isso aí.

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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Às vezes acho engraçada a forma como minha cabeça funciona. Digo, não engraçada, já que mal consigo controlar minhas emoções e surtos e desesperos e isso não é nada divertido, mas... Não sei, curiosa. Acho curiosa a forma como tenho tão pouco controle sobre minhas ações. Não sei se é porque já tenho algum nível de intimidade com Daisuke — oras, já até mesmo brigamos feio pela internet e cá estamos, né? — ou se estou debilitada demais para aumentar a barreira invisível sempre levantada à minha frente; deixar o rapaz segurar minha mão enquanto sofria de dor não era mesmo algo que deixaria qualquer um fazer. No mínimo, se fosse outra pessoa ali, eu já teria me aborrecido, brigado e ido embora, por mais que que quisesse ajuda. Pode ser que o diferencial sejam essas janelas alaranjadas semelhantes ao crepúsculo que vi alguns dias atrás em Slateport, talvez seja essa forma de se preocupar comigo, talvez seja esse cabelo penteado com as mãos por debaixo do boné... Talvez, somente talvez, seja também como sempre nos importamos um com o outro, mesmo que indiretamente, o que fez com que o restante da sociedade começasse a falar besteira no grupo do Pokézap. Ou... Talvez seja só a vontade de esmurrar ele todinho com os 63785 socos que foram prometidos ao longo dos meses. Não sei, difícil entender como me sinto.

Como sempre.

— Eu vou limpar... Um dia. — respondi, observando a nojeira que era estar com a marca do esparadrapo ainda na mão; só o que faltava agora era Daisuke achar que eu era uma Spoink da vida — Por enquanto deixa assim, que se cair eu já morro de uma vez e pronto, problema resolvido. — gargalhei enquanto erguia a mão machucada mais uma vez; não sabia muito bem como o ruivo levaria a brincadeira, já que a única pessoa com quem faço esse tipo de piada é Natalie e ela já está cansada de saber que sou a morbidez em pessoa — E... Quem disse que eu vou ficar vermelha? Palhaço. É o mínimo que você me deve por me estressar tanto. Brinca que vou fazer você ficar com medo de mim mais uma vez. — bufei, virando a cabeça e tentando esconder que bom, MAIS UMA VEZ corei feito uma adolescente imbecil — ...

Continuávamos a andar na direção do que agora parecia um cartaz-propaganda, mas, por algum motivo, não sabia como responder imediatamente a última pergunta de Daisuke. Logo eu, que sempre tenho uma resposta pronta para qualquer coisa. Ha, mas eu não ia deixar o ruivo me emboscar dessa maneira, NÃO MESMO. Dois podem jogar esse jogo, certo?

— Verde do que? Vai, me fala. — já que era para ser direta, vambora; parei de andar, virando de frente para ele com uma das sobrancelhas levantadas. ergui a cabeça, olhando-o nos olhos, mas quase que me arrependendo da súbita coragem que tomou conta do meu corpo quando encontrei as íris alaranjadas me fitando de volta — Quero saber. — tá, tá bom, talvez eu não estivesse pronta ainda para a resposta; bastou Daisuke abrir a boca para responder que, espontânea e imediatamente, levei alguns dedos da mão direita até sua boca para impedi-lo de falar — Er... — engoli seco, tornando a caminhar para frente e abaixando a mão — Tá... Calor, né? Deve ser o analgésico. — de fato estava quente, mas tentei desconversar já que não sou nenhuma idiota; com a mão agora livre, coloquei todas madeixas para trás, mas fiz uma cara não muito feliz: mesmo depois de passar tanto tempo no deserto o calor ainda me incomodava demais — O que acha daquela barraca grandona? — ia mais uma vez apontar, mas finalmente havia aprendido a lição; com passos lentos caminhamos aos poucos até lá; por algum motivo meu cabelo solto estava me incomodando absurdamente e, bom, não tinha como eu prendê-lo sozinha — Antes... Me ajuda com uma coisa?

Parei, mais uma vez, buscando um local onde não tinha tantos transeuntes. Virei de costas para o ruivo, jogando a cabeça levemente para trás para que todo meu cabelo ficasse por trás dos ombros.

— Você tem duas irmãs, né? Sabe fazer um coque? Não é difícil, até mesmo pra você, implicantezinho. — brinquei, virando levemente a cabeça para olhar para o ruivo mais uma vez, abrindo um sorriso e dando uma piscadela no processo — Eu faria sozinha, mas estou à beira da morte. — tornei a olhar para frente, por sorte, dessa vez, Daisuke não conseguiria ver meu rosto rubro novamente — Tudo bem?


bronzor: 19/40
pichu: 04/30



doll fanfest | national park

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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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A forma como as conversas com Karinna fluíam me pareciam genuinamente diferentes. Eu não sei, ta? A gente, sei lá, é muito diferente, mas vinha conseguindo se entender. Eu não tinha ideia nenhuma de como ser mais enfático sobre ela limpar a mão. Infeccionar e os carambas já seriam extremamente convincentes normalmente, mas eu acho, de verdade, que ela tinha medo de limpar a ferida sozinha e não confiava em ninguém além de Natalie para fazê-lo. Queria me oferecer, mas seria invasivo de mais. Eu não tenho recursos ainda para conseguir uma barganha eficiente com Bley, não nesse quesito. A mão é dela, e vai lidar com ela da forma que quiser. Lembro-me bem de já ter tomado alguns cortes da garota por tentar ir um passo ou outro a frente, então eu simplesmente pude encará-la com preocupação e suspirar.

Ainda não sabia o que fazer, mas aquele troço tava nojento. E vinha me deixando preocupado, talvez até meio nervoso, muito mais pela forma como eu deveria dialogar com Karinna do que pelo próprio ato de dizer alguma coisa. - Olha... eu to com certo medo disso infeccionar. Sei que é difícil fazer essas coisas sozinha, ainda mais com uma mão a menos, mas eu posso ajudar, ta bom? - Falava com ela antes de retomar a andar novamente. - Se precisar, eu posso trocar o curativo... - Jogava a sugestão no ar e engolia seco. Nada, eu juro, nada, me deixaria tão nervoso quanto oferecer cuidado para a loira. Simplesmente porque ela é imprevisível, e não é sempre que se permite se sentir vulnerável. E quanto a brincadeira? Eu só não ouvi, minha atenção foi quase que total na mão de Karinna antes de prosseguirmos.

E bem, mais a frente, quando se queixava que eu devia de fato carregar ela, a loira simplesmente escondeu o rosto por um breve momento e ali eu tive certeza absoluta que ela tinha corado. Sorri de leve, suficiente para exibir os dentes antes voltar a olhar pra frente. E quando falou sobre o verde? Karinna subitamente apareceu na minha frente, dizendo que queria saber sobre o que se tratava, mas era mais uma de suas tentativas de me deixar vermelho. Eu sorri, e passei uma de suas mechas para trás da orelha. Bem quando ia respondê-la, Bley levava alguns dedos a frente de minha boca, deixando óbvio que não queria saber a resposta ainda, antes de abaixá-los e mudar de assunto.

...aparentemente, ainda não era o momento. Tudo bem, eu sabia que ia precisar ser mais paciente, de qualquer forma, e logo a acompanhei a andar. - É... bem quente. - Desconversava com ela, o leve riso desenhado na face para acompanhar os últimos dizeres. No entanto, quando nos aproximamos de três intersecções no caminho, eu poderia jurar que o mais cheio com certeza não seria da preferência da loira. Muito menos o vazio, e suas palavras vieram logo em seguida para confirmar. - Eu ia te propor exatamente a mesma coisa. O que será que é? - Perguntava em certa curiosidade.

No entanto, Karinna me pedia algo antes prosseguirmos. Como estava quente, ela ficava de costas para mim e pedia para eu fazer um coque em seus cabelos. Juro que nesse momento eu quis tentar dizer algo como "só se me deixar trocar seu curativo" mas eu tenho de admitir que seria uma tremenda babaquice. Não se da confiança assim, se conquista, e pelo que eu sei, deixar fazer um coque no cabelo dela, já era bastante. - Esqueceu que eu tinha cabelo grande? Coque é minha religião. - Falava brincando, e então, com cuidado, eu pegava todo o cabelo jogado para trás e juntava, em seguida, pegava o cabelo junto e enrolava nele mesmo, colocava o dedo no meio e enrolava o cabelo loiro em volta dele, antes de passar a ponta por dentro do buraco onde meu dedo estava anteriormente, terminando o coque. - Ta-ram. - Dizia assim que terminava.

Me colocava ao lado da loira antes de irmos até a grande barraca da Madame Tshilaba.

Mas afinal, quem diabos era Madame Tshilaba?

Feebas Egg - 37/40


Aventura no parque ft. Karinna

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By: KB lindo & perfeito <3


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E não é surpresa para ninguém, óbvio, o fato de que a grande tenda estrelada era o "detalhe" que mais chamava atenção naquele tapete de boas vindas do parque de diversões. Flertes, deboches, provocações e pequenas pancadas de raiva (do outro, de si), tanto fazia; Foi nessa passada tranquila e sem pressa que a dupla se aproximou daquele pequeno pedaço de céu que resolveu visitar a terra, aconchegando-se no meio de um evento agitado como quem não quer nada e, bem, era de se surpreender (ou estranhar) que não existisse uma fila enorme na frente da barraca, considerando a lotação óbvia de cada uma das esquinas e estradas que percorriam a extensão do Doll Fanfest.

Enquanto se aproximavam, suas mentes divergiam para pensamentos interessantes: Uma contorcia-se a respeito da interação e intimidade que desenvolvia com o esquentado lutador e, a outra, volvia-se por completo na direção da bandeja de ovos que se encontrava no meio do caminho para a conquista primordial não só de seu caráter, mas de seu coração - e, por mais ridículo que possa parecer, ela se resumia meramente à possibilidade de que certa criminosa lhe concedesse passe livre para que cuidasse dos ferimentos na palma que caminhavam, vagarosos, por um doloroso processo de cicatrização.

— Optchá, meus jovens! — Cumprimentou, imediato, o simples rapaz que aguardava à frente da tenda, exibindo um belíssimo sorriso de dentes brancos, ao se dar conta do par de olhos voltado em sua direção. Chegava a ser engraçada aquele jeitinho de se dirigir à dupla, considerando que ele próprio não era lá muito velho, mas... Ossos do ofício, quem sabe? — Um ótimo dia, não? — Comentou, despretensioso, movendo a cabeça com discrição para afastar os cabelos escuros da frente do rosto. — Primeira vez no parque? — Perguntou, relaxado, apertando as pálpebras inferiores com um ar de graça. — Bem, certamente devem ter muita coisa pra fazer, e eu não quero tomar o tempo de vocês. Com certeza devem querer curtir o encontro! — Piscou, com um ar brincalhão, enquanto gesticulava na direção da entrada da tenda mal iluminada. — Então... O que vocês acham de parar para uma leitura de tarô? — Explicou, sem sequer esperar que nenhum dos dois questionasse a respeito. — Garanto uma coisa, Madame Tshilaba certamente é a melhor da região no assunto! — Disse, relaxando os braços e apoiando a mão sobre uma pequena caixinha-cofre colada num poste discreto no começo da entrada. — Por uma pequeeeena quantia de 150PK$... — Acrescentou, apertando os olhos - não tinha vergonha e, sinceramente, nem tinha como ter. — ...Cada, se quiserem aproveitar os dois da experiência. — Emendou, o olhar escuro passeando de um para o outro, afastando a mão do local onde, provavelmente, deveriam depositar as quantias.

— Inclusive, se Madame simpatizar com vocês, ouvi dizer que podem até sair de lá de dentro com algum tesouro... Quem sabe? — O rapaz disse, com um sorriso gentil, uma cartada final para convencer - ou não - os transeuntes. — O que vocês acham? Não querem dar uma chance? — Sugeriu, sem pressa.

Para se começar bem, o que melhor do que uma leitura de sorte, não?

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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