E não é que a filha da puta quase o fez! Assim, não que fosse segredo pra mim que Karinna teve um passado difícil, mas toda aquela tempestade de sentimentos ter sido literalmente jogada, empurrada, e usada para estapear a loira me deixou meio incomodado. Não como se a gente não soubesse que seria mais ou menos daquele jeito, mas uou, pega leve aí, minha senhora. Tu sabe que treinadores nem sempre vão pras ruas se aventurar por que eles têm escolhas, né? A maioria não tem! Viver como andarilho e as custas de um esporte perigoso que te coloca a extremos a troco de migalhas não é exatamente o alvo de criação que um pai tem para um filho, e quase nunca é o alvo de um adulto como carreira, e antes que alguém apareça para dizer o contrário, eu disse QUASE NUNCA é. Não é uma carreira segura ou confortável, e a chance de você morrer tentando atingir um objetivo mínimo nessa vida é ABSURDAMENTE ALTA.
A introdução sobre a questão das cartas já havia me deixado um tanto alerta. A madame esclarecia sua posição, e tudo que ela podia fazer era te ajudar a entender o momento no qual você se encontra, então deixa eu ver se entendi, a velha era terapeuta? Ah, claro, para quê abrir um consultório se tu pode perambular para lá e para cá com um parque de diversões, né? Uma piada idiota era tudo o que eu precisava para aliviar a tensão mental, o que eu não pude dizer sobre Karinna, que a cada segundo que passava parecia apertar minha mão mais e mais. Se ela ao menos pudesse ouvir o que eu to pensando, acho que tudo ficaria mais simples para ela...
...ou ela simplesmente ia me chamar de idiota e me ignorar. Enfim! Conflitos religiosos e de crenças vinham a tona logo na primeira carta, e para alguém como eu, que jamais sequer cogitou pensar sobre fé ou assuntos a fim, me causava certa curiosidade, sabe? Como era sentir essa questão no âmago do seu ser, a ponto de ser um dos seus principais pontos de tormento? Talvez, como bem dito pela senhora, era um conflito que necessitava paciência dela. E essa era unicamente o ponto que prendia minha atenção. Ficava tão imerso na possibilidade de ter fé que me desprendia do resto.
Quando me dei conta, a senhora já tinha começado a falar da segunda carta e quando ouvi a descrição, eu tremi com a menor possibilidade do que ela poderia vir a falar quando chegasse a MINHA VEZ.
Mas não estamos falando de mim, e sim de Karinna. Eu olhava rapidamente para a loira, para entender como ela poderia vir a reagir. Nunca é fácil falar sobre o passado, porque todos temos partes dele mais escuras do que gostaríamos. A morte de um ente querido, como você pode tentar proteger alguém que ama, e nem que tente matar alguém pra isso. Essas foram minhas experiências, experiências das quais eu não gosto de relembrar o tempo todo, e para Bley... isso foi ainda pior. Pude ver algumas lágrimas escorrerem de seu rosto quando ela apertou minha mão um pouco mais e a juntou para perto de seu corpo. Eu me aproximei. Não sabia o que tudo aquilo significava para ela, mas com certeza não era fácil. Eu entendia, porque para mim também não seria. Não sabia exatamente como o gesto seria interpretado por ela, mas me permiti trocar a mão que pressionava a sua, enquanto a envolvia com meu braço esquerdo, numa espécie de abraço meio sem-jeito, enquanto minha expressão de pesar se tornava nítida em minha face. Não se confunda, eu não sentia pena. Apenas...
...imaginava partilhar do mesmo problema.
A terceira carta veio, e a minha compreensão se foi. Não sabia como reagir ou o que expressar, mas me deixava com ar de grandes expectativas diante da loira. Ela não tinha o que temer, não é? Podia transformar o que quisesse em sua vida. Pelo menos, foi assim que eu entendi, e assim todo aquele passado difícil, poderia ser deixado para trás. Mas minhas interpretações realmente cabiam nessa situação? Tudo que eu tenho são uma série de expectativas e... eu não tive tempo para pensar em mais nada. O silêncio perdurou, a conclusão não veio...
...mas a quarta carta veio. E COMO VEIO!
Com a quarta carta eu finalmente enrubesci por completo. Se antes, em algum momento, eu havia ficado meio nervoso, com a quarta carta, meu amigo, eu perdi completamente um jeito de me conter. Engoli seco e voltei ao normal assim que pude, somente para olhar para Karinna e encontrar seus olhos com os meus. Nesse momento, eu me perdia em seu olhar, e me preenchia com expectativas que...
...eu não iria concretizar naquele momento. Eu tive a deixa, e tive coragem. Faltou o momento. Dar um primeiro beijo DURANTE uma leitura de tarô, pode não ser exatamente o melhor momento de todos e eu tinha plena ciência disso. Me recolhia em manter minhas expectativas iniciais e via ela se aproximar mais para deitar sua cabeça em meu ombro, e em seguida eu beijava sua testa. A madame dizia que não precisava dizer mais nada e eu concordava. Acho que Karinna também...
...
PRÓXIMA CARTA! Por favor, próxima carta. Me deixe mais um pouco nesse transe e eu vou ter feito Karinna gastar dinheiro comigo pra nada, porque não vou sequer escutar a bendita Madame! Enfim, o desfecho veio e apontava para uma necessidade de transformação da menina e dessa vez, sendo bem honesto, sequer pude teorizar sobre o que se tratava, mas agora tinha a certeza de que havia acabado. Meus olhos se encontravam com os de Karinna mais uma vez antes de ela dizer alguma coisa. Eu sorria e a respondi. - Todo mundo tem seus demônios, é uma das coisas que te torna humana. - Dizia para ela. Eu, honestamente, não via nada demais.
Mas agora era minha vez. Olhava nos olhos da madame antes de pedir por minha vez. - Certo. Pode mandar bala, Madame. - Dizia com certa convicção no olhar, apesar de ter faltado expressão na boca. Não havia sorriso dessa vez, apenas... expectativa? Indiferença?
...é o que eu iria descobrir.
A introdução sobre a questão das cartas já havia me deixado um tanto alerta. A madame esclarecia sua posição, e tudo que ela podia fazer era te ajudar a entender o momento no qual você se encontra, então deixa eu ver se entendi, a velha era terapeuta? Ah, claro, para quê abrir um consultório se tu pode perambular para lá e para cá com um parque de diversões, né? Uma piada idiota era tudo o que eu precisava para aliviar a tensão mental, o que eu não pude dizer sobre Karinna, que a cada segundo que passava parecia apertar minha mão mais e mais. Se ela ao menos pudesse ouvir o que eu to pensando, acho que tudo ficaria mais simples para ela...
...ou ela simplesmente ia me chamar de idiota e me ignorar. Enfim! Conflitos religiosos e de crenças vinham a tona logo na primeira carta, e para alguém como eu, que jamais sequer cogitou pensar sobre fé ou assuntos a fim, me causava certa curiosidade, sabe? Como era sentir essa questão no âmago do seu ser, a ponto de ser um dos seus principais pontos de tormento? Talvez, como bem dito pela senhora, era um conflito que necessitava paciência dela. E essa era unicamente o ponto que prendia minha atenção. Ficava tão imerso na possibilidade de ter fé que me desprendia do resto.
Quando me dei conta, a senhora já tinha começado a falar da segunda carta e quando ouvi a descrição, eu tremi com a menor possibilidade do que ela poderia vir a falar quando chegasse a MINHA VEZ.
Mas não estamos falando de mim, e sim de Karinna. Eu olhava rapidamente para a loira, para entender como ela poderia vir a reagir. Nunca é fácil falar sobre o passado, porque todos temos partes dele mais escuras do que gostaríamos. A morte de um ente querido, como você pode tentar proteger alguém que ama, e nem que tente matar alguém pra isso. Essas foram minhas experiências, experiências das quais eu não gosto de relembrar o tempo todo, e para Bley... isso foi ainda pior. Pude ver algumas lágrimas escorrerem de seu rosto quando ela apertou minha mão um pouco mais e a juntou para perto de seu corpo. Eu me aproximei. Não sabia o que tudo aquilo significava para ela, mas com certeza não era fácil. Eu entendia, porque para mim também não seria. Não sabia exatamente como o gesto seria interpretado por ela, mas me permiti trocar a mão que pressionava a sua, enquanto a envolvia com meu braço esquerdo, numa espécie de abraço meio sem-jeito, enquanto minha expressão de pesar se tornava nítida em minha face. Não se confunda, eu não sentia pena. Apenas...
...imaginava partilhar do mesmo problema.
A terceira carta veio, e a minha compreensão se foi. Não sabia como reagir ou o que expressar, mas me deixava com ar de grandes expectativas diante da loira. Ela não tinha o que temer, não é? Podia transformar o que quisesse em sua vida. Pelo menos, foi assim que eu entendi, e assim todo aquele passado difícil, poderia ser deixado para trás. Mas minhas interpretações realmente cabiam nessa situação? Tudo que eu tenho são uma série de expectativas e... eu não tive tempo para pensar em mais nada. O silêncio perdurou, a conclusão não veio...
...mas a quarta carta veio. E COMO VEIO!
Com a quarta carta eu finalmente enrubesci por completo. Se antes, em algum momento, eu havia ficado meio nervoso, com a quarta carta, meu amigo, eu perdi completamente um jeito de me conter. Engoli seco e voltei ao normal assim que pude, somente para olhar para Karinna e encontrar seus olhos com os meus. Nesse momento, eu me perdia em seu olhar, e me preenchia com expectativas que...
...eu não iria concretizar naquele momento. Eu tive a deixa, e tive coragem. Faltou o momento. Dar um primeiro beijo DURANTE uma leitura de tarô, pode não ser exatamente o melhor momento de todos e eu tinha plena ciência disso. Me recolhia em manter minhas expectativas iniciais e via ela se aproximar mais para deitar sua cabeça em meu ombro, e em seguida eu beijava sua testa. A madame dizia que não precisava dizer mais nada e eu concordava. Acho que Karinna também...
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PRÓXIMA CARTA! Por favor, próxima carta. Me deixe mais um pouco nesse transe e eu vou ter feito Karinna gastar dinheiro comigo pra nada, porque não vou sequer escutar a bendita Madame! Enfim, o desfecho veio e apontava para uma necessidade de transformação da menina e dessa vez, sendo bem honesto, sequer pude teorizar sobre o que se tratava, mas agora tinha a certeza de que havia acabado. Meus olhos se encontravam com os de Karinna mais uma vez antes de ela dizer alguma coisa. Eu sorria e a respondi. - Todo mundo tem seus demônios, é uma das coisas que te torna humana. - Dizia para ela. Eu, honestamente, não via nada demais.
Mas agora era minha vez. Olhava nos olhos da madame antes de pedir por minha vez. - Certo. Pode mandar bala, Madame. - Dizia com certa convicção no olhar, apesar de ter faltado expressão na boca. Não havia sorriso dessa vez, apenas... expectativa? Indiferença?
...é o que eu iria descobrir.
Aventura no parque ft. Karinna
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By: KB lindo & perfeito <3
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