[Fallarbor] Eu e uma joia partida...

A menina era observadora. E muito observadora! Eu encarava com surpresa aquela precisão em querer me desconstruir na frente dela. Mesmo eu tendo guardado o colar muito bem, ele era percebido por ela. Bem, ela era uma garota bem observadora mesmo! Infelizmente, sem querer, eu elevei minha mão até a altura do colar, como se fosse uma tentativa vã de protege-lo. Enfim, foi revelado: - Tenho apego sentimental a este colar, fora de negócios.- dizia a ela.

Mas ainda tinha que conseguir a ametista, o que significava que o meu trunfo ainda estava funcionando, uma vez que nenhuma daquelas pedras ali era uma esmeralda. Olhei para cada um dos itens e dei aquele sorrisinho. Sabia que não poderia cantar vitória, mas não consegui evitar pela forma de agir da garota e pela minha leve vantagem. - E uma esmeralda é um preço justo?- embora fosse uma pergunta, era mais retórica e o tom trazia isso, enquanto colocava sobre o balcão a pedra que o sr. Haruki tinha me ofertado. Com isso, eu esperava a reação dela, perante o item que eu colocava.

Era perigoso deixar a pedra diante de uma menina que eu não conhecia? Era, mas se fosse necessário, eu daria a carteirada Ranger na cara dela para ela não banca a engraçadinha e querer me roubar. Esperava não precisar usar daquilo, né? Mas no fim, esperava que a esmeralda fosse o suficiente. - E então, podemos trocar a esmeralda pela sua ametista?

  Ok, agora faz todo sentido manter tantas pedras em exposição! Eram falsas! Era uma boa forma de evitar roubos ou algo do tipo. Em contrapartida, o cofre estava cheio de pedras preciosas e de lá vinha a Ametista, a pedra que poderia ser usada para consertar o Life Orb. “Fantástico!”, faltavam ainda mais itens, da natureza, mas mesmo assim estava bem feliz com o que tinha conseguido ali. A pedra!!! Ainda estava longe do fim, mas, a garota era bem interessante, até. - Obrigado pela confiança... Alguém tinha que ceder, e fui eu o primeiro!- dizia em tom de brincadeira para ela, enquanto pegava a sacola.

Instintivamente eu olhava para dentro e via aquela pedra reluzente. Virei a mochila e a armazenei ali dentro, onde estaria segura. Agora, ia agora para as campinas em volta da cidade - Muito obrigado pela negociação... Só tome... Cuidado! Tudo bem que você tem pedras falsas, mas qualquer um pode ameaçar sua vida para abrir o cofre. - era realmente uma preocupação, uma vez que aquele lugar não era tão protegido. Claro que não duvidava da alto defesa dela, mas se vier mais de um contra a atendente, possivelmente ia dar ruim.

Saia daquele bairro com um sentimento de gratidão. A ametista estava segura, agora as duas flores deveriam ser localizadas. Era difícil pensar como iria encontrar a lifesium hordeum, sendo que era um tipo de planta mais raro. Mas com as poucas informações que o sr. Haruki me deu, eu poderia imaginar como iria encontra-la, já que é uma flor que iria atrair Pokémons. Se é isso, possivelmente teria alguns muitos pokémons ao redor. E Pokémons tinham ali naqueles limites da cidade. Alguns eram vistos de longe, outros só a silhueta e assim iam e vinha.

Eu fui andando tentando prestar atenção na imagem que tinha na mente. Até pesquisei mais uma vez no Pokénav, mas no fim, só seguia para poder localizar aquele espécime. Mas o meu andar era parado por um momento. A mochila estava pesando e eu fiquei preocupado. O que era aquilo? A ametista estava reagindo? Eu abri a mochila ao coloca-la no chão e assim via que não era a pedra recém adquirida o problema, mas, sim, a incubadora com ovo de Pokémon que tinha ali.

Retirei o recipiente de plástico ali de dentro. Era cônico, enquanto eu abria e retirava o ovo e a esfera que tinha em cima referente ao Pokémon. O mexer parecia irradiar um calor. Sentia uma pequena aura e depois de um tempo, só vi o ovo rachando e de dentro a raposa alaranjada saindo. Os olhos grandes e o sentido aguçado pareciam estarem diante de mim. Eu sorri para ela. Parecia bem e se aproximava de mim, curiosa. Não esbanjava alegria, mas não era tristeza. Apenas curiosidade. - Oi ,menino... Sou eu... o Ayzen!- dizia para ele, como se ele entendesse, mas vai que...

Eu o segurei nos braços, guardei as Pokébolas. Voltei minha mochila para as costas. Ao redor, muitos Pokémons e eu tinha que encontrar as flores. Talvez fosse o ambiente perfeito para Fennekin conhecer o mundo. Alguns passos nas regiões que tinham mais movimentos. Tentei tomar cuidado, afinal, não queria que fosse atacado com um bebê nos braços!!!

Enquanto Fennekin conhecia o mundo comigo, decidi dedicar mais aquele tempo aos momentos de paternidade, embora não quisesse perder o foco. Acreditava fielmente que eu poderia dividir a minha atenção daquela forma. Não era o primeiro bebê Pokémon que eu cuido! Lembro-me de quando Azumarill nasceu e quão problemático era aquele Pokémon em ficar sozinho. Mas também, naquela época, eu surtava por qualquer coisa. Hoje as coisas são diferentes e o Fire nem era tão complicado assim, preferindo ficar em meus braços do que no chão. Claro porque era tudo muito novo para ele e coragem excessiva não era uma característica do pequeno.

Mas... Encontrar aquela erva misteriosa que poderia me ofertar um novo item tão sentimental, ainda estava no topo dos meus planos e era por conta disso que eu continuava. Várias criaturinhas passeavam por ali, enquanto observava um por um. Era um campo agitado, mas, pacífico. Questionava-me se aquela erva estava mesmo ali ou tinha tempo para nascer. Como filho de criadores, sabia que cada um tem seu tempo, mas por se tratar de um campo inexplorável, acreditava também que tivessem deixado minha lifesium hordeum em algum lugar dali.

- Parece que vamos passear mais... para o seu bem!- dizia para o pokémon.

Não tardou para sentir um cheiro agradável. Era doce e me fazia sentir bem. Mas parecia ter efeitos potencializados no bebê Fennekin, que se eu deixasse e ocultasse os outros sentidos, ele sairia caminhando até o cheiro, mas como era bem responsável, ele permanecia comigo... Mas talvez fosse interessante para seguir aquilo... - Fennekin, acho que o seu olfato é melhor que o meu e até os efeitos podem ser da erva que estamos procurando... que tal você ir atrás e eu te acompanho?- dizia ao Pokémon, colocando-o no solo, enquanto este esticava o pequeno focinho. - Pode ir, estou logo atrás de você!

A corrida do Fennekin me levava até uma bela jovem de nome Florisbela e sua Roselia, cujo Sweet Scent estava invocando Pokémons de todos os lados, incluindo a raposinha de fogo. Antes que o bebê avançasse mais, eu apressei os passos lados, que pareciam ter se tornado uma pequena corrida, e elevei o felpudo Pokémon em meus braços. Talvez se continuasse assim, ele iria pra cima da roselia, ou sei lá. A cauda dele balançava constantemente, enquanto seu focinho tentava seguir o caminho em que Roselia fazia com seu doce perfume.


- Prazer, pode me chamar de Ayzen..- dizia em um sorriso largo, mais para tentar disfarça a indisciplina do meu Pokémon. Fennekin era um Pokémon recém nascido, ele meio que não tinha senso de certo ou errado e realmente poderia ser perigoso soltá-lo por ai sem que eu soubesse como ele ia reagir a outros Pokémons, de espécimes diferentes. - Desculpe chegar de súbito, deixei que o aroma do meu Fennekin fosse atrás de uma erva ou planta que tem propriedades de atrair pokémons.

Ainda com o Pokémon em meus braços, eu meio que dei uma olhada. Vai que ao redor dali não tinha não só Sweet Scent atraindo Pokémon, como também poderia ter a própria lifesium por perto. Seria algo que deveria verificar! Acabei fazendo a procura rápida pelos arredores, sem disfarce, como se realmente fosse fácil de notar que minha atenção estava dividida entre conversar com a moça bonita e encontrar a planta que seria primordial para restaurar o meu orbe.