005 - ADIRE AD ALTER

Adire ad Alter

Buscando não se envolver em brigas que não lhe dizem respeito, Karen e Tyrant simplesmente arremessavam as esferas metálicas sobre os selvagens, que até tentavam fugir, mas acabavam envoltos pela energia avermelhada que eventualmente os capturou. Era engraçado como ambos insetos estavam dispostos a brigar com os treinadores, mas no momento que viram a cápsula quiseram correr como se suas vidas dependessem disso... Vai entender a cabeça de Pokémon, né?

Com essa última captura, assim que saíam da barraca, a mesma senhora os recepcionava, pedindo que a acompanhasse até uma última tenda, esta aberta, com somente uma mesa e alguns livros e documentos espalhados sobre a mesma.

— Podem colocar as três esferas que capturaram, cada um, sobre os aparelhos ali à direita. Por gentileza, escolham um para levar com vocês. — apontou para o que pareciam dois eletrônicos semelhantes aos que são utilizados em Centro Pokémon; só que ao invés de curá-los, a tela translúcida mostrava suas espécies, continente de onde vieram e se são considerados crianças, jovens, adultos ou idosos — Conheço cada um dos Pokémon de todas as tendas como a palma da minha mão, se quiserem posso falar um pouco sobre os que escolherem para levar com vocês. — sorriu, voltando seu olhar para o outro lado da barraca — Quando escolherem, podem seguir e pegar uma daquelas bruxinhas ali... — apontou para umas pelúcias — É um brinde para vocês, já que me parece que vão cuidar bem dos bichinhos.

A senhora, ainda observando o casal, parecia aguardar ansiosamente para saber qual Pokémon Karen e Tyrant escolheriam para levar com eles. Muito provavelmente os visitantes não lhe davam muita atenção, então, aproveitava toda oportunidade para conversar. Do lado de fora era possível ouvir, além do burburinho já tradicional dos transeuntes, um senhor passando e vendendo picolé, bem como uma outra atração que parecia querer chamar atenção dos que participavam das tendas, convidando-os para "usar a força"? Vago, mas vai saber, né? É um festival e os pombinhos já haviam participado de uma Casa do Terror, então, qualquer coisa é lucro.

Para onde seguir agora?

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— Feio!? Minha filha, que maldade... — a senhora dava uma risada para o comentário de Karen, que decidia ficar com o inseto — Ele na realidade é um Pokémon muito forte chamado Pinsir, bem famoso na região de Kanto por proteger os campos dos agricultores de invasores. — apontou para a Pokéball que estava na mão da especialista — Esse aí é um adolescente ainda, muito do reclamão e brigão, mas pode ter certeza que quando vocês criarem um laço, ele vai te proteger sempre. — suspirou — Como toda criança que acha que já é adulto, ele tende a tomar algumas decisões precipitadas, então vai depender de você estabelecer esses limites pra ele.

Dito isso, a senhora limpava a garganta, bebendo um pouco do copo de água que estava em cima de sua mesa. Sorria, voltando sua atenção para Tyrant, que por sua vez escolhia o pequenino Kabuto.

— Ai, esse é um bebêzinho ainda! — deu uma gargalhada — A espécie dele é de milhões e milhões de anos atrás, mas esse em específico foi fruto de um programa que temos aqui, onde tentamos reintroduzir as espécies extintas de volta em seus antigos habitats. — a senhora abriu um sorriso, levantando-se para direcionar o casal até a saída — Mas acabou que ele não se adaptou, já que é muito carente de contato físico. Talvez você tenha percebido isso quando o capturou. — sua expressão se tornou triste por um único segundo — Quase o perdemos daquela vez e desde então ele ficou obcecado em sempre querer ficar grudado em quem ele gosta, muitas das vezes nos sapatos, já que é a unica coisa que consegue segurar devido seu tamaninho. — abriu a cortina, estendendo o braço para que Tyrant e Karen passassem — Dê bastante atenção para ele, tudo bem?

E assim nossos heróis deixavam a barraca de capturas. Graças a sorte, suas pulseiras VIPs deixavam-os passar na frente de qualquer fila, inclusive a enorme que se formava na barraca da frente, onde diversos Pokémon testavam a força em um aparelho esquisito. Ao ver Karen e Tyrant, o dono da barraca os chamava, provavelmente por reconhecer as pulseiras que usavam. Não sei, mas era capaz de terem algum tratamento especial além de poder furar fila... Bem como um tratamento VIP de fato. As pulseiras devem ter sido beeeem caras.

— Olá, pombinhos! Não fiquem só olhando! Estão prontos para testar a força dos seus companheiros? — um rapaz loiro, vestido com uma roupa inflável ridícula que deixava seus músculos maiores, ia para trás de Karen e Tyrant e os empurrava gentilmente na direção de sua atração — Vamos, liberem seus companheiros mais fortes e mandem eles bater, não importa como, no grande botão que tem no centro da máquina! — dito isso, algumas pessoas na fila reclamavam, mas o funcionário pouco se importava, ignorando-os completamente e voltando sua atenção para o Ranger — Um de cada vez! Que tal deixar sua namorada ir primeiro?

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Pode-se dizer que o responsável pela atração ficou com um grande ponto de interrogação na cabeça quando tanto Karen quanto Tyrant negaram que eram um casal de fato. Bom, qualquer um que olhasse um puxando o outro de um lado para o outro, os braços dados, as brincadeiras íntimas, imaginaria que sim, eram um casal e muito bonito por sinal, mas fazer o quê se os próprios se negam a aceitar essa realidade?

— Er... Desculpem, então. — falou, com um tom baixo, reverenciando ambos treinadores sem graça — Vamos para o primeiro!

Com o anúncio do rapaz, Galahad seria o primeiro a participar da atração. Feliz pela oferta que sua própria treinadora ofereceu de pode bater em Tyrant, o pequeno Riolu saltou no ar, utilizando toda a força que tinha para bater no gigantesco botão. Infelizmente, não se saiu muito bem, conseguindo uma pontuação bem risória.

— Mais sorte da próxima vez, pequenino! — o rapaz acenava para o lutador, que se emburrava e cruzava os bracinhos por não ter ido bem — Tome aqui, além dessa frutinha você ganha essa caixa também! — entregou uma caixa pequenina semelhante a que receberam na tenda de capturas para Karen — Agora vamos para o próximo!

A cena de Finn carregando o martelo era muito cômica, arrancando risadas até mesmo da galera furiosa que aguardava na fila. O pior de tudo é que, além de estar todo atrapalhado, era visível a falta de vontade do Normal-type de se sair bem depois que Tyrant disse que ele poderia morder a perna de Karen; pelo visto, o pequeno tinha um apreço pela treinadora e não fazia parte de sua personalidade agir daquela maneira. Claro, era uma brincadeira do Ranger, mas o pequeno bebê-Eevee não sabia disso, né?

Apesar de tudo, Finn tentou disfarçar para que Tyrant não ficasse triste. Balançou o martelo de um lado para o outro, mas na hora que era para bater de fato na estrutura, deu uma leve segurada no final quando o item ia se chocar contra o botão. O resultado não poderia ser diferente, sendo provavelmente a menor pontuação já feita naquela atração. Sem graça, Finn fingiu estar triste, saltando no colo do Ranger uma vez mais, porém virando seu rosto para Karen e dando uma leve piscadinha sem que seu treinador percebesse... Um plano perfeito, se não fosse pelo o que veio a seguir.

— Poxa vida, algo me diz que você se segurou, hein, pequeno? — o dono da atração buscava a frutinha de Tyrant, entregando-a junto com uma caixinha; nem é preciso dizer que Finn enviou um olhar mortal para o rapaz, que mais uma vez ficava sem graça — Er... Parece que eu só tô falando as coisas erradas, né? — coçou a nuca, dando uma risada sem graça — Bom, aproveitem o restante do parque! Seguindo por aqui, ó - — apontou na direção sul — Vocês encontram as barracas de TRs, de doces, um montão de coisa!

Prontos para seguir passeando pelo parque, Tyrant sentia algo fazer barulho em sua mochila, semelhante ao de um ovo quebrando. Já acostumado com o ruído que fazia, sem sombra de dúvidas o Ranger saberia do que se tratava. Quando abrisse, um pequeno Dewpider todo acoado saía pulando de lá de dentro, provavelmente agoniado por estar em um ambiente fechado; pelo que parecia, ele já havia chocado há alguns minutos, mas com toda a barulheira da atração e do público, o treinador não havia percebido. Depois de sair para respirar, o pequenino parava e ficava olhando ambos treinadores, quietinho porém um pouco assustado.

Para onde seguiriam agora?