Pokémon Mythology RPG
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When the bonds are good, the rest don't matter

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“O mundo é dos mais fortes”... francamente, encontrar uma placa como essa logo após sairmos daquela tenda era uma tremenda ironia. Assim que viu aquelas palavras, chamativas o bastante para serem notadas à distância, Yoshiro virou a cara, recusando-se a olhá-las. Eu fiz o completo oposto. Fiquei fuzilando aquele letreiro com os olhos, tanto que nem reparei quando passamos pela placa do tal Dreamy Lake. Não que alguma advertência escrita fosse necessária - a grama e as árvores de folhas cor-de-rosa eram indícios bem difíceis de se ignorar.

Não sei se devo ficar mais impressionado pela coloração daquele capim ou por ele ser tão traiçoeiro. No início do caminho, crescia timidamente, mal me cobrindo as patas. Conforme fomos adentrando na trilha, contudo, tornou-se tão alto que eu estava quase me afogando lá dentro. Sentir aquelas plantas pontudas roçando nas minhas barbatanas era angustiante, e eu não conseguia enxergar um palmo à minha frente! Tive que avançar entre saltos e pulinhos, pois não tinha condição de andar ali, até que Yoshiro ficou com pena e me pegou no colo. Como é difícil a vida de um anfíbio que só queria esticar as patas...

Alguns vagalumes voavam ao nosso redor, iluminando o percurso e chamando a atenção da minha treinadora a cada movimento que faziam. Embora ela ainda estivesse com um olhar tristonho, denunciando que seus pensamentos continuavam com Aoi e Choco, era impossível não se encantar com um cenário tão mágico. As cores, as luzes, aquele aroma inebriante que tomava conta do ambiente sempre que as folhas caíam como chuva sobre nossas cabeças… tudo ali era encantador, quase hipnotizante.

Imagino que Ren e Laylah estejam gostando bastante desse lugar também. Tenho uma leve suspeita de que o menino gosta bastante de rosa… bem leve, sabe? E acho que minha humana estava pensando na mesma coisa, pois aproximou-se dele e lhe disse em tom brincalhão:

- Vocês combinaram? - Riu um pouco, apontando para os tons róseos que dominavam o lugar e que tanto pareciam com os fios do cabelo dele. Para a garota, talvez o rosa não trouxesse lembranças tão boas: era a cor que representava o último Contest, afinal. Contudo, se ela se incomodou com isso, não deixou transparecer. A caminhada continuou bem tranquila… até encontramos os cogumelos.

De tantas coisas nesse mundo… tinha que ser cogumelos?

Bem, digamos que nosso histórico com esses fungos não é dos melhores. Tanto que, ao vê-los, Yoshiro paralisou no lugar. Por uns longos instantes, apenas fitou um cogumelo particularmente grande, tensa demais para sequer reagir. Até que ele… acenou pra ela. Acenou!? O que raios está tem de errado com essa coisa?

- R-Ren! Ele… ele se mexeu! Se mexeu!  - A garota deu um pulo tão súbito que quase me derrubou, e depois foi se esconder atrás do outro humano, agarrando-se ao braço dele. Olhava para aquele cogumelo gigante como se algum tipo de monstro pudesse sair de trás dele… e, francamente, eu não duvidaria nada disso. Não seria a primeira vez. - S-Sapphi, será que são...

Não, não mesmo…”  Reunindo toda a minha coragem, andei até um deles para observá-lo melhor. Definitivamente, não eram os malditos cogumelos brilhantes que encontramos no labirinto… na verdade, não sei nem se são mesmo cogumelos. Desde quando cogumelo tem rosto? “Deve ser algum tipo de Pokémon.

Olhei para a minha treinadora e balancei minha cabeça negativamente, apenas aí ela começou a se acalmar. Diminuiu o aperto no braço de Ren, mas ainda assim segurou-o pela mão e começou a puxá-lo pra longe dali. Acho que ela preferia manter distância daqueles seres, só por garantia.

Enfim, chegamos a um lago bem peculiar. Tão belo que chegava a ser estonteante, coberto por folhas e pétalas as quais lançavam um aroma doce sobre o local. À essa altura, eu nem deveria ter me surpreendido quando vi a coloração da água. Mesmo assim, me causou um espanto tão grande que por um momento achei que fosse um sonho. Digo… como algo assim poderia ser real?

- U-uhn… perdão por aquilo, Ren… - Por fim soltou o rapaz, com o rosto já vermelho de vergonha pela forma como tinha agido. - É que cogumelos não me trazem lembranças muito boas. - Abriu um sorriso encabulado, torcendo para que não tivesse passado uma impressão muito ruim. Não deve ser legal quando o seu recém-conhecido coleguinha começa a te achar louca, né?

Ah sim, o templo. Quase me esqueci. Meio difícil não reparar nele, chamativo como é... de certa forma, parecia combinar muito bem com a paisagem. Os humanos se aproximaram de lá e leram o pergaminho que estava preso na parede em voz alta. Olha, ver “oferenda” e “templo” no mesmo contexto já é motivo suficiente para me fazer dar as costas e sair correndo dali. Infelizmente, minha treinadora era um tanto mais curiosa do que sensata. Aproximou-se da construção, lançando um último olhar a Ren e Laylah.

- Alguma ideia do que aquilo quer dizer? - Apontou para as palavras no pergaminho. Bem, independente do significado, ela parecia bem disposta a ir lá e acender uma vela, como as instruções diziam.

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A vontade de Ren era mostrar a sua força enfiando aquela placa por goela abaixo do homem que fora oferecer-lhe as tortas. Não poderia ser algo mais enervante e frustrante, ver aquilo depois daquela situação toda junto de Choco e Aoi.

Se poder e influencia eram o que importava, então bastava apenas que ele consquistasse o tal, não? Bem, falar era de fato fácil, mas o coordenador tentaria, de qualquer forma. Ele precisava. De sua própria maneira, é claro.

Ainda assim, poucos a poucos, ele foi deixando tais pensamentos em segundo plano: presentes, ainda, mas de lado. Afinal de contas, ele estava maravilhado com aquele paraíso cor-de-rosa. Um verdadeiro cenário vindo de um conto de fadas.

Da grama às árvores quase que albinas, chegando até os pokémon... Era incrível. Laylah também parecia estar entretida, aproveitando o passeio no colo de seu treinador. Ren riu com o comentário de Yoshiro. Realmente, não era sempre que suas madeixas combinavam com algum lugar.

Por falar na jovem que acompanhava o aprendiz de Lisia, esta acabou por surpreendê-lo um pouco. Ele de fato havia se surpreendido com os pokémon — eram belos espécimes de feéricos — mas não imaginou que ela teria uma reação tão... exacerbada.

Ah... Sim...? São pokémon. Nativos de Alola, se não me engano. Uns fofos! — disse ele, sorrindo. Depois, riu brevemente, balançando a mão; como que dizendo que estava tudo bem. — Acontece... eu acho. Eles realmente não são muito usuais.

Depois disso, Ren continuou a dar mais alguns passos, acariciando novamente a pelagem de sua Eevee, que parecia estar relativamente contente com o passeio, quando levando em consideração a situação na qual o grupo passara há pouco.

E bem... Havia como não ficar deslumbrado perante aquele cenário? O garoto ficou simplesmente sem palavras ao ver aquele lago. Inacreditável. A água rósea era incrível. Folhas, pétalas, o barco, a música ao fundo... Se o ideal da atração era fazer com que o público se sentisse dentro de um sonho, certamente estava dando certo.

Céus, até mesmo as nuvens e este mesmo, o firmamento, estavam coloridos não casualmente!

Havia um templo também; deveras notável. Tudo parecia indicar para que prosseguissem para ali dentro, então Ren não hesitou muito. Apenas em um momento em que notou que precisaria molhar os sapatos, mas tentou ir da forma mais delicada possível.

Lá dentro, mais mistérios indecifráveis, vindos do onírico de alguém realmente muito criativo. Havia um pokémon se aparência mística e poderosa, curioso, que parecia meditar. Aparentemente, era melhor não interromper.

Curioso... O rapaz percorreu os olhos sobre alguns pergaminhos e inscrições, infelizmente sendo incapaz de decifrar a grande maioria. Bem, na verdade, incapaz de ler todos exceto por um. Ele deixou seus orbes repousarem sobre o papel por um tempo, sentindo um arrepio em seu corpo ao terminar.

Bem, as instruções eram bem claras, não...? — Talvez o significado seja exatamente o que ele indica ser — disse ele, após refletir um pouco. Com isso, deixou Laylah no chão, para pegar uma vela e acendê-la com o fósforo. Tomou cuidado para não queimar a mão, e então pegou sua bolsa, com os olhos sobre a misteriosa figura por trás dos púlpitos.

Uma oferenda, é? Não tenho muito, mas talvez isso sirva — comentou ele, tirando da mochila uma barra de doces, já desembrulhando a mesma. Colocou-a aos pés da vela, e passou a olhar para Yoshiro, para tentar ver o que ela pensaria. Poderia não parecer grande, mas na verdade, o doce representava o trabalho que Ren e seus pokémon tiveram na reconstrução de Ecruteak.

Ele apenas esperava que bastasse, e que tivesse feito tudo corretamente...

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Yoshiro deixou que Ren tomasse a frente, ainda parecendo bastante intrigada com as escrituras no pergaminho. Não entendo o porquê, as instruções foram bem claras… apenas precisamos acender a vela e fazer uma oferenda, não é? O único problema é que não temos muito o que oferecer. Será que a entidade por trás disso tudo está aceitando panfletos?

- Bem, na verdade… eu estava falando desse final… - Comentou em um tom distraído, quase para si mesma, e releu em voz alta o verso referente ao futuro e ao passado. Por que ela está tão cismada com esse trecho…? Ele parece bastante normal pra mim.

Yo, deixe de paranoia. Não tem nada demais escrito aí.” Revirei os olhos para a humana e apontei para uma das velas. Ren já tinha acendido a dele, não seria legal se nós o atrasássemos. Por sorte, minha treinadora não insistiu mais no assunto, apenas suspirou e andou até o objeto indicado, formando sobre ele uma pequena chama com o auxílio dos fósforos que haviam ali.

- Não sei quem vai receber essas oferendas, mas espero que goste de doces. - E dizendo isso, tirou um Rage Candy Bar da mochila. Honestamente, não gostei muito da escolha… não acredito que quase morremos de trabalhar naquela missão voluntária para agora dar nossa recompensa assim. Ora, tirar aqueles carros do meio da rua não foi fácil! - Ah, olha... é igual ao seu! - Por alguma curiosa coincidência, era a mais pura verdade. Um breve olhar para a oferenda do garoto bastou para que eu notasse que era o mesmo doce. Será que ele esteve ajudando a reformar Tohjo também?

De qualquer forma, enquanto a menina apresentava sua oferta e colocava a vela sobre o púlpito, permiti-me observar melhor aquela figura que meditava tão calmamente ali perto. Será que é a guardiã deste local? Se for, ela deve saber o propósito deste templo e o porquê de oferendas serem necessárias. Senti o impulso de ir lá fazer-lhe algumas perguntas, contudo, ela parecia tão serena que não tive coragem de interrompê-la.

Apenas posso torcer para que os humanos tenham feito tudo certo, e que ganhemos algumas explicações logo.

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Com as oferendas postas e a curiosidade florescendo dentro do peito de nossos heróis, não lhe restavam nada além de entrar no barco, correto? Com um sussurro quase inaudível, Hatterene emitiu uma rósea energia de si, a qual como um feixe de luz recobriu todo o lago em uma única pulsação. Pelo que parecia era a própria psíquica a responsável por manter Dreamy Lake do jeito que é, até mesmo pintando toda aquela paisagem um tom de rosa mais escuro, como se estivesse reforçando aquele panorama sonhador. Um possível sinal de que estava tudo certo e que poderiam prosseguir.

O barco de madeira em si não era lá grande coisa. Parecia antigo, mas bem firme, com seus remos em ótimo estado de conservação e tamanho suficiente para ficarem confortáveis. Tirá-lo da beirada exigiu um pouco de esforço, mas nada demais, já que em poucos segundos estavam todos flutuando sobre as águas cor-de-rosa. Inclusive, um detalhe que passou despercebido quando observaram o lago pela primeira vez eram algumas flores aquáticas conhecidas como lótus que se distribuíam aleatoriamente por toda sua extensão.

Alguns minutos se passaram enquanto navegavam e a música que ecoava sabe-se-lá-de-onde funcionava quase como um mantra diante de todo aquele cenário sonhador. O rastro que os insetos deixavam enquanto voavam e reluziam toda aquela iluminação era certamente proposital, mas não deixa nada menos mágico; imagine diversas purpurinas douradas brilhando sobre o céu e refletindo a rosácea água.

...

Sem qualquer aviso o barco parou de andar, como se estivesse preso em alguma coisa e, por mais sombrio que pareça, gentilmente girou-se em seu próprio eixo para o lado contrário de onde estavam seguindo. Quando o fez, nas costas de Ren e Yoshiro estava a primeira surpresa de Dreamy Lake:

Sentado sobre a água e balançando seu corpo no leve ritmo da música estava uma criança de cabelos escuros, também de costas, mas que brincava com uma das flores antes mencionadas. Suas roupas consistiam de um macacãozinho jeans, com uma blusa branca sem estampa e duas meias coloridas. Ao perceber a presença de nossos heróis, voltou sua cabeça para trás, bem como seu corpo enquanto segurava a lótus em suas pequenas mãos.

E, finalmente, dava para ver que o pequeno lembrava muito Ren e parecia ter por volta de seis, sete anos. Envolvido em uma aura púrpura, seu físico era quase etéreo, beirando uma pequena opacidade, como uma lembrança personificada. O pequeno deu um leve sorriso, acenando todo sem jeito para o especialista. Se prestassem atenção, nossos heróis também perceberiam que a água abaixo da criança embranquecia até chegar no tom mais claro possível de rosa; um mero detalhe, mas importante de se mencionar, muito provavelmente significando a pureza de um infante.

Laylah alternava seu olhar entre o Ren que conhecia e o pequeno à sua frente, sem entender muito bem o que acontecia. Aliás, a criança aos poucos se aproximava do barco com as bochechas coradas e seu olhar brilhando curioso ao ver tanto Eevee quanto Mudkip, estendendo sua florzinha e oferecendo-a para ambos. Quando voltou sua atenção para Ren, ambos pares de olhos violeta se encontravam e nadavam um no outro como se um filme passasse na cabeça dos dois, até que um já conhecido grito abafado vinha debaixo d'água, estremecendo por completo a criança, que mudava seu semblante para uma expressão completamente aterrorizada. Aliás, aquele tom de voz o especialista conhecia muito bem: era a voz de seu pai, furioso, gritando pelo seu nome. Aos poucos a água foi ficando turva, saindo do tom claro até púrpura, emulando a repentina mudança emocional da criança.

Sem sequer se despedir o pequeno mergulhou na água.

E agora?


Progresso da Rota :



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Awards :

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Ren olhou para o pacotinho de Yoshiro, realmente intrigado. Será que vendiam aqueles doces em algum lugar por aí? — É verdade... — concordou ele, após analisar brevemente o pacote nas mãos da treinadora. — Os meus foram alguns presentinhos que ganhei ao ajudar alguns amigos que precisavam... — comentou então, abrindo um sorriso ao lembrar-se das crianças e idosos que ajudara em Ecruteak.

De qualquer forma, não se ateve muito ao fato. Afinal de contas, tinha muito mais coisas extravagantes, por assim dizer, para prestar atenção. Como por exemplo, o fato de que sua oferenda parecia ter sido atendida. Por mais impossível que parecesse, o lago fora do templo parecia ainda mais belo. O coordenador levou os olhos à pokémon por trás dos púlpitos, antes de finalmente descer para a beira d'água.

Até então, ele parecia ter interpretado o tal pergaminho corretamente, e estava confiante. Com um aceno entusiasmado, chamou Yoshiro, questionando se não deveriam entrar no barco então. Precisaram fazer um pouco de força, mas logo conseguiram colocá-lo sobre aquela tão bela e plácida água. Laylah parecia um pouco animada, então entrou no veículo antes que pudessem discutir o que mais fazer.

Bem, o especialista em feéricos não questionou, e subiu nele logo em seguida, oferecendo a mão para ajudar sua companheira a subir. Tomou então um dos remos em sua mão, perguntando a si mesmo se não ficaria cansado, remando por aquele lago. Bem, não custava nada tentar, certo? Além disso, a visão do lugar certamente pagava o esforço.

Ren ria com os monstrinhos que voavam ao seu redor, encantado. As delicadas flores que flutuavam sobre a água eram adoráveis também; e em um momento, o rapaz pediu licença para a moça ao seu lado, parando de remar. Então, esticou a mão para uma das flores mais próximas de si, pegando-a cuidadosamente. Em seguida, alojou-na sobre a cabeça da Eevee, que pareceu adorar o adorno.

Tomando o remo em mãos novamente, preparando-se para abrir a boca e proferir algumas palavras de admiração ao lugar, o coordenador foi surpreendido por nada mais, nada menos que o próprio barco, que recusou a ceder-se à vontade do aprendiz de Lisia, parando e girando. O rapaz lançou um olhar assustado para Yoshiro, como se dissesse "o que diabos está acontecendo...?"

Ele quase deu um grito, quando pôde ver que havia uma criança sentada sobre a água. Quantas leis da física aquilo estaria quebrando...? Mas então, subitamente pensou na Hatterene no templo, e fez um lembrete mental: aquilo não seguia lei nenhuma; a não ser as suas próprias. Como entusiasta de feéricos, deveria já saber que os pokémon, às vezes, são capazes de realizar feitos inacreditáveis.

Então limitou-se a admirar o garotinho à sua frente, pensando no quão adorável este era. Tal como Ren, também estivera a admirar as flores de lótus, tomando-as na mão e brincando. Em pouco tempo, o coordenador pôde notar que aquela não era a única semelhança que compartilhavam. Aliás, ambos eram de fato, muito parecidos, em aparência física e modo de agir. Talvez até demais.


Aquele era Ren Hughes. Pretérito imperfeito; ainda sendo.

O jovem emitiu um arquejo, em alto e bom tom, não sendo capaz de segurar este. Com uma aura brilhando ao seu redor, a criança aproximou-se do barco, pisando gentilmente a água. Quanto estava próxima o bastante, estendeu sua mão, ainda segurando a flor com que brincava anteriormente, da mesma forma que o Ren de cabelos rosados fizera, ainda há pouco.

Ambos se olharam, mantendo contato por um tempo relativamente longo. Aqueles olhos violáceos, nos quais o treinador tanto se vira anteriormente, olhando espelhos e telas, questionando a si mesmo todos os por quês que era incapaz de compreender. Sua infância subitamente viera à tona; a escola, os concursos, sua casa, a avó...

O mundo, naquele momento, era apenas de Ren e... bem, Ren. No instante em que o coordenador estendera o braço ao infante, a fim de tocá-lo, no entanto, um som aterrador cortou o ar, fazendo todos os pelos do rapaz arrepiarem-se. Fazia muito tempo que não ouvia aqueles gritos. Que não sentia aquele medo. Que não era paralisado, incapaz de mover-se ou pensar adequadamente.

Ainda com a mão esticada, viu o seu "eu" mergulhar, indo embora. Não podia julgá-lo, provavelmente faria a mesma coisa. Mas não, ainda não conseguia se mexer. A única coisa que seu corpo fora capaz de fazer foram as lágrimas. Percorreram todo o caminho alvo das bochechas, até encontrarem-se no ar, a cair e molhar o barco em que o jovem se encontrava.

Não era só a criança que tivera seu emocional afetado. O próprio rapaz também, incapaz de lembrar-se onde estava, com quem estava. Sinto muito, Yoshiro, mas Ren não estava em condições de sequer comentar o que fora tudo aquilo. Ele só recobrara os sentidos quando sentira a fofa pelugem de Laylah a roçar sua mão, mas ainda parecia em choque, limitando-se a acariciar a pequenina.

"Você controla a sua própria narrativa."

...

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Uma barrinha de doce definitivamente não é o que vem à minha mente quando alguém diz “oferenda”, mas parece ter dado certo. Com um sussurro que não consegui entender, a guardiã daquele templo emitiu uma aura cor-de-rosa que propagou-se por todo o lago, dando a ele um aspecto ainda mais magnífico que antes. De fato, esse lugar parece ter surgido de um sonho… isso me encanta ao mesmo tempo em que me deixa meio intrigado. Digo, sonhos são bastante imprevisíveis e traiçoeiros, não? Talvez essas águas escondam mais surpresas do que aparentam… Ah, estou pensando demais. Deve ser só a conversa de Yoshiro me subindo à cabeça. Estamos em um dos festivais mais aclamados de Tohjo, é impossível que haja algo perigoso aqui dentro.

Não nos restava muito a fazer, senão ir até a canoa. Ren convidou Yoshiro a segui-los com um aceno entusiasmado, ao qual a garota retribuiu sem a mesma confiança. Vi que, antes de sair daquela construção de pedra, seus olhos pairaram outra vez sobre o pergaminho, preocupados. Por fim, balançou a cabeça, como se tentasse espantar algum pensamento negativo, e acompanhou o treinador e sua raposa até a margem. Juntos, os humanos conseguiram colocar a pequena embarcação no lago, um mais tranquilo com a ideia de navegar do que o outro. Minha dona parecia bastante incerta, temerosa até. Sei que estar de novo em meio à água a assusta, ainda mais em um transporte tão frágil quanto uma canoa. Mas eu sou um aquático, oras! Já a salvei de dois afogamentos, não há risco comigo por perto.

Ei, Yoshiro, está tudo bem. Vá em frente.”  Subi no seu ombro e dei-lhe uns tapinhas leves para encorajá-la. Em resposta, ela sussurrou no meu ouvido as últimas palavras que eu esperava ouvir:

- Este é ainda mais belo do que aquele outro, não acha? - Seu olhar vagou pela água, cuja cor e brilho lembravam o de um cristal. Talvez este seja o maior tesouro desse parque… seria uma pena perder a chance de conhecê-lo melhor. Sei que minha humana concordava comigo, pois um sorriso se abriu no seu rosto quando ela aceitou a mão que Ren tinha lhe estendido, enfim parecendo mais calma. Quando os dois começaram a remar, a última frase da garota ainda ecoava na minha mente. Sim… ela tinha razão…

Infelizmente, não era apenas sobre isso que a minha treinadora estava certa. Alguns minutos de tranquilidade e deleite, apreciando a vista e brincando com as flores que por vezes flutuavam para perto do barco - não nos foi permitido mais do que isso. Alguns minutos, somente. O aviso de que algo estava errado veio de modo nada singelo: a canoa recusou-se a ceder ao impulso dos remos, embora os humanos tentassem impor toda a sua força a eles. E, para terminar de zombar dos dois, ela começou a girar no próprio eixo, virando-se no sentido contrário.

Psíquicos têm um senso de humor tão esquisito…”  Resmunguei, lembrando-me da feiticeira de chapéu que estava meditando no templo. Será que ela desistiu de encontrar paz interior e resolveu atormentar algumas pobres almas? Se esse for o plano, ela está se saindo muito bem - e os olhares assustados que Yoshiro e Ren trocaram são prova disso.

No entanto, as bizarrices não pararam por aí. Demos de cara com um garotinho, talvez por volta dos seus seis/sete anos, serenamente brincando com algumas flores. O único problema é que não tinha nada sob os pés dele, apenas a superfície límpida do lago. Eu me senti pessoalmente insultado. Por que eu não consigo fazer isso, enquanto um filhote humano consegue!? Ele pensa que é quem, Suicune?

Pensei seriamente em ir até lá informá-lo que pessoas não podem andar sobre a água como se fossem donas dela. Não é assim que funciona. Os humanos já são donos de tanta coisa - deixem pelo menos o poder dos elementos para nós! Bem, antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, a criança veio andando com um sorriso dócil e ingênuo em seu rosto, entregando para mim e para Laylah algumas flores assim que chegou perto o bastante. Foi um gesto tão doce que fez toda a minha indignação esvair-se.

Obrigado…”  Sorri para ele, agradecendo pelo presente. Aliás, esse menino me parece tão familiar… será que já o vi antes?

Ouvir o arquejo de Ren foi resposta suficiente. Os dois garotos se encararam e, naquelas vívidas orbes violáceas, o reflexo de um transpôs-se sobre o do outro. Aqueles olhos foram o que mais me chamaram a atenção quando o conheci… e, agora, tornaram-se também a prova definitiva de que eu não estava diante de dois garotos. Não… de alguma forma, era um único, e o mesmo.  

Quando passado e futuro colidem, o que se pode esperar? Eu apenas observei a cena, perplexo, até que um grito furioso cortou o ar. A criança mergulhou, levando consigo toda a alegria e a confiança que o Ren que conhecemos tinha demonstrado até então. Lágrimas escorriam pelo rosto do rapaz, e, embora eu mal o conhecesse, senti meu coração pesar por vê-lo assim. Não apenas o meu. Yoshiro também parecia bastante aflita pelo que presenciou, e a vontade de ajudar seu novo amigo colidia com o desespero de não saber como agir. O temor de piorar as coisas estava bem claro em suas feições... no entanto, ela era incapaz de ver o garoto naquele estado e não fazer nada.

- Ren… - Sussurrou, aproximando-se devagar do rapaz e colocando suas mãos sobre as dele. Inicialmente, não ousou um contato maior: sabia que aquela era uma lembrança íntima demais e não queria invadir muito o espaço dele. - Está tudo bem agora… ninguém mais pode te machucar. - O tom da menina era dócil e acolhedor, e seu olhar carregava uma ternura que eu não esperava ver. Embora estivesse nervosa demais para forçar um sorriso, dava para ver nos olhos dela que se importava de verdade com o treinador e que faria o possível para ajudá-lo, se ele assim desejasse. - Não se preocupe, estamos com você. E aposto que essa gracinha te defenderia até o fim do mundo se fosse preciso, não é? - Olhou para Laylah, acariciando de leve a cabeça da Eevee.  Sim, ela com certeza defenderia... esse é um sentimento que consigo entender.

Um pouco hesitante, talvez com medo de estar se intrometendo demais. Yoshiro colocou a mão no ombro de Ren para tentar transmitir a ele algum apoio. Se ele parecesse receptivo, provavelmente tentaria abraçá-lo - é algo que ela sempre faz, pois diz que nada traz mais conforto ao coração. Não sei se está certa, porém.... talvez valha a tentativa.

Olhei para os remos, jogados em um canto. Quando Ren estivesse em condições, teríamos que sair depressa dali... se tem uma coisa que aprendi nessa jornada, é que não se brinca com ilusões.


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Última edição por Hanakko em Seg 23 Nov - 3:00, editado 1 vez(es)

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E afinal de contas, havia alguma outra reação que ele poderia ter?

...Provavelmente sim; mas aquilo não era questionado. Aquela fora a forma com a qual seu emocional, despreparado como viera, encontrara para afogar suas angústias. Podia não ser saudável; muito menos racional, mas... Imagino que, assim como já citado; aquele lugar não dava muita importância para a razão.

Mas não era como se esta não existisse, também.

Estava apenas alojada em outro lugar. Tal qual uma consciência representada em contos de fada; a voz de Yoshiro ecoou pelo espaço, retumbando continuamente pela mente de Ren. O jovem parecia não estar realmente dando bola para os dizeres da, arrisco dizer, amiga; mas em fato escutava. Só precisava de mais um passo para retornar à normalidade, a casualidade na qual poderia por fim ser avaliado novamente.

E bem, esta veio, em concordância com a morena. Laylah estivera ao lado de seu treinador o tempo todo, inclusive sendo capaz de recobrar alguns dos sentidos subconscientes do coordenador. Faltava-lhe apenas fazer a escolha de deixar sua mente voltar à tona, por si mesmo. Por mais que tentasse controlar a história a qual tracejava, percorria cegamente caminhos tortos, ainda precisando de alguém para guiá-lo.

Era bastante reconfortante saber que o tal alguém estava ali, próximo e caridoso. Ouvir um choro manhoso da Eevee fora outra chave girando nas engrenagens da mente do rapaz. Ah sim, uma máquina defeituosa e carente de atenção; mas que tinha justamente nisso a sua beleza. Ren piscou repetidamente, forçando-se a fazer algo, de fato.

Começou por abraçar Yoshiro. Poderia ser precipitado, sim, mas a jovem fizera seu melhor para ajudar naquela tão bizarra situação. Ela não tinha culpa — muito menos obrigação — para com nada. E continuara ali, por ímpeto lídimo. Ele tentou forçar um sorriso. — Eu... Sim, você está certa... Desculpe. E também... Obrigado — proferiu, agora segurando as mãos daquela tão prestativa moça. Ele imaginava que não seriam todos os "estranhos" que ficariam ali por ele.

Ah sim, mais uma vez, admirou-se com a jovem cujos cabelos negros e pele alva recordavam-no uma lenda de princesas e maçãs. Torcia apenas que ninguém terminasse desacordado ali. Bem, nem mesmo da forma com a qual ele mesmo terminara, há pouco. Um fim relativo, desacordado em sentidos, preso em memórias.

Em seguida, tomou Laylah em seus braços, sorrindo para a pequenina. — Pois é. Como pude me esquecer? Agora eu tenho todos vocês. Agora tenho minha linda Laylah, não? — perguntou, docemente, apenas para ter certeza de que era ouvido. — Obrigado também, querida. Eu amo você — e com isso, depositava um beijo suave sobre a testa da raposinha.

Por fim, Ren deixou a pequenina sobre seu colo, e passou a olhar para o mesmo local no qual a criança de si mesmo afundara. Com um suspiro, tomou o remo em suas mãos novamente. — Vamos então? Não vamos chegar a lugar algum se não remarmos. Não adianta eu permanecer aqui, envolto em memórias e angústias doloridas — concluiu, colocando uma mão sobre o ombro de Yoshiro, quase como se dissesse "tudo bem, já passou."

O passado, que até então tocava o treinador suavemente; como um sonho do qual se tinha uma vaga lembrança — ou melhor, sensação de que esteve ali —, mas que o cérebro negava-se a recordar. Bem, hora ou outra ele precisaria, não? Enfrentar o passado; a si mesmo.

E por que não começar já?

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when the bonds are good
the rest don't matter
O quão fácil seria se memórias personificadas fossem somente isso e nada mais, não é? Se não trouxessem consigo toda aquela empoeirada angústia e lamúria uma vez enterrada dentro da camada mais profunda do íntimo, já quase irreconhecível de tão sepultada que o âmago a tornou. O arrepiar de pelos, o frio na espinha... Não somente a figura do pequeno como o grito da característica e furiosa voz faziam com que Ren se emocionasse com tudo aquilo que vivera não muito tempo atrás. Hoje o pavor e a tensão em relação a isso já não mais o assombrava, mas era inevitável sentir pelo seu antigo eu o quanto isso moldava sua consciência e como até hoje mexe com o seu psicológico. Uma cena tão simples, mas tão psicologicamente pesada, tocando Yoshiro que bastou ver a reação do especialista para entender do que se tratava.

Triste seria imaginar que isso era o que Hatterene e seus pergaminhos queriam dizer com "Não tenham medo de enfrentar o seu passado". A água, antes púrpura, tornava-se branca com poucos tons rosáceos, mutando-se em um único ponto em todo o lago onde a água beirava a ausência de qualquer tipo de cor, muito provavelmente com algum significado oculto e simbólico por trás de todo aquele acontecimento. Talvez quem narre não o compreenda, mas certamente alguém entenderia. Bastou o especialista colocar as mãos no remo novamente para que o pequeno emergisse mais uma vez da água, dessa vez no meio da poça de coloração diferenciada, nadando desajeitado até a beirada do barco. A criança estendeu a mão para sua versão mais velha, consentindo com a cabeça com um olhar determinado. Era evidente e a memória sequer conseguia falar, mas suas janelas violáceas diziam tudo aquilo que Ren desejava saber: queria um voto de confiança para que o especialista mergulhasse junto com ele.

Laylah, preocupada, exitou posicionando sua pata dianteira direita sobre o braço do seu treinador, parando para fitar a água e a criança por alguns segundos; sua expressão aflita aos pouco dava lugar a uma determinada, com seus pequenos olhinhos brilhando junto com o lago, erguendo-os para também fitar toda aquela paisagem. Por único momento, cerrou suas orbes, deixando que uma leve brisa que passava levasse seus pelos na direção oposta as que Ren os escova. Quando finalmente os abriu, piscou para o especialista, mergulhando para dentro do lago.

O que será que de tão interessante Dreamy Lake reserva abaixo da linha d'água?


Progresso da Rota :



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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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Awards :

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❁      houses won't fall

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National Park


Aquilo provavelmente era tão inesperado quanto todo o resto. Assim sendo, não era de todo estranho. Era quase como se alguém estivesse brincando com Ren: no momento em que este decidia manter-se firme e seguir adiante, fantasmas voltavam a assombrá-lo. Se bem que aquele tal fantasma parecia ter mais uma energia positiva — quase feérica — que uma negativa e sobrenatural.

E bem, com todas aquelas metamorfoses físicas e místicas do lago, o coordenador não parecia ter muita opção senão obedecer as forças superiores — ou então, inferiores — daquele ambiente. Não fazia sentido; tampouco precisava. Como se nada tivesse acontecido antes, o pequeno Ren tornou a aparecer sobre a superfície agora esbranquiçada do lago.

Desta vez, no entanto, parecia estar sendo mais direto e enfático. Apesar de ser — supostamente — uma memória, esta parecia também ser capaz de passar uma mensagem muito mais profunda e atenciosa. E naquele mesmo silêncio que eu esperava ter se formado mais uma vez, o aprendiz de uma Top Coordenadora se viu novamente diante de uma oferta — ou melhor, de um pedido.

Ele precisaria... mergulhar?

Ren direcionou brevemente seu olhar até Yoshiro, como que perguntando se haveria problema em sair. Sim, afinal de contas, por quê não? Ele tinha a sensação de que, se o lago fosse machucá-lo, já teria feito. Apenas temia que acontecesse o mesmo da última vez... Entrar em um estado de choque quando sob a água não deveria ser nada agradável.

Aparentemente, não seria ele quem faria tal decisão. Enquanto ainda olhava para a jovem ao seu lado, o especialista em feéricos notou algo estranho. Laylah. Ela havia mudado sua postura, como que tendo uma ideia, e considerando se deveria levá-la a sério. Quando abaixou a cabeça, Ren notou que a vulpina carregava uma expressão determinada; ainda que tivesse os olhos cerrados.

Antes que o rapaz pudesse perguntar o que se passava, ela abriu seus grandes orbes negros e saltou.

Sim, simplesmente pulou para fora do barco, tomando por Ren a decisão que ele tanto demorava a fazer. Ele não conseguia pensar na razão pela qual a raposinha faria aquilo, mas isso não era conveniente ao momento. Ele não tinha mais tempo para pensar. Não iria deixar sua querida monstrinha ali embaixo, sozinha.

Pensando nisso, ele também saltou. Direcionou um último olhar preocupado para a jovem ao seu lado, e então deixou a água tomar conta de si. Que o colorido do lago se misturasse com a diversidade de cores que o rapaz carregava dentro de si, então.

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Memórias são de fato insistentes: uma vez que emergem, continuam retornando em ciclos infindáveis, por mais que se tente deixá-las para trás. Pelo visto, as lembranças personificadas que surgem misteriosamente em lagos cor-de-rosa também seguem essa mesma regra. De forma tão inesperada quanto mergulhou, o pequeno Ren outra vez ousou se aproximar do barco, dessa vez deixando apenas a cabeça emersa. Seu olhar estava fixo na sua versão mais velha, tentando transmitir-lhe uma mensagem que inicialmente fui incapaz de compreender.

Bastou vê-lo estender a mão, contudo, para que o sentido se tornasse mais claro. Ele estava… querendo que Ren o seguisse? Ou isso é algum truque maquiavélico para afogá-lo, ou há algo realmente importante escondido nessas águas. Algo que Ren precisa ver. Naquele instante, os versos do pergaminho voltaram à minha mente como um angustiante flashback. “Não tenham medo de enfrentar o passado ou defrontar o futuro”... o mesmo trecho que intrigou tanto a minha humana. Na hora, achei que só fosse coisa da cabeça dela… agora, contudo, estou começando a me arrepender por não ter dado ouvidos à menina.

Diante de tão inusitada cena, o rapaz de cabelos rosados olhou para Yoshiro, como se pedisse a opinião dela. A garota tentou abrir um sorriso para tranquilizá-lo e assentiu, incentivando-o a ir em frente. Um pouco desnecessário, se me permite dizer, pois aquela decisão não coube a nenhum dos humanos. Laylah foi quem tomou a frente, saltando na água com uma coragem rara de se encontrar em um Pokémon tão jovem. Outra vez peguei-me impressionado pelo quão espirituosa aquela raposa era…

Com isso, estava decidido. Ren não poderia largar a pequena Eevee à própria sorte. (Se ele fizesse isso, eu mesmo o derrubaria do barco com um Water Gun). Apenas lançou um breve e último olhar a Yoshiro antes de mergulhar atrás de Laylah, logo sumindo em meio às cores vívidas daquele lago.

Espere aí… eles por acaso conseguem respirar debaixo d’água?

Oh céus…”  Bati uma pata em minha testa, frustrado por não ter pensado nisso antes. Eles não vão durar muito tempo lá embaixo! Se descerem demais, podem não conseguir voltar... É um risco muito alto, não posso permitir que façam isso. “Yo, espere aqui. Eu preciso garantir que eles vão ficar bem!" Corri para a borda da canoa e já estava prestes a pular quando alguém me agarrou pela barriga, puxando-me pra trás.

- Sapphi, não! - A garota gritou, prendendo-me em seus braços com toda a força que tinha. Não que isso fosse necessário. O nervosismo na sua voz, o qual beirava o desespero, me fez travar no mesmo instante. - Nós não podemos interferir…

Do que essa doida está falando? É claro que eu posso interferir! Até onde sei, sou o único com brânquias aqui.

- Pode parecer loucura, mas… eu realmente acho que esse é um desafio deles. Não nosso. Deve ser importante que cumpram sozinhos. - Seu tom agora era mais contido, como se estivesse tentando me acalmar. Apenas pude olhar para ela, incrédulo pelo que tinha ouvido. Então, qual é o plano? Deixar os dois se virarem lá embaixo, sem um pingo de ar nos pulmões?

Você tem razão… é loucura mesmo.”  Desvencilhei-me do aperto dela e caminhei para a borda outra vez.

- Estou falando sério, por favor… confie em mim. - Essas palavras, carregadas com uma estranha mistura de preocupação e fé, acertaram-me como um murro no estômago. Confiar? O que ela dizia não fazia o menor sentido para mim. Contudo… talvez não estivéssemos nessa situação se eu tivesse prestado mais atenção no que a menina queria dizer, em primeiro lugar.  - Eles vão ficar bem... Não vamos nos envolver, a menos que realmente precisem de nós. Entendido?

"Entendido." Suspirei, derrotado, e me afastei da extremidade da canoa. Fui deitar ao lado da humana, apoiando minha cabeça na perna dela. Sei o quanto essa garota tem medo da água… e, mesmo assim, ela parecia bem segura em seus dizeres. Talvez... talvez ela esteja certa dessa vez também... "Espero que tenha razão, Yo."

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