Missão Ranger: O ginásio não elétrico?

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Sckar entrava no ginásio da cidade de Vermilion no instante que um relâmpago atingiu a terra, casando com o apagão na construção. O patrulheiro olhava para fora e nenhuma outra casa ou prédio da cidade estava sem luz. Se ligasse para a gerência do hotel - ou até mesmo para Will Allstar que estava por lá - descobriria que tudo estava normal, como sempre.

Ele foi bem recebido pelo aprendiz que estava na recepção, mas o guri não teve a chance de responder o patrulheiro, pois algo mais acontecia.

-- Porra! De novo? - Sckar escutava uma voz arrogantemente reconhecível vindas do fundo da casa elétrica de Vermilion. - É melhor alguém resolver isso logo se não teremos que fechar as portas! Até lá o karaoke das noites de quintas estão canceladas!!

Da escuridão ele surgia com um flash do seu fiel Raichu, apoiado sobre sua cabeça. Ele guiava uma menina para fora do ginásio, pedindo desculpas pelo incômodo, dizendo que naquelas circunstâncias seria impossível continuar com o desafio dela. Em um momento ele encarou o jovem Akuma e franziu a testa, irritado com o que via.

-- Tu de novo moleque? - Surge dizia aos berros, claramente havia marcado o rosto de Sckar - O que quer dessa vez? Não já venceu o ginásio?

Surge estava pronto para dar uns cascudos em Sckar a depender da resposta. O aprendiz que estava ao lado dele? Fugiu ou se camuflou na escuridão, porque não tinha ninguém mais com ele para ajudar a enfrentar a ira do chefe.

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-- Os Rangers só podem esta de sacanagem! - O tenente batia na própria face como se não acreditasse no que via e ouvia. - Olha só, eu não to com paciência pra você Akuma. Eu mesmo já chequei todos nossos circuitos e mandei ficarem de vigia nos horários que costumam cair a energia e nada! Se você resolver isso eu até te dou alguma atenção, até lá o Virgil ou a Thalia podem te ajudar no que precisar.

Ele, puto como sempre, saía de cena com o Raichu fazendo massagem em suas têmporas enquanto reclamava que era mais fácil na guerra, onde podia explodir coisas sem muita preocupação.

Virgil e Thalia tinham entre 16 e 15 anos. Não eram adultos, mas também não estavam na fase da pré-adolescência como Sckar. A diferença era que os aprendizes do líder tinham um olhar mais "de boa" com a vida. Virgil era um rapaz negro de olhos bem enérgicos que usava roupas azuis e amarelas com a insígnia do ginásio como símbolo de que servia ao ginásio. Ele parecia ser divertido e compreensível, mas não arrumava desculpas para Surge, apenas prosseguia dando algumas mais informações:

-- E aí cara, suave? Então, a falta de energia geralmente acontece nos horários de refeição... Tipo, perto do meio dia e das seis da tarde, mas como hoje tinha alguém de vigia nada aconteceu, daí uma desafiante apareceu, a gente teve que fazer um rodízio pra atender ela e agora caiu de novo...

-- É, eu tava de vigia! - Thalia, com temperamento um tanto mais explosivo interrompia Virgil. - A gente já tentou de tudo, até instalamos câmeras depois de imaginar que pudessem ser ataques, mas elas perdem a energia antes de captarem alguma coisa.

Thalia era mais rebelde, ainda que disciplinada quando precisava - lembrando um pouco mais a personalidade do líder - mas tinha um gosto mais punk-rock usando jaquetas de couro e luvas de borracha, com seu cabelo bem espetado.

--Pois é maninho, até mesmo nossos geradores perdem a forma minutos depois de serem ligados. Isso ta MUITO chato!

-- E o Surge sem a noite do karaokê? Nossa é um pesadelo no dia seguinte. - Thalia lembrou de um episódio quando quebraram os microfones e todos tiveram que limpar o ginásio por dentro e por fora como se estivessem no exército. - Um de nós pode te ajudar a investigar, mas o outro precisa dar conta de resolver algumas tarefas.

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-- Se a gente tivesse visto alguma coisa, teria dado conta. Certeza! - Thalia respondia um pouco ofendida com a pergunta do garoto, revirando os olhos ao ser questionada sobre seus Pokémon. - Todo seu, Virgil.

Ela dava as costas e ia cuidar das tarefas que comentaram anteriormente. O negro dava de ombros e começava a andar na direção oposta, acendendo uma lanterna que carregava no bolso, o que mostrava que já tinham se acostumado e andavam preparados.

-- Cara, isso é meio pessoal. Tipo, todo mundo que está no ginásio tem pelo menos um companheiro elétrico, mas quais são e tudo mais não é da sua conta, ta ligado? Ainda mais tendo o Surge como tutor.

Virgil parecia menos chateado com isso, mas ainda assim sentia-se num interrogatório. Para ele não tinha sido muito legal a intromissão de Sckar quase insinuando que um deles pudesse estar por trás dos eventos.

Chegando a uma espécie de armário/sala, Virgil destrancou as portas e mostrou o que o patrulheiro Akuma procurava investigar.

-- Taí os geradores. Precisa de mais alguma coisa?

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De braços cruzados, Virgil observava Sckar como se tentasse descobrir se era a real intenção dele ou se só estava arrumando uma desculpa que viria a calhar.

-- Hm... Boto fé. Só tenta ser mais claro quando tiver uma ideia, porque nem todo mundo ta pensando como um detetive, ou sei lá. - Ele agora colocava os braços apoiados na cabeça, mais relaxado e assumia - Eu treino Magnemites. Gosto que são parte metálicos. Ganhei até uma Togedemaru de presente de um colega que viajou pra Alola.

Akuma agora que chegara nos geradores de energia procurava analisar minuciosamente o quarto. Ele gastava bons minutos olhando as portas, o chão, os componentes metálicos, os fios... Sim os fios! Não que algum estivesse cortado ou rompido de alguma forma mas tinham sim marcas de mordidas ao longo do cabo de força e eram do tamanho do polegar de Sckar. Seria aquilo uma pista? Se sim, o que ele faria com iss?

-- Eai, encontrou alguma coisa? - Virgil estava curioso em saber, pela demora do patrulheiro.

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Virgil semicerrava os olhos tentando descobrir se Sckar tinha a idade que aparentava ou se era um velho disfarçado, porque pelo linguajar poderia facilmente confundir qualquer um. Ele não usava gírias como os moleques que conhecia e ainda flexionava os verbos corretamente. Sério. Que criança ou pré-adolescente fala tão politicamente certinho assim? Talvez ele fosse filho de mãe que ensinava em casa e fosse super protetora. Virgil conhecia alguns desses garotos e eles não tinha senso de socialização.

-- Meu Togedemaru ainda é filhote, então não sai de perto de mim, mas tem muitos aprendizes com Pichu por aí, né? Ele é o mais comum de Kanto e o próprio Surge tem, tipo, um Raichu!

O negro dava uma olhada nas imagens que Sckar tirava com seu aparelho quando a luz voltou do nada. Ele olhou para cima, mas não fez alarde nenhum, apenas devolveu o equipamento de Akuma questionando:

-- Você acha que isso é alguma coisa? Tipo, uma pista? Será que estamos tendo uma praga de Rattata?

O garoto parecia um pouco mais preocupado agora. Talvez porque tivesse nojo e roedores?