Rota I - Froste

O primeiro pokémon havia sido derrubado. Restava apenas o frágil Cyndaquil. Froste sorriu vitorioso ao ouvir o comando do treinador adversário, o desespero de claro de alguém que se recusa a aceitar a derrota. Corrigiu sua postura, até então, desleixada e dirigiu-se a seus pokemons:

- Houndour use Leer duas vezes, Corphish use Water Gun duas vezes.

Surpreendeu-se com dois fatores: Cyndaquil não sucumbiu e, ainda por cima, revidou poderosamente. Nunca presenciara determinação em pokémons, essas criaturinhas, embora abundantes, eram para um Froste um mistério tão distante quanto os próprios seres humanos. contudo em seu âmago sabia que determinação não seria suficiente. As palavras “arma” e “secreta” não surtiram efeito algum, entrecortaram o espaço e se perderam no vazio. Disposto a aceitar a derrota de Hondour em prol da vitória entregou o comando estendendo o braço com violência:

- Houndour Smog duas vezes e Corphish continue com Water Gun!

No primeiro clarão, quando a eletricidade se manifestou no campo de batalha, Froste tremeu, sua confiança esboroou e a vitória, até então garantida, distanciou-se como a mulher que rejeita. Entretanto, Corphish e Houndour mantiveram-se de pé reivindicando, com pesar, a vitória. O treinador respirou aliviado, contudo não sabia se poderia ir ao centro pokémon, trazia consigo apenas uma poção e ambos seus pokémons estavam extremamente cansados e danificados. Ignorou o adversário, guardou Corphish em sua pokebola e procurou algum dos responsáveis pelo evento. Assim que encontrasse perguntaria:

- A final vai acontecer de imediato? Vai ser dado um tempo para os pokemons se recuperarem?

Se fosse possível seguiria o mais rápido possível até o centro pokemon.

Convidou Houndour a arena e, imediatamente, libertou Corphish de sua pokebola.  Ao observar os pokémons adversários percebeu que poderia lograr êxito maior que na batalha anterior . Temia somente a Chicorita que poderia derrubar Corphish com facilidade, contudo, Houndour poderia derrubar os dois monstros adversários com igual desenvoltura. Ostentando um sorriso largo, exuberante, se aproximaria do adversário e o cumprimentaria, a primeira vista, soaria como um gesto amistoso, exceto pelo olhar superior, frígido, embebido de confiança desmedida, o olhar do algoz. Feito isso, pediria ímpar e colocaria dois dedos.