Pokémon Mythology RPG
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Trainwreck

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PACIFIC REEF
trainwreck
OFF :


Essa não era a primeira vez que eu visitava Acapulco. Minha primeira passada na cidade foi quando precisei utilizar de seus serviços de Move Reminder, a certo tempo atrás; era bastante atrativa, isso poderia dizer com toda certeza, mesmo sem passar tanto tempo nela. O grande farol que movimentava a economia e o turismo ecológico local, junto do grande complexo de corais que ficava logo a costa direita, eram um chamariz e tanto para qualquer um que passasse, e ativava a curiosidade de todos, inclusive de mim mesmo.

Eu sempre adorei coisas históricas, arte, museus, cinemas e teatros sempre foram o que mais me chamaram a atenção, por ser um grande garoto da cidade. Lá atrás, em Castelia, eu vivia nas exposições de Burgh, o grande artista, líder do ginásio da cidade, e amigo próximo de meu pai, que já trabalhou com ele por certo tempo como sócio. Claro que eu não tinha nenhuma conexão com ele além da ex-trabalhista dele e de meu velho, mas eu poderia dizer para qualquer um na escola que eu o conhecia, e ninguém poderia me refutar. Depois de grande, transformei as exposições de pinturas e esculturas em desfiles de moda, e passei a me apaixonar pela arte visual ainda mais.

Não só admirar, agora, eu queria produzir. E foi aí que eu comecei a treinar em casa.

Meu pai, sempre me apoiou; afinal, ele era o artista da família, gostava que eu tivesse uma veia artística e que desenvolvesse ela. Comprava rios de tecidos para mim, uma bela de uma máquina de costura, industrial e moderna, moldes e materiais que eram dignos de boas empresas de alfaitaria, tudo para que eu seguisse seus passos; enquanto ele me estimulava a imaginação, minha mãe, me ensinava a como administrar tudo isso. Como transformar tudo isso, em dinheiro. Como fazer do trabalho algo a ser levado a sério, acima de todas as outras coisas, e que se aplicava desde o mais humilde, até o dela, CEO de uma grande empresa. Pra ser sincero? Sempre tive proeza pros dois lados, orgulhava os dois.

Mas essa história não é sobre moda, é sobre um rapaz, com seis Pokémon, perdido na beira de uma costa, sem saber como atravessar para chegar a seu destino. Ok, vou recapitular, talvez com melhor descrição de tudo o que aconteceu, desde que cheguei ontem a noite no Centro Pokémon, a história fique melhor esclarecida.

Foi assim:

Meus pés pousaram na bela cidade de Acapulco uma vez mais, com Wimber ao meu lado, prestativo como sempre, feliz por poder voar sempre ao meu lado; diferente dos outros Pokémon, ele era o que passava mais tempo comigo, já que era ele quem me carregava para todo e qualquer lugar. Isso me fez crescer mais próximo do morcego, eu sabia como ele se sentia, sabia como reagiria em situações específicas, mas não conseguia descrever isso de uma forma precisa... eu o conhecia? Talvez não, talvez eu não conhecesse nenhum de meus Pokémon com tanta proximidade quanto eu gostaria, mas poderia mudar isso. Eu segui, depois de retornar o monstrinho, para o Centro Pokémon; lá, deixei os seis para serem cuidados pela enfermeira e sua ajudante, e fui para um dos quartos alugados dali.

Era tudo bastante familiar. Por mais que os CPs tivessem suas diferenças em algumas cidades, no interior, todos eram o mesmo, e por isso, sequer senti estranheza ao entrar e deitar naquele lugar pela primeira vez. Talvez porque não parecesse a primeira vez, ou simplesmente porque eu estava cansado demais para pensar em qualquer coisa; foi um dia difícil, corrido e cheio de derrotas que me deixaram mais pensativo, como de costume. Eu tinha certeza que algo na minha cabeça desligava as vezes, e eu perdia minha completa noção de como se batalhava, o que resultava em derrotas, e me deixava mais frustrado ainda, comigo mesmo.

Tudo isso eu pensei, deitado na cama que me fora cedida, enquanto aguardava pelo jantar. Respirei fundo, sentando na lateral da cama e observando o chão por alguns segundos; porque eu estava aqui? Eu tinha mesmo uma vocação para isso tudo? Eu poderia estar feliz como um bom estilista em Unova agora, mas porque escolhi a vida de nômade? Perguntas demais, respostas de menos. Quando finalmente me levantei, segui para o banho, quente, demorado, e bastante reflexivo, continuando a vibe anterior. Não demorou tanto para que eu terminasse de me higienizar e estar pronto para sair, mas eu simplesmente... não queria, sabe? Não estava deprimido, mas também não estava "feliz". Só pensativo.

Depois de tomar coragem para deixar o lavatório, me troquei com uma vestimenta bastante confortável, e segui para a área de alimentação. O jantar foi mais rápido, comi com bastante velocidade, como de costume. Ao menos isso ainda me deixa bastante satisfeito e feliz, até com um sorriso nos lábios pelo belo sabor que a comida dali tinha. Depois disso, o que se sucedeu foi mais simples; deixei o lugar, deitei na cama, e adormeci. O dia seguinte seria conturbado, mas de um jeito positivo, de um jeito que eu gostava. Tinha objetivos a cumprir, e estava pronto para eles... Ao menos era o que esperava.

Pela manhã, eu já estava trocado por volta das seis, com uma bolsa equipada de tudo que eu fosse precisar para o lugar onde eu iria; bastante água, uma troca de roupas, lanchinhos para o dia, suficientes para comer cinco ou seis vezes, algumas pokébolas, poções e outros itens de treinador mais específicos. Algumas outras coisas também poderiam ser encontradas, mas que eram a princípio irrelevantes, e que eu provavelmente citaria como se fossem importantes caso as precisasse em alguma situação exclusiva. Bem, estava pronto, com uma roupa mais apropriada para exploração; galochas de uma lojinha que eu gostava bastante em Nimbasa, brancas de couro vegano e com estampas de flores; uma calça preta, daquelas com a barra menor do que deveria, curta o bastante para ser charmosa, longa o bastante para me proteger dos mosquitos. O restante do look era basicamente minha camiseta preta de sempre, e um belo óculos de sol, com um chapéu típico de praia, mas não nos modelos bregas de sempre.

Eu estava completamente preparado para o que encontraria no Pacific Reef, só não esperava que não conseguiria chegar até ele. Quando saí do quarto, passei na Enfermeira Joy e peguei meus monstrinhos de volta, agradecendo pelo tratamento e entregando as chaves do quarto; meus passos me levaram para fora do Centro Pokémon, passando pelo grande farol e indo até a base da praia, onde eu encarei o grande recife de corais, sem saber como chegar até lá. Wimber poderia me carregar, mas eu não saberia onde pousar, ou como explorar... Não, teria de perguntar pra alguém local; me dirigi até as docas, e comecei a caçar alguém que pudesse me ajudar. Alguém que pudesse me levar até lá, ou simplesmente me dar informações de onde parar, exatamente.

Tinha que ter algum pescador desse tipo por aqui, né?

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OFF: Oi, amor da minha vida <3

Apesar de forte, não é errado dizer que Lukas é novo nessa vida de treinador. Passou a vida toda na costura e na arte e encontrou certo talento e apoio na vida de mono-poison. Talvez crescer muito rápido seja bom, mas temos um problema aqui: o garoto cai de paraquedas num território que nunca pisara antes. Nem podemos dizer que ele engatinhara por aqui antes; Luke nem sequer sabia o que era treinar a alguns meses atrás, e agora era fortíssimo, e as tarefas que eram atribuídas a ele era... dificílimas?

Nasceu em Unova, cresceu em Hoenn, viu o emergi de Tohjo e foi para lá. Precisou rever suas noções de empreendimentos em Cerulean, viu espécime raríssima no National Park e desistiu em Pewter. A primeira desistência dele seria resolvida... fingindo demência?! Bem, parece que sim.

Mas se tem uma coisa que o garoto deveria aprender, é que na vida de treinador, não se apaga os erros. É mais fácil viver com eles do que fingir que eles não existiram... e porquê eu estou falando isso?! Bem, pelo primeiro erro de Lukas: não estudar o Pacific Reef antes de pisar aqui.

Primeiro te darei os fatos. O coral... não são todos os corais que são assim, mas este coral, ele é bem parecido com os corais de foz. Se formos traçar um paralelo com o mundo real, ele é bem mais próximo do coral na 'Foz do Amazonas' do que o 'Pacific Reef' em si. O material orgânico arrastado do continente por águas frígidas, nortenhas & doces se encontravam com o oceano salgado daquela região e... puf. Um reboliço de vida.

E cor também.

O chão daquele espaço não era só rico de diversas espécies, era rico de cores, rochas, algas e plânctons. Disso eu tenho certeza que Lukas já sabia... o que Luke não cogitou é que o encontro daquele riozinho não fazia muito sentido... bem, Acapulco não tinha um rio grande o suficiente para arrastar TANTO material orgânico. Não para fazer um landmark tão rico e vasto assim.

Então como?!

Talvez ele devesse ter sobrevoado com Wimber, ou apenas lido sobre. Apesar do acesso mais simples ser por Acapulco, o Pacific Reef era formado pelos rios que corriam o cais de Lavander, alimentados na Rota 10. Além deste rio, havia ainda os dois rios de Cerulean, que também cortavam pelo Leste e desembocavam ali. Se não bastassem os quatro rios, uma fonte d'água rica, na reserva ao sul de Acapulco, também desembocava na área.

Tudo isso tornava a 'costa' do coral um grande Rizoma. Não era um rio ou dois, eram cinco pequenas/médias foz de rios. Água que cortava norte, centro e sudeste de Kanto. Você tem noção do quanto isso contribui para a riqueza do Pacific Reef?! Pois é, isso também contribuiria pra completa perda de sentido de Luke. Ele poderia começar por onde quisesse: pelos pequenos mangues formados na região terrestre ou pela costa esburacada, de chão arenoso. Poderia tentar subir parte dos rios e estudar o encontro das águas... ou o ponto mais ao fundo e longínquo, próximo da linha do horizonte, no alto-mar.

Mas pra chegar ali ele teria que mergulhar.

E para resolver esse problema, tinha uma outra questão que Luke só saberia se tivesse estudado um pouco mais. O Pacific Reef - após a recontrução de Tohjo - é uma área de constante conflito político. Com a vinda da chuva, a área ficou ainda mais cheia de vida que o normal... Mareanies, Wimpods, Frillishs e outros pokémons completamente incomuns à área encontraram em Kanto uma casa. Junto deles, alguns materiais essências para produção (e criação) de fármacos, jóias, armas e dispositivos eletrônicos poderiam ser encontrados lá. Certo momento um rumor de combustível fóssil caiu na mídia, mas seja por fake news ou abafamento, os resquícios dessa informação logo foram apagados.

Enfim, a questão é que Acapulco é um cidade turística recente e fraca. Seu direito sobre o coral se limita à proximidade territorial. Sienna tem certa influência por toda Tohjo. Lavander não é uma cidade desenvolvida, mas tem uma influência histórica em Kanto, sendo uma das cidades mais velhas da região. Cerulean tem domínio e responsabilidade pelo tratamento e proteção de metade dos rios de Johto.

No fim, são quatro grandes distritos brigando pelo direito político do Pacific Reef, então pisar no Pacific Reef depois da inundação de Tohjo é basicamente pisar num tabuleiro de War 4. Um lugar repleto de construções estratégicas. Além dos vários riachos, a paisagem ao fundo da linha do horizonte foi enfeitada com um bocado de ilhas artificiais. As ilhas tinham vários nadas; nada além de pistas de vôos & aterrizagens e alguns prédios baixos e leves para estudos, pesquisas e vivência curta.

Ilhas artificiais servem para dar ao 'dono' um direito á territórios marítimos. Se você construir em um território 'sem dono', ele passa a ser seu.

Enfim, aterros, aterros e mais aterros. Pescadores? Definitivamente não. Estes se limitaram as costas e ao rio; Acapulco ficara cheio desses. No Pacific Reef?! De jeito nenhum. Nenhum distrito tinha poder sobre o local por hora; sendo assim, nenhum estado poderia exercer função econômica até isso ser resolvido.

Quer dizer... até poderia, mas não seria bem quisto.

No mais, Seth veria um bocado de cientista para lá e para cá. Barquinhos de pesca não eram comuns, mas os botes que levavam a pequenos-navios industriais?! Ai sim. Ainda que não conseguisse focar no plano inicial a priori, ele poderia começar pelo mangue ou pela a costa... As ilhas seriam um pequeno desafio que Wimber poderia lhe ajudar. Para além disso, ele era um membro da Requiem e talvez isso lhe desse certa credibilidade na ilha artificial de Cerulean, né?!
O problema era saber qual ilha seria de Cerulean... ou melhor, como saber dessa história toda aos 45 do segundo tempo?! Era óbvio que, ao chegar lá, Lukas entenderia que aquela não era a área de pesca que ele imaginou, mas como entender todo o jogo político em cima disso?! Mais cedo ou mais tarde ele teria que descobrir.

No mais, Wimber reclamou do sol desnecessário da manhã, voando alto, procurando uma sombra próxima. Apesar de não gostar de se afastar muito de seu treinador, ele se via na necessidade de fazer. Alçou voo para fora da praia e fora até as estruturas rizomáticas do mangue mais próximo (o da foz de Acapulco). Fincou suas patas nas raízes altas a beira do rio, rodopiou 180º e ficou de cabeça para baixo, encaixado-se perfeitamente entre as raízes, guardando suas asas e fechando seus olhos. Ficaria ali até seu mestre decidir o que fazer.


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O Mahiro é o melhor do mundo <3

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PACIFIC REEF
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Ok, talvez eu devesse ser mais sincero com você, leitor. Eu não-não estava sentindo nada, na verdade, pelo post anterior da pra se dizer que muita coisa ta passando pela minha cabeça, mas esse "muita" é incapaz de dizer o quanto realmente ta me afetando. Talvez fosse isso o que me deixou... Despreparado? Não sei, sei que eu nunca fui muito desorganizado, apesar de tudo, e eu achava que estava pronto para conseguir atingir meus objetivos no Pacific Reef com apenas uma lida em um cartaz de turismo e uma bolsa com mantimentos.

Claramente não estava.

Eu estava abalado, psicológica e fisicamente. Desde o FanFest, mas não sabia dizer bem o porquê. Meu começo de jornada foi repleto de vitórias, em partes por conta de Winnie e Nicholas que sempre me ajudaram, mas em partes por méritos meus também; não tem como eu deixar de lado minha determinação e força de vontade, e jogar tudo nas costas dos dois. Não, não adianta um Pokémon ser forte se ele não tiver um treinador forte do lado, e eu posso confirmar que fui forte desde o início, tanto para domar o poder tremendo que Haunter tinha, quanto para usar isso a meu favor e amplificar para meus outros Pokémon.

Mas nem tudo eram flores, e de um tempo para cá, eu decaí. Não é como se eu tivesse uma marcação exata de quando comecei a me sentir deslocado do mundo de jornadas, mas posso garantir que o início das derrotas foram no FanFest, contra o Sableye. Minha batalha com ele foi... Tensa, eu perdi por culpa minha, e unicamente por isso. Se eu tivesse tirado o item de Gengar, provavelmente teríamos ganho, assim como aconteceu depois, contra o Grão-Mestre, e depois, em Pewter. Eu não fiquei de luto por minhas perdas, mas talvez não ter digerido isso me deixou assim, apático.

Eu não estava sendo sincero, de fato, mas não estava sendo comigo mesmo. Não me permiti sentir o sabor da derrota, aprender com os próprios erros e melhorar; não, eu batia a cabeça, esquecia do que havia acontecido e permanecia seguindo como se nada houvesse. Era o jeito errado de superar, eu sei, mas era o mais fácil também. Não preciso lidar com o problema se ele não existir, não é? Pois bem, o momento de lidar com minhas lembranças-não-superadas estava chegando, e eu sentia que teria um surto no meio do grande recife corais.

Pelo menos era um lugar bonito, né?

A resposta para minhas preces não foi atendida, na verdade, posso dizer que um grande balde de água fria foi jogado no topo de minha cabeça, e agora não parava de cair. Eu não tinha noção do tamanho político que era o landmark, não fazia ideia da grande guerra de distritos que assolava o lugar, e sabia menos ainda de que Acapulco era tão... precária. Eles não tinham condição de lutar pelo próprio lugar, mesmo sendo os mais próximos territorialmente, a maior parte do ponto turístico era comandado por Sienna ou Cerulean, duas grandes cidades que também tinham participação em coisas mais sombrias do continente.

Ok, eu realmente não sabia de nada do que acontecia por ali, e não tinha ninguém para culpar além de mim mesmo. Talvez ter lido um pouco mais a fundo sobre a história da cidade antes de ter vindo para cá certamente teria sido uma boa ideia, mas agora era tarde, e eu não iria chorar pelo leite derramado. Se tivesse de procurar por um lugar seguro, provavelmente aqueles cientistas teriam como me informar; afinal, eu também era um entusiasta a ciência, e estava ali para isso também. né? Eu até tinha aval de uma líder de ginásio, o que deveria me deixar um pouquinho mais importante, imagino eu.

Mas não dava para jogar tudo nas costas de Janine, eu teria de lidar com o problema com minhas próprias soluções, e envolver o menos possível a líder nisso. Vai saber o que os outros territórios vão achar se souberem que até mesmo Fuchsia está querendo estudar as espécies locais? Certamente causaria um alvoroço ainda maior, e encheria a ninja de perguntas desnecessários.

Não, eu tinha de dar um jeito mais... Prático, pra fazer tudo isso. Talvez envolver a Requiem fosse uma boa ideia. Nós éramos bastante influentes em Cerulean, e tenho certeza que os pesquisadores ficariam felizes em saber que mandamos alguém para colaborar com os trabalhos de campo. Né? Bem, esperava que sim, não era a melhor das soluções, isso era um fato, mas era o que me restava por agora; sair invadindo qualquer pedaço de terra com dono certamente era uma possibilidade muito pior, e eu não estava no clima para ser preso hoje. Ainda mais por crime ambiental.

Bem, o que me restava por agora era... Esperar? Esperar por algo que nem mesmo eu sabia o que era, e Wimber menos ainda; eu sabia que a luz do dia o incomodava, então não reclamei quando ele se afastou para ir descansar numa árvore próxima. Morcegos. Minhas opções me resumiam para os cientistas, alguns aparentemente mais receptivos do que outros, mas certamente todos bastante ocupados; se eu tivesse de tomar um cuidado nesse momento, seria o de não dar informações demais para a pessoa errada. Era uma cama de gato muito grande e eu não queria me envolver com tamanha profundidade no meio dessa briga. Não, queria ficar o mais longe possível disso, e me envolver apenas quando o objetivo de minha missão estivesse em meu alcance.

Deixando Crobat ainda cochilando, eu resolvi que deveria me aproximar mais da costa. Eu tinha ciência da conexão entre os Corsola e os Mareanie, sabia que eles tinham certo predatorismo com relação aos nativos, e talvez começar procurando por uma dessa espécie poderia ser uma boa ideia. Quer dizer, não é como se eu estivesse infringindo algum crime por simplesmente caçar um Pokémon ali... Não é? Esperava que não. Meus pés me levaram para próximo da costa, da divisão rio-mar que assolava o lugar e transformava tudo num grande ninho para espécies marítimas; não era o lugar mais bonito dali, certamente, mas era o mais cheio de vida. Observei com atenção aos arredores, buscava qualquer sinal, tanto de Pokémon quanto de outro humano; talvez conversar com outro treinador para se ter uma noção mais aprofundada do lugar também fosse algo a se considerar.

Se fosse um pesquisador, melhor ainda, mas imaginava que eles não iriam sair dando dados de suas pesquisas para um zero a esquerda como eu. O fato era que, eu estava um pouco... Perdido, nesse começo, não sabia bem como começar a procurar, se estava fazendo certo indo atrás de Corsolas e menos ainda se poderia fazer isso por aqui. Era uma confusão tremenda, e eu sentia que ia me meter em algo que não queria, desde que botei os pés aqui e vi que não era nada do que eu esperava. Não tinha aquele ar de comunidade extrativista e natural que eu projetava, e se assemelhava muito mais aos portos que meu OFF tinha conhecimento, desde que começou a estudar sobre meio ambiente.

É, não seria tarefa fácil, mas eu estava disposto a tentar. Se não desse nenhum resultado, provavelmente apelaria para os estudantes, mas isso ficaria para depois. Agora, eu arreava a barra das calças um pouco mais para não sujar, e começava meu processo de distúrbio no habitat natural. Bem coisa de ser humano.

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Todo o treinador forte questionou um dia seu valor. Talvez Lukas se enxergasse como um privilegiado se olhasse para trás, mas a verdade é que não há privilégio algum em ser forte. Os confrontos não serão mais fracos por isso! Quando mais forte tu é, mais difícil o desafio.

Eis o fardo de ser forte.

Ser melhor não te faz passar por tudo mais 'fácil'... te faz apenas ser apto a pegar tarefas mais difíceis. Claro que isso não é uma lei; não to falando aqui de desigualdade social ou econômica, mas num jogo de contrato e contratante, ser mais forte só significa desafios maiores. Slabeyes mais fortes, ginásios mais complicados, esforços outros que... bem, que alguém fraco não precisa (ou não pode) fazer.

E este era um desses momentos. O problema não seria uma batalha em si, mas Lukas teria que aprender a se posicionar numa missão completamente nova. Não era uma caça, era um estudo em um ambiente completamente fragmentado! Olhara para todos os lado e se perdera; se perdera tanto que Wimber não ficou por ali, esperando uma reação. Sumira um pouco de vista para o mangue e seu treinador o deixou para lá.

Até porque, no que diabos o morcego ajudaria agora? Lukas dobrou a barra da calça e avançou sobre a água salgada. Ao por os pés - que não sei se estão descalços, de chinelo ou de sapatos fechados - na água, percebera o quão gélida ela era. Ao avançar mais um pouco, uma mudança brusca de temperatura deu-lhe um arrepio. Era uma corrente de água quente.

Olhara o céu limpo e via poucas nuvens, mas mais que antes. Nenhum cientista de jaleco aparecia próximo da borda do cenário, mas ao fundo, um bote profissional vermelho rodeava a área, demarcando com uma frande estava de madeira vermelha os bancos de areia. Em certo ponto, ele chegou próximo da costa. Encarou a atitude estranha de Lukas e deu de ombros; logo mais ele ligaria o motor para continuar o seu trabalho mais ao fundo.

Salvo isso, o nosso protagonista só tinha estas duas informações: água gelada, depois quente. Com mais alguns passos, gelada de novo. As nuvens pareciam estar se formando... ou estarem sendo carregadas para lá. O que parece um pouco difícil, já que quase não há vento! Apesar das pequenas formações, o céu continua azul. Se Luke provasse da água, sentiria o sal-marítimo bem lá no fundo... quase que imperceptível. Naquele ponto d costa, a água ainda era bastante adocicada graças aos rios! Uma terceira coisa que ele poderia reparar, é que a água não era lá muito cristalina.

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Trainwreck 9eyrpIv
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PACIFIC REEF
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Era claro que eu não queria um descanso, eu gostava completamente da vida corrida e cansativa e estressante e preocupante e desesperador e perigosa e completamente sózinha que um treinador levava. Não tinha do que reclamar, e eu não estava usando esse tempo sozinho para ficar mais tranquilo, sem ter que pensa em nada de treinador; com certeza definitiva esse não era o momento em que eu relaxava nas belas águas de um mangue, tendo uma missão para executar. Mas então... porque eu estava tirando meus sapatos? Mesmo depois de entrar e constatar uma mudança atípica na temperatura da água, eu continuei ali dentro, na verdade, indo até um pouco mais fundo agora.

De relance, eu pude ver ao longe um bote avermelhado com tripulantes passando; eles pareciam interessados no porquê de alguém que claramente não era daquelas bandas estar se banhando num lugar como aquele, mas no fim, me deixaram em paz, e eu faria o mesmo. Deixei que eles se fossem para levantar um pouco mais de minha calça, ir um pouco mais adentro do riacho e sentir a água mudar de novo; o que será que causava isso? Eu não era nenhum especialista hidrográfico, mas poderia ter algo a ver com as diferentes nascentes? Quer dizer, se a água passava por diferentes lugares, era normal ela ter temperaturas que diferem, né? Pra falar a verdade, não faço ideia.

Wimber também não sabia, e tampouco se mostrou interessado em descobrir o porquê. Foi sozinho para um lugar um pouco mais afastado e se manteve lá, me observando de longe enquanto eu o observava-a-me-observar. Fiquei com os pés na água mais alguns minutos, deixei que minha perna ficasse bastante molhada, até que o frio começasse a incomodar meus sensores e arrepiasse meus pelos, para só então eu tomar a decisão de sair. Era estranho pois, de algum modo, além de toda essa quebra de celsius da correnteza, as nuvens pareciam acompanhar o trajeto, e iam se formando numa grande tempestade que provavelmente assolaria o lugar em breve.

Ah, ótimo. Agora, sem nem ter começado, já vou ter que parar com minha "pesquisa".

Quem sabe eu pudesse me proteger com Crobat, embaixo de alguma árvore qualquer, ou usaria esse tempo com chuva para tentar analisar como funcionava a foz cheia, o que era uma opção mais válida, apesar de minha falta de equipamento para a situação. Eu tinha galochas boas o suficiente para não molharem os meus pés, e uma capa de chuva grande o bastante pra não molhar grande parte de minha camiseta, mas minha calça ficaria desprotegida... Era um preço a se pagar. Sendo assim, já me preparando para o que viria, me troquei ali mesmo, rapidamente, colocando a jaqueta de chuva por cima das roupas normais e guardando os outros calçados para posicionar as galochas no lugar.

E voilá, estava equipado para um dia na chuva.

Nesse momento eu lembrei de alguém que poderia gostar do clima mais úmido, alguém que com certeza adoraria um pouco de água; a esfera de Amor foi aberta, e a Roserade pequenina se formou em minha frente como mágica. Ela grunhiu seu nome e me olhou com um sorriso misturado a certa saudade. Fazia um bom tempo que não a convocava, e ela adorava ficar de fora da Pokéball, o que explicava sua felicidade em ver; seu sorriso só aumentou mais quando ela viu as nuvens negras e esticou os braços para o alto, como se clamasse por algum deus da chuva que a mandasse logo.

Eu soltei uma breve risada, tapando a boca com a mão e me aproximando da roseira, para lhe acariciar a testa. - Você está tão grande, querida. A última vez você tinha acabado de evoluir... Como está se sentindo agora? - Questionei, claramente preocupado com o estado de espírito que ela pudesse estar depois de ter passado por uma cadeia de evolução tão depressa. A resposta foi um rodopio no ar, com mais um balançar de seus bouquets, e uma risadinha fofa. Eu respondi na mesma medida, chamando-a para explicar o que estávamos fazendo ali.

- Veja bem, você deve entender sobre água, não é? O que acha que pode acontecer para o rio ter temperaturas diferentes? Acha que isso pode ser obra de algum Pokémon exótico? - Meu questionamento era sincero, e eu realmente pedia por ajuda da pequena. Se tinha alguém que poderia identificar coisas, era ela. Fosse pelo aroma, ou pela falta dele. - A espécie que procuro é de outro região... Alola, onde as coisa são mais quentes e tropicais. Não tanto quanto aqui, em Kanto. Acha que consegue me dar uma mãozinha? - Sorri, esperando uma resposta positiva, e voltando a caminhar com ela em direção a água Talvez, por um milagre, ela conseguisse encontrar alguma explicação para a quebra de calorias da água, e isso me ajudasse de alguma forma. Não custava tentar, né?

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É provável que Lukas não tenha pensado nisso, mas a chuva fazia parte de sua pesquisa. Não era uma parada! Saíra do mar para tentar se abrigar mas a princípio, não precisou. As pequenas nuvens negras se formavam sem tanta velocidade, então ele teria algum tempo de sobra para pensar numa outra ideia.

Pensou, pensou e pensou. No fim, recorreu à Amor.

Pode parecer relato filosófico, mas não é o caso. Quando Amor se materializou num ambiente de umidade relativa alta, rodopiou animada. Quando pôs seus pézinhos na areia? Bem, ai já não ficara muito confortável. Mas não iria reclamar, né?! Nenhuma planta-suculenta é muito fã de terrenos arenosos, mas certamente esta teria que suportar.

Olhou ao céu, viu as nuvenzinhas agradáveis e abriu mão de suas raízes. Encarou a pergunta de Lukas como um desafio: não sabia a resposta, mas estava disposta a descobrir. Usou sua falta-de-roupas ao seu favor, pisou no mar e seguiu a diante. Entrara numa espécie de absorção automática. Percebeu que a salinização do local era baixa (o que lhe era bastante confortável, por sinal) e seguiu em frente.

A costa era gélida... ao fundo era quente. Uma pequena corrente de água gélida (que vinha de um dos riachos) cortava o aumento de temperatura por um instante... mas a medida que Roserade seguia à fundo, a água esquentava mais.

Apesar de ser bem mais baixa que seu treinador, deu-se o luxo de tentar ir até mais fundo que ele. Almejou chegar até o pescoço, mas quando a água batera na altura de sua barriga, sentia-a mais quente do que gostaria de sentir. Incomodada com a temperatura e vendo que ela estava aumentando a medida que ia para o fundo, a pokémon deu meia volta e tentou falar com seu treinador.

Ela não sabia como vocalizar isso, mas com os dois buquês apontou para a linha do horizonte, indicou uma distância longínqua e usara seu Giga Drain para ilustrar o crescimento progressivo da temperatura d'água... quanto mais longe o Giga Drain ia, mais ele emitia luz & calor. No fim, era isso que ela descobrira por hora.

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PACIFIC REEF
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Eu sabia que Amor era inteligente, ela sempre foi bastante astuta, mesmo bebê. O modo como ela se livrou da cobra e conseguiu correr até mim na floresta da rota 14 era um grande sinal disso, e depois das nossas aventuras ela só aprendeu ainda mais como se comportar bem. Era uma Pokémon formidável, e eu sabia que sempre poderia contar com ela; agora, não seria diferente. Com toda a coragem do mundo, mesmo não gostando tanto da areia pela expressão em sua face, ela estufou o peito, reuniu energias e partiu mar adentro, tentando identificar o que quer que tivesse de estranho ali.

A princípio eu me sentei na costa, esperando. Ela começou a entrar e suas reações iam mudando conforme ela caminhava, o que remetia a minha própria experiência dentro d'água; a Roserade provavelmente sentiu a exata mesma mudança súbita de temperatura da foz, e isso só piorou conforme ela foi adentrando ainda mais. Coloquei as mãos na areia, pronto para me dar um impulso e levantar, quando vi que ela estava fundo demais. Estava preocupado e sua expressão não ajudava tanto; mas, para minha sorte, nada aconteceu, e ela logo retornou para a margem.

Observei atentamente a gramínea, parecia que algo estava a incomodando, como se não estivesse certo ali, e a reação dela foi no mínimo interessante; verbalizou como pôde o que descobriu, e eu tratei de captar a mensagem: quanto mais fundo, mais quente. Era isso que ela queria dizer com o Giga Drain, e eu consegui entender perfeitamente, pois já suspeitava disso. Todavia, não conseguia pensar em algo que causasse tal mudança de maneira tão... Drástica. Talvez fosse uma boa ideia ir atrás da fonte? Adentrar o mangue e procurar o que estava deixando a água quente? Parecia uma boa opção, por enquanto, e uma das únicas que me restava.

Ok, talvez eu estivesse encucado demais com esse lance da temperatura, mas eu queria realmente descobrir. Sempre confiei em minha intuição, e algo me dizia que isso não era nada natural.

Tomando coragem, arrumei as roupas mais uma vez, me levantando de novo e colocando a venenosa em meu ombro; ela era pequena o suficiente para ficar ali, tranquilamente, enquanto eu caminhava para dentro da foz, e disso tinha certeza. Chamei Wimber com um assovio, que apareceu depois de alguns segundos, pousando com a mesma expressão de seriedade de sempre. - Consegue me ajudar? Vamos fazer um pequeno passeio. - Questionei, recebendo um exímio positivo com a cabeça, e nada mais. Equipei a jaqueta de voo, e grudei em meu voador, até estarmos no ar. Eu pedi que ele fosse mais adiante, aonde nem eu, nem Amor, havíamos chego.

Não sabia o que estava procurando de fato, mas algo deveria haver ai, né? Com esse pensamento, continuamos, buscando algo do outro lado que eu sequer sabia da existência, mas que esperava estar ali. Ao menos, talvez, chegasse em uma parte mais reclusa do recife, e assim conseguisse acesso, tanto a outras áreas, quanto a outras informações. Também não era a opção mais segura, ou menos burocrática, mas já debati isso comigo mesmo antes. Era hora de deixar o espírito da aventura tomar conta, pelo menos por um tempo.

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Bleh, que sem graça. Os pokémons de Lukas pareciam não causar problemas nunca, são extremamente espertos e subservientes, o ajudavam facilmente o garoto a fazer o que bem queria. Roserade se encaixara sobre os ombros de seu treinador e se deixou levar. Da areia fora até as grandes atitudes e viu ao vivo o quão estranho era estar longe do chão.

Durante o voo a pokémon tentou se equilibrar sem ligar muito para o conforto. Diferente de seu treinador, não tinha consigo material de proteção, então estar ali era realmente incômodo... independente da posição que ficasse. Dobrou o pescoço, deu a volta com seus braços no pescoço de Lukas e apertou-o com força; ora ou outra seus espinhos acabavam incomodando a nuca do treinador. Certamente saíra do passeio com um ou dois arranhados, mas nada que devesse se preocupar.

O mais importante na verdade era a vista. Agora sim Lukas tinha certa noção da magnitude e da multiplicidade de rios que irrigam aquela região! Eram como artérias, arteríolas e capilares. A medida que subia, as conexões se tornavam mais grossas e o desencadeamento dos riachos cada vez mais rico!

Lucas só explorara uma das foz dos rios; e era justamente a foz mais gelada. Não que isso fosse mudar muito; as outras não eram quentes como o mar. Não era essa a questão da temperatura! Ainda assim era compreensível que sua curiosidade fosse por esse lado.
Em falar em lado, talvez fosse bom se Wimber o guiasse direito. A curiosidade de Luke e Amor pareciam estar no auto-mar, então para lá fora ele! Após certa espiadinha no lado Oeste do cenário, Crobat voou para o Leste, levando os dois em direção as ilhotas.

Ilhas, rochas e ilhotas. Seja lá o que fosse, estava tudo mapeado! Olhando por cima Lukas conseguia ver bem: a maior das ilhas tinha uma pista de voo enorme, com uma insignía de água no centro. Aquela provavelmente era a ilha de Cerulean. O problema é que a maior das ilhas também ficava mais próxima da costa. A ilha que de fato mapeava o 'auto-mar' era a de Sienna; enfeitada por uma bandeira minúscula que parecia ter a insígnia de Sienna estampada.

Ao redor dessas, algumas outras rochas e ilhotas. Lavander levantava um pequeno porto & laboratório entre as duas ilhas e Acapulco se contentava em ser um pier saindo de uma das fozes.
No mais, algumas ilhas ainda pareciam em construção. Estruturas de areia delimitadas por sacos pesados esboçavam o que mais para frente seria uma ilha. A construção de um desses 'aterramentos artificiais' era um tanto quanto problemática... na verdade. Ainda mais se feita com tecnologias retrógradas! Uma ilha mal-feita pode simplesmente se desmanchar, liberando na água salina uma areia que provavelmente lhe alterará o PH... entre outras coisas.

Enfim, o cenário era esse. A água não ficava mais cristalina ao fundo: era sempre mais azul e mais escura. As ilhas era estas, as fozes eram aquelas, nada de novo sobre o sol. As nuvens continuavam se formando lentamente sobre a cabeça dos nossos protagonistas; sem o vento, elas ficariam ali mesmo.

Ainda não iria chover, mas pode ser que chova logo mais.

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PACIFIC REEF
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Devo admitir que, parte da culpa de meus Pokémon serem sem graça, era minha. Eu não tinha tanto senso de aventura quanto Winnie, e muito menos quanto Katakuri, por exemplo; então, posso dizer que a maioria dos meus monstrinhos acabaria se acostumando com meu processo mais lento e mais calmo, deixando de ser tão... Selvagens. Isso não os impedia de seguirem seus instintos, contudo, mas certamente os limitava a minha personalidade um pouco mais receosa e menos imprudente. Era algo que eu pretendia mudar, na verdade. Queria que eles fossem mais sinceros consigo mesmos, que tomassem decisões mais autônomas e que não dependessem tanto de meus comandos, para nosso bem coletivo; se estivéssemos em alguma situação de perigo, eles provavelmente fariam nada sem minhas ordens, o que claramente era algo ruim.

Tinham as exceções, claro. Kaiser e Wimber certamente agiriam por conta própria, mas Manigold, por exemplo, era uma criança grande, e com certeza seria falho num caso como esse.

Bem, era algo a se trabalhar, de fato, só não agora. Agora, eu ia com minha pequena roseira (que lutava para se equilibrar em meu pescoço) e meu morcego, mar adentro, buscando o que quer que estivesse perdido ali, e que eu tentava encontrar sem saber. A primeira vista preciso admitir que fiquei completamente sem folego. Era lindo. Lindo demais. Tinham rios e rios entrelaçados, formando uma verdadeira bacia hidrográfica completamente a céu aberto, uma grande estrada de corpos d'água que se conectava e se dividia, criando o mais diverso e belo emaranhado de lagos e outros cursos que ali habitavam. Posso dizer que era uma das coisas mais bonitas que já vi a natureza fazer, na vida toda.

Por mais que estivesse obcecado com a vista, Wimbie sabia que não poderia me distrair, e assim nos levou para um outro lado; um lado que, incrivelmente, tinha as respostas para minhas perguntas. Dentre as diversas ilhotas e ilhas que ali habitavam, a primeira que bati o olho, era justamente a que precisava: a ilha de Cerulean. Como eu sabia disso? O grande símbolo da insígnia que Misty carregava para todo lado na cidade. Eu já a vi várias vezes durante minhas diversas visitas ao depósito e ao próprio Soneto, então encontrar aquele símbolo ali foi quase como um alívio para mim. Claro que, ainda haviam outras, com outros representantes explicitamente diferentes ali, como Lavender e Sienna, mas o meu alvo era a cidade aquática, e por isso eu deixei que um sorriso invadisse meus lábios.

Era hora de usar toda a influência da Requiem a meu favor.

Acenei com a mão para Crobat, pedindo que ele fosse na direção da primeira ilha, a de Cerulean, o mais rápido que pudesse; pousaríamos na costa, onde eu provavelmente seria abordado por alguém e teria de me identificar. Deixaria o morcego livre depois de estarmos em terra firme, e permaneceria com a Roserade ao meu lado, para que tivesse alguma companhia. Algo me dizia que eu iria precisar, e que sair andando com um fantasma pregador-de-peças por ai não era a melhor ideia; não, Amor era a mais centrada e mais calma para esse tipo de situação, e Wimbie não parecia querer se intrometer. Então, segui com a pequena, buscando a presença de qualquer pesquisador ou coisa do tipo naquela costa, esperando que fosse abordado para chamar a atenção, mesmo, e assim poder trazer alguns resultados.

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Dessa vez Lukas não precisaria de muito para conseguir a atenção de alguém. Assim que se aproximou da ilha de Cerulean, já tinha olhos (e binóculos) em si. Do alto, vira a movimentação de carros-fortes para a costa e quando chegou ao chão, já havia um homem fardado para lhe receber e perguntar sem muito pudor:
- Quem é você?

Era só isso que ele perguntava a princípio. Claro que a resposta desencadearia um bocado de indagações conseguintes, mas antes da resposta introdutória, o homem não diria mais nada. Ele não gostava de Lukas ali; na verdade, sua cara deixava mais que óbvio seu descontentamento. Estalou os dedos e pediu para que dois de seus subalternos saíssem do carro-policial, sobrando apenas o motorista.

Um deles tinha uma arma, mas ela ainda estava apontada para o chão. Invasão de privacidade numa ilha era possivelmente a maior burrice que alguém poderia fazer. Descartando essa opção, Lukas talvez fosse um infiltrado. Talvez ele fosse algum tipo de 'ladrão' burrinho, ou ainda um mercenário atrás de informação.

Fato era que o oficial Rider (seu nome estava bordado na farda militar) não cogitava que Lukas fosse apenas um treinador perdido, ou um 'joão sem braços'. Não confiava nele e... bem, esse era seu trabalho.

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