Somewhere Only We Know_Glee

Eu podia até ter sido mais rápida, mas não fui. Ao finalmente alcançar sua pequena tora de madeira Timburr foi atingido pelo inseto desconhecido, que escavara o solo e desembocara em cima (ou seria em baixo?) do pequeno lutador. Numa reação quase que instintiva, meu pokémon pegou sua tora e bateu com força bem ao centro da cabeça do inimigo... que não sei bem se é um inimigo... mas agora se tornou.

Não iria dividir sua madeira com ninguém, o que era até fofo, para ser sincera. Timburr parecia ter certeza que o bicho a sua frente queria pegá-la de si e ele não iria deixar. Continuei correndo, na tentativa de o alcançar a tragédia iminente, Hati (em sua forma normal) me seguiu e, claro, me ultrapassou. Chegando primeiro na cena, ela já preparava um Flamethrower bem dado, mas não sem antes eu jogá-la um item... sim Power Lens.
- Ok, vamos nocauteá-lo - Gritei, ainda um pouco longe, mas perto o suficiente para entender do que se trata - Hati duplo Flamethrower e Timburr, Protect e Mach Punch!

Bleh, parando pra pensar, isso podia ser perigoso. Eu não sei nem qual é esse pokémon, nem sua 'força' e muito menos sua raiva. Ele provavelmente era um desses pokémons que Sienna nos pediu para resgatar. Lá vai eu trabalhar de graça (de novo) para Sienna... ai ai. E de quebra traumatizar um pokémon que já é traumatizado.

OFF: Ah, acho que não precisa mudar na bag, eu só emprestei pro Cunha nessa rota mesmo. E equipando Power Lens em Houndoom.

Depois de receber o Lucky Egg de Winnie e serem interrompidos pelo show aquático do Pokémon no mar, além da onda formada, os dois Treinadores acabaram se "separando" momentaneamente. Não que eles não estivessem se vendo, mas mantinham uma certa distância que impedia interações diretas. Winnie lidava com um inseto pequenino, que observava a madeira de Timburr com interesse, batendo suas forcípulas sonoramente, para o desespero do Lutador. Já Daisuke estava diante de uma espécie de furão dono de um perigoso sorriso e pouca seletividade sobre o que queria morder. O Ranger utilizou sua Slorupi, Maru, para lidar com a situação. Já a Ace Trainer, teve de dividir suas ordens entre Timburr e Hati, já que o pequeno estava perto de mais e o momento PEDIA um Protect, seguido é claro de um belíssimo e poderoso Flamethrower da Houndoom.


Diante das ordens recebidas de ambos os lados, os selvagens, que não eram nada fracos em questão de experiência, foram facilmente nocauteados. O que mais deu trabalho havia sido apenas Yungoos, que possuía uma poderosa mordida, capaz de arrancar uma considerável quantidade de HP da Escorpião, mas sendo logo abatido com o segundo golpe. Já Grubbin não teve tempo nem para dizer Oi, pois já foi praticamente carbonizado pelo ataque da Pokémon de Fogo. A grande pergunta que ficava era só se a madeira de Timburr, tão próxima do alvo, não havia sido perigosamente afetada pelo golpe. Mas enfim... Os dois Pokémon agora se encontravam caídos e prontos para serem capturados se fosse essa a vontade dos treinadores.

Resumo da Batalha escreveu:

Hati recebeu 1.598 EXP!

Timburr recebeu 1.598 EXP, +5 de Felicidade e subiu para o Nível 17!
Timburr pode aprender Bulk Up. Esquecer algum movimento?

Maru recebeu 2.961 EXP, +3 de Felicidade e subiu para o Nível 30!
Maru pode aprender Pin Missile. Esquecer algum movimento?

SOMEWHERE ONLY WE KNOW_GLEE ft. Victoria pft

Hati incinerara o inseto e eu simplesmente não pensei antes de dar aquela ordem. Timburr usara Protect, então sua integridade não estava sobre questionamento... mas sua madeira? Arg, essa sim seria extremamente problemático. Parte da tora ficara dentro de sua barreira-protetora, mas outra parte pareceu escapar. A mesma parte que batera no topo da cabeça do inseto que desconheço.

- Ah não... - Resmunguei, antes mesmo de ver o resultado. Ali eu já sabia, ao menos metade daquela ponta seria carbonizada.

Fechei os olhos num instinto de 'pena', mas Timburr deixou-os bem abertos, vendo bem a tragédia se dispor sobre o cenário. Um Flamethrower fora o suficiente para transformar em cinza a ponta de sua tora. Quando o fogo cessou, parte da madeira caia em formato de fuligem ao chão. O engraçado é que outra parte 'queimada' acabou virando carvão sólido, graças a pressão que o 'Protect' fez em sua estrutura. A madeira de Timburr, ai fim, se tornara 10% fuligem (que caíra ao chão e fora levada com o vento), 20% carvão e se mantivera 70% com a mesma estrutura.

O lutador? Bem, não preciso nem falar que ele ficou triste! Vendo a situação estúpida, puxou para si seu objeto-favorito, abraçou-o e tentou dar conforto ao que parecia ser uma causa semi-perdida. Quando abraçou a ponta de sua tora, obviamente se queimou, dando para trás e sentindo uma força imensa (Guts).

A força rapidamente se transformara em ódio, fazendo-lhe dar um belo de um Brick Break no chão. Quando sua mão aterrissou no chão, sua boca abriu num choro manhoso, baixo, bastante soluçado e de dentes pouco a mostra. Era um choro singular; daqueles que se chora sozinho, sabe?! Caminhei até o lutador e tentei acolhê-lo em meus braços, mas ele simplesmente não largava sua tora semi-carbonizada. Sem que ele largasse o item, seria impossível garantir minha segurança ao me aproximar.

Loki reparou em minha dificuldade e sentiu pena da situação. Finalmente tocado, caminhou até o pequeno Timburr e o pegara com uma das mãos, puxando-o pela pele da nuca. Encaixou-o em sua corcunda e deixou que ele chorasse em seu ouvido por um tempo.

Olhei em volta, procurei Daisuke e o vi capturando uma fuinha. Dei-lhe a ele um sorriso e uma resposta:
- Uma coisa que eu aprendi é que pokémons que estão em biomas errados quase sempre fazem de tudo para serem capturados... - Dei uma pausa longa, jogando uma Premier Ball no inseto. Dali ele entraria para o meu PokeNav e eu finalmente descobriria o nome da sua espécie - ... normalmente é a única forma que eles conseguem ter para sobreviver.

Triste e fatídico, mas fazer o que? Se a primeira Premier Ball não fosse suficiente, eu provavelmente jogaria outra... e uma terceira, se fosse realmente necessário. No mais, caminhei até Timbur & Loki, querendo ver mais um pouco o estado do pokémon:
- Eu vou pro Pier. É mais rápido pra chegar na rota 12 e lá tem floresta. Eu vou pegar uma nova tora pra Timburr.

Provavelmente isso seria uma despedida... ou não. Eu tava triste demais pelo luto alheio; não pensava muito na possibilidade de Daisuke ficar.

SOMEWHERE ONLY WE KNOW_GLEE ft. Victoria pft

Apesar do inesperado surgimento dos Pokémon, a batalha não foi demorada. Maru e Hati, além da presença especial de Timburr, foram mais do que suficientes para lidar com as duas criaturinhas, que também não apresentaram muita resistência à captura. Como Winnie bem disse à Daisuke, esses Pokémon fora de seus biomas de origem acabam praticamente pedindo para serem capturados, uma vez que sofrem muito com a discriminação por parte de outras espécies nativas. No final, o único que havia ficado realmente em "máus lençóis" havia sido o pequenino Lutador, que após o golpe da Houndoom, teve a sua tora de madeira parcialmente carbonizada. Não que não pudesse ser reaproveitada, mas já não era mais a familiar estrutura com quem brincava desde o nascimento.

Winnie comprometeu-se então a conseguir uma nova tora para seu companheiro, enquanto Loki o ninava em seus braços para tentar aplacar o forte choro. De todo modo, era evidente que não havia mais o que ser feito naquela praia... Tranquilidade seria difícil pelo aumento do número de transeuntes atrás dos Pokémon Exóticos, então por que não seguir adiante, principalmente por já ter um objetivo em mente? Decidida, a jovem pensava ser uma despedida para com Daisuke.

Contudo, o treinador tinha outros planos e sugeriu que os dois fossem juntos, já que ele aparentemente também pretendia atravessar o Píer. Além disso, o rapaz deu um tapinha nas costas do Timburr para indicar que o apoiava, mas a atitude apenas causou uma movimentação a mais na tora de madeira, fazendo um pedaço carbonizado, mas ainda completo, desprender da parte principal e se tornar apenas um pedaço de carvão. Ou melhor, um Charcoal, como alguns Treinadores chamam. Algum dos dois poderia ficar com o item se lhe interessasse.

E bem, uma vez que decidissem sobre quem iria ou não adiante, poderiam enfim avançar para o Píer, para onde mais uma dezena de Treinadores seguia ao lado de seus Pokémon.

Resumo escreveu:

Daisuke capturou Yungoos!
Winnie capturou Grubbin!

A ponta carbonizada do tronco de Timburr se desprendeu e eu tive o esforço de correr e pegá-lo antes que ele caísse no chão. Não era pela utilidade do carvão, mas sim pelo valor sentimental que o pequeno lutador teria ao vê-lo mais a diante. Uma hora ele vai ficar menos triste, né?! No final de contas, não adianta chorar pelo leite derramado.

Não é nem porque chorar não é útil, ou porquê ninguém fara nada por você, mas é que o leite derramado é um leite derramado. É melhor chorar por atenção ou por qualquer outra coisa... tipo outro copo de leite. Chorar com objetivo me parece mais... pragmático.

Enfim, eu não podia parar tudo só para vê-lo chorar. Assobiei e chamei Hati que estava bem... culpada? É, eu não havia visto a face da canina até então, mas ela parecia bem mal com o que fez. Como sentira que só iria atrapalhar, deu uma afastada do bebê e foi para a beira do píer nos esperar. Enfim, acenei parara Daisuke com a cabeça, lhe dando aval para buscar as coisas. Fui com ele, guardei o Charcoal na mochila e expliquei por alto:
- Hati usou Flamethrower e queimou um pedaço da tora de Timburr... ele não ta muito feliz.

Em certo ponto, o lutador pararia com as caretas e manteria o choro apenas 'respingado'. Quando eu sentisse que ele estivesse com fôlego para andar, mandaria Loki botá-lo no chão de volta e caminharia junto das dezenas de treinadores pelo píer.

Eu sei... eu sei... não é uma boa ideia ficar andando com um filhote de Timburr por ai, ao meio de tantos treinadores. Fazer o que? Eu tenho péssimas ideias mesmo... Bem, o pior mesmo é que eu não podia acender a porra do baseado ainda.

SOMEWHERE ONLY WE KNOW_GLEE ft. Victoria pft

Winnie guardou o Charcoal entre seus pertences, afinal poderia ser um item de extremo valor sentimental para Timburr, mesmo que não fosse mais tão útil para o pequenino. Já Hait, sentindo-se culpada pelo ocorrido, adiantou-se na frente bastante cabisbaixa esperando a chegada dos dois Treinadores. Mesmo ela não tendo tido exatamente culpa, era inevitável que se sentisse assim. Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, pelo visto... Já Daisuke e Winnie terminavam de guardar todos os seus pertences e também partiam logo atrás da Pokémon. O Ranger, em especial, questionava se deveria deixar a Sobble dar um passeio fora da Park Ball, mas ficava cada vez mais longe da areia antes de tomar uma decisão.

Diante da dupla, um complexo sistema de pontes de alvenaria e madeira surgia. A estrutura grande servia como uma espécie de orla gourmet para não alterar a paisagem abaixo com algum tipo de aterro. Sobre o largo píer haviam bancos, jardins, pistas de skate e até construções pequenas, como guaritas e etc. Além do mais, haviam muito mais treinadores ali do que no lugar anterior. Grande parte era composta de Pescadores, sentados em banquinhos próprios e expressando toda a sua paciência ao olhar para linhas e anzóis estáticos. Entretanto, outros mantinham-se focados em caçar os Pokémon Exóticos, vasculhando vasos grandes de planta, brinquedos de playground e qualquer cantinho onde pudessem se esconder. Talvez fosse interessante os dois recém-chegados fazerem o mesmo.... Ou até mesmo enviarem seus Pokémon para a tarefa. O que fariam?

Resumo escreveu:

Winnie encontrou um Charcoal!

SOMEWHERE ONLY WE KNOW_GLEE ft. Victoria pft