Capítulo 11 - Serenidade [Tielo]

Rota 10

Rockruff parecia empolgado com alguma ideia que ele havia tido sobre aquilo tudo. Talvez sobre a questão de captura? Não sabia como ele tinha tido essa ideia, talvez o diálogo havia dado ele a entender o interesse do treinador.

— Não. Já me basta de Pokémon com faro para encrenca... - Lembrou o trabalho que tinha sempre que tirava Tyrunt da PokeBall... - Infelizmente vamos nos despedir dele aqui... - Comentou enquanto pegava uma PokeBall comum, e tocava o Pokémon para que ele entrasse dentro. Teria que esperar então este resultado para ver com a garota, como ajudá-la a sair dali, ainda que ele voltasse para investigar um pouco mais a mata.

Rota 10

Era meio ambíguo dizer se Tielo era crente ou não em misticismo, esoterismo e coisas do tipo. Ao mesmo tempo que acreditava em lendas e histórias ancestrais que tratavam da realidade de maneira bastante distorcida e mágica (somada é claro da existência de Pokémons que explicaria boa parte do pudesse ser apenas um oculto de presença), também entendia que o ser humano pregava bastante peça, não só nos outros como em si mesmo em seu subconsciente que fazia acreditar piamente em coisas que bem... Não existiam.

A Pokébola não se mover era um fato curioso. Não havia acontecido anteriormente. O que preocupava um pouco o garoto. A Pokébola tinha passado por todo o processo de captura. Colocado o Pokémon para dentro. Tremelicado por instantes até que o Pokémon conseguisse acomodar ou decidir se iria desistir. E por fim o anúncio de captura bem sucedida. Mas, como por intermédio do Registro da Liga Pokémon, o treinador deveria levar consigo no máximo seis Pokémons. O qual ele tinha certeza ter, até conferir por alguns instantes. A tecnologia de ponta da Liga Pokémon deveria conseguir desmaterializar a Pokébola... Teria travado? Segurou a esfera em suas mãos enquanto seguiu para Marshtomp, enquanto pensava em algo para dizer sobre.

— Nossa Marshtomp! Você evoluiu bastante! - Elogiou a figura imperfeita retratada pelo Pokémon. Mas não entendia se aquilo seria realmente algo inacabado ou amador, ou se realmente era como deveria ser. Uma expressão artística deveria ser como o artista quisesse que ela fosse. Poderia partir de nós o julgamento com a questão do gosto, e não com a definição de certo ou errado. Observou bem aquela "estátua", porém não fez perguntas ou comentários além do elogio já tecido, acompanhado de um sorriso para incentivar o Pokémon que sempre permanecia otimista, embora pouco comunicativo. - - Comentou enquanto pegava uma PokeBall comum, e tocava o Pokémon para que ele entrasse dentro. Teria que esperar então este resultado para ver com a garota, como ajudá-la a sair dali, ainda que ele voltasse para investigar um pouco mais a mata. Porém, a jovem tinha mais informações do que parecia inicialmente.

Uma criatura real? Então não partiu da imaginação do Pokémon? Bom. Marshtomp era um Pokémon aquático de evolução intermediária. Talvez não tivesse ainda capacidade e maturidade para imaginar coisas complexas para reproduzir. O comum seria coisas palpáveis de seu dia a dia, como flores, o chapéu do bardo, ou coisas parecida. Isso mudava um pouco a direção dos pensamentos do jovem. Mesmo que antes pudesse cogitar que tudo não passava da mente lunática e fantasiosa da menina, Marshtomp em silêncio, corroborava com seu discurso, e Tielo explicaria o porquê.

— Ah... Uma criatura? Olha. Não sei se te assusta dizer isso mas... Marshtomp não imaginaria isso para recriar. Bem. Ele é um Pokémon ainda em desenvolvimento... Se ele fez essa escultura. É porque ele viu a criatura em algum lugar. E na verdade... Com muita certeza que ele viu recentemente para fazer isso em tantos detalhes... - Comentou surpreso, enquanto da esfera, saia a Pokémon interessada em farejar o ambiente, pouco ligando para o mundo ao seu redor. Talvez, Rockruff conseguisse apontar alguma direção. - Bom, já estamos aqui, e com ele por perto. Fugir não vamos conseguir, então vamos enfrentar...

Rota 10

Como só o aquático havia visto o quer que fosse aquilo, resolveu manter somente ele por fora da Pokébola. A companhia inteira poderia mais atrapalhar do que ajudar com uma aglomeração desnecessária. A exceção era apenas Rockruff que também tinha um faro para encontrá-lo. E seguiu caminhada o bardo com seus dois Pokémons, e Mandy com sua lanterna nocauteada mas que parecia conseguir lidar cada vez melhor com isso.

Pensou em usar sua Pokédex na escultura, ver se ela identificava a presença de um Pokémon. Mas talvez isso estragasse uma surpresa. Preferia encará-lo por si só sem nenhum aviso prévio. E esperar pro sua reação crua. Marshtomp seguia porém não tão sorridente. O mesmo que atingia o treinador, parecia atingí-lo também.

O Pokémon apresentava sinais de confusão. Embora reconhecesse o corpo do treinador ao seu lado, era o que se limitava para guiá-lo. Já que, seus olhos pareciam querer pregar peças, assim como seus outros sentidos. Marshtomp deu dois passos acelerados e sua pata segurou a de Tielo como uma criança assustada.

Esse gesto, junto ao de Rockruff, trazia o bardo para realidade. Algo estava surgindo, deixando uma atmosfera densa e até palpável. O quer que fosse, iria se revelar. Mas ninguém iria receber aquilo com movimentos e ataques, embora tinha claro que o Pokémon iria dar certo trabalho com isso.

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A cada centímetro que a aparição tomava forma, o estomago de Tielo parecia revirar. Embora sua aparência apática, sofria para manter o controle de seus pensamentos. Queria ter calma, e mais do que isso, demonstrá-la. Marshtomp ficava atrás das pernas do seu treinador, enquanto Rockruff procurava desesperadamente sumir entre os pertences do jovem.

Finalmente se revelava. O mal em Pokémon. O senhor das trevas. Dono da maldade. Criador das pragas. Matador de homens. Dilacerador de Pokémons. Sua maldade intensa, agora sólida numa imagem imperfeita de Pikachu, aproximava-se de Tielo, enquanto este, pensava no terrível fim que teria no meio daquela floresta. E Mandy confirmava! A assombração de Alola! E tinha isso bem claro desde o momento que o viu! Assombração! Porém, algo despertava-o ainda mais de seu transe.

— Mimikyu? Você disse. Mimikyu? - Olhou para o Pokémon que fitava-o de maneira assombrosa. Porém, apenas se pensasse neste lado da moeda. O Pokémon demonstrava muito mais curiosidade do que malevolência. - Já ouvi a lenda desse Pokémon. Embora nunca tivesse visto-o de fato. - Todo mal estar do bardo parecia desmoronar em segundos. O jovem já havia ouvido falar na lenda do Pokémon fantasma que ninguém poderia ver a forma original. Mimikyu estava longe de ser um monstro. Exceto é claro, se desagradassem a criaturinha. - Então, você é o famoso Mimikyu... - Disse enquanto se abaixava para visualizar melhor o Pokémon. Apoiando-se sobre seus joelhos. Embora ainda fosse muito alto para Mimikyu, o Pokémon sabia que tinha as vantagens de ser capaz de ferir o humano, muito mais do que pudesse ser ferido. Embora com medo, Marshtomp estava na retaguarda pronto para avançar caso necessário. O bardo não demonstrar medo talvez fosse sinal bom para Mimikyu, afinal. o Pokémon penava para fazer amizades justamente por espantar com sua aura sombrosa. - Eu sou Tielo! E veja só... - Retirou de seu bolso mais prático da mochila, uma caixinha cheia de alfinetes, e um carretel de linhas. - Eu sei costurar! Não muito bem é claro. Mas adoro criar roupas. - Neste momento Marshtomp deixa escapar um grunhido positivo, como se confirmasse a frase de Tielo. E de fato, o bardo sempre andava pomposo em suas vestes. E muito era criado por ele próprio. Talvez, Mimikyu se interessasse pelo bardo pelo interesse em comum. Teria funcionado?

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Gostava de música? Que grata surpresa! O Pokémon fantasma apreciava a sonoridade dos instrumentos musicais. E era perceptível que conhecia eles, afinal, além de reconhecer um nas costas de Tielo, fez um movimento parecido que musicistas usavam para tocá-lo.

Permitiu-se então confiar ainda mais na índole do Pokémon. Sentou-se de pernas cruzadas, onde Marshtomp claramente ainda não era confortável, mas parecia querer protegê-lo com suas patas. Talvez estivesse preparando um Protect para qualquer ocasião.

Empunhou o instrumento musical e dedilhou de leve. As cordas não tinham problema, porém os pinos de ajustes pareciam um tanto quanto seco. Retirou então uma parte pequena daquela seda viscosa e passou por perto desses pinos, numa tentativa de lubrificar pelo menos por hora.

Após isso, verificaria a sonoridade novamente. Sempre em tons baixos até ter certeza de que podia colocar tudo de si na canção.

— Oh, darling! Please, believe me! I'll never do you no harm! Believe me when I tell you! I'll never do you no harm! - Começou mas como seria a reação primária de Mimikyu?