Capítulo 11 - Serenidade [Tielo]

O(a) Corsola vinha aos pouco ainda e parou. Simplesmente parou ali naquele fragmento de tempo e ficou observando o dedilhar das cordas de Tielo. Seriam os fios de seda algum item especial que dava propriedades novas aquele violão? Não tinha como saber sem consultar com sua conhecida que havia o presenteado.

Em um momento muito singelo, o Pokémon fechou seus olhos e assentou sua barriga no chão para descansar. Descanso esse que parecia sem profundo. Sussurrando Mandy fez uma observação.

- Ela parece muito cansada Ti. A vida de um Pokémon Shiny deve ser bem árdua como a dos fantasmas. Imagina só o tanto de gente que deve ter tentado capturar, ferir ou dominar essa coisinha linda só por causa da aparência externa.

Mandy caminhou até a Pokémon com Calma e cuidadosamente a pegou no colo como um bebê. Os espinhos coralinos pressionavam a pele de Mandy e vez ou outra até a cortavam deixando pequenos arranhões, mas ela não ligava para isso. Ainda sussurrando ela disse.

- Acho que entendi porque te encontrei nessa floresta e todos os pokemons que vivos até agora. Buscar conhecer de verdade eles e as pessoas. Nao julgar antes de entender. Lições bem importantes que foram o motivo do três pokemons exóticos terem sofrido tanto.

Corsola parecia estar em paz naquele abraço curta só que para ele alongado. Alongado pela ausência de afeto que faltou em sua história e preenchido pela música de Tielo somado ao embalo gentil de Mandy.

Mandy começou a acreditar no discurso de Tielo.

- Talvez. Seja meu Destino e vocação mesmo. Nunca tinha pensado nisso, mas talvez eu devesse seguir essa carreira e mostrar para o mundo que não é por causa da tipagem dos fantasmas que eles são malignos ou entidades ruins. É acho que é isso que eu vou fazer né corsolinha?

A pokémon dava seu primeiro sorriso. Pelas feições dela ainda parecia chorosa, mas ao observar mais de perto, era uma característica de sua espécie e não um indicador do que estava acontecendo dentro da pokémon.

Tielo oferecia algo irrecusável. Paz. Paz após uma vida de lutas e fugas. De brigas sem sentido e perseguições por suas características herdadas quando nasceu. Paz daquele mundo estranho e uma passagem para um novo mundo de musica e cores. Ela nem sabia o que era um palco, mas se fosse um lugar onde ouviria mais daquele som maravilhoso e acolhedor, ela só teria a ganhar. Gentilmente ela desceu do colo de Mandy e saltou na direção da Friend ball. O item que outrora ela fugiu agora era sua casa de repouso para os ferimentos da alma.

- Não conseguiria pensar em um treinador mais adequado para ela.

A floresta ficava mais leve. Os pokémons se dispersaram de volta a sua vida cotidiana e o agora o bardo poderia continuar seu trajeto tranquilo.

Mandy agradeceu uma última vez pelas instruções de Tielo.

- Sabe né? Se for para minha cidade e não vier me visitar eu vou ficar bem chateada com você. Aqui está o meu número. Boa sorte Ti.

Ela se aproximou e deu um beijo na bochecha oposta a que a cigana havia dado. Agora ambas as bochechas estavam contentes pelos afagos. Mandy estava seguindo seus instintos de direção até que lembrou da frase de Tielo e mudou sua direção para o caminho que o Bardo havia indicado.

- Até mais! Vamos combinar de nos encontrar em breve!

Quem sabe o que aconteceria com Mandy no futuro? As vezes os bardos passam batidos em algumas histórias, mas não nessa. Graças a Tielo a moça encontraria sua vocação e diversas vidas seriam impactadas por esta escolha. Vidas e Fantasmas. Tielo tinha o mundo inteiro para andar e histórias para aprender ou compartilhas com sua perspectiva única de como o mundo era.

Certamente seu encontro com Jirachi seria algo para recordar e ainda tinha que descobrir como aquela bandana misteriosa funcionava. Seus pés continuaram a seguir a estrada de Lavander quando um peso conhecido escapava da pokébola para seu lugar de direito sobre o chapéu do bardo. Assim como havia começado a aventura, a dupla estava mais uma vez unida para um novo capitulo de sua história