Treinamento Lupino das chamas

Após a cena, ambos treinadores se desculpam e prometem tomar cuidado. Logo percebem a garrafa na margem e Gaulvist é quem a pega, abrindo o papel dentro. Neste continha uma ilustração mal feita do Mt.Pyre, e no topo tinha um desenho de uma princesa e a mensagem "socorro".
Galvanis tinha razão, era um pedido de socorro, mas não de naufrágio. Seria aquilo realmente um pedido de socorro desesperado? E levaria ambos treinadores aquilo à sério?
O ranger checa seu Ranger Pad para verificar se era uma missão real reportada por sua equipe, porém não havia nenhum incidente reportado próximo de onde estavam.

O conteúdo da garrafa era bem estranho. Um desenho, uma representação clara de uma princesa e o topo do Mt. Pyre, indicando que o resgate era na altitude da montanha, não no mar. - Isso tem cara de armadilha… - levei a mão ao queixo, já que não havia registro no Ranger Pad e aquela era uma forma bem não-ortodoxa de pedir ajuda. No mar faz sentido, a maré acaba por levar o objeto até algum lugar, consequentemente. Mas no alto de uma montanha?

- Pode haver alguma nascente no alto da montanha e a garrafa chegou até aqui, mas ainda assim é muito estranho… - continuava a ponderar, já que não era de meu feitio ignorar um pedido de socorro, mesmo um bem inusitado - De fato é mais seguro subirmos pela manhã. Se aventurar pela névoa não é nada prudente. No entanto… - olhei para o entorno - Seus Pokémon estão cansados e tem algo me incomodando. Antes de dormir vou fazer um reconhecimento numa área menor. Não vou correr nenhum risco, não se preocupe. Apep, Kinney e Bahlok, venham comigo! - chamei três de meus parceiros para me acompanharem nessa pequena caminhada noturna.                                                          

Ao terminarem de analisar a carta, Gaulvist sugerem a investigar do dia seguinte, podendo ter uma boa noite de descanso. Galvanis por sua vez resolve adiar as coisas e tomar uma breve investigação antes.
Não havia muito terreno para explorar onde estavam, era perceptível o pequeno espaço de terra e a larga montanha coberta por neblina no alto. Mesmo que usassem seus pokémons voadores para tomarem um atalho, ainda teriam que entrar em algum túnel para investigação do caso. Até mesmo de dia a neblina do local parecia ser densa, então seria muito perigoso entrar por um túnel desconhecido. O que era mais indicado seriam começar do primeiro andar, onde a entrada era clara, e onde as pessoas seguiam para prestar suas oferendas aos mortos, e seguir as escadarias que levariam às várias câmeras do cemitério.
Tendo analisado isso, estava ficando tarde, e acampar próximo a margem do mar fazia a sensação térmica ser mais baixa. Nesse momento está livre para Gaulvist e Galvanis interagirem como quiserem, dormirem e se preparem na manhã seguinte para a exploração do Mt. Pyre. Apesar da situação, nenhum Pokémon pareceu se importar em se aproximar do acampamento, provavelmente porque os Shuppets foram espantados e aquilo serviu de alerta.

Eaw. Então, nessa parte vocês podem interagir se quiserem. Caso tenham algum pokémon no Day Care, é um bom exploit pra acumular postagens. Também é bom pra juntar páginas para esse ovinho de Mawile ae chocar. Quando estiverem prontos é só entrar na entrada que está perto de vocês.

Instruí Kinney para manter os olhos atentos aos arredores, para qualquer aproximação não desejada, e Apep atento a possíveis rastros e cheiros diferentes no ambiente. Apesar de não serem conhecidas pelo faro (que naturalmente não possuem), as serpentes possuem um complexo sistema de identificação do ambiente através de sensores olfativos ligados à língua e ao céu da boca. Como sei disso tudo? Bem, isso é história para outro dia!

Bahlok ficou encarregado da segurança, ou seja, se caso algo aparecesse ele faria parte da equipe de contenção. De certo ele queria ter ficado no acampamento e observar seu amigo alado voando, mas acatou meu pedido. O terreno era predominantemente montanhoso, e a neblina dificultava muito o alcance de visão. Mesmo voando ou subindo pela encosta não teria como ter uma noção real do que acontecia. Provavelmente, a única saída seria, de fato, entrar nos túneis.

Voltei ao acampamento e percebi que já estava quase tudo preparado para o pernoite. Paarthurnax ainda estava voando em torno do acampamento. - Nada que seja realmente novidade. Não dá pra ter uma ideia do que acontecesse voando nem escalando, só subindo da maneira antiga mesmo. - respondi a Gaulvi, tomando um lugar próximo da fogueira. - Subiremos ao nascer do dia? Pelo visto a névoa dessa região é predominante, mas talvez na hora do almoço ela esteja menos densa. - ponderava sobre os próximos passos, apresentando algumas informações que poderia ser úteis.                                                          

Ouço o que Gaulvi tem a dizer e concordo com a cabeça. - Certo, assim que o dia nascer então… - haveria uma pequena janela entre o começo da escalada e um momento para fazer alguma atividade física como preparação para o dia, que aparentemente vai ser bem agitado. Ele também colocou um ponto a ser considerável na parte do vôo, um que só pessoas com experiência na prática saberia dizer. - Heh, uma das primeiras coisas que farei quando descemos a montanha é tomar aulas de voo na base. - disse, olhando para os arredores e identificando a figura de meu Aerodactyl voando - Volte Paarthurnax, está na hora de dormir! - chamei meu pequeno-grande bebê alado, que estava muito feliz em esticar as asas.

Tomei um dos sacos de dormir ali presentes e me ajeitei dentro dele. Elune logo veio toda saltitante e abanando o rabo, se esfregando em mim para achar um ponto confortável para deitar. Leona fez algo semelhante, mas preferiu só recostar e deitar sobre um dos tapetes térmicos. Olho em volta e já vejo Paarthurnax e Apep deitados em um lado da fogueira e Kinney e Bahlok se ajeitando próximo a eles. Pokémons de sangue frio e rochoso preparando-se para dormir à sua maneira! Depois, volto na direção de Gaulvi - Heh, é meio diferente, mas nada fora do comum pra mim! - próximo de um cemitério nunca, mas acampar em ambiente montanhoso era uma prática realmente comum pra mim - Meu pai e eu sempre falávamos em vir acampar aqui, mas não aparecia uma janela sequer para isso… vida de resgatista tem dessas, você nunca pode planejar algo a médio ou longo prazo! - cocei a cabeça, já que aquele vida agora também era minha, e mesmo que tivesse sim meus planos e desejos, sabia que deveria deixá-los em segundo plano caso algo mais urgente surgisse.                                                        

Não consigo conter o sorriso bobo que brota em meu rosto ao ouvir o comentário de Gaulvi. Dizer que estou seguindo os passos do Seu Frederik é de longe um dos elogios que mais aprecio. - Heh, valeu! Gosto de pensar que sim, mesmo que esteja fazendo de um jeito diferente! - agradeci as palavras do lobo alfa da sociedade e também parei para observar as estrelas.

- Todos na sociedade são muito legais e atenciosos! Uma das minhas preocupações quando saí em viagem era o medo de não encontrar uma equipe como a que tinha em Lavaridge. - comecei a responder o questionamento de Gaulvi sobre minhas percepções quanto estar na sociedade - Lá eu era o novato e todos pegavam no meu pé! Mas também cuidamos uns dos outros. Parando pra pensar, não teria conseguido fazer nem a metade das coisas que fiz se não fossem por eles! - em minha mente, um filme era passado. O resgate dos Pokémon do Sr. Mushi, o salvamento do Sr. Carl, a prova de admissão dos Rangers. Em todas as situações empreguei conhecimentos que adquiri no período que era recruta do Corpo de Resgate.

Logo veio o questionamento sobre a batalha que travamos mais cedo, contra o grupo de Pokémon fantasma. - Bom, acho que saímos bem… - olhei para um ponto fixo, olhar distante e pensativo - Sabe, batalhar não é meu forte. Me dê um terreno para reconhecer, pessoas e Pokémon para resgatar, consigo lidar bem com esse tipo de coisa. Mas estratégias de batalha… ainda me perco em detalhes que são vitais para uma vitória… - dizia com toda a sinceridade, olhando principalmente para Leona, que parecia estar pegando no sono.