Loki: Trocar Flame Orb por Sitrus Berry
Jellicent: Trocar Waterium Z por Power Lens
Houndoom: Deixa a bicha grande....
Antes de tudo, quero pontuar uma coisa. Não havia mais motivo algum para deixar Loki com o Flame Orb, já que ele já estava queimado. Se fosse para fazê-lo segurar, ele só iria sentir calor atoa. Economizando a fadiga, fiz o mínimo. Tirei dele o Flame Orb e deixei que guardasse uma Sitrus Berry consigo. Além disso, ouvi Kathryne por longos instantes e absorvi (quase) tudo que ela disse. A única coisa que consegui acrescentar ao seu discurso era um ignóbil:
- O filho da puta que decidiu que fazer um robô DESSE JEITO - Apontei para a saída em que "pinark" fugira - É ou um RETARDADO ou tem um péssimo gosto. Se foi para ser um escroto, conseguiu bem... mas sinceramente? Nunca vi Robô usando Imprison - Na minha cabeça Robô não pode usar Imprison. Por que? Não sei, só sei que era assim e pronto.
Eu estava um tanto quanto determinada em seguir caminho, então comecei a me preparar para ir. Kathryne confirmou sua companhia, o que era, no mínimo, acalentador. Tê-la por perto era confortável... além dela ser uma caça-monstros fortíssima. Não lhe trouxe aqui porque lhe achava fraca; se fosse para ser um estorvo, eu chamava Gabriel.
Eu sabia que ela tinha condições bélicas de me ajudar. Por isso, continuei despreocupada.
A questão na verdade (para mim) agora era outra... Se eu fosse minimamente sensata, tiraria meus pokémons dali. Como não sou, os deixei. Primeiro que Loki era um pokémon... chulo? Torpe? Talvez obsceno seja o melhor dos termos. Ok, onde quero chegar? Basicamente quero dizer que ele sempre consegue deixar um caos pior. Pois bem, lá vai o urso! Eu dei uma simples ideia que pode ser resumida numa só ordem: perseguição.
Mas na cabeça de Loki isso significa simples e puramente bagunça.
O pokémon quis ser o primeiro de tudo: o primeiro a atravessar a piscina gélida, a entrar no túnel, a rolar para a loja de brinquedo e a cair no chão. Fora tão na frente que simplesmente o perdi. Hati, em contra-partida, odiava aquele lugar, mas sentia-se no dever de ficar ao meu lado, tanto para me proteger, quanto para deter Loki, se ele fosse 'impulsivo demais'. Pois bem, com minha fiel canina ao meu lado, dei-a o privilégio de um chamego. Katheyne estava com um medo sei lá de que. Um tal de óleo que eu, até então, nem tinha percebido.
Quando olhei para baixo, me toquei que estava a minutos com os pés mergulhados naquilo e nem sequer tinha percebido. Por um instante meu coração disparou: será que me contaminei? Olhei para Hati assustada e ao vê-la bem (apenas com os pelos mais oleosos e pretos que o normal), larguei mão da preocupação e suspirei aliviada.
"Não deve ser nada", pensei. Não falei em voz alta, não queria que Kathryne soasse como 'desesperada' nas minhas vistas, apesar de eu admitir certo exagero por parte da menina.
Então estalei os dedos, chamando a atenção de Hati, e apontei para o buraco baixo. Fui na frente, deitei de lado e fiz como Loki, chegando no próximo cenário. A princípio, não o vi muito bem: primeiro que estava um bocado escuro, segundo que esperei a chegada de Hati para só então explorar a visão. Quando a canina (extremamente molhada) conseguiu novamente erguer-se em suas patas e ficar de pé ao meu lado, dei-me o trabalho de tirar da mochila uma toalha qualquer e embrulhar ao redor de seu corpo.
Era meio ridículo. A Mega-Hati não era pequena, e isso fazia com que a >minha< toalha fosse como um paninho de rosto para ela. Ainda assim, ela agradeceu mais uma vez o chamego e fomos juntas atrás do monstro... Loki, não o bicho feio, é claro.
Viramos juntas para o cenário de filme-de-terror que se instaurava. Lojas de brinquedos é covardia! Eu acabo de sair de um desafio mutante, que ao que tudo indica, é um robô-brinquedo (segundo Kathryne). Largar-me em uma loja dessas é fazer-me achar que absolutamente TUDO pode me atacar.
Só tinha uma coisa que me tranquilizava: a quantidade de algodão e pelúcias esfoladas no chão. Agachei-me e toquei em uma delas; era um Cubchoo rasgado na barriga. Era difícil dizer quem fora o responsável por isso, mas eu tenho um palpite...
- LOKI?! - Gritei, tanto o chamando quanto declamando quem era o culpado.
O pokémon grunhira em resposta, me dando uma noção da direção.... apesar de não ser muito necessário. A medida que eu ia caminhando, um rastro de bichos-de-pelúcia-mortos cobriam o chão. Sai de uma piscina d'água para uma piscina de enchimentos! Bleh, seguia a trilha e minha percepção e, quando cheguei num corredor paralelo, lá estava Loki.
Com um Beartic (de pelúcia) de um metro em mãos. Ele acabou de enfiar suas garras bem ao centro da barriga do brinquedo e puxar para cima, o rasgando do umbigo à boca, deixando um bocado de vísceras de algodão sair.
- Loki?! - Indaguei mais uma vez, arqueando a sobrancelha.
Eu devia brigar com ele, mas veja bem, era um comportamento destrutivo que provavelmente nos salvaria. Eu devo admitir que meu pensamento vai ao encontro do de Loki. Em certo sentido, eu acreditei que aqueles bichos podem, em certa instância, se fantasiar de bichos de pelúcia. Tendo isso em mente adverte-lo não era o melhor dos planos. Acabei deixando-o lá, fazendo isso durante todo o processo.
A única coisa que me parou e fez dar-para-trás foi Dimentio, que latia manso numa direção qualquer. Hati, instintivamente, latiu de volta. Em certo comunicado-canino, a pokémon me confirmou que eu deveria ir lá investigar. Quando fui ver, era a maldita praga que me atacara mais cedo! Agachei mais uma vez e peguei o bicho. Prendi sua cabeleira entre o polegar e o indicador, no formato clássico de "pinça".
Sacolejei aquele trocinho.
- Nossa, parece uma baratinha... que ridículo - Ri, de mim mesma, por ter me assustado com aquilo.
Tirei da bolsa um potinho antigo em que eu guardava brincos & cacarecos, prendendo-o lá e fechando o pote de rosca. Botei de volta na mochila e fui mais uma vez encontrar Loki que dessa vez achava uma pelúcia...
... quer dizer, achava A PELÚCIA.
Ao que tudo indicava, era uma obra mal-feita do Giratina. Nunca lhe vi pessoalmente, mas desenhos, esboços, relatos e lendas não faltam na internet. Quando começou toda aquela chuva em Tohjo e os alvoroços sobre o Kyogre, alguns outros lendários tiveram suas histórias mais popularizadas. Uma das que eu li foi a do Giratina... um dos Trios Criadores, que vivem em Sinnoh.
Veja bem, toda e qualquer imagem que vi dele, ou é montagem ou é arte. Nada muito preciso, então não me era estranho ver uma versão roxa dela. Ainda assim, me incomodava Loki não ter respeito algum ao bicho, já cogitando perfurá-lo como uma pelúcia qualquer...
Só que quando vi, era tarde demais. Eu até o chamei em voz alta, indicando para que não fizesse isso, mas como vou contra-argumentar? Não havia razão para deixar o pelúcia ileso... eu estaria sendo um pouco fascista se achasse digno de morte apenas os Cubchoos e Beartics, não é? Não tinha um 'porque' que o faria parar, então apenas deixei-o ir.
Hati até latia, seu instinto gritava: NÃO VÁ PARA AI. Apesar disso, ele não parecia que iria parar. Ao menos eu entendi uma coisa: não posso contar com Loki para explorar isso, então é melhor trazer outro pokémon.
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O Mahiro é o melhor do mundo <3