[EVENTO - Mary Monclar] N.0 - Em Nome de Arceus!

por **thito** Dom Abr 11 2021, 02:00

the pink house

Em Nome de Arceus!

Goldenrod
Manhã
Evento

10 de Abril.

As flores da estação desabrochavam lentas ao menor toque de sol, chuva e vento. Os montes verdes que se estendiam pelo interior da cidade dourada, até mesmo os céus da região pareciam despertar lentamente com cores fracas oriundas de algo inominável.

- Faltam dois meses para meu aniversário de quarenta anos, Lopunny. - a voz da mulher ressoava pela casa de campo vazia naquela manhã.

Ela olhava pela janela enquanto tomava café com sua melhor companhia. Lopunny era a criatura mais confiável e solícita em sua vida. A coelha fazia de um tudo para agradar sua mestra e melhor amiga, bem como tentar preencher aquele vazio, que durante anos teve de lutar contra. Luto. Solidão. Medo. Eram todos demais para uma mulher que foi sempre tão alegre e otimista. Tão amável e prestativa. Ela já tinha aprendido a lidar com tudo aquilo e aquele era um dia comum como qualquer outro. Então por que para a sra. Monclar parecia que o mundo estava se movendo mais lentamente que o habitual? Por que estava tudo tão...

- Branco? - ela passava a mão entre os cabelos encontrando o primeiro fio que marcava o início de um novo ciclo. Pois por um milésimo de segundo ela refletiu toda uma vida ao fitar aquele único fio grisalho até dar-se conta do que realmente significava - LOPUNNY!!! VAMOS AS COMPRAS!

A coelha deu um salto que foi parar no teto! O grito da mulher estremeceu a casa e fez o dia se agitar. Ela colocou um vestido branco com estampa de frutos azuis, calçou as sandálias mais confortáveis, carregou uma bolsa de colo com o essencial, pegou as chaves da camionete vermelha e acelerou rumo ao centro da cidade.

Mal sabia ela que aquele dia seria o fim de tudo. E também o início de algo novo.

Emme

Spoiler:

por **Renzinho** Seg Abr 12 2021, 15:19

Seismic Planning

God's Plan

Vidas são os caminhos sinuosos traçados por nossas almas marcadas. Marcadas por sentimentos, dores, experiências e desejos. Por mais resilientes ou determinadas que sejam, nenhuma delas é capaz de voltar a ser exatamente o que um dia já fora, depois de viver. Talvez seja essa a razão pela qual muitas dessas tais almas simplesmente parem no meio do caminho: não sabem como seguir em diante, em como aceitar suas marcas como sendo parte de si. Desoladas e incompreensíveis, apenas deixam-se perecer nas sombras daquilo que lhes antecedeu.

Mas para aquelas que conseguem encontrar uma luz ao fim do dia, que seguem a barca solar para dentro do Duaat interdimensional... Cada uma dessas cicatrizes é vista como uma nova oportunidade; como uma chance de encarnar o carneiro que trás consigo o amanhecer. E mesmo para estes, a mudança nem sempre era vista com bons olhos, era lenta e difícil de notar. No final das contas, qual diferença de um otimista para um pessimista? Provavelmente, a motivação para fazer algo em relação com essa mudança.

E certamente, Mary Monclar era uma otimista de mão cheia. Ou ao menos, dava o seu melhor para cumprir tal proposição.

Uma mulher marcada, de fato. Dizem que machucados saram mais rapidamente quando na presença de amor, não? Talvez por isso que a dona de casa consiga manter-se assim tão... inteira, apesar das inúmeras rachaduras que percorrem toda a delicada porcelana de sua derme. Além, claro, da tão bem cuidada e trabalhada vaidade da mesma. Arrumar-se da melhor forma possível apenas para dar um rolê pela cidade depois de encontrar uma monstruosidade grisalha em seu castanho tapete de queratina? Isso é para os fortes, meus caros.

Ela não estava de toda errada, todavia. Era realmente um ótimo dia para se sair um pouco. Os céus, as flores, a grama e o vento, todos pareciam estar animadíssimos, enfeitando as extremidades de Goldenrod. Até o trânsito parecia estar relativamente acolhedor: sem muito movimento, Monclar tranquilamente seguia na direção de uma feira na entrada da cidade, próxima de sua casa-fazenda. Um dia calmo e relaxante, finalmente uma folga depois de uma vida cheia de conturbações. Do jeitinho que deveria ser, não é mesmo?

... Talvez não. Ou talvez sim. Quem sabe, afinal? O ponto era que tudo parecia tão... feliz que chegava até a saltitar. Bem, talvez até literalmente demais. No horizonte, Mary conseguia ver uma bolinha saltitante na estrada, rolando e pulando. Estranhamente, ela ficava maior a cada segundo que se passava... Espere, por que a bola tinha chifres e orelhas?

... POR QUE TINHA UM DONPHAN ROLANDO NO MEIO DA ESTRADA, INDO NA EXATA DIREÇÃO DA SIMPÁTICA CAMIONETE VERMELHA DA MAMÃE MONCLAR???

OFF:

Mary | Goldenrod Streets | Arceus Event

✰

por **thito** Seg Abr 12 2021, 18:01

Mary gostava de observar os campos dos vizinhos. Como eles ornavam a frente dos jardins e das casa. As cores que compunham seus pequenos pedaços de terra no mundo como um espaço particular, onde é doado muito tempo de cuidado e dedicação. Cada uma tinha um brilho especial até mesmo as mais simplesinhas. A cidade, por outro lado, já não despertava tanto o interesse da mulher. Ela e o filho ainda tinham a escritura de um terreno no subúrbio de Goldenrod, mas desde o dilúvio de uns anos atrás que obrigou ela a ir morar no interior, retornar nunca pareceu uma opção.

Por mais que estivesse morando em sua cidade natal, de onde nunca pensou se mudar, Goldenrod já não brilhava mais como antigamente. Ainda sim era seu lar. Ao menos ela sentia que era por suas raízes e as memórias que fez por lá nesses quase quarenta anos de vida.

Ela secava uma lágrima que escorria no rosto e quando Lopunny percebeu ela mentiu - Estou bem. É que ainda é estranho sem o Joseph e o Matthew do meu lado. Vivemos muitas coisas nessas ruas, não é mesmo minha amiga? Você sempre esteve lá comigo.

A senhora Monclar se sacudiu e mandou aquelas energias pesadas embora. Lopunny fez o mesmo, copiando a amiga, fazendo ela sorrir. Um riso sincero que logo deu lugar a uma face de preocupação, pois no instante que passavam por perto de uma feirinha algo vinha em sua direção com certa velocidade.

- Aquilo... O que um pokémon tão grande faz no centro da cidade? E sozinho? E VINDO EM NOSSA DIREÇÃO?!

A mulher só teve tempo de puxar o freio de mão e catar na sua bolsa a esfera de sua Espeon e seu Ditto. Vamos fingir que levou dois segundinhos e que a bolsa dessa mãe não era uma zona, só por hoje!

- Espeon, freie aquilo com Psychic! Ditto, ajude se expandindo como um lençol e contenha aquela criatura antes que nos atinja!!

Ela estava pronta para dar de ré caso não fosse parado, porque não sabia quanto poder aquilo tinha, mas também estava preocupada com os pedestres, por isso mandava Ditto conter a criatura como se fosse uma camisa de força elástica. Eles já tiveram que fazer isso antes para tratar de pokémon de grande porte.

Emme

Spoiler:

por **Renzinho** Qua Abr 14 2021, 15:27

Seismic Planning

God's Plan

Bem, decerto, a comodidade tinha seus pontos positivos. A rotina é algo natural ao ser humano, ou ao menos, é estigmatizada como sendo. Todos os dias, coisas são feitas repetidamente. Ações realizadas, observações feitas. Um dizer, um passo andado, um lugar visitado. Às vezes, nem mesmo percebemos que estamos presos a um padrão, limitados e trancafiados por ninguém mais que nós mesmos. A mente humana ludibria e engana, como um narrador de um conto na primeira pessoa: enxerga apenas aquilo que está em sua frente, conhece apenas sua própria verdade.

Como os filósofos dizem? Conhece-te a ti mesmo. Sim, parece bastante adequado. Antes de fazermos mais nada em nossas vidas, antes de exigirmos ou impormos, precisamos conhecer. Mary Monclar parecia ser o tipo de mulher que sabia muito bem quem era e o que queria. Ou ao menos, costumava saber. Tão marcada e machucada pelos tiques do relógio, será que ainda era a mesma pessoa que costumava ser quando encarava-se no espelho quinze anos atrás?

Talvez não fosse o melhor momento para perder-se em tais pensamentos. A dona de casa estava ocupada demais dirigindo e rindo com sua Pokémon. Quero dizer, até o momento em que um pequeno desastre acometeu-na. Felizmente, Mary parecia ser dotada de um raciocínio rápido e de reflexos ágeis. Mal tivera o elefante tempo de chegar no refrão de Wrecking Ball que a mulher já tinha parado seu carro e sacado duas esferas, também não tardando a bradar instruções aos seus monstrinhos, tentando impedir sua vida — e muitas outras coisas — de ser demolida.

Seus Pokémon também pareciam relativamente acostumados com aquilo, na medida do possível. Enquanto Ditto e Espeon foram para fora, Loppuny pareceu bater palminhas de incentivo. Ah... Nada como um verdadeiro gesto de apoio moral antes de enfrentar uma bola demolidora gigante. Se fosse qualquer outra pessoa, talvez o Donphan tivesse feito um verdadeiro estrago. Felizmente para a Monclar, seus parceiros conseguiram fazer tudo o que lhes fora pedido com excelência. Espeon utilizou seus poderes para desacelerar o terrestre da melhor forma possível, enquanto a gosminha azul metamorfoseou-se de forma a cobrir a maior área possível com seu corpo elástico.

O resultado? Um elefante embrulhado para presente. Mas certamente, o paquiderme não iria facilitar as coisas — e desta vez, não chegava nem mesmo a ser sua culpa. O pobre Pokémon parecia desesperado, com as pupilas assustadoramente arregaladas, patas e orelhas inquietas. Era quase como se tivesse visto um fantasma... Ah, fantasmas existem aqui, irrefutavelmente. Será que o Donphan tinha se assustado com um Haunter travesso que estivera fazendo parcerias com os Rattatas travessos da região?

... Por algum motivo, eu acho que não era exatamente isso.

Talvez por que, assim que o elefante acalmou-se, uma série de gritos distantes cortou o ar, na direção do centro da cidade (exatamente de onde o terrestre estivera vindo). Ao ouvir aquilo, Donphan pareceu ficar um pouco agitado novamente. O chão tremeu algumas vezes — será que o bicho estava assim, tão assustado a ponto de fazer a terra estremecer sob seus pés? Bem, não tenho certeza... O fato é que, apesar de o elefante estar um pouco mais calmo, ainda tinha algo incomodando-o; e isso parecia estar relacionado com qualquer que seja a bagunça que ocorria mais a frente.

Elefantes e gritos, gritos e elefantes. Ah, Mary... Que lindo dia você escolheu para aventurar-se na sua tão tranquila cidade natal.

Mary | Goldenrod Streets | Arceus Event

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por **thito** Qua Abr 14 2021, 17:54

O susto passava e dava lugar a preocupação. Mary olhava para Lopunny questionando se a coelha tinha ideia do que pudesse estar acontecendo, mas a orelhuda negava veementemente. A mulher se olhava no espelho retrovisor e pensava "pelo jeito não vou conseguir um encaixe no salão hoje".

Ela abria a porta da camionete pedindo para Lopunny aguardar um pouquinho, pois precisava fazer com os outros. Ditto ainda fazia o importante papel de acessório de contenção quando um tremor quase derrubou a senhora no chão. Pela reação de Donphan Mary tirava suas conclusões. Alguma coisa assustou ele e ainda arrumava confusão, já que estava na mesma direção de onde o elefante vinha.

- Espeon, querida, descubra o que um Donphan faz na cidade e se tem um mestre. Não podemos deixa-lo sozinho assustado a solta. Vou estacionar e já volto.

Ela retornava pro veículo e procurava uma vaga, afinal, não estava afim de acumular pontos na carteira. Logo que encontrou, voltava a pé ao lado da companheira peluda para descobrir o que Espeon tinha conseguido entrando na mente do terrestre. Normalmente a psíquica usava de seus dons para ajudar a sra. Monclar com assuntos de psicologia pokémon quando os problemas deles não eram aparentes como ferimentos, por exemplo. Essa comunicação mental era importantíssima para o trabalho de um criador, segundo ela. Mesmo assim, se não fosse um selvagem, ela imaginava que seria dificílimo arrastar um Donphan por meia cidade até encontrar a quem pertencia ele ou ela. Talvez a alternativa mais fácil fosse levar para as autoridades.

Emme

por **Renzinho** Qua Abr 14 2021, 19:58

Seismic Planning

God's Plan

É, parece que o universo não estava muito afim de colaborar com Mary e seus planos de beleza. Poderia-se até mesmo dizer, os mais ousados, que os próprios Senhores da existência estavam contra as vontades daquela doce mamãe. Sinceramente, esses criadores de hoje em dia... Nem para deixar uma senhora ter sua tarde de luxo à vontade... Mas não era como se a mulher estivesse passando por maus bocados. Seu histórico de atleta — digo, criadora — fazia com que ficasse bem mais fácil. Imagino que não era a primeira vez que enfrentava paquidermes altamente agitados.

Certo... Eu não sei se tinha vagas no meio da estrada, visto que Mary ainda não estava exatamente na cidade de Goldenrod propriamente dita — estava nos arredores municipais. Havia, no entanto, um recuo na rodovia, onde os carros poderiam parar para, digamos, uma emergência casual. Imagino que lá esteja de bom tamanho, por que no momento, seria o melhor que encontraria. Enquanto isso, Espeon lidava com o Donphan, ou pelo menos tentava fazê-lo da melhor forma possível.

O terrestre assustou-se um pouco com a invasão psíquica, de início, mas parecia cansado demais para relutar. Além disso, não era como se a mente fosse um dos aspectos mais fortes da espécie. Dado isso, assim que a dona de casas voltou até o lugar — olhe só, não foram acometidos por nenhum outro carro ou transeunte, que intrigante! —, encontrou a vulpina terminando de fazer sua manipulação mental. Sua resposta? Simples, ela apontara na direção do coração da cidade com a cabeça e a cauda bifurcada.

Antes que a Sr. Monclar pudesse refletir melhor que isso, mais gritos distantes cortaram o ar. O chão voltou a tremer, mas curiosamente, Donphan ainda estava parado. Parecia que Espeon havia deixado o elefante em um estado meio anestesiado, por assim dizer, tentando evitar que o paquiderme causasse mais confusão. Entretanto, isso fez com que o grupo ficasse atento em relação a mais um fator.

... Se a causa dos tremores não era o Pokémon em sua frente... Isso provavelmente significava que tinha algo muito mais sério em frente, quando se leva em consideração também os múltiplos gritos.

Ótimo, de mamãe semi-depressiva querendo um up de autoestima, Mary Monclar precisaria mudar para o modo mamãe rigorosa detetive.

Mary | Goldenrod Streets | Arceus Event

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por **thito** Qua Abr 14 2021, 23:36

Pela situação, era mais conveniente deixar o carro bem longe do tumulto, aliás, era uma relíquia, e Arceus que a livre de ser destruída numa confusão! Não se fazem mais camionetes como antigamente...

Ela retornava na companhia de Lopunny e se surpreendia com as informações de Espeon. Mais ainda os estrondos e gritos que vinham da megalópole mais adiante. - Acho que o mais recomendado seria voltar pra casa e aguardar pelo noticiário, não é mesmo? - Ela questionou as companheiras de longa data, inclinada a retornar pro carro.

Não era como se ela não ligasse pro que estava acontecendo, ela só não era o tipo de pessoa impulsiva que mergulha de cabeça no limbo, como o filho imprudente, por exemplo. Mary era o tipo de mulher cautelosa que preferia não se arriscar... Por um momento seu coração esteve em dúvida e questionou a razão. Talvez houvessem pessoas e pokémon precisando de ajuda. Será? Bem, a única coisa certa era que essa dúvida começou a consumir ela por dentro, deixando claro que se desse as costas para o conflito talvez se arrependesse profundamente por não ter se envolvido.

Ora! Ela arrumou a bolsa, liberou o grandão, já que não tinha muito o que fazer por ele, e suspirou pesadamente enquanto fitava os prédios de Goldenrod de onde vinham os tremores. Ela pegou Espeon no colo e disse:

- Ditto, se transforme em Donphan. Vamos pro centro da cidade. Não volto pra casa sem tingir meu cabelo!

Era um bom objetivo, já que ela estava disposta a fofocar, quer dizer, enfrentar o que quer que estivesse acontecendo no centro, e ainda voltar com um estilo novo pra casa.

Emme

por **Renzinho** Qui Abr 15 2021, 09:33

Seismic Planning

God's Plan

Uma encruzilhada. Hécate erguia suas tochas para iluminar o caminho de suas escolhidas, mas nada mais. Para qual lado seguir deveria ser uma escolha das próprias. Com Mary Monclar não seria diferente: as possibilidades vieram aos seus olhos, assim como à mente. A mulher até mesmo cogitava, em voz alta, o que deveria fazer, antes de realmente decidir-se. Lopunny apenas assentiu ao ouvi-la, como se dissesse que estaria ao lado da mestra para qualquer que fosse a situação.

Contudo, bastou um pensamento altruísta para que ela seguisse seu rumo sem mais hesitar. Ora, por mais que ela já não fosse a mesma de vinte anos atrás, uma vez criadora, sempre criadora, não? A dona de casa poderia já não ser mais uma agente ativa da classe, mas certamente não deixaria de ajudar aqueles que precisavam, se tivesse como. Bem, pelo menos até que achasse um salão de beleza por aí, imagino eu. Depois disso? Já não tenho tanta certeza.

Armada com sua sempre confiável bolsa de mãe e suas companheiras fiéis para as horas do babado certeiro, a ex-criadora seguiu adiante; com um elefante semi-drogado caminhando tranquilamente para a outra direção, e um outro elefante — este com olhinhos estranhos — chamando-a para subir em seu lombo para uma carona.

Devo adiantar, entretanto, que as coisas pareciam estar piores do que o grupo poderia sequer imaginar.

Conforme aproximavam-se do centro da cidade, começaram a notar que as ruas nas quais andavam estavam ligeiramente trincadas. À medida em que caminhavam, as pessoas fechavam as janelas e portas, notando o elefante enorme. Um carrinho de picolés estava tombado no chão, como se deixado às pressas. Uma bola de plástico vermelha quicava do outro lado da calçada, abandonada ali, sozinha. Isso mesmo, sozinha. Era até estranho: a tão movimentada Goldenrod estava vazia.

Por algum motivo, isso parecia mais assustador que qualquer tipo de paquiderme desesperado.

Enquanto avaliavam o cenário ao seu redor, Mary e seus Pokémon foram interrompidos por um outro terremoto. Este foi mais forte, fazendo com que Ditto perdesse o equilíbrio e derrubasse sua treinadora sem querer, também perdendo a forma que assumira. Felizmente, Espeon fora rápida o bastante para usar seus poderes psíquicos para deixá-las sãs e salvas. Aparentemente, nem todo mundo teve a mesma sorte.

Uma explosão aconteceu alguns metros à frente. No horizonte, um prédio alto irrompera em chamas. As rachaduras no chão aumentaram, a ponto de que já era impossível transpor um lado da rua pro outro, alguns metros adiante. Conforme as fendas prosseguiam, vorazes, alcançaram a base de uma loja de brinquedos infantis naquela região. A estrutura tremeu, e então começou a ruir, os pedaços desmoronando lentamente — era como assistir uma cena em câmera lenta. A bola fora atingida por um pedaço de janela que caíra, finalmente parando de quicar.

... Explosões eram ruins, não? Talvez fosse melhor ir até lá, ver o que aconteceu. Isto é, se Espeon não tivesse puxado a barra do vestido de sua treinadora, tentando chamar sua atenção para algo. No ponto cego de Mary, em relação à própria loja de brinquedos, havia um pequeno Furret, que insistia em permanecer ali do lado mesmo com pedaços do prédio caindo a todo momento. O monstrinho parecia um pouco desesperado, quase como se tivesse perdido algo muito importante para si ali.

... Bosta.

Mary | Goldenrod Streets | Arceus Event

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por **thito** Qui Abr 15 2021, 16:42

- Er... Talvez tivesse sido melhor voltar pra casa e fingir que nada aconteceu... - Era tarde demais.

A família Monclar sempre teve uma péssima mania de se envolver com a justificativa de ajudar. Famosa mania de herói. Por muitos anos Mary repreendeu o filho por agir sem pensar, acreditando que esse sentimento de invencibilidade levou ao assassinato do pai, seja por ter comprado a briga errada ou pelo acúmulo de inimigos. A questão era que a mulher era mais racional que emocional. Claro que agia com o coração, mas sempre com a certeza de que tinha grande chance de sucesso. Quando se escolhe entrar numa situação sem saber nada do que estava acontecendo, não havia razão, apenas a emoção de querer fazer o bem. E se não tem pensamento lógico, os impulsos são e serão responsáveis pela maioria das ações, tão perigosos e efêmeros quanto uma bolha de sabão! Só que uma vez envolvida, nem mesmo a mente mais poderosa poderia converter o coração a mudar.

O problema era que aquela cidade parecia desconhecida. Como se o caos que reinasse tivesse marcado o lugar e nada além das construções sobrassem. A vida parecia extinta! "Onde estão todos?" - Ela pensou. A angústia começava a tomar conta. Espeon, que estava em seu colo, sentia as emoções da mulher oscilar, mas nada podia fazer já que sentia as energias que cercavam a cidade. Talvez fosse algo para se temer.

Depois disso o susto de cair do cavalo, quer dizer, elefante foi grande, mas a consequência de chocar com a coluna no asfalto seria AINDA maior se não fosse o anjo psíquico na vida da mulher. Ufa! Sem visitas ao médico, por enquanto. Quer dizer, ao menos para ela, pois ao se deparar com a sequência de acontecimentos, imaginou o que seria daquele pokémon se não fugisse logo. E aparentemente ele não tinha forças pra sair do lugar.

- Agility!

Foi só dizer uma palavra ao encontrar os olhos com a coelhona que Lopunny entendia o que devia fazer. Usar da sua agilidade para virar uma velocista e salvar o normal distraída/paralisado.

- Nada disso faz sentido. Essa já não parece a Goldenrod que nasci e cresci! O que, em nome de Arceus, está acontecendo aqui? - Ela questionava ao universo em voz alta, mas sem a necessidade de elevar a voz. - Espeon, descubra de onde estão vindo essas explosões.

Enquanto isso ela ligava pra polícia da civil. Não era possível que não tinha um oficial de plantão para explicar o que estava acontecendo ou dar um suporte para os cidadãos.

Emme

por **Renzinho** Qui Abr 15 2021, 23:28

Seismic Planning

God's Plan

Pois é, a coisa tava feia. E não era um feio qualquer, mas sim um feio que você olha e até assusta. Aquele feio que faz as mães gritarem, sonhando que viram a sogra ao olhar no espelho. Sim, esse nível de feio. Mas eu acho que Mary nunca foi do tipo de julgar única e exclusivamente pela aparência. Ah não, ela gostava — como bem evidenciado — de pensar muito a respeito de tudo.

Bem, ao menos quando ela tinha a oportunidade para fazê-lo. O que aconteceria caso não tivesse tempo o bastante para pensar, ou pior ainda: se ela não conseguisse processar tudo ao seu redor para chegar em uma conclusão palpável...? Pois é. Certamente, não era fácil ver sua tão amada Goldenrod naquele estado, não é mesmo, Senhora Monclaro?

Vai ver fora esse o erro. Erro este cometido por todos, desde os Pokémon, até a ex-criadora, e ouso dizer, até mesmo de Arceus. Acomodar-se. Pensar que tudo seria sempre da mesma forma, que a mudança e as turbulências nunca chegariam próximas o suficiente.

... Se chama erro por um motivo, certo?

Mas mesmo em um mundo falho e errôneo, acometido pela confusão, prioridades deveriam ser enumeradas. Isso a dona de casa parecia ter muito bem definido. Com uma comunicação rápida e eficiente, Lopunny foi até o prédio, puxando o Furret consigo. Este parecia bastante abatido, debatendo-se e tentando soltar-se do aperto da coelha. O monstrinho choramingava, como se o prédio tivesse ruído com tudo de mais importante que o Pokémon tinha.

... Enquanto isso, a dona de casa fazia o que deveria ser o mais sensato: chamar as autoridades. E bem, ela até teve uma resposta, mas duvido que seja a que queria ouvir. Definitivamente, todos odeiam ouvir um “Sua chamada não pôde ser realizada. Por favor, tente novamente mais tarde!” seguido de um sonoro bip.

Parecia que a polícia não iria te ajudar dessa vez, minha cara. Provavelmente, as próprias autoridades estavam lidando com seus próprios erros — seja lá o que isso signifique.

Talvez Mary Monclar não tivesse percebido ainda o quão sério era aquilo tudo. Era muito mais que apenas uma confusão pré-salão. Contudo... Pode ser que tenha sido tarde demais, quando ela notou uma pequena mão infantil sob a loja de brinquedos desmoronada. Ou ainda, de outra explosão seguida de mais terremotos, prosseguidos de um forte cheiro de queimado. Seria este seu erro, dona? Manter-se racionalmente ignorante?

...

Curioso... Espeon saíra e ainda não voltara.

Mary | Goldenrod Streets | Arceus Event

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