ORANGE ARCHIPELAGO DUNGEON #1 - AYZEN & VICTORIA

OFF: Ai, a felicidade de quando pegam a referência do nome do pokémon.........

Sabe algo que eu amo em Nidhogg? Suas escamas. Sempre suas escamas. O efeito "lantejoula" que o pokémon tem deixa ele com uma espécie de look-da-moda que lhe cai muito bem. Veja bem; Nidhogg pode estar comigo a um tempo, mas ele ainda não se 'soltou' o suficiente para que eu possa bater o pé e dizer que ele é assim.

Sei que gosta muito de sons metálicos e sente um prazer inenarrável quando sente suas escamas serem 'dedilhadas'. Não precisa muito mais para entender sua expressão sádica ao finalmente findar (pleonasmo?) um golpe. Lançara uma esfera de tom acinzentado que - com seu pequeno tamanho e alta densidade - acertou o Magneton com força; lhe distorcendo a forma.

Foi ai que o sorriso de Kommo-o saiu.

O pokémon balançou a cabeça e deixou que seu acessório pendesse por cima de sua face. Ficou ali, disfarçando o riso sádico por debaixo da coroa, emitindo engasgos ora ou outra. Precisei estalar os dedos e chamá-lo de volta para a realidade, num sinal claro de que ainda não acabou:
- Ei, preste atenção! - Pedi, num tom imperativo. Em resposta Kommo-o armou suas escamas e colocou a coroa no lugar com uma das mãos - Duplo Aura Sphere! - Repeti as ordens.

Se ele faria? Dependia mais de paralisias do que de mim; ainda assim, se fizesse, não faria sem antes pentear suas escamas alvoroçadas... Talvez eu nunca tenha reparado no quão vaidoso Nidhogg é; ou talvez ele nunca havia se mostrado ser.

#TreinoLarvitar 04

OFF: A gente vai dar uma interagida, quando acabar a gente te avisa aqui e no Discord <3

O poder da saúde mental; aquele que cura até paralisia. No final das contas, Nidhogg só precisou sentir um pouquinho o gostinho de sangue para que fosse guiado ao fim. Farejou um final drástico, batera a cauda no chão, urrara em sinal de liberdade e expulsara um esfera d'aura em direção à Magneton, que terminou de amassar o restante de sua lataria.

Com a vitória, eu nem me sentia muito 'adequada' ali. Não havia espaço para comemorar; Kommo-o ocupara toda e qualquer manifestação. Pensando que havia mais, o pequeno-grande-lutador bateu no peito, inflou os músculos, arqueou o sorriso ladino e ouriçou as escamas. Tudo isso para - pura e simplesmente - se mostrar. O pseudo praticamente gritava para quem quisesse ouvir: "quem é o próximo?!". Por sorte, ninguém se manifestou.

Estalei a língua nos dentes mais uma vez. Tsk. Eu odeio mimar meus pokémons quando eles estão fazendo algo errado, mas há de se admitir que essa era minha única solução rápida e pragmática. Puxei a bolsa das costas, desencaixei-a dos braços e passei a alça pela frente, lhe acoplando no peito inchado. "Cavouquei" uma das bolsinhas laterais e peguei um dos Rage Candy Bars, revelando ao alto com um assobio.
- Ei, vem comer! - Anunciei. O bobo do dragão era facilmente manipulável com doces desde pequeno.

Por sorte, quando come ele se acalma.

Pegou a barra com uma das mãos e, com a outra, usou as garras para desembrulhar. Quando já livre de qualquer embalagem, o pokémon enorme pegou a pequena barra com as duas mãos, posicionando-a bem a frente do seu rosto, na beiradinha do indicador & do polegar. A barra era tão minúscula para um pokémon daquele tamanho! Chegava a ser estúdio, para não dizer "engraçadinho" para um marmanjo desses.

Não há muito mais o que narrar sobre isso. Kommo-o logo pôs o chocolate na boca e fez questão de não morder, deixando que a parte saboreada derretesse aos poucos, a medida que entrava em contato com a saliva do pokémon. Dessa forma, o doce durara todo o processo de migração de um ponto a outro.

Nesse meio tempo, a multidão voltou. Cacei com os olhos a única figura importante para mim e, por sorte, lhe achei. Ousei dar um breve sorriso para ela e um acenar de mãos e, depois de um belíssimo tempo de troca-de-olhares e silêncio-mórbido, entendi que todos olhavam para mim como se esperassem "algo".

... e esse algo era uma apresentação.

Vejam bem, eu achei que estavam olhando para mim porque eu ganhei, não pensei que quisessem algo de mim! Fiquei certa de cinco minutos completamente calada, sendo alvo de todos os olhares. Quando alguém na plateia arranhou a garganta, entendi que eu devia - ao menos - prestar mais atenção. Ayzen já havia se apresentado e eu nem sequer percebi.

Sei que não quero estar aqui, mas prestar mais atenção talvez me poupe de certos atrasos e vergonhas desnecessárias. Caminhei até perto do meu amigo, relaxei um pouco os braços e cacei suas mãos. Quando possível, alcancei os dedos de Ayzen com os meus, entrelaçando rapidamente nossas falanginhas.

Era para ser algo romântico?! Pois não vai ser. Fiz isso apenas para levantá-lo por completo, erguendo sua mão no alto e anunciando:
- EU SOU WINNIE E ESTE AQUI É O HOMEM MAIS FORTE DA TERRA. QUANDO O CONHECI, ELE ESTAVA EM OUTRO CONTINENTE, TENTANDO ENFRENTAR NO BRAÇO UM DOS MONSTROS DO LAGO QUE AMEDONTRAVA OS CIDADÃOS DE SEU VILAREJO - Inventei uma história qualquer. Por que? Bem, porque achei que seria mais legal assim - SE HÁ ALGUÉM QUE PODE GARANTIR A SALVAÇÃO DE VOCÊS, ESTE É AYZEN, O INCRÍVEL. SOU APENAS A FIEL SERVA DESTE "HUMILDE CAVALHEIRO" - No fim, abaixei a mão do loiro e soltei-a.

Já com as mãos aterrissadas, contornei (90º) o meu grandessíssimo companheiro, ficando bem a sua frente e ajoelhando ao seus pés:
- Oh meu rei, mas que honra é defender essa cidade ao seu lado. Sei que fará o possível para que tudo dê certo - Caçoei. Ayzen sabia disso, o resto das pessoas? Certamente não.

Na verdade, quem mais rosnou perante meu ajoelhar foi... estranhamente... Nidhogg. Ciúmes?! Instinto?! Não sei; Felizmente ele logo voltou a chupar a Rage Candy Bar e não fez nada demais. No mais, levantei e limpei os joelhos, ficando na ponta dos pés e oferecendo a mão a Ayzen, interpretando um verdadeiro mordomo.

Eu já estava toda de preto mesmo, tragam-me uma gravata e um paletó que ta tudo certo. Lhe acompanhei até a tenda e, lá dentro... surtei:
- AH MAS VOCÊ TA BÊBADO SIM - Gritei, assim que ficamos a sós, jogando minha bolsa num canto da tenda sem reparar muito em seu design. Dei uma volta completa no espaço e joguei-me em alguma rede artesanal que provavelmente deve existir - EU TE CONHEÇO AYZEN KITSHOMO, VOCÊ NÃO TA SEMI BÊBADO, VOCÊ TA TRÊBADO!!!! ME DA LOGO MINHAS VITAMINAS QUE NÃO QUERO VOCÊ BÊBADO COM MINHAS COISAS.

Devo admitir que levaríamos mais tempo dentro daquela tenda do que os moradores do vilarejo planejavam...

#TreinoLarvitar 05

OFF: Só comentando que dei um Rage Candy Bar para Kommo-o... esqueci de botar no OFF anterior QQ

Preciso nem dizer que eu me recuso a dar milhares de reais a Ayzen bêbado, não é?! Justamente por isso arranquei de suas mãos minhas vitaminas e enfiei na bolsa com certo carinho. Peguei o papel da nota fiscal, vi o preço já previamente combinado e dei uma pequena tosse de engasgo. Veja bem, eu sempre soube que teria que pagar 24 mil para ele pelo "tráfico", mas sempre que eu lembro desse número absurdo, eu engasgo.

No mais, decidi matá-lo do coração mais um pouco; visto que a primeira vez simplesmente não deu certo:
- Ah... isso aqui? - Me referi à nota fiscal. Peguei-a com só uma das mãos, amassando a pontinha do papel e balancei-a no ar - Pra que isso aqui?! - Indaguei mais uma vez, amassando de vez e a jogando numa cesta de lixo qualquer - É pra pedir devolução?! Relaxa, os potes tão todos bem fechados, não vai dar problema no produto, então não tem porque você me dar isso...

Eu devo admitir; sou uma péssima atriz. Felizmente Ayzen ta bêbado e dificilmente não perceberia a gafe. Dei-lhe um belíssimo sorriso, botei minha mochila rente as costas - agora bem mais pesada do que devia estar - e sai da cabana com um saltitar animado:
- Vamos, vamos, tem mais drinks para você beber! - Anunciei, já pisando para fora do estabelecimento - Vem Nid, vamos pra festa, tem muito o que comer. Amanhã nós dormimos e acordamos de ressaca e mais gordinhos... - O pokémon confirmara com a cabeça, indo logo atrás de mim.

Assim, eu imagino que vocês devam saber porque eu estou tão focada em "forçar a barra" com Ayzen, né?! Ainda assim, deixe eu rememorar para vocês. Primeiro ele me chamou para um cruzeiro que eu mesma paguei do meu bolso; segundo que ele (no mínimo) omitira de mim o fato de eu ter que participar de um festival ativamente. Terceiro que as férias que eu tanto "hypei" virou basicamente um "mande a Winnie trabalhar" e, terceiro, que tinha um bocado de nativo olhando para mim como se eu fosse um pedaço de carne. Uns para me comer - literalmente ou não, não tenho certeza - e outros por pura inveja. Tem uma (fucking) alma viva que me deseja o bem na desgraça dessa ilha.

Ah é... e quarto: ele está me fazendo "companhia" em todos esses problemas COMPLETAMENTE BÊBADO. Eu já disse uma vez, direi outra: Ayzen você me paga.

Ao menos agora, depois desse teatrinho, espero que o holofote seja ele. Se nada cair para cima de mim, certamente ficarei mais confortável.
- ... né Nid?! - Indaguei. Na verdade eu estava falando sobre coisas que estavam "exclusivamente na minha cabeça", então o pokémon de Alola não soube o que responder. Só balançou a cabeça afirmativamente e emitiu um "uhum" meio duvidoso...

#TreinoLarvitar 06

OFF: Pode postar Andros :>

Arg, não tem absolutamente nada que eu possa fazer para irritar esse garoto?! Acho que, se é isso que eu tanto quero, a primeira coisa que eu devo fazer é, sem dúvidas, esperar o álcool passar; afinal de contas, sem ele, a noção deve voltar. No mais, fui até a festa bastante frustrada, comendo pouco e bebendo muito (meu lema de frustração). No fim, fiquei mais bêbada do que pretendia. Evitando fazer qualquer 'merda' fui para a cabana mais cedo e dormi assim que possível.

Ao meu lado, dois pequenos comprimidos de Dipirona e um belíssimo copo de água de coco que roubei da festa. Atento-me aqui a pergunta que não quer calar: essa cabana é mesmo feita para foi escolhidos?! Porque se for um só, me recuso a dormir com Ayzen. Que ele beba o suficiente para dormir no chão...

... ou na poltrona, pode ser também. Comigo? De jeito nenhum.

No mais, esperaria a manhã vir e, com ela, a sobriedade, as merdas das obrigações e, é claro, a ressaca.

#TreinoLarvitar 07

OFF: UUUH, QUE CHIQUE. TEMOS UM ITINERÁRIO!

Luz do sol e gritaria... tem como estar de bom humor?! Tem... pior que tem. Posso não ter acordado muito bem, olhando aquele homem estridente entrando em minha barraca plenas sete horas da madrugada. Ainda assim, o sentimento de ressaca liderara o ódio ao rapaz, me fazendo engolir duas doses de Dipirona de vez, com o bocado d'água que guardei ao lado da cama.

Pois é, não preciso nem dizer que o tempo de se arrumar tornou-se (ao menos para mim) tempo para "dormir mais". Virei na cama, trocando de lado e dormindo mais quarenta minutos; tempo necessário para a droga fazer efeito.

Quando acordei a segunda vez - sem homem e sem dor -, eu estava exponencialmente melhor. Nada como um "desprazer" para tornar o "des-desprazer" o mais puro (e verdadeiro) prazer...

... e isso nem sou eu quem afirmo, ok?! É Freud! "Chupa" terapeuta do Ayzen, eu sou ótima também!

No mais, levantei já PRONTA para o café da manhã. Passei a mão nas madeixas rosas, juntei-as em um rabo de cavalo prático, botei um vestido solto & fácil de colocar, calcei um chinelo rosáceo e, por fim, peguei aqueles pingentes levemente fora de moda, mas que certamente me seriam úteis em algum momento.

Veja bem... VEJA BEM! Eu, Winnie, não nego a força que tem um acessório. Não estou falando de moda, ok?! Mas os Z-Rings, minha Key Stone e a tal da ombreira Dynamax de Galar me provaram por a + b que não se nega um acessório quando alguém lhe da um. Não-se-nega! Ele pode simplesmente ser importante DO NADA. Então peguei aquele colar como se fosse um tesouro, botei no pescoço e sai atrás do café da manhã.

Ele me deu uma hora, não é?! Eu ainda tinha uns dez minutos para enfiar comida goela a baixo e simplesmente correr para a ponte ver de qual é. Pois assim fiz; depois masquei um chicletinho. Peguei algumas garrafas d´água e taquei dentro da bolsa também. Elas certamente me seriam úteis para quando eu fosse (ou arranjasse tempo para) escovar dentes e limpar a cara.

Sim, eu to meio borrada de maquiagem e com mau hálito; mas veja bem, é melhor isso do que de ressaca.

Pois minhas escolhas de prioridade (dormir, tomar remédio e comer) parecem ter sido assertivas; eu não falei nada durante todo o trajeto, sendo quase impossível (eu acho) perceber meu hálito. Além disso, se eu não tivesse comido bem, eu não conseguiria andar esse bocado de trilha sem ficar hipoglicêmica.

E aqui faço um certo adendo: começava a ser bom "ser escolhida". Primeiro que saímos da muvuca (finalmente). Segundo que eu comi um bocado já 2x. Terceiro que a Ilha era muito mais bonita para quem era pertencente dela; e eu agora era uma. Admito que meu problema nunca foi com a ideia de ser privilegiada em si - afinal de contas, quem tem problema com isso? -, o que eu simplesmente odeio, é ser o centro das atenções sem nenhum tipo de preparo.

A situação me fizera mal; estar ali, de preto, coroada e cercada de pessoas desconhecidas - CONTRA A MINHA VONTADE -  me fizera mal. Comer, beber, dançar, dormir e trilhar não era lá de má-ventura. Eu GOSTAVA disso, eu só não posso lhes afirmar que eu gosto de não saber muito bem o que isso significa.

Quando paramos do deck e vimos as três ilhotas próximas, apertei o colar que me deram e pedi a ele por "proteção". Ali eu sentia que não estava nadando em lugares "muito seguros"... além do que, a frase "nunca ninguém morreu durante esse festival" me dava um tremelique estúpido.

Primeiro que SÓ DELE COGITAR FALAR ISSO, NÃO É LÁ MUITO LEGAL. Segundo que da uma sensação de que, talvez, sejamos os primeiros. Somos os primeiros não-nativos; somos a primeira dupla. Porque não as primeiras mortes?! Pois é, meus queridos... isso realmente "me bateu". A pouco eu achei correr risco de vida com Kathryne, numa loja de brinquedos; ter que passar por isso tudo de novo seria  (repito) estúpido.

Claro que não falei desse medo em voz alta. Apenas entrei no barco tentando o engoli-lo, já que não há tanta racionalidade assim no sentimento. Pulei para dentro do bote de madeira (é de madeira?) e ouvi o primeiro destino proferido pela boca do velho:
- Eu tenho que remar? Eu não sei remar - Fiz uma pergunta, tentando encontrar um dos remos (tem remos?) e posicioná-lo no mar - E a primeira parada é a ilha do Inferno?! - Ri sozinha da minha piada estúpida. Quando reparei o quão desrespeitosa ela podia ser, me calei completamente e trouxe seriedade para o semblante - Ai ai... deixa eu ver se eu trouxe um casaquinho...

Aproveitei a tensão para enfiar MINHA CARA DENTRO DA BOLSA E ESCONDER A VERGONHA QUE EU TAVA DEPOIS DAQUELA PIADA ESTÚPIDA. Aproveitei para ver se tinha mesmo um casaquinho e... pasmem?! Não tinha. Mas tinha uma mantinha grande, que cabia eu e Ayzen nela. Será que o rapaz está com raiva de mim porque não deixei espaço algum na cama?! Será que ele ta com torcicolo?! Sei lá, minha raiva passou, talvez eu devesse cogitar dividir minha mantinha com ele...

#TreinoLarvitar 08