Iter Criminis!

Com a solicitação do homem, um dos funcionários da manutenção de barcos acabava por também seguir a irmã gêmea de Helena no trajeto até a corporação. Prestes a descerem do carro, Will questionava o nome da mulher que ria pois o destino que controlava tudo aquilo havia esquecido de ressaltar o nome dela no crachá.

- Me chamo Heloy. Peço perdão não ter me apresentado anteriormente. Como você viu, estamos com problemas - continuou, entrando na corporação e atravessando todas as portas para ficarem na sala de segurança. - Acho que aqui teremos mais privacidade para fazer as coisas, no entanto estou preocupada - iniciou ela, ligando o computador e começando a digitar. - Invadir o satélite será bem complicado e tomará bastante do nosso tempo. Já tem algum palpite em mente? Poderemos agilizar as buscas pois serão longas milhas marítimas para serem analisadas - explicou, sem tirar os olhos da tela.

O funcionário que os acompanhava ficava em silêncio o tempo todo, apenas se acomodando numa das cadeiras e observando a sala da mulher. Vira e mexe alguns cientistas passavam na frente da porta, onde mesmo num som abafado, dava pra ouvir que fofocavam sobre tudo que acontecia no porto.


A criminosa sentia que seu trabalho estava feito, então relaxou na maca até ser levada para o hospital sob efeito de um remédio para dor. Os médicos a colocavam numa maca e, considerando que os remédios já foram ministrados e a mulher não tinha nenhuma reclamação extra que pudesse caracterizar algo mais sério, eles apenas a deixaram em descanso.

No entanto, enquanto estava deitada, um dos enfermeiros que passava pela porta checava a ficha da mulher. Ele então se virou para um outro colega de profissão e comentou.

"É a mulher que estava no Porto. Nunca se sabe o que essas empresas estão aprontando não é? Bom, de qualquer forma, em breve os Rangers vão chegar para conversarem com ela"

Will havia reunido o que podia das investigações e criou uma teoria sobre o objetivo final da embarcação. Heloy concordava com a cabeça, tudo fazia sentido, embora não pudesse parar muito para discutir sobre a teoria apresentada. A primeira hora não demorou para passar, porém a exaustão da mulher era nítida, o que lhe rendeu uma rápida pausa para o almoço, até porque todos estavam a um bom tempo sem nenhuma refeição.

Quando retornaram, a mulher demorou mais meia hora para quebrar a última linha de defesa que o satélite possuía para iniciar uma transmissão no computador de Helena. Mas primeiro, ela foi cuidadosa em impedir que a corporação rastreasse seu sinal: se detectassem uma invasão, não saberia que foi interna.

- Muita burocracia das Sanders para termos acesso as imagens de satélite, mesmo que seja do interesse delas. De qualquer forma, vamos nos proteger - comentou, ainda não desfocando da tela.

Finalmente a imagem surgia e a mulher tratava de colocar as coordenadas do navio na estimativa do homem, onde tiveram sucesso em encontrar navios, porém eram vários num pequeno espaço. Heloy aproximou a imagem o máximo que podia e foi passando de um em um nos navios naquela rota, sem sucesso de reconhecimento pelo funcionário.

- Bom, vou dar uma olhada para frente e para trás desse ponto. Sei reconhecer os navios de Sienna, só precisaremos depois que você confirme ser a Quebra-Ondas - finalizou a gêmea, tomando lugar a frente do navio.

Enquanto se levantava para voltar ao local padrão, o funcionário deu olha olhada na mesa e acabou encontrando o papel impresso do Registro do navio em questão. Ele pegou a folha em mãos e leu com cuidado, depois coçou a cabeça e pegou uma caneta do suporte.

- Ei! Eu acho que posso ajudar vocês - comentou, fazendo uma ligação nas viagens de Kanto a Johto. - É impossível essas entregas terem sido realizadas porque do meio pro fim de Fevereiro e no começo de Março a Quebra-Ondas estava em manutenção - ele então riu, depois riscou mais duas rotas. - Aqui também. As Sanders não mexem o Quebra-Ondas para fazer entregas dentro de Kanto, nem mesmo nas emergências. Posso garantir a vocês que a Quebra-ondas Majestosa só serve para levar coisas para Johto e Hoenn


- Bom, então apenas como um detalhe final... pode me dizer se essa é a Majestosa? - questionou a mulher, dando zoom num navio que estava algumas milhas fora da rota padrão, porém começava a retornar.
- Sim! Sim! Essa é a Majestosa, tenho certeza - ele apontou na tela as bordas em azul. - As faixas possuem a coloração da Nidoqueen, por isso o nome
- Muito bem! - respondeu animada, digitando no Rotom Phone. - Já comuniquei para a Helena. Ela está a caminho e irá enviar as equipes de buscas imediatamente para Hoenn

Os minutos correram mais rápido a partir daquele momento, o sol estava tímido no horizonte, porém era suficiente para fazer a temperatura cair. Helena olhava com gratidão para Will, depois estendeu a mão para um aperto.

- Não acho que poderemos agradecê-lo o suficiente por seu apoio nas nossas buscas. Espero que não tenha uma visão negativa da empresa, pois falhamos, mas agora ficaremos mais atentos a projetos tão importantes - ela então deu um sinal para a irmã sair da sala e levar o funcionário do Porto. Antes de permitir que o garoto saísse, ela alertou: - Uma mulher foi pega num container, estava amarrada e foi agredida. Se lembra de suspeitar que havia mais alguém por lá? Talvez estivesse certo pois a dita cuja desapareceu do hospital. Não sei se ainda poderão ter interesse em você, mas tome cuidado


Natalie não queria ser pega e fazia um movimento inteligente em se esgueirar para fora daquele hospital. Sem mais demora, o fantasma guardava sua dona em "segurança" e lhe levava para fora daquele local. Sem muito mais o que fazer depois de toda a bagunça que seus próprios colegas de facção fizeram, ela precisava se resguardar e sumir imediatamente. Montando em Fearow, ela desaparecia no céu que escurecia e não era mais vista por ninguém daquela cidade