[MISSÃO ROCKET] 017 — mother earth

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Era manhã quando Karinna tomou as rédeas da situação e resolveu atendar o chamado da Organização. O Centro Pokémon? Fechado. Todos os outros serviços essenciais da cidade estavam da mesma maneira, e tudo culpa do Gilatina e seus companheiros. Quantas pessoas não foram prejudicadas com o estrago causado pelas quimeras? O prejuízo era imensurável, e até mesmo os grandes Rockets sofreram com perdas, graças a destruição. Assim, a Equipe convocou seus próprios membros, desde os Elite até os Grunts, para que ajudassem na reconstrução da base, já que alguns itens importantes haviam se perdido em meio aos destroços, e não tinha chances de contar com as autoridades para ajudarem a procurar, não é?

Pois bem, caminhando então em direção a base, Karinna tinha como companhia seu poderoso Espeon, que andava calmo e sereno, como sempre; isso logo depois de pousar, já que com a cidade lotada de confusão, ela teve de ir até Saffron para usar os serviços básicos. A base Rocket não ficava longe de onde ela estava, mas escondida o suficiente para não ser encontrada por pessoas que não sabiam pelo que procurar; talvez fosse até melhor ela não ser vista voando diretamente para lá, então, ponto para a loira. No caminho, ela conseguia ver que a situação era pior do que imaginava: não só o Centro Pokémon estava fechado por lotação, como uma parte dele estava completamente inutilizável, já que estava destruída quase que por completo. Outros prédios sofriam do mesmo, e gente andando para todo lado indicava que o caos estava realmente instaurado.

As cidades já haviam pedido ajuda para as sociedades, para colaborarem na reconstrução, mas a Rocket ainda não havia recebido nenhum chamado da sua, então, deveria estar livre para fazer isso primeiro com sua responsabilidade maior. Se as partes mais movimentadas da cidade estavam assim, como poderia estar o QG? Ela deveria apressar o passo? Teria ela a oportunidade de encontrar com alguém mais bem sucedido na corporação e conseguir uma promoção impressionando ele ou ela? Quem sabe? Eram todas perguntas para um futuro próximo.

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Era muito claro o que faltava em Celadon nesse momento, e Karinna tinha plena consciência da falta: cor. Tudo estava cinza, fosse porque os prédios por dentro eram realmente cinzas, e essas partes agora estavam expostas, ou metaforicamente falando mesmo; faltava todo o brilho da cidade para enfeitar os olhos. Até as plantas pareciam mais murchas hoje (as que não foram amassadas), e isso deixava Bley um pouco mais desanimada com a missão, mas ainda, determinada a trazer de volta a cor da cidade, mesmo que ajudando um pouco. Era hora de se apressar e garantir que ela conseguiria ajudar o suficiente com a Equipe Rocket para poder ser liberada logo, e resgatar suas recompensas.

Depois de pouco tempo caminhando, ela finalmente avistava o QG próximo, escondido como sempre em meio aos outros prédios da cidade. Havia uma grande movimentação logo na entrada, dois homens de cinza guardavam o portão da base, diferente de antes que a identificação era por voz; provavelmente estavam assim para não chamar a atenção com o famigerado preto, o que realmente era efetivo, já que até mesmo a garota estranhava a escolha de cor. Assim que ela se aproximou, dava para ver que na parte de dentro, a situação estava tão ruim quanto a do resto da cidade, mas os homens a abordaram antes mesmo dela conseguir identificar o que ainda estava em pé.

- Podemos ajudá-la, senhorita? - Questionou o loiro entre os dois; o outro tinha cabelo castanho, ambos de porte físico invejável mesmo com seus ternos acinzentados. Óculos escuros impediam que Karinna visse de quem se tratava com exatidão, mas julgando pelo fato de não terem a reconhecido, mesmo ela tendo saído dali poucos dias atrás, certamente faziam parte de algum grupo contratado para ajudar na segurança nesse momento de crise. Até os Rockets precisavam de uma mãozinha de vez em quando, huh?

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Apesar do pensamento, Karinna estava tranquila com a situação, afinal, como eu mesmo disse, poderia ser apenas uma segurança a mais contratada pelos Rockets para poder proteger melhor seus pertences durante essa catástrofe; e no final ela descobriria que se tratava disso mesmo. Os dois rapazes, apesar de grandalhões, eram o verdadeiro estereótipo de capangas burros, e por isso se intimidaram facilmente com a presença e voz da garota; apesar de não parecer a princípio, eles só tinham o trabalho de impedir que gente de fora passasse por ali, mas oh! Gente de fora nenhuma agiria como essa menina aí, e certamente foi isso que eles pensaram.

- M-me desculpe dona. A senhora veio ajudar no resgate dos entulhos? Pode passar sim. - O loiro disse, claramente afetado pela fala e atitude incisiva da loira. Os dois saíram da frente quase que instantaneamente, e liberaram a passagem pelo portão grande e que levava direto para o pátio do QG; ali dentro, dava para ver com mais atenção o que realmente havia sido afetado. Uma parte inteira do prédio havia sido destruída, e era justamente um pedaço do escritório geral! Provavelmente muita coisa estava perdida ali dentro dos escombros, e seria realmente difícil conseguir recuperar tudo; contudo, já haviam alguns Rockets trabalhando nessa área, e isso era bem claro, já que todos trajavam o famoso uniforme preto.

No centro, mais perto da porta que dá acesso ao prédio, estava um Rocket com uma prancheta, claramente organizando quem ajudaria em qual parte e separando os times. Era para lá que Bley deveria ir, certamente.

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A expressão de Karinna ao passar pelo portão foi o suficiente para os dois rapazes soltarem um suspiro por não terem se metido em encrenca com a garota; certamente não seria nada bom, e eles perceberam isso a tempo. O mais engraçado era a pequena Manju copiando os movimentos de sua treinadora, e passando pelo portão como um gato de madame, com a cauda e o focinho levantados; de qualquer forma, agora dentro, a loira não demorou a perceber quem deveria ser seu alvo, e tratou de se aproximar do rapaz que comandava a operação, com sua Espeon á tiracolo agora.

Era um rapaz de cabelos negros cobertos por uma boina e com a típica roupa da Equipe Rocket, já que ali dentro eles tinham mais conforto para serem quem realmente eram; ele falava com dois outros Grunts, uma menina e um menino, ambos mais jovens que a especialista, e que provavelmente ingressaram recentemente na vida do crime. Quando notou a aproximação de outra membra, ele virou-se e encarou Bley, dispensando os outros dois funcionários. - Nome e patente, por gentileza. - Questionou, esperando que a garota respondesse para anotar na prancheta que carregava.

- Certo, Operadores estão ajudando no trabalho braçal, a parte direta. Pode procurar um campo onde tenha muito entulho e começar a arrumar; lembre-se que perdemos importantes documentos nos destroços, então, caso encontre algum tem de reportar diretamente pra mim. - Ele escrevia e falava sem nem olhar para a menina, mas mantinha a educação, como deveria alguém de seu cargo. - Pode usar pás e outros equipamentos que temos ali, além de seus próprios Pokémon. - Nessa hora ele parou para apontar para um casebre pequeno que havia ao lado mais destruído do lugar.

- O entulho pode juntar num canto que depois o caminhão vai retirar tudo. - Finalizou, voltando sua atenção para a prancheta novamente e atendendo outros membros.

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Não dava pra culpar Karinna por não querer fazer tudo aquilo, eu no lugar dela estaria reclamando tanto quanto, se não mais; organizar entulho não era a tarefa mais divertida do mundo, e provavelmente seus Pokémon (e seus companheiros de Organização) também concordavam. Mas, alguém tinha de fazer, e com certeza os chefões da Equipe não gastariam dinheiro contratando gente de fora para limpar as coisas quando se tinha tantos Grunts e Operadores de baixo nível para fazer isso; então, é... Infelizmente ela teria de ajudar, mas poderia reclamar bastante, isso ninguém a impediria, e certamente ajudaria a levar tudo isso mais rápido.

De qualquer forma, tomando as rédeas da situação, a loira caminhava com Manju para um dos lugares atingidos e liberava seus outros monstrinhos, para que pudessem começar a limpeza. Todos pareciam nada animados com a atividade, mas certamente obedeceriam sua treinadora, até mesmo a Espeon mimada, que era a última a agir; o primeiro foi Ramen, definitivamente. O Braviary tratou de alçar voo e começar a carregar algumas das vigas mais pesadas e que eu mesmo não acreditava que ele conseguia levantar; a pequena Dratini viu aquilo e ficou maravilhada com a força de seu irmão, até tentou imitar, mas seu Dragon Tail não chegava perto do poder que o shiny exalava. Lairon foi o único que levou aquilo com leveza: comer? De graça? Com certeza era um sonho.

Sashimi parecia um Pacman, andando e mordendo as vigas com o bocão aberto, bem feliz e esfomeado, como ordenado pela Rocket. Os dois menores seguiram as ordens perfeitamente, sem estarem muito animados, mas também, longe de serem resistentes como a Espeon; Shoyu na verdade, queria era fazer igual seu amigo rochoso, comer o metal e treinar seus músculos da mandíbula, mas teve de resistir. A eeveelution era a única que ainda encarava aquelas vigas por um tempo, como se quisesse fugir dali o mais rápido possível. Quando ela constatou que não haveria outra chance, começou a usar seu Psychic da maneira mais lenta do mundo, quase parando; aos poucos ela pegaria o jeito, certamente, mas talvez demorasse um pouco para ela parar de marra.

Nos arredores, Bley notava outros dois Operadores bem próximos dela, um com um cabelo azulado e uma estatura baixa, e a outra, uma garota ruiva quase do mesmo tamanho que o anterior. Eles pareciam estar trabalhando juntos, e riam de algo desconhecido para a protagonista, mas certamente não era dela; talvez, se fosse em outro momento, ela até faria amizade, mas hoje não parecia ser um bom dia, de fato.