Re: [Missão de Sociedade] Wait for Me to Come Home

por **Renzinho** Seg Jun 21 2021, 19:54

❁ Do Only Words Bleed?

Lilycove Streets

Photograph ♪

Deu um rolo enorme aqui em casa tá uma bagunça do cão, eu tenho uma prova amanhã e não estudei direito, então Ren apenas balançou a cabeça e incentivou seu Pokémon, disposto a seguir adiante.

24 - Day Care

por **thito** Seg Jun 21 2021, 21:13

Ren preguiçoso e prolixo. Qual a motivação que o fez seguir em frente sem olhar para o lado? Talvez a ânsia de chegar logo no ginásio e encontrar sua mestra, ou quem sabe sentir-se um pouco mais seguro em um lugar conhecido. Não sabemos, mas houve outra movimentação no mesmo lugar da anterior. Quando Ren já estava no alto, quase sem visão para o local de onde esteve, ele viu que uma pilha de concreto veio a baixo. Ufa? Ele deve ter sentido alívio por ter saído de lá antes. Sim. Só que alguém não teve a mesma sorte. O que? ...Tinha alguém nos escombros. Um líquido vermelho escorria pelo concreto, manchando as ruas de vermelho...

Era melhor olhar pra frente.

Em tempo record estavam em frente ao ginásio. A aparência da construção estava muito melhor que o restante dos prédios da cidade, justamente por estar mais afastado de outras construções, o que impediu participar do efeito dominó! Mesmo assim as portas ainda estavam fechadas e boa parte das vidraças estavam em cacos. Sim, ele estava fechado. No entanto havia uma grande tenda branca bem em frente com uma fila se formando e dando a curva. O cheiro que vinha de lá dentro era de aconchego e vida. E as luzes um convite a uma ação de afeto. Ren podia tentar invadir o ginásio, visitar a tenda ou ficar em posição fetal pensando demais em "consequências" de escolhas. O narrador ta aceitando qualquer coisa.

Progressos:

Trabalho Comunitário em Lilycove — Ren Hughes

por **Renzinho** Ter Jun 22 2021, 18:28

❁ Do Only Words Bleed?

Lilycove Streets

Photograph ♪

...

A vida é injusta às vezes, não? Emaranhados, presos, ocupados em nossos próprios interiores, mantemo-nos alheios e distraídos, sem querer saber o que se passa para com os outros. E bem... isso pode muito bem custar caro para alguém — mesmo para um estranho, senão para nós mesmos. Ora, algum dia poderíamos nós mesmos sermos o perecível estranho na história protagonizada por um outro alguém. No fim de tudo, todos seramos algum dia esmagados pelo peso avassalador que é Cronos e sua foice sedenta.

Nessas horas, sinto saudades de Ivy. Não cheguei a passar muito tempo com ela, mas a moça simplesmente daria ombros e seguiria em frente, no máximo despreocupadamente pensando "quem diabos jogou ketchup ali?". Mas não Ren. Para facilitar, eu digo que ele não viu. Não olhou. Não sabia. Ou ao menos, era isso que o rapaz dizia para si mesmo. Se era verdade ou não, sou incapaz de dizer, mas...

Ele sentia. Sentia que havia algo de errado, que deixara um detalhe passar, que era culpado de... algo. Seus passos trôpegos e as várias vezes que quase caiu das plataformas esforçadamente criadas por seu inicial diziam por si sós.

Lilycove sempre fora um refúgio, um lugar seguro para o corpo e a mente. O pior de tudo era ver como as coisas podiam ser tão feias ali quanto em qualquer outro lugar — senão mais feias. E que as ações tinham peso e consequência, fossem estas positivas ou nem tanto. Arrisco dizer que o ignorante Ren só não parava ali mesmo, chorando perdido e sem saber o que fazer, por conta de seu Pokémon. Se estivesse sozinho, era provável que já tivesse deixado-se cair. Mas Hokori estava ali, precisava dele. Todos seus monstrinhos precisavam deles.

... Dizem que a vida é como uma linha. Ela pode combinar-se com várias outras, formando uma bela trama, ou pode continuar sempre sozinha. Pode ser esticada, ou permanecer enrolada. Dizem muitas coisas. Uma delas, é que essa linha é única e exclusivamente sua. O que faz ou o que deixa de fazer com ela não importa a mais ninguém.

Não tenho certeza se concordo com isso. Por mais que recusemos assumir, às vezes parece que o fio não é seu. Ele continua esticado e desenrolando-se, frágil, sem muitos outros ao seu lado para segurá-lo. E apenas não cai por conta dos poucos que tem. Por que insistem em tê-lo por perto.

Se Ren era uma linha também, esta já estava muito gasta, e prestes a partir-se.

Mas adiante. Sempre adiante. "Ficar chorando não vai te levar a lugar algum, então levante e prossiga". É isso que nos falam, e é isso que fazemos. Então foi isso que o coordenador fez também. Contudo, lá no fundo, ele ouvia uma outra voz sussurrando, e por mais que tentasse, não conseguia despistá-la.

"E se não gostar de onde chegar?"

...

O ginásio. Isso, foi aí em que paramos.

O prédio parecia intacto — ao menos, quando comparado a todos os demais num cenário pós-apocalíptico. Não se pode ser muito rigoroso com estereótipos numa situação dessas, certo? Alguns vidros quebrados aqui e ali, mas num geral, inteiro. Era um suspiro de alívio que saía dos pulmões de Ren, apenas para dar lugar a mais uma súbita preocupação: estariam Lisia, Cassandra, Chandler e todos os demais bem? E mais; onde estava toda a população da cidade? O rapaz não havia visto muita movimentação até então.

Bem, ao menos uma pergunta era respondida ao ver a fila que se formava ao lado do ginásio, acompanhada pelo caloroso e reconfortante odor de comida. Ren não estava com fome; não depois de tudo aquilo, mas imaginou que os civis estariam gratos. Assim sendo, o coordenador seguiu naquela direção, tentando exibir em sua face mais um sorriso. Doía um pouco, mas não importava. Ele não era ninguém para chorar na frente de todas aquelas pessoas.

... Lisia, é? O jovem esperava de coração que a líder estivesse por ali, encabeçando o serviço comunitário. Mas não conseguia deixar de preocupar-se um pouco.

25 - Day Care

por **thito** Qua Jun 23 2021, 21:23

TURURU - tocava a flautinha na cabeça de Ren Hughes.

Por mais que o narrador estivesse bêbado, o líquido derramado era realmente sangue, não vinho (só pra ficar claro)! Só que talvez o inconsciente do protagonista preferiu reter algumas informações, simplesmente porque era menos difícil só seguir em frente. Quem nunca? Que atire a primeira pedra, oras!

O rapaz tinha uma forma única de lidar com as situações. Alguns não conseguem pensar ou por em palavras o que sentem, mas o rapaz tinha uma linha de pensamentos muito bem organizada. Diga-se até de muitas teorias, tantas que podiam deixar ele próprio confuso. Era como se os momentos que passasse com Lisia tivessem feito dele um aprendiz das filosofias. Talvez o mundo das artes e experiências mágicas tinham muito a se refletir mesmo. E a realidade era o material de estudo mais cruel, quando o mundo dos palcos e o feérico era... utópico? A sensibilidade da maioria das pessoas que transitavam esses lugares devia ser a mesma que a de Ren... Difícil de aguentar cenas atordoantes.

Pois sim, o ginásio!

Ren tomava a melhor decisão. Acho. Quer dizer, se preocupar com o próximo era mais importante no momento, mas ainda tinha que encontrar sua turma. Foi ai que ele decidiu entrar na tenda, vendo que estavam muitas mesas e cadeiras organizadas para caberem o máximo de gente possível no lugar que estava quente e bem iluminado com o aroma de boa comida e gente boa.

A primeiro momento, nos primeiros segundos, ele não avistou nenhum rosto conhecido, mas antes que pudesse dar mais um passo para dentro da tenda, alguém o interceptou, segurando-o pelo braço, dizendo:

- Ei, tem que enfrentar a fila como todo mundo rapaz! - Falava alto o homem da fila, da qual foi completamente ignorada pelo jovem aprendiz.

Ele estava furando fila na visão dos pacientes moradores da cidade. Podia julgar o julgamento deles sem nem ao menos ter pedido licença? Acho que não. Ao menos ele teve sorte e uma mão "amiga" segurou ele pelo braço livre. Com um sorriso no rosto, Chaz, o Top Coordenador e rival da mestre do rapaz, tentava acalmar o senhor e adjacentes a ele na fila.

- Sinto muito senhor, mas houve um mal-entendido. Este jovem é voluntário, só está atrasado. - Disse ele com uma voz calma e charme que eram difíceis juntar com a aparência de badboy que montavam as revistas de fofoca, talvez pela situação e/ou por ser uma figura pública com alguma relevância.

Ninguém questionou o rapaz, pelo contrário, se desculparam com Ren pelos olhares e pré julgamentos. Chaz pediu licença e acompanhou Ren pelo interior da tenda. - Desculpa por isso. Lisia ta muito ocupada como representante da cidade e me pediu pra ficar na chefia do lugar enquanto ela estiver fora. - Ele fez uma pausa para falar com alguns idosos, sendo gentil, entregando mais sorrisos e palavras carinhosas aos demais antes de prosseguir caminhando com o jovem. - Me lembrei de você do último Contest que teve em Mu Island. Fui o jurado especial e me lembro de Lisia ter comentado que o vencedor do concurso era aprendiz dela. Espero não ter entendido errado. Está aqui para ajudar, certo? Estamos precisando de toda ajuda possível.

Progressos:

Trabalho Comunitário em Lilycove — Ren Hughes

por **Renzinho** Qui Jun 24 2021, 10:28

❁ Do Only Words Bleed?

Lilycove Streets

Photograph ♪

Era irônico, não? Quando a fantasia parecia tornar-se mais real que a realidade; única e exclusivamente pelo fato de a realidade ser um plano indesejado. Então você apenas... permanece no onírico do melhor jeito possível, pelo maior tempo que conseguir.

Mas às vezes, parecia que Ren havia se esquecido como era sonhar. Ele se lembrava do garotinho que podia passar horas ouvindo histórias contadas por sua avó, encantando-se com cada mito, cada palavra; mas era apenas isso, uma lembrança. Por mais que tentasse, acabava sempre voltando para o mesmo ponto, para a mesma dolorosa linha de pensamentos, para a mesma axioma que tanto lhe perturbava sempre que cerrava as pálpebras.

Olhar para o espelho era doloroso, então o jovem evitava fazê-lo. Sua parte vaidosa ficava incomodada com o fato, mas ultimamente, não era como se esta estivesse tendo muita voz na tomada de decisões do coordenador. Ele simplesmente não aguentava mirar a si mesmo, notar os lábios amargos e as violetas a morrerem. Era tenebroso pensar em qual espelho havia se perdido sua face — agora já não mais sua —, tão doce e alegre, sorridente e calmante.

— Ah...! Desculpe... Eu... — exclamou então, confuso. Bem, imagino que não seja lá muito inteligente por parte de Ren sair andando assim tão desatento, ainda mais no meio de uma cidade totalmente destruída, cuja população certamente estava instável. O rapaz não conseguia nem mesmo pensar em como explicar-se. E se tudo acabasse...

Uma voz afável, relativamente conhecida tirou-o da linha de pensamento. E aparentemente, resolveu o que o tal homem estava querendo também. Ren observou a mão que segurava seu braço por alguns segundos, antes de passar seu olhar para cima. Mechas douradas, olhos azuis como o céu de Slateport, palavras bem-pensadas e gestos delicadamente discretos. Chaz ainda estava em Lilycove.

O especialista em feéricos curvou-se rapidamente para os cidadãos da fila, pedindo desculpas um pouco mais formalmente, antes de tentar abrir mais um sorriso para o loiro enquanto seguia-o pelo lugar. Não deu muito certo. É, acho que as coisas estavam realmente feias, se nem mesmo um rapaz bonito — e famoso — conseguia resolver as coisas. Quero dizer, Ren estava sim grato e um pouco encabulado pela presença do Top Coordenador, mas isso não significava que sua mente estava instantaneamente livre de todos seus problemas e preocupações, como aconteceria meses atrás.

— Tudo bem, eu agradeço — disse por fim, quando o mais velho tornou a falar; só então lembrando-se que talvez manter uma conversação fosse o esperado. — Então Lisia não está? Não é de calhar que as pessoas estão agitadas. A cidade desse jeito, e ela para fora... — continuou, divagando por alguns breves milésimos, antes de notar que talvez aquilo tenha sido um tanto quanto indelicado. — Mas fico contente que esteja aqui. Os dois possuem um... efeito calmante sobre os outros, por assim dizer — tratou de adicionar rapidamente.

Mesmo assim, Ren não pôde deixar de exibir um sorriso mais autêntico quando o loiro mencionou Mu Island. As coisas eram tão mais simples na época, ele era apenas um garoto que tinha esquecido os problemas e estava encantado com o mundo. — Foi isso mesmo. Não conseguimos interagir muito antes do Contest de Lilycove, já que tinha vindo falar com Lisia no workshop, mas fico lisonjeado por saber que se lembra daquela noite em Mu — comentou, antes de assumir um semblante mais sério e assentir com a cabeça. — Isso mesmo. Eu fiz uma missão com outros funcionários do ginásio, e eles comentaram que as coisas estavam feias. Então pensei em vir ajudar com algo.

26 - Day Care

por **thito** Qui Jun 24 2021, 14:41

A expressão de Chaz se fechou quando ouviu Ren falar algo tão duro sobre a líder e especialista em Fadas. - É injusto dizer isso. Ela está fora por um bom motivo. A ideia de montar esse lugar para trazer um pouco de conforto para os moradores da cidade foi de Lisia com parte do próprio dinheiro. Agora ela deve estar conversando com representantes de outras cidades buscando recursos e apoio. - Ele olhou sério para Ren e ficou em silêncio por alguns segundos constrangedores; passando até por cima do elogio que havia tecido. - São nos momentos mais difíceis que descobrimos com quem podemos contar.

Ele suspirou firme e procurou se recompor. Provavelmente algumas frustrações acumuladas foram depositados em Hughes pelo comentário. Era sabido que Chaz era o maior rival de Lisia, mas os blogs de fofoca também diziam que ele tinha uma quedinha pela Top (o que nunca foi confirmado por ele).

- Espero que Lilycove possa contar com você. - Ele pegou um avental e mostrou onde estava a mesa com as panelas e outros voluntários. - Sopa e afeto. Pode parecer bobo, mas um sorriso e uma ação gentil podem dar esperanças para quem perdeu muito com o desastre. Ser um coordenador é mais que entreter as pessoas... É se conectar a elas.

Chaz precisava se retirar para verificar alguma coisa ao ser convocado, então Ren agora ficava só. Tirando os outros voluntários e as pessoas que estavam aguardando na fila. Tinham panelas, conchas, descartáveis e a pompa extra de utensílios necessários. Não devia ser tão difícil servir sopa... Certo? Mas e quanto a "se conectar a elas"? Ren tinha o necessário para suprimir suas necessidades e servir de verdade ao outro? Pensando dessa forma parecia um desafio grande demais para um aprendiz.

Progressos:

Trabalho Comunitário em Lilycove — Ren Hughes

por **Renzinho** Sex Jul 02 2021, 07:56

❁ Do Only Words Bleed?

Lilycove Streets

Photograph ♪

Curioso pensar que, quando uma coisa não está no lugar certo em sua cabeça, todo o resto parece também não estar. Como por exemplo, uma pessoa que sempre teve um dom para com as palavras e sempre utilizou-as como arma e escudo, ao estar totalmente perdida, perde também as palavras. Ren era a prova viva daquilo. Fizera um comentário de forma inocente, apenas ditando as informações para si mesmo em voz alta, mas ainda assim, entendendo os motivos e razões para aquilo ter ocorrido. Inclusive, o coordenador já tinha certeza de que as medidas de ajuda social em grande escala haviam sido tomadas exatamente por Lisia.

O rapaz piscou algumas vezes ao ouvir Chaz, só então notando no quanto a semântica havia sido uma pedra no sapato ali. Seu rosto congelou em choque por alguns instantes, mas ele tratou de não deixar-se demorar com aquilo, logo voltando ao normal antes que alguém percebesse. Limitou-se apenas a balançar a cabeça afirmativamente, mantendo-se quieto como se pedisse desculpas. Não adiantaria muito pedir desculpas naquele momento — além de parecer forçado, iria gastar tempo e esforço desnecessários.

Tempo era algo que não tinham.

É, eles tinham um trabalho para fazer. Hughes já havia enrolado o bastante até então. O loiro também fez questão de logo prosseguir, explicando brevemente o que se era preciso, já começando a fazer sua parte. O especialista em feéricos matutou as palavras ouvidas por algum breve tempo, antes de balançar a cabeça novamente e também pegar um avental.

... Sorrir e acenar. Era isso que ele tivera feito durante sua vida toda. Não importa o que está acontecendo, o que há dentro de você, exiba dentes de porcelana e chacoalhe a mão alegremente. Fazer isso mais um pouco não deveria machucar, né? Talvez as coisas não tivessem terminado boas aos olhos de Chaz, mas não era hora para ficar batendo papo e tentando explicar-se. Ren já sabia que nem tudo era sobre si, e que o mundo girava ao redor do sol.

Ademais, talvez isso fizesse algum bem para o coordenador. Ele conectar-se com alguém não era apenas ele indo até alguém. Conectar indica uma via de mão dupla. Ligações covalentes de elétrons, onde compartilham algo para que possam coexistir juntos, mesmo que por algum pouco tempo. Ele lidaria com pessoas, provavelmente ainda destruídas por dentro que o próprio. Talvez, se dor acabasse por refletir-se em dor, alguém captasse no espelho um vislumbre de esperança. Eram pessoas como quaisquer outras, que perderam tudo o que tinham, mesmo que não fosse muito.

... Eram desconhecidos conhecidos, ao contrário daqueles a quem era obrigado a sorrir e acenar enquanto criança.

OFF:

27 - Day Care

por **thito** Ter Jul 06 2021, 23:23

JesusMariaJosé! Alguns tamanhos de post assustam até os NPCs que estavam jantando tranquilamente na tenda erguida para ajudar moradores e outros que estava por Lilycove necessitando daquela atenção especial. Era triste ver uma cidade tão rica e influente nos acordos regionais e internacionais como Lilycove daquele jeito. Provavelmente estavam misturados todas as classes, etnias e gêneros. Quem se gostava e quem não se suportava. Subjetividades naquele momento pouco importavam porque fome e frio eram fatores de sobrevivência e é preciso garantir ao menos isso se quiser ter uma chance de recomeçar…

Enfim. A novela!

Ren e Chaz tiveram um desencontro de opiniões, se assim pode ser chamado o que aconteceu, deixando aquele clima tenso entre os brotheres. Talvez com Cass e os outros aprendizes Ren tivesse maior liberdade de opinar, mas essa intimidade lhe faltou com o eleito a Top. Gafes acontecem, não é mesmo? O importante era se redimir e que outro jeito melhor que mostrar serviço?

Pois bem, o trabalho nem era assim tão complicado. Ser gentil e encher um prato com sopa pronta. Só isso. Quer dizer, quem dera! Ren teria alguns desafios, mas antes disso aquele papo corriqueiro “tudo bem? de nada! espero que goste” e outras palavras afetuosas. Os idosos eram aqueles que mais gostavam de falar e nossa, como falavam! Só que o primeiro desafio de Hughes surgiu quando uma criança, uma menina com aspecto seguida, mas bem educada, aparecia com olhinhos pidões, meio que envergonhada, tirar uma dúvida com o guri.

- Tio.. pode repetir?

E agora? A fila ainda estava grande e a panela meio cheia, meio vazia… O que ele faria?

Progressos:

Trabalho Comunitário em Lilycove — Ren Hughes

por **Renzinho** Qua Jul 07 2021, 11:54

❁ Do Only Words Bleed?

Lilycove Streets

Photograph ♪

Não era ruim, não mesmo.

Às vezes, quando conseguia esquecer-se da situação, chegava até a ser agradável. Honestamente, Ren adorava ouvi-los falar — os idosos faziam com que ele se lembrasse positivamente da falecida avó. Realmente, parecia ser um tipo de troca. Ele esquentava os estômagos necessitados, enquanto ficava com o coração mais quentinho. Dava lugar às vozes angustiadas para serem ouvidas e expressas, enquanto sufocava as vozes internas que tanto incomodavam-lhe.

Depois de um tempo, os sorrisos passaram a sair mais espontaneamente. A situação era nada senão terrível, sim, mas... Era bom notar que a guerreira população de Lilycove ainda conseguia manter o otimismo — mais que isso, também transbordá-lo.

Mas claro, para tudo uma surpresa. Ou melhor, um contratempo, se muito. Orbes grandes e cintilantes, brilhando contra si, imagino eu que acompanhados de bracinhos estendidos para trás, queixo levantado para cima. Poucas palavras, estas contendo doçura e inocência, apesar de inconscientemente invocarem também pesar e lástima.

Ren exibiu à menina um sorriso, antes de dizer qualquer coisa. Ainda havia bastante gente querendo comer, mas poderia ele negar alimento à infante? Depois de brevemente matutar por alguns segundos, teve uma ideia. Pegou sua bolsa, olhou para os lados para assegurar que ninguém estava vendo direito e esticou os punhos fechados para a criança. — O que acha de esperarmos todo mundo comer um pouquinho antes de repetir? Só pra ter certeza de que ninguém vai ficar sem. Aqui, enquanto isso, tome isso aqui para entreter o estômago um pouquinho!

Com isso, ele abriu as mãos, revelando uma frutinha amarelada e um pacote de balas. Não era muito — e certamente, não matava a fome de ninguém — mas era apenas uma medida para assegurar de que não faltaria alimento para nenhum cidadão, enquanto não decepcionando a menina. — Eu mesmo colhi essa Grepa Berry, tenho certeza de que vai adorar! E considere o Rare Candy Bar um presentinho meu para você, está bem?

Logo depois de dizer isso, algo... peculiar ocorreu. Uma Poké Bola caiu da bolsa, assim meio que sozinha, liberando um dos Pokémon do coordenador. Quem revelou-se foi a cintilante Myrsin, que aparentemente estava cuidadosamente ouvindo aquilo tudo. Ren esboçou um outro sorriso. É claro que a Alcremie iria querer ajudar, tendo algo relaciona à cozinha. A monstrinha tomou a mão da menininha, como se dissesse "venha, eu te ajudo a deixar isso tudo muito mais gostoso!". Com sorte, a feérica conseguiria auxiliar bastante ali ainda, e a garota abriria espaço para continuarem a atender a fila de pessoas que ansiava por comida.

28 - Day Care

por **thito** Qua Jul 07 2021, 19:50

A calmaria não duraria pra sempre. Era até esquisito o serviço ser tão simples, apesar de ter que se doar, não só tempo como também de espírito para os outros. Só que o dilema que foi posto pro jovem resolver, confesso, foi cruel. Mas Ren sabia como ninguém que furar fila deixava qualquer um mal humorado, ainda mais quando a barriga estava roncando. A solução que teve, por mais que controversa, foi tirar do próprio bolso e doar pra menininha.

Como Chaz estava ocupado do outro lado da tenda, não parecia que Ren teria problemas, afinal, as coisas eram dele e ele dava pra quem bem entendesse né? Enquanto a Alcremie preparava algo mais apetitoso com aqueles ingredientes pra menininha, o aprendiz tinha como dar seguimento ao trabalho. No entanto, quando ele estava para servir, foi chamado por alguém que ainda não tinha percebido.

- Ei… aquilo foi muito legal da sua parte. Não sei o que faria se ela pedisse pra mil - disse a pessoa que trabalhava como voluntário ao lado do jovem.

Era um rapaz alto com olhos grandes de cor de mel. O sorriso era tão largo e brilhante que fazia qualquer um querer morar dentro dele. Do sorriso. Bem, os ombros largos e o estilo tribal dava a ele um porte de grande homem apesar de parecer ser um moleque da idade de Ren. Ele usava um sasaco preto e calças caqui com um avental rosa que amenizavam o tamanho todo que poderia fazer ele parecer perigoso.

- Pode me ajudar a trazer outra panela? A minha ta acabando. - Ele pedia pro outro. - Sou Malik aliás, e você?

É mesmo, eles estavam sem tempo nem para fazer crachás. Isso seria super útil.

Progressos:

Trabalho Comunitário em Lilycove — Ren Hughes

por Conteúdo patrocinado