#18 Baby Vulpix tururu

Não tinha como não aproveitar aquele oportunidade, né? Era o que Kiki estava procurando e ainda podia aproveitar uma carona - Maria Gasolina mode on, same as Maria Ranger - até a fazenda de um conhecido dos patrulheiros. Melhor que isso só se a universidade tivesse indicado um lugar específico para o acasalamento!

Enfim, pegando um dos capacetes do grupo emprestado, Mack informava pra Nakeisha segurar bem forte na cintura dele. Assim que prontos, o Ranger deu aquela leve empinada pra se exibir e levantar o friozinha na barriga, acelerando rumo ao interior da cidade.

Agora era o momento perfeito pra tonar "Na Garupa", mas quem tinha uma caixinha de som potente? Tsc! Deixa pra uma próxima. A motinha envenenada fazia seu vruum vruum só pela diversão mesmo. Em cerca de 20 minutos a paisagem já era outra, com casinhas ao longe, bem espaçadas umas das outras, característico dos sítios mais afastados do centro. Mais 10 minutos e paravam em frente a um casebre todo na madeira com algumas baias na lateral esquerda que provavelmente eram criadouros.. Na frente da casa uma plantação linda de grepa e salac berries estavam quase no ponto de maturação.

Mack descia da moto e ajudava Kiki a saltar, repousando ela na sombra de uma das baias. - Vou ver se o coroa ta em casa, só um instante.

Espera... ELES FIZERAM ESSE CAMINHO TODO SEM TER CERTEZA SE TINHA GENTE EM CASA? Foram quase meia hora de percurso a quase 80 km/h na motoca envenenada do patrulheiro. Eu estaria desesperado se estivesse no lugar de Kiki, porque nem sabia onde estava. Por sorte, ou ação do destino (dados), o dono da fazendinha atendia a porta e trocava uma ideia rápida com Mack. Ele pode ter xingado o Ranger no percurso, ter olhado pra Kiki e sorriso de maneira estranha, apertando a mão do patrulheiro antes de entrar na casa. Mack voltava para perto de Kiki e dizia:

- Ele não se importou em emprestar uma das baias, com a condição que limpasse as outras também e deixasse limpo depois de usar. Ah, e não se preocupa, ele não vai cobrar nada. Talvez ele tenha entendido que você era minha namorada ou algo do tipo. - Mack disse isso sem coragem de encarar a criadora no olhos. Espera, aquele homenzarrão estava corando só pela ideia de ser namorado de Kiki? - Se bem que seria legal.. sabe.. sei lá.. me convidar pra jantar. Cê ta me devendo uma né?

Ele mostrou a língua, mas as mãos estavam inquietas nos bolsos. O que estava acontecendo? Kiki era intimada a convidar o Ranger para um encontro? Ayzen corre aqui! Ta com ciúmes? Pega na mão e assume!!

A agenda ta cheia, né minha filha? Uma penca de trabalho e ainda ter que arrumar horário pra namorar? Quem aguenta? A mulher-maravilha, talvez. Se bem que o Steve acabou morrendo antes da guerra acabar, coitada. Não deixe seu homem morrer no campo de batalha, Kiki! Lute pelo amor e pelo trabalho ao mesmo tempo! YOU CAN DO THIS!!

O patrulheiro Mack curtia a resposta. O sorriso largo deixava explicito que sim. E como ele e Nakeisha tinham bastante coisa a fazer por hoje - limpar as baias e a tal investigação - ele pensou em um dia melhor, onde estivessem mais descansados, mas ainda pudessem aproveitar a companhia um do outro e uma refeição quente.

- Fechado. Que tal amanhã? Posso te buscar por volta das cinco, quando acaba meu expediente. - Ele dizia já montando na moto, pronto para partir.

O Ranger foi embora com a promessa do encontro, tendo que alcançar os colegas para continuar o trabalho do dia. Enquanto isso, Kiki tinha que arrumar seu calendário e pesquisar mais sobre Breeds, porque nem o DayCare fazia o serviço em apenas um único dia! Isso implicava em arrumar um lugar para passar as noites e alimentação diária.

Bom, por enquanto Nakeisha estava preocupada com o dono do sítio mudar de ideia e expulsar ela no meio do processo (afinal, a terra era dele e não tinha nenhum contrato protegendo Kiki). Portanto, ao bater na porta, o senhorzinho demorou uns instantes antes de gritar dizendo que "já vai"...

- Ah, é você? Que foi? Precisa de balde e pano? Lá atrás tem uma casinha com ferramentas e perto das baias tem uma torneira com água... Vê se não gasta muito que a conta ta cara! - Ele avisava, meio rabugento, antes mesmo de Kiki dizer qualquer coisa.

Ele ficou por um tempo encarando Nakeisha antes de finalmente fechar a porta. Talvez o fato dela "apenas" se introduzir tinha quebrado a banca dele. Provavelmente esperava por algo mais, ou talvez que ela não se dirigisse a ele, já que não parecia precisar de nada. Ele realmente exprimia um ar confuso e desconcertado.

Desenhando o terreno, ele era um retângulo com a casa no centro-esquerdo, com a área da direita reservando uma passagem que dava acesso aos fundos, onde ficavam os anexos dos criadouros e essa "casinha" de ferramentas, que averiguando, também contava com um balcão de juices. Lá tinha mangueira, corda, pá, picareta, enxada, regador, bucha, panos limpos (e sujos de terra e produto preto?), baldes, vassoura e rodo, produtos de limpeza e outros menos conhecidos.

Ah! As baias... Talvez Nakeisha tinha sentido cheiro de esterco. Bem forte... Tipo, MUITO forte... Parece que o caminhão da limpeza tinha pulado aquela rua, porque os criadouros estavam TODOS cagados. Olha... era de revirar o estômago... Sinto muito por isso Kiki.

A tarde seria longa... Ainda bem que Kiki terceirizava o serviço. E enquanto a playlist tocava alto dando a trilha sonora do contrato, os pokémon se arrumavam como pedido, enchendo os baldes, deixando Nakeisha de boa tirando o excesso de bosta dos criadouros. Infelizmente depois de alguns minutos o paninho no rosto não segurava muito o odor... tanto era que dava pra sentir o gosto, eca! Ao menos a parte grossa era jogada para um canto outro.

Rotom tinha encontrado duas pousadas com janta e café da manhã. Uma delas no centro da cidade, ao norte. A outra na periferia de Celadon, quase pela metade do valor da outra, apesar de nenhuma das duas ter tantos luxos. E de comer, algumas quentinhas funcionavam pela área rural...