#18 Baby Vulpix tururu

Depois do susto, Kiki não estava disposta a enfrentar o Rocket como ameaça. Estava mais para trombadinha que para vilão ou antagonista da rota. Talvez por isso ela não ligava de interferir na batalha e dar uma fruta para cura de sonolência ao Fletchinder.

- Ei, isso é roubo! Você não ter honra? - Gritou, meio puto o homem. - Humf.. Por isso que prefiro abordar gente velha.

Enquanto Fletchinder se recuperava [chesto descontada], Horsea atacava os dois adversários com bolhas, já que o ataque era em área aberta, mas infelizmente não causava muitos dando em Rattata e menos ainda em Drowzee (-3; -1). Só que ninguém ligava pro minísculo Horsea. Os dois pokémon da figura ladina usavam sucessivos golpes no pássaro de fogo, tentando gastar a vitalidade do mais forte primeiro (-6x2 / -5x2).

No entanto, no último momento, logo enquanto Horsea atacava com suas bolhas mais uma vez (-3; -1), Fletchinder tomou fôlego e investiu com força e velocidade no psíquico problemático (-15) curando-se com a maça eterna na sequência(+3).

OK. Agora o maluco ficou preocupado.

Seria cômico se não houvesse uma ameaça real diante de Nakeisha. O ladrão exigindo um duelo justo! Tipo... "sinto muito por evitar ser roubada"? Qualé, né? Ainda assim tinha um jogo de vida e reputação acontecendo aqui e ninguém queria perder, mas àquela altura, o fulano de tal já não tinha mais chances. Se meteu com a criadora errada! Mesmo que tentasse atacar com seu melhor movimento, os companheiros de Kiki dariam um jeito de sair dessa melhor que ele. E quando ambos os pokémon do assaltante vieram a nocaute... bem, digamos que ele já estava preparado e usou uma bomba de fumaça para fugir, retornando seus pokémon no meio da bagunça, claro.

- I-isso não vai ficar assim sua vagabundazinha! - Ele gritava em ameaça, quase aos prantos na fuga. - Você vai me pagar!

Aos poucos a fumaça se extinguia e ao invés de ser roubada, Kiki encontrava alguns bolinhos de notas pequenas que ao todo somavam uma boa quantia. Ao que parecia o ladrãozinho tinha deixado cair na fuga. Bem, isso teve um custo. Já tinha escurecido quase completamente naquele trecho e ainda restava algum pedaço de caminho até a cidade... É, morar na roça não é pra qualquer um, principalmente sem veículo para transporte.

+500 PK$ [Pk$ 7.795]
+2 BC por vencer NPC [96]
Horseu recebe 2483 de XP - Lv. 15 [6/571]
Fletchinder recebe 2244 de XP - Lv. 21 [1433/1486]

É isto. Alguns perdem, outros acham dinheiro. kiki nem se deu conta se era seu ou não, mas agora era e foda-se. Não é como se a receita federal fosse exigir comprovação de onde ela tinha tirado 500 conto assim do nada! Talvez pela reação apressada tudo passou batido, mas ela tinha razão em correr. Não sabia ao certo se o ladrão tinha capangas ou colegas para ir atrás de Nakeisha se tivesse a chance, então era melhor não dar brecha a isso.

Kiki, que já estava na metade do caminho, levou mais uns 30 minutos de corrida-caminhada até chegar na cidade e mais alguns 20 para encontrar a pousada pelo aplicativo de mapas, como o GPS atrapalhado mandando virar em ruas que não existiam mais! Quer dizer, elas deviam estar ali em algum lugar, debaixo dos escombros. Enfim, ela conseguiu chegar no lugar que pagaria 20pk por noite, com janta e café inclusos, mas assim que entrou na recepção, uma senhora de sobrepeso e estatura mediana arregala os olhos e vai ao encontro dela, falando alto:

- Minha filha, você está bem? Parece que se perdeu para chegar, venha, sente aqui! - Ela apontava para um sofá de courino nada confortável, mas os pés de Nakeisha não iriam reclamar de um descanso. - Rica, vá buscar um copa de água pra menina!

Rica era uma Chansey. Ela retornava rápido com o copo e a jarra. A senhora se apresentava como Madalena e ao identificar o nome de Nakeisha, revelava que estava aguardando por ela. A chave do quarto estava na bancada da recepção e ela ainda tinha alguns minutos até a cozinha fechar, o que daria tempo para um banho rápido antes de comer, caso assim preferisse, mas também poderia lavar as mãos no banheiro compartilhado do térreo, se alimentar e depois partir para o quarto no andar de cima. Ela deixava Kiki a vontade. O dia tinha sido bem estressante e Madalena via isso nos olhos da menina.

Era verdadeiramente bom tirar coisas do peito. Falar, muitas das vezes, amenizava algumas dores. Para Nakeisha funcionava um pouquinho. E depois de um bom banho, lavando não só o corpo mas a alma, ela conseguia janta e depois descansar. Soren não saiu do lado dela nem um instante, sabendo que a especialista precisava de companhia. Adormecer foi custoso, mas no fim, o cansaço vencia o medo e aquele dia finalmente terminava.

Amanhecia e com isso Kiki teria um novo dia, pronta para continuar aquela aventura. O Fletchinder que estava ao seu lado abria a janela e cantarolava uma bela canção, imaginando que fosse despertar bem a criadora. Ao menos incentivá-la a completar suas tarefas, tirando o peso de ter que levantar para trabalhar.

Bom dia flor do dia. Ainda bem que fez a check-list do que fazer e se animou para adiantar seu lado, pois agora iremos ser narrador-observador. Vai que é tua, criadora!

Só um adendo! Fletchinder arrancou umas penas - de estresse talvez? - que Kiki achava presas no cabelo ao despertar e se olhar no espelho:

Higiene pessoal - check!
Café da manhã reforçado - check!
Trocas realizadas - check!
Voo até o interior - check!

Quando retornou pra fazenda, ela via o velhote aguando as plantas. Ele meio que estranhou ela entrando no terreno, mas depois de cinco segundos pareceu se recordar de quem era e então fez um gesto com a cabeça... Um aceno de bom dia? Por ai. Próximo das baias, os panos estavam secos e ainda tinha um morrinho de cocô para enterrar. Fora isso os criadouros estavam limpos e pronto para uso.