[Missão Rocket] Mega Sigiloso

Sexta-Feira
08:45 a.m.

Missão de Inteligência — Matte

OFF: OIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE <3

Eu gosto do Monte Pyre. Não que isso importe muito, mas a ideia de usar uma reserva florestal como cemitério me deixa bastante interessada. Já pensou o tanto de coisa que da pra fazer com isso? Historinha de terror, crítica ao cuidado com o meio ambiente, conspiração governamental, plot de ladrões de covas... da pra fazer um bocado de coisas.

Sabe o que deixa um bocadinho mais interessante? O fato de ser um Landmark, e Landmarks serem cuidados pela Guarda Florestal Ranger. Quer dizer, ERAM cuidados pela Guarda Florestal, já que não existe mais essa divisão.

Meu ponto é simples: este não é um lugar que fica às traças, apesar de ficar aos vermes. O cheiro de decomposição no fundo do monte atrai um ou outro visitante ardiloso, e pelo seu histórico de balbúrdia, muitos Rangers ficam por aqui.

Sabendo disso, Matte teria que se decidir: por fora ou por dentro?! Ambos lhe levariam ao topo; mas os fins não justificam - sempre - os meios. O garoto havia acabado de sair da rota 121 e, como esperado, não encontrou nenhum obstáculo até então. Trazia ao seu lado Azula: a esquilinha de braços finos.

Normalmente sua aparência fofa e seus braços ágeis servem para aplicar Pick Up no cenário, mas "not today". A esquilo já estava um pouco cansada daquele monte de peso e se segurava um bocado para não deixar aquilo se espatifar no chão. Até gostava de Matthew, mas essa aqui tinha um temperamento forte, e sentir-se puramente usada era algo que começava a lhe incomodar.

Matte estava apenas lhe avisando das coisas e não lhe dando ajuda alguma... Não que eu tenha algo a ver com isso; desculpe a intervenção. Prosseguirei.

Como ia dizendo, nosso protagonista havia acabado de chegar no Monte Pyre. Tinha a vista inteira a partir do pé do morro e só havia uma trilha - até então - para seguir. Se fosse pela trilha, desembocaria em uma bifurcação: dentro ou fora?! Se simplesmente decidisse sair dela, teria que se virar para achar o caminho ao topo.

A dúvida que fica é meio batida já: a trilha é iluminada, e fica mais aos olhos de vigias, o que poderia comprometer um pouco seu plano. Por outro lado, fugir da trilha é um bocado suspeito; o que poderia lhe comprometer um tico também. Não há resposta errada; há apenas um resquício de florestas, um tempo que começa a se fechar e alguns postes de luz, espalhados a 100 ou 200m de distância entre um e outro. A luz - imagino eu - não está acesso ainda, pois pela narração de Matte, presumo que ainda é dia.

Caso contrário, ele não diria "apenas um dia", referindo-se ao dia inteiro. Minha sensação é que é próximo das 10 horas da manhã e Matte passou rápido-demais pela rota 121. É isso, a partir disso, não sei o que o Rocket e a Pachirisu irão fazer.

Missão de Inteligência — Matte

OFF: Nossa você só me bate bixo, eu não tenho culpa de ser uma pessoa horrível

Ok, eu não sabia desta parte, mim discurpe. Azula então só estava cansada; e não tão irritada assim. O combinado lhe dava certa força de vontade que não havia sido descrita até então, mas a força de vontade não era necessariamente massa muscular, o que lhe fazia parar de tempo em tempo para dar uma respirada.

Por sorte, iam por dentro! Digo por sorte porque por dentro era mais plano, e as subidas se limitavam a rampa-para-cadeirantes e escadarias. Os túmulos todos ficavam em andares extremamente planos, além de muito bem delimitados. Cada um tinha cerca de 200 cm x 100 cm; algo muito próximo de um colchão de solteiro.

Todas as lápides serão muito bem delimitadas e caminhos também; isso daria a Azula um belíssimo espaço para se encaixar. A questão principal desta frase está exatamente na palavra "serão", que está no futuro do presente por algum motivo. Agora, que diabos de motivo era esse?! Por hora, bastou Matte entrar no primeiro andar para entender que ele - ainda - não era repleto de lápides.

O primeiro andar era, em suma, um espaço da administração. Eu não sei quando fizeram esta maldita reforma, mas alguém deve ter privatizado o cemitério do Monte Pyre, lhe tornando um tanto quanto mercadológico. Logo na entrada, uma placa em granito lapidado dizendo "Bem-Vindo", e logo a esquerda umas três ou quatro barraquinhas de flores. Se continuasse andando, veria uma sala administrativa; além de dois livros para se escrever preces, orações e boas-venturas.

Na direita, uma capela de vidro. Suas paredes eram completamente transparentes e seu interior era uma típica igreja católica: cruz, bíblia, bancos enormes de madeiras que juntavam os fiéis, mais cruz, estátuas de Maria, altar, cálice, mais um pouco de cruz, pinturas para via-sacra e, por fim, mais cruz.

Engraçado que havia um total de 10 cruzes e 0 fiéis. Por ser cedo-demais, ninguém estaria por estas bandas. Talvez Matte estivesse se perguntando sobre a saída que leva a subida do local. Esta, lhe afirmo, está mais ao fundo ainda; por trás da sala de Administração. Não saberia isso só de olhar, mas felizmente a privatização trouxe consigo placas indicativas, que indicaria "escadas" naquela direção...

Missão de Inteligência — Matte

Eles apenas seguiram andando. Pra onde? Não sei. Considero que seja um ponto que não seja a entrada; talvez oposto a ela. Considerando isso e que Matte & Azula estão procurando as escadas, talvez fosse ao fundo achá-las. Ali acharia a tal placa que eu citei: apontando para o fundo-do-fundo.

Uma escada de degraus bem espaçados, com cerca de dois metros de comprimento. Dois lances de escadas; os dois subiam. Sabe o que mais havia ali?! Isso mesmo, dois guardas.

Muito mal encarados, que ouviram o comentário de Matte e grunhiram em desacordo. Ainda assim, decidiram fazer seu trabalho. Se entreolharam por um instante e decidiram que apenas o da direita deixaria seu posto para ir até o homem:
- Bom dia - anunciou um dos guardas, descendo alguns degraus e indo em direção à Matte - Posso te ajudar?

Sua fala atropelara o caminho de Matte, que foi quase obrigado a parar apenas pelo tom de voz do guarda. Azula - um pouco mais lerda - veio logo atrás, correndo para alcançar seu treinador sem nem perceber a abordagem incisiva do policial. Quando finalmente chegou aos pés de Matte, parou por alguns instantes e deu uma bela e longa arfada, preocupando o policial, que viu aquilo com uma sobrancelha arqueada.

Missão de Inteligência — Matte

As duas perguntas de Matte faziam o guarda dar para trás; primeiro que a procura por um "panfleto" era um bocado inovadora, segundo que ele nunca pensara que alguém se interessaria pela frequência (mórbida) de um cemitério. Pois vamos por parte! Foi a pouco que o Monte Pyre foi vendido ao empresariado, e este guarda está aqui a anos! A Guarda Interna do cemitério sempre foi terceirizada; e Buck - seu nome no colete - sempre este ali.

Nunca, nessa vida toda, ele cogitou que Cemitérios dessem planfetos informativos. Claro, ele não pensou com a cabeça de um empreendedor! Ele apenas pensava "hãa, porque alguém vai querer folhetos de promoção à um cemitério? Além disso, em um velório tudo é bem informado...". O que Buck não pensou é que o Monte Pyre está além (muito além) de um cemitério qualquer: era um ponto turístico, um Landmark, um local que atraia treinadores, Rockets e de outras laias.

Fazia sentido atrair (ainda mais) esse público e ajudá-los em sua interatividade com o monte, mas isso é cabeça de Matte; o empresário. Não de Buck, o guarda.
- Não temos nenhum tipo de planfeto informativo não, senhor... mas se quiser ver o preço das covas e manutenção, é ali - Apontou para a administração - Sobre a quantidade de pessoas... bem, o Monte Pyre precisa de uma longa caminhada por uma rota inteira para chegar aqui, visitas pelas manhãs são bem raras e não temos nenhum velório marcado para hoje cedo. Lá para as quatro horas isso vai estar mais movimentado... na verdade, acabamos de abrir - Foi sincero - Mas para onde você quer ir? Posso tentar te ajudar.

Missão de Inteligência — Matte

"Topo"; justamente o que o segurança esperava ouvir. A pergunta que lhe vinha na cabeça era "que nível de topo?". A resposta que Matte dara era um bocado incômoda, visto que o cemitério em si não chega no topo: para cerca da metade do monte. Dali para frente, é santuário, subida, tiro, porrada e bomba.

Ir para o topo só pode significar duas coisas - em dias normais -; ou você é um treinador, ou você é um interesseiro. Claro que em dias anormais, você pode querer subir o monte até o topo para encontrar um Zapdos ou livrar recrutas Rangers raptados pela Equipe Magma, mas não estamos nesses dias. Nesse exato momento, o policial Bucky recebia um certo "alerta" em seu ponto, que somado às menções de Matte aos mortos, fez o guarda fechar um pouco o semblante e soar mais sério.

Eu não sei o que ele ouviu; nem tenho como saber. Ainda assim, aquilo lhe vez mudar um pouco a postura e voltar a ser o fechado de antes. Isso e, claro, mudar radicalmente o discurso, quase que "ignorando" o que Matte falou sobre honrar os mortos:
- Hmmm, eu detesto dizer, mas o topo só é acessível por meio das escadas... Só que meu chapa, vou falar pra ti uma coisa... esse seu Pachirisu ai ele pode ser um problema - Falou, um bocado sério e com cenho fechado - De homem pra homem, sabe? A gente ta num cemitério, chegar aqui no horário de abertura, como quem não quer nada e com um pokémon conhecido por Pick Up que ainda usa uma scarf? Ta estranho, amigo. Eu não tenho como te vigiar o trajeto inteiro, e também não posso te proibir de usar seu pokémon, mas pra evitar qualquer problema, da pra no mínimo deixar o Scarf aqui com a gente e na saída tu pega? Sabe como é né, já me mandaram aqui no ponto ficar de olho no Pachirisu... se der pra aliviar essa minha barra...