[Missão Rocket] Mega Sigiloso

Ai meu deus. Ela tocou no Matte? Pode ser que o olhar do ninja tenha acompanhado em câmera lenta aquela mão estranha se aproximar de si e lhe tocar sem ter sido convidada. Pois é. Matte e Azula compartilham do meus desgosto por intimidade nesse nível. Todavia, o Rocket estava se fazendo de bom moço, então respirou lenta e profundamente, voltando a atenção para a senhora, contendo a vontade de decepar aquela mão com um sorriso educado. Mortes subjetivas? Violência simbólica? Ele detestava se passar por Matthew e fingir que se importa.

- Claro. - Foi a resposta que deu, se afastando para pegar a panela, evitando ladainhas e olhares pidões.

Se adiantando, Matte apenas deu um assovio alto, esperando que Azula ouvisse, pois estava seguindo a caravana rumo ao próximo andar. Não havia problema em ficar para trás, alegando o peso, para encontrar com a Pachirisu, mas ele preferia se misturar se fosse possível.

Vamos deixar a morte de lado?

Obrigado. EU DISSE OBRIGADO D. MORTE!

Assim que avançamos para o salão acima, não conseguia imaginar algo pior. Por sorte, ou mandado dos Deuses, Azula tinha nos alcançado e não precisava se preocupar com coisas do gênero. Só que quando a esquilo surgiu com algo na boca, minha reação foi quase enfiar a mão nos dentes dela para conferir.

- Há quanto tempo você ta segurando essa berry na bochecha? - Sussurrava baixinha para apenas Pachirisu escutar, mas do jeito que aquele fantasma estava de olho em nós, para dar um motivo para ataca era só ouvir a coisa errada na hora errada. - Quer saber? Não importa! Eu espero que engula isso logo, antes que nos cause confusão! Vamos.

OFF: eu to bem ruizin essa semana ai

Droga. Quando não pensava poder piorar, Azula revelava que o rastreador havia sumido. Será mesmo que vou me arrepender de delegar uma função simples a um Pokémon? Era só segurar e passear com a parada. QUAL A DIFICULDADE AZULAAA?

Enfim. Já foi. Eles tinham de se concentrar em recuperar a paradinha.

- Banette? - Ele disse, olhando ao redor, caçando o Pokémon. - É o único evento travesso que consigo imaginar. Vai atrás dela e recupere o dispositivo.

Quando a Matte? Refazia os malditos passos até o momento onde encontraram a caravana. Até esse momento estava tudo bem com Azula. Era exatamente por esse motivo que linkava Banette ao furto. Se não foi desleixo, tão pouco sua cleptomania, então fora naquele encontro com o Fantamas.

Sim. Foram Matte, A SOPA, a senhora (que se perguntasse ele diria que deixou cair seu MP9), Banette seguindo a senhora e Azula investigando Banette! Olha só, nossa própria caravana inversa! Que beleza! Só que não. O maldito caldeirão começava a pesar e a escorregar da mão que suava conforme os passos contrários era refeitos.

É.. Aquilo foi realmente ridículo. O que aconteceu com dividir e conquistar? Bem, ao menos estava tudo bem próximo pro Rocket decidir o que fazer, só que enquanto ele estava de olho pelo chão, com a velhinha ajudando ele a caçar o objeto que ela nem ao menos sabia como era (qualquer tecnologia perdida poderia ser apontada), Azula descobria tudo. Não foi um impulso cleptomaníaco - desta vez - que a fez perder a máquina em troca de emoção. Banette era realmente a culpada e fazia questão de se divertir às custas da esquilo. Ah, mas ela não deixaria barato! Só que antes de ceder a outro impulso e brigar com a Fantasma, ela lembrou dos avisos de Matte e, antes de arrumar confusão, tentou avisá-lo com quem estava o aparelho, apenas apontando pra Banette quando ganhou sua atenção.

A Pachirisu poderia ser muitas coisas: arruaceira, falsa, manipuladora e até mesmo linguaruda, mas mentirosa não. Por isso quando ela AFIRMOU estar com Banette, Matte confiou e inventou uma história, não para incriminar a Pokémon, mas para fazê-la de heroína do dia e eles poderem seguir o caminho com o restante da caravana oficial.

- Hm? Azula está dizendo que seu Banette encontrou meu aparelho. É isso mesmo Benettite? Ele significa muito pra mim!

Apontar dedos era, além de deselegante, bem grave. Supor que alguém encontrou um item perdido era muito mais aceito. Restava apenas ver se a senhora fazia o combo de apelar emocionalmente para que Banette nos devolvesse o dispositivo antes que algo fugisse do controle. Afinal de contas, todo treinador conhecia as manias de seus pokémon. Se Banette conhecia Trick, muito provavelmente já tinha feito isso antes, vide Pokémon com Pickup.

POR QUE IDOSOS NÃO PODEM SER NORMAIS? Ah é. Cronos odeia gente velha. Não é culpa delas. Acho que Matte é um pouco Cronos. Tempo é sempre relativo e ao mesmo tempo precioso. E ele também não suportava idosos. Eles sempre desperdiçavam tempo.... Como agora.

Matte ficou olhando por alguns segundos pensando que se aquilo não fosse a patética vida de um ancião com ossos fracos, era a pior encenação de todas. Ele já tinha visto muitas, aos olhos de Thito, e olha... sem comentários. Enfim! Como podia ser uma trambiqueira. Bom. Se ela não fosse uma treinadora, era meio suspeito sim que o Pokémon dela conhecesse Trick... Banettes, assim como Pachirisus, são Pokémon bem traquinas (nossa, eu não sei como consegui aplicar isso em uma frase e me sentir com 50 anos e se você entendeu, sinto muito, mas somos cringe) com habilidades de especialistas em furtos. Claro. Nenhuma verdade é absoluta e não existe BEM e MAL. Ainda era muito difícil de lidar com a situação sem ser rude, grosseiro, insensível ou agressivo.

Quer saber? Já deu. A sopa foi pro chão! De forma gentil, calma; Nenhuma gota foi derramada. Matte apenas fingiu se importar por um micro segundo, abanando a coroa depois que Banette a acudiu. Será que Azula foi esperta e usou do momento pra recuperar o item??? AZULA, BORA TRABALHAR QUERIDA!

- A senhora já está bem? Que bom. Benettite, tinha algo pra mim? - Ele disse em um tiro direto, respeitando as pausas, mas sem dar brecha para resposta. - Aliás, só uma curiosidade. Seu Pokémon conhece o movimento Trick?

Sutil demais? Acho que ele já ligou o foda-se quando largou a panela. Se a senhora tentasse arrumar confusão, não era ele quem teria misericórdia.